GEORGE COLLINS
— Que m***a é essa? — Eu me vi segurando o celular assim que acordei, apenas para me deparar com Dylan (que era um amigo meu e de Alexis), me mandando mensagens, ou melhor, alguns prints de certas notícias que saíram naquele site de fofoca insalubre que era o “hot tea”.
Bufei.
Tinham inúmeras fotos minhas junto de Vanessa, algumas poucas de mim falando com Claire, e claro… diversas daquela dança i****a que ela teve com Alexis, aquele traídor do c*****o.
De qualquer forma, a pior parte nem eram as notícias chamando Alexis de: “o príncipe encantado de Gallagher”. Não. Eram os comentários, que simplesmente era um pior do que o outro.
Haviam várias pessoas fazendo teorias sobre quem havia traído quem naquele momento, sobre o que eu e Claire havíamos discutido por conta das nossas expressões, e pior ainda… tinha um foco gigantesco sobre o fato de que eu e Vanessa estávamos usando a mesma roupa naquele baile – o que era completamente injusto, porque convenhamos, eu nem mesmo fui consultado sobre aquilo…
Eu precisava falar com Claire sobre aquilo, para talvez irmos a público para desmentir tudo aquilo, mas… como? Eu duvidava muito que ela estava em casa, e sobre mensagens e tudo mais? Eu nem mesmo sabia se ela já havia me bloqueado em todos os lugares, ou não.
Enfim, não custava tentar.
— Por favor, Claire… atenda… — implorei enquanto ouvia aquele som repetitivo de chamada, o meu polegar logo vindo para a minha boca, a minha unha começando a ser mordida, — atende, nós precisamos…
— Olá, você ligou para Claire LeBlanc, e se eu não te atendi, espero que entenda que eu estou ocupada, então… ligue mais tarde. Tenha um bom dia.
Porra…
Era tão frustrante ouvir essa mensagem de voz mais uma vez, p**a que pariu! Era como ter um gatilho dentro de mim sendo ativado de novo e de novo.
Dylan.
Eu precisava pedir a ajuda do Dylan. Afinal aquele filho da p**a parecia ter olhos e ouvidos em todos os lugares, então ele era a minha opção perfeita para pedir ajuda, certo?
Abri a minha lista de contatos e procurei pelo nome daquele filho da p**a, e assim que eu liguei para ele, eu o ouvi atendendo com uma voz rouca de quem havia acabado de acordar.
— O que foi, Collins? Eu tava dormindo seu vagabundo… — Ele soltou com claro mau-humor.
— Não é hora pra isso, Dylan, eu preciso da sua ajuda! — Falei ao levantar da minha cama, praticamente em um sobressalto, — eu preciso que você ache a Claire para mim, eu tenho que falar com ela!
— Cara, já te falaram que perseguir a sua ex não é legal? Isso é crime, sabia? — Ele zombou, enquanto bocejava. E como era esperado dele, ele já sabia que Claire havia terminado comigo, — e outra, se você quer falar sobre aquelas fotos, esquece… ela não vai querer ir a público com você para falar algo, na verdade… acho que é até melhor para ela ficar quieta.
— Mas para mim não! Eu quero reconquistar ela, e o que vai acontecer se…
— Você conseguir e todo mundo descobrir que ela é corna? Meu caro… — ele deixou uma risada soprada escapar, — primeiro que você não vai conseguir, segundo… vão descobrir que ela tem chifre de qualquer jeito, você já viu o tamanho da galha que você colocou na cabeça dela?
Tive que respirar fundo naquele momento para não mandar aquele desgraçado ir parar no quinto dos infernos. Porque por mais que eu odiasse admitir, eu precisava da ajuda dele.
— Eu preciso evitar que isso aconteça, por favor! — Pedi mais uma vez, em uma tentativa desesperada, — o meu nome está em jogo!
— Se fosse apenas o seu nome, creio que seria mais fácil. — Ele riu, — mas me dê alguns segundos, acabei de pegar o meu notebook.
Respirei aliviado quando vi que ele iria me ajudar, o que me fez ficar ali esperando, enquanto eu escutava aqueles dedos digitando algo em uma velocidade que parecia quase assustadora.
— Então, vagabundo… ela está agora em um restaurante, o nome é “revenir à la vie”. — Ele soltou, o que me fez arquear as minhas sobrancelhas (porque eu não entendia nada de francês), — vou te mandar o nome escrito, pode ser? Você só vai precisar colocar o nome no GPS, e ir até lá.
— Okay, obrigado amigo! — Falei junto de certa velocidade, o meu corpo indo se arrumar o mais rápido que conseguia.
— Não precisa me agradecer, agora… você deve um favor. — Ele falou como o demônio que era, simplesmente desligando, me deixando sozinho com os meus próprios pensamentos.
Eu sabia que precisava ir rápido por conta dela estar em um restaurante – e eu não querer de jeito nenhum ter que ligar mais uma vez para Dylan naquele dia –, mas ao mesmo tempo, eu precisava estar bonito, apresentável para que ela não me mandasse embora de cara.
Sendo assim, eu apenas coloquei uma camiseta branca e uma calça de alfaiataria – por conta do lugar parecer algo mais informal –, passei o perfume que eu sentia que seria o mais apropriado para a ocasião, e joguei os meus cabelos para trás, afinal… eu não podia estar muito arrumado, mas ainda assim… precisava impressioná-la.
E assim que eu terminei de me arrumar correndo, eu corri para descer, pegando o meu carro e colocando o nome do lugar que Dylan tinha me mandado no privado no GPS, tentando ir até aquele lugar contra o tempo.
Eu já imaginava que tipo de reação Claire teria – o que apenas me deixava exausto só de pensar – mas ainda assim, eu me perguntava se algum resquício de amor por mim, havia restado dentro dela, para que ela me ajudasse a sair daquilo, para que tudo isso, talvez fosse esclarecido de forma apropriada.
Claro, eu não sabia como eu iria explicar sobre eu e Vanessa estando com o meu a mesma palheta de cores, e com roupas do mesmo estilista, mas… eu sabia que Claire iria pensar em alguma coisa, ela sempre conseguia pensar em alguma coisa para tudo ficar bem, a situação dar certo. Até porque, ela era praticamente a socialite da nossa geração, ela precisava ter noção dessas coisas, ainda mais para as coisas que ela planejava conseguir.
Sim, ela tinha que me ajudar.
Eu ia convencer ela a me ajudar.