Sabe quem vai chegar de viagem hoje?

1131 Words
Atenção: Essa obra contém gatilhos, tais como; s**o explícito, alcoolismo, drogas e linguagem imprópria. Rede social da autora: @autora_marise Luana narrando Sozinha no meu quarto, eu separava algumas roupas para doar e outras para colocar na minha mala. No final de semana, eu, minha família, meus amigos e os pais deles vamos para a praia. Estou tão ansiosa que, mesmo faltando alguns dias, já comecei a arrumar a mala. Será que sou ansiosa? Meu celular vibrou, tirando-me dos meus pensamentos. Olhei e vi o nome da minha prima Giulia na tela. — Oi, prima! — atendi, sorrindo. — Oi, Lu! Adivinha quem chega de viagem hoje? — Giulia começou, com uma animação contagiante. — Quem? — perguntei, curiosa. — O meu querido e amado irmão, Gustavo! — Sério? Que legal! — exclamei, surpresa. — Faz tanto tempo que não vejo o primo Gustavo. — Pois é! Eu e minha mãe vamos buscá-lo no aeroporto às 14h. Quer ir com a gente? Olhei para o relógio e suspirei. Aquele horário era sempre caótico na loja da minha mãe. — Ah, não vou poder, Giulia. Sempre fica corrido na loja à tarde. Preciso ajudar a mamãe. — Para de ser chata, Lu! — ela reclamou, num tom provocador. Ri com a provocação, mas mantive minha resposta firme. — Giulia, eu realmente preciso ajudar a minha mãe. — Duvido que a tia vá se opor. Vou passar na loja às 14h, te pego lá. — Giulia, já falei que não dá... — Te vejo às 14h! — ela falou, sem me deixar terminar, desligando na minha cara. Suspirei e balancei a cabeça. Era tanto tempo sem ver o Gustavo que, no fundo, estava animada. Ele sempre foi um ótimo primo, um verdadeiro amigo, mas tinha suas pendências com o pai. Nunca entendi muito bem essa relação complicada. Depois de terminar de separar as roupas, fui para a lojinha da minha mãe, que ficava logo na esquina de casa. — Oi, mamãe! — disse ao entrar, dando um beijo carinhoso na sua bochecha. — Oi, filha! — ela respondeu com um sorriso acolhedor. Ela continuou organizando roupas numa arara, sempre com aquele brilho nos olhos de quem amava o que fazia. — Como está o movimento hoje? — perguntei, enquanto observava a loja. — Por enquanto está tranquilo, mas daqui a pouco isso aqui vai lotar. — falou com um sorriso que deixava transparecer seu bom humor. — Adivinha quem vai chegar hoje de viagem? — perguntei, provocando a curiosidade dela. — Quem? — ela respondeu, curiosa. — O primo Gustavo. — Mentira! Sua tia nem me contou nada. — Pois é, a Giulia acabou de me ligar. Elas vão buscá-lo no aeroporto às 14h. — E a sua prima não te chamou pra ir junto? — Chamou... mas eu prefiro ficar aqui e te ajudar. Minha mãe me olhou com aquele sorriso de canto, como se soubesse exatamente o que estava passando pela minha cabeça. — Não tá animada pra ver o priminho? — provocou, rindo. — Mãe, pelo amor! Lembra como vocês ficavam falando que a gente ia acabar namorando? Ela riu, lembrando claramente daquela época. E eu ri junto, porque era verdade. Gustavo e eu éramos muito próximos, fazíamos quase tudo juntos, e por isso todo mundo achava que tínhamos algo além da amizade. Mas, pelo que eu sabia, ele nunca me olhou de outra forma. — Lembro sim! Vocês dois eram tão bonitinhos juntos. — minha mãe respondeu, com um brilho nostálgico nos olhos. A conversa fluiu tão bem que nem percebi o tempo passar. Quando vi, o carro da minha tia estacionou em frente à loja. Ela e Giulia desceram do carro, ambas cheias de energia. — Vamos? — Giulia perguntou, já tirando os óculos de sol e me encarando com um olhar esperto. — Eu disse que não posso ir, Giulia. — Claro que pode, filha. — minha mãe respondeu, me surpreendendo. — Vai lá, eu fico bem aqui. — Por isso que você é a melhor tia do mundo! — Giulia exclamou, abraçando minha mãe com força. Suspirei, derrotada. — Nem me arrumei. — Ta querendo se arrumar pro meu irmão, né? — ela brincou, me lançando um olhar malicioso. — Você é muito engraçada, sabia? — respondi, sarcástica. Minha mãe fez um carinho no meu rosto, sorrindo de leve. — Vai lá, meu amor. Eu fico bem, prometo. Depois de dar um beijo na minha mãe, entrei no carro com elas e seguimos para o aeroporto. Quando chegamos lá, o voo do Gustavo estava atrasado, então nos sentamos em uma lanchonete. Pedimos sucos, e enquanto minha tia e Giulia foram ao banheiro, fiquei olhando o movimento. Foi quando o vi. Gustavo caminhava pelo saguão, os olhos percorrendo o ambiente, parecendo procurar algo.  — Gu, aqui! — acenei, e ele me olhou com um ar confuso, mas logo sorriu e se aproximou. — Luana? É você? — Ah, não me reconhece mais, Gustavo? — falei, meio nervosa, mas sorrindo. — Você está diferente. — respondeu, me olhando de cima a baixo. — Nem mudei tanto assim. — brinquei, e ele sorriu, me puxando para um abraço. Como ele era bem mais alto, meus braços ficaram ao redor de sua cintura, enquanto os dele envolviam meu pescoço. O abraço foi apertado, mas confortável, e fiquei com o rosto colado em seu peito. — Quanto tempo! — ele sussurrou, ainda segurando-me. Nos afastamos e trocamos sorrisos, mas antes que qualquer outra palavra fosse dita, minha tia e Giulia chegaram, fazendo a maior festa. — Meu filho! — minha tia exclamou, correndo para abraçá-lo. — Mãe, calma! Deixa eu respirar. — ele riu, tentando se desvencilhar. — Agora é minha vez! — Giulia saltou em cima dele, ficando pendurada. — Senti saudade de vocês! — Gustavo disse, rindo, com um brilho no olhar. Seguimos para o carro. Enquanto minha tia e Giulia foram na frente, fiquei no banco de trás com Gustavo. E, por algum motivo, ele não parava de me encarar. Tentei ignorar, mas o jeito que ele me olhava... Era diferente. Intenso. Marcante. Como se estivesse tentando entender algo. Quando finalmente chegamos em casa, me despedi deles e entrei, sentindo o cheirinho delicioso de comida. — Hmmm, que cheiro bom! — Estou fazendo torta de frango! — minha mãe respondeu, animada. — m*l posso esperar! — falei, espiando a torta. — E como foi no aeroporto? — O voo do Gustavo atrasou, mas deu tudo certo. — E ele continua bonitão? — Ah... Tá igual. — dei de ombros. — Então, continua lindo! Seu primo sempre foi um rapaz muito bonito. Eu já estava prestes a confirmar para a minha mãe que o primo realmente estava muito gato, quando ouvi o toque familiar do meu celular vindo do quarto.
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