Capítulo 8

1261 Words
George Collins Eu fiquei encarando o meu celular por horas, para ver se Claire tinha a decência de me responder. — Ela não pode me ignorar por tanto tempo! — Fiquei batendo o meu pé repetidas vezes no chão, os meus braços cruzados sobre o peito. — Querido, pare de olhar tanto para esse celular… — Vanessa falou ao pé do meu ouvido, as mãos deslizando pelo meu peito, pelo meu ombro, — isso quer dizer que você está finalmente livre para ficar comigo, isso não é ótimo? Arqueei uma das minhas sobrancelhas ao olhar para aquele rosto que agora estava sem maquiagem nenhuma, com os cabelos ainda bagunçados da noite anterior. — Minha cara, nós já conversamos sobre isso. — Esfreguei o meu rosto com uma das mãos, sentindo estresse tomar conta de mim, — o que temos é um caso que logo acabaria assim que eu casasse com a Claire. — Ah, claro! Porque você acredita mesmo que ela teria mais tempo para você quando se casasse? Pelo amor de deus, George… — ela bufou, — Claire nunca te colocaria em primeiro lugar, e você sabe disso. Suspirei. No começo, eu admirava o tanto que Claire era esforçada e colocava o seu futuro acima de tudo, como era ambiciosa, corria atrás de tudo o que precisava, mas ao mesmo tempo? Ela era uma LeBlanc! Pessoas como ela, não precisavam se esforçar na vida, precisavam? Ainda mais, da forma que ela o fazia, como uma verdadeira workaholic. Mas ainda assim, eu continuava a amando, o único problema… era que eu precisava de mais. — Eu sei disso. — Tampei o meu rosto com as mãos, — mas o coração não escolhe nada, certo? — Claro, claro, você e esse papo de que o coração não escolhe. — Vanessa se deitou na cama com tudo, como se estivesse soltando fogo pelas ventas, — porque não vai atrás dela para se desculpar se for esse o caso? Leve flores e chocolates, sei lá. Vanessa estava claramente dizendo aquilo com irônica e má vontade, mas no fim… aquilo não era uma má ideia. — Bom, eu posso passar na loja de chocolates que ela tanto gosta, e pegar um buquê de rosas vermelhas. — Falei enquanto montava na minha cabeça, como eu iria até a casa de Claire, — eu deveria usar o meu Armani pra isso… — Faça como quiser, do jeito que aquela princesinha é, vai te aceitar de qualquer forma. — Ela se virou na cama, — agora, vai embora da minha casa, vai. — Obrigado pelos conselhos, — respondi com certo sarcasmo, me levantando da cama, recolhendo as minhas roupas. Eu sabia que Claire LeBlanc nunca se desculparia — porque ela sempre acreditava que estava certa, independentemente da situação —, sendo assim, eu teria que ser a alma caridosa que deixaria o seu orgulho de lado, para manter o nosso relacionamento de pé. Era um sacrifício necessário e um que eu estava disposto a fazer por ela. Claire era realmente uma mulher muito sortuda por me ter em sua vida. Pensando nisso, dei o meu melhor. Saí daquele lugar que Vanessa chamava de casa e fui pessoalmente comprar flores e chocolates para a minha doce noiva. Se fosse assim, ela certamente não iria me recusar, não é? Afinal, como o meu pai sempre dizia, mulheres não resistiam a flores e chocolates, acompanhados de uma desculpa sincera. Sim. Quando ela me ouvisse, quando entendesse o meu lado, ela certamente iria concordar que foi um erro. Algo que fiz por um deslize de ambas as partes. Se eu tivesse sorte de Claire ainda não ter se encontrado com Ethan — do qual a chegada foi anunciada por todos os sites de fofoca —, então… eu poderia conversar com ela, sem interrupções. Com isso em mente, entrei no meu carro e dirigi sem pensar muito até a casa dos LeBlanc. As luzes estavam acesas e graças ao carro do Sr. LeBlanc, estacionado ali fora, eu sabia que era um bom momento para entrar. Claire não faltaria a um jantar em família, muito menos, quando seu pai estivesse em casa. Então, eu toquei a campainha e vi a Helena, a funcionária favorita de Claire, abrir a porta, mas o no momento em que ela viu o meu rosto, o sorriso em seus lábios, morreu. — Sr. Collins, o que deseja? — Me perguntou, obviamente tentando fechar a porta na minha cara. — Helena, por favor, me deixe entrar, eu preciso falar com a Claire, — falei, me forçando para dentro, mesmo que a mulher de cabelos agora grisalhos, parecesse descontente. — A srta. Leblanc está ocupada no momento, sinto muito, — Tentou ressaltar, mas isso não mudava o que eu queria e muito menos o que tinha decidido fazer. — Helena, eu sei muito bem que a Claire está em casa e está jantando. Eu só quero conversar com ela, — falei e quando ela suspirou, aproveitei o pequeno deslize para invadir o lugar. — Sr. Collins! Volte aqui! O senhor não pode-… — ela parou, assim que eu entrei na sala de jantar, com aquele enorme buque em meus braços e uma caixa de bombons em uma das mãos. Mas d***a, o que diabos era aquilo? Meus olhos m*l podiam acreditar no que viam naquele exato momento, porque eu vi literalmente, o meu amigo sentado naquela mesa de jantar, em frente a minha noiva. — George? O que está fazendo aqui? — Claire se levantou da cadeira, claramente descontente com a minha chegada. — Eu… — tentei manter a minha mente sã, porque se eu fosse dizer qualquer coisa relacionada a Alexis naquele momento, eu tinha certeza absoluta que falaria alguma m***a, — eu vim me desculpar. — George, vá embora… — Aqueles olhos cinzentos como prata recém polida, se desviram do meu olhar, — eu não quero as suas desculpas. — Claire, por-… — O que está acontecendo aqui? — O senhor LeBlanc já começou a ter uma abordagem mais defensiva do que a de costume, — do que você deveria se desculpar, George? — Pai, ele não vai se desculpar de nada, ele já está indo embora. — Claire o interrompeu, aquele corpo esbelto agora vindo em minha direção, tentando me empurrar em direção a porta, — o que você tem na cabeça? Ela estava com uma das mãos na cintura, me fuzilando com o olhar como se pretendesse me m***r, para depois me empalar em praça pública. — Claire, querida… tudo o que aconteceu foi um erro mútuo, afinal, somos um casal, não somos? — Tentei argumentar, — tenho conhecimento que as minhas ações te machucaram, mas as suas? Você me deixou sozinho por meses, e isso… me fez pensar besteira. Uma de suas mãos foi até o próprio rosto, um suspiro pesado saindo pelos seus lábios. — Eu não tenho cabeça para isso agora… — ela parecia cansada, como de costume, — só… me dá um tempo, pode ser? Respirei fundo. — Claro. — Forcei um sorriso, — quando quiser falar comigo… você sabe o meu número, e onde me encontrar. Entreguei as flores e os chocolates para Helena que havia acabado de chegar com aqueles olhos me fuzilando. Fechei os meus punhos assim que sai dali, uma raiva começando a me consumir de certa forma por conta do ciúme que tomou conta do meu ser, porque por mais que eu não tenha perguntado nada por não querer estragar tudo… eu queria saber motivo de Alexis estava lá, e eu daria um jeito de descobrir isso.
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