Capítulo 30

1147 Words
CLAIRE LEBLANC A minha mãe continuava tentando me convencer a pensar sobre os meus sentimentos sobre Alexis, mas… e se eu estivesse confundindo tudo? E se eu estivesse simplesmente achando que eu tinha algo que não tinha? Isso me fez deixar a minha mãe falando sozinha depois de um tempo, simplesmente para subir até o meu quarto para tomar um banho, e o meu belo sorvete que estava me esperando como um cachorro fiel no congelador, logo foi pego por mim, para eu retornar novamente ao meu quarto, e colocar um filme romantico e i****a no meu notebook. Sim, eu sabia que podia simplesmente descer e ver isso na sala, com aquela tv gigantesca que tinha quase o tamanho de uma tela de cinema, porém, eu não queria ser incomodada por ninguém hoje, muito menos por Ivy LeBlanc — ainda mais com a pouca bateria social que eu parecia ter naquele instante. De qualquer forma, eu amarrei o meu cabelo para ele não me atrapalhar, e coloquei um filme que apenas pela capa, tinha cara de ser completamente duvidoso, o que queria dizer… que eu provavelmente gostaria, ou acharia a história levemente fofa. O filme de início não tinha nada demais para ser bem honesta, pelo menos não até o casal principal se encontrar e começar a ter o seu desenvolvimento, aquela troca de olhares, as flores, os chocolates, as juras de amor… Mas… era estranho ver aquele filme, porque eu não sabia se era pelo meu cansaço, ou pela coletiva de imprensa da qual eu tinha acabado de sair, porém, todas as coisas fofas que aconteciam, eu acabava imaginando como seria a minha reação caso… Alexis fizesse as mesmas coisas pra mim, comigo. Senti o meu rosto queimar. “Não, não, não! Claire Cecile LeBlanc, se recomponha! Não é assim que as coisas funcionam!” Eu falei para mim mesma em minha cabeça na esperança de que eu mesma entendesse algo simples como aquilo, “a sua cabeça ainda deve estar confusa, você ainda deve estar confusa! Eu sei que ele é um príncipe encantado, completamente o seu tipo, e…” Suspirei. Tirei o filme, desliguei e guardei o notebook, e simplesmente continuei a comer o sorvete que tinha apenas um restinho no pote, enquanto me obrigava a pensar naquele momento. — Eu me sinto atraída por ele, disso eu não tenho nenhuma dúvida. Mas… o que eu sinto quando ele está perto de mim? Quando me olha? — Tentei puxar alguma coisa em minha memória, e aquele olhar que aqueles olhos dourados me lançaram na coletiva de imprensa… foi a primeira coisa que me veio à mente. Aquele olhar que era tão cheio de sentimento, junto da mão dele que estava na minha cintura, praticamente me puxando para perto… Aquilo fez o meu coração acelerar. — Tá, talvez eu sinta algo por ele, contudo… calma! — Falei para mim mesma, uma das minhas mãos jogando os meus fios para trás, — eu preciso de um período de teste, um para ver se isso vai continuar, se o que eu sinto vai… ficar aqui por mais tempo. Afinal, é a coisa mais sensata a se fazer, certo? Certo! — Concordei comigo mesma de uma maneira completamente i****a, me sentindo uma protagosnista burra daqueles filmes de romance ruins dos anos 90. E eu sabia que não podia — e nem deveria — ficar tanto na minha cabeça, porque caso eu sentisse algo, eu poderia simplesmente deixar a minha chance passar, contudo… eu não conseguia parar de sentir medo, receio. Primeiro, porque assim como eu disse para a minha mãe, eu tinha acabado de sair de um relacionamento de m***a, então… e se eu apenas me apeguei a qualquer migalha de gentileza que me deram? E se eu… apenas estiver usando Alexis para me sentir melhor, como um suporte emocional ou algo assim? Porque ele me tirou praticamente do fundo do poço que George queria me afundar? Eram tantas perguntas, e uma parte minha se julgava por ter elas em mente, porque ao mesmo tempo que tudo parecia óbvio demais, parecia cada vez mais confuso, mais… complicado do que provavelmente, deveria ou era. E claro, ainda tinha o ponto de Ivy LeBlanc/a mulher que eu chamava de mãe, estar enganada, e Alexis Gallagher nem mesmo ter começado a gostar de mim — o que faria todos esses pensamentos, serem algo um tanto quanto inútil — mas honestamente? Eu nem mesmo conseguia pensar muito nessa hipótese, porque… aquele d***o em forma de mãe tinha razão pelo menos em um quesito, os olhos de um homem nunca mentem, e os olhos de Alexis? Se assemelhavam com os do meu pai, olhando para aquele rosto pálido que tinha tantas semelhanças com o meu. Eu sempre tinha estranhado isso em George, inclusive, mas sempre achei que era coisa da minha cabeça, e que talvez… nem todas as pessoas que amassem muito alguém, tinham os mesmos olhos que o meu pai, contudo, Alexis tinha. Porque assim como os olhos do meu pai se pareciam com duas esmeraldas recém lapidadas, os de eram iguais a ouro líquido, que tinha acabado de ser tirado do fogo, brilhante, vivo, quente… “Era assim que deveria ser desde o começo? Foi sempre assim que alguém deveria me olhar quando estava apaixonado?” Acabou brotando em minha mente de certo modo, porque quanto mais eu pensava no relacionamento que eu tive com George — se é que dava para chamar o que eu tive com ele assim — mais eu via que amada, era uma coisa que eu não parecia ter sido em nenhum momento, era mais como se eu fosse uma secretária com benefícios, porque além de resolver a vida dele em grande parte dos quesitos, eu ainda lidava com as papeladas que o pai dele o entregava, achando que o filho tinha alguma habilidade de saber o que fazer com as mesmas. — E pensar que eu fiz tudo aquilo de graça… — bufei ao pensar nisso, a minha mão esfregando o meu próprio rosto, pelo simples fato de eu me sentia a p***a de uma palhaça naquele instante. E o porquê disso, você me pergunta? Bom, é porque além de ter uma f**a que nem era tudo isso, eu trabalhei que nem uma v*******a condenada… de graça! E apenas só de pensar nisso, o meu sangue já começava a ferver, e podia ser impressão minha, mas eu tinha quase certeza que uma veia estava saltando em minha testa. Aquele filho da p**a! — Não bastava ter apenas me perseguido e agido como uma desgraçado quando terminamos, ainda teve isso! Argh! Como você releva coisas por amor! Que ódio! Aquele i*****l! — Comecei a xingar alguém que nem mesmo estava diante de mim naquele momento, o que me fez enfiar a minha cara no travesseiro de frustração. Eu não queria mais pensar em nada daquilo.
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