A Herdeiro & O CEO

Capítulo 7

ALEXIS GALLAGHER

Eu continuei conversando com o pai de Claire depois daquele incidente — do qual ela apenas fugiu de mim, e foi até o próprio quarto —, e por mais que eu estivesse conseguindo continuar e até ser coerente naquele diálogo… a minha mente, não saia das expressões de Claire LeBlanc.

Aquele rosto corando, me fazia ter que conter o meu sorriso, e a surpresa em seus olhos assim que me viu? Foi algo impagável, junto de claro, a reação que ela teve ao descobrir que eu moraria aqui temporariamente.

A minha vida agora… parecia estar tomando mais cor.

— Bom, creio que você esteja cansado de olhar para todos esses relatórios, e também de me escutar falando por horas, — o senhor LeBlanc me disse com um bom-humor que era invejável, e também um que eu queria perguntar muito, como ele conseguia adquirir, — venha, eu vou te mostrar o seu quarto de hóspedes, e sobre as suas coisas,,, quer que eu peça para alguém ir buscar as suas malas em sua casa?

— Por favor, não precisa se incomodar comigo, — respondi de prontidão, — eu mandei uma mensagem para o meu motorista assim que concordamos com isso, logo ele deve estar trazendo tudo. Isso se… ele já não trouxe.

—Certo, certo… nós acabamos vindo para o escritório, seria plausível não termos notado, — ele logo respondeu com um sorriso, — bom, pode ir descansar, e se quiser… está convidado para o jantar. Não só para esse, mas… para todos enquanto estiver aqui.

— Que anfitrião generoso, — falei ao arquear os meus lábios de forma leve, — bom, obrigado, se-... — me interrompi, — Lewis, e espero que também tenha um bom descanso.

Ele assentiu, e assim que o fez, eu apenas sai de dentro daquele escritório, — do qual eu e o senhor LeBlanc passamos horas e mais horas falando sobre negócios —, para enfim, ser levado por uma das empregadas, até o quarto de hóspedes.

Tirando que aquele quarto não era tão decorado, ele não era tão diferente do de Claire, tanto que eu apenas me joguei naquela cama que tinha um colchão extremamente macio, e lençóis que tinham um cheiro tão forte de amaciante, que eu suspeitava que eles haviam acabado de serem limpos. E tirando que isso não estava misturado com o cheiro de perfume… era o cheiro dela.

Sorri.

Porque por mais que ela tenha me largado como se eu fosse uma meretriz, eu não conseguia tirar ela da minha cabeça, e muito menos… desejar nunca mais vê-la, o que me fazia de certo modo, me sentir um completo i****a.

— Era só o que me faltava… — Suspirei ao ir em direção ao chuveiro, já que assim como eu havia suspeitado, as minhas coisas já tinham chegado, — eu virei alguma espécie de emocionado? Um daqueles que apenas dorme uma vez com a garota e já se apaixona por ela?

Zombei de mim mesmo naquele instante, porque no fim, aquela era uma das poucas probabilidades que me restavam, não era? Contudo… talvez eu nem devesse estar pensando em algo do gênero.

Era muito cedo ainda.

Ou pelo menos, foi assim que eu pensei, até ver Claire saindo de seu quarto, com aqueles cabelos negros completamente molhados, junto de roupas tão finas, que davam um ar praticamente divino a ela.

— Boa noite. — Foi tudo o que ela se limitou a dizer, o que me fez… querer a provocar um pouco.

— Boa noite? É tudo o que tem a me dizer? — Eu perguntei ao me aproximar, o meu tom sendo um tanto quanto sarcástico, — achei que teria mais coisas para me falar quando estivessemos a sós, senhorita LeBlanc.

Ela bufou.

— O que esperava, um pedido de desculpas? — Ela suspirou, e por mais surpreendente que parecesse, Claire parecia ter um pingo de culpa em seu semblante, — porque se for isso, eu sinto muito… não sabia que ficaria tão ofendido, não quando… — ela fez uma pausa longa antes de dizer, como se soubesse o quão ofensivo havia sido qualquer que fosse o pensamento que ela havia acabado de ter, — não quando você é um… homem.

— Oh?... — Foi tudo o que eu consegui dizer naquele momento, — então… você achou que eu não iria me importar porque…

Eu comecei a rir.

Não pude evitar de fazer isso, ainda mais… quando o comentário que ela tinha feito, tinha sido tão absurdo.

— Por que está rindo? É a coisa mais comum de se pensar, está bem? — Ela me respondeu com claro ultraje.

Eu tinha conhecimento de que eu não deveria estar tendo aquela reação naquele momento — principalmente entendendo o contexto do qual ela havia tirado aquela ideia —, contudo… aquilo saiu de um jeito tão… ingênuo.

CLAIRE LEBLANC

Alexis começou a rir de forma descontrolada enquanto segurava a própria barriga, e tudo o que eu conseguia sentir, era o meu rosto esquentando mais ainda.

Qual era o problema dele? Eu tinha acabado de ser traída, isso era algo normal de se pensar, era… o mais provável de se passar… na cabeça de qualquer um…

— Perdão. — Ele soltou depois de terminar de rir da minha cara, um de seus dedos enxugando a lágrima solitária que havia sido derramada, — eu sei porque pensou isso de mim, eu realmente entendo, mas… posso pelo menos tentar te provar o contrário?

Vi aqueles olhos dourados brilharem como o sol naquele momento, me fazendo até mesmo, quase acreditar que eu conseguia ver todo o conteúdo de sua alma, de seu coração.

Não parecia existir mentira ali.

Não parecia… existir qualquer intenção r**m.

— Pode… — respondi, mesmo que tudo em mim me dissesse que esse não deveria ser o caso.

— Certo, senhorita LeBlanc… o que achava que eu iria fazer assim que acordássemos?

— Achei que iria vestir as suas roupas e ir embora. — Respondi com honestidade, porque foi exatamente o que eu pensei que ocorreria.

— Errado. — Ele logo disse, o seu corpo se aproximando mais do meu, ao ponto de eu me sentir intoxicada pelo seu perfume, — eu planejava te levar para tomar café da manhã, para que pudéssemos conversar.

Pisquei.

Ele… estava mentindo, não estava? Não tinha como… ele ter pensado em algo como aquilo, certo?

Porque nem mesmo George se dignava a qualquer coisa do gênero depois que nós dormíamos, mesmo aquele desgraçado sendo o meu noivo, ele nem mesmo se dava ao trabalho de me trazer um copo d’água às vezes.

Então, não tinha como, não é? E se tinha… não fazia sentido algum.