CAPÍTULO UM-1

2094 Words
CAPÍTULO UM Reece se levanta ainda segurando o punhal empalado no peito de Tirus, paralisado em um momento de choque. Todo o seu mundo parece se mover em câmera lenta, e sua visão está turva. Ele tinha acabado de m***r seu pior inimigo, o homem responsável pela morte de Selese. Em função disso, Reece sente uma tremenda sensação de satisfação, de vingança e dever cumprido. Finalmente, um grande erro tinha sido consertado. Mas, ao mesmo tempo, Reece se sente entorpecido pela estranha sensação de preparação para saudar a morte, preparando-se para o fim que certamente se seguiria. A sala está cheia dos homens de Tirus, todos parados, também paralisados pelo choque, tendo testemunhando o evento que acabara de acontecer. Reece se prepara para enfrentar a morte e, no entanto, ele não sente qualquer pesar. Ele se sente grato por ter tido a oportunidade de m***r aquele homem, que tinha ousado acreditar que Reece realmente pretendia pedir desculpas a ele. Reece sabe que sua morte seria inevitável; ele está em grande desvantagem naquela sala, e as únicas pessoas naquele grande salão que estão a seu lado são Matus e Srog. Srog, ferido, está amarrado com cordas, em c*******o, e Matus está em pé ao lado dele, sob o olhar atento dos soldados de seu pai. Eles seriam de pouca ajuda contra aquele exército dos habitantes das Ilhas Superiores, todos soldados leais a Tirus. Mas antes que Reece morra, ele quer completar sua vingança, e tirar o maior número de vidas dos habitantes das Ilhas Superior que ele conseguir. O corpo de Tirus cai aos pés de Reece, morto, e Reece não hesita: ele extrai a adaga do peito dele e imediatamente gira e corta a garganta do general de Tirus, em pé ao lado dele; com o mesmo movimento, Reece gira o corpo mais uma vez e esfaqueia outro general no coração. Quando as pessoas no salão começam a reagir, Reece se move rapidamente. Ele pega duas espadas das bainhas dos dois homens que havia matado, e parte para cima do g***o de soldados que começa a se aproximar dele, matando quatro deles antes que ele tivessem a chance de reagir. Centenas de guerreiros finalmente entram em ação, se aproximando de Reece por todos os lados. Reece invoca todo o seu treinamento na Legião, todas as vezes que ele tinha sido f*****o a lutar contra grupos inteiros de homens, e à medida que eles o rodeiam, ele ergue a espada com as duas mãos. Ele não está preso pelo peso de uma armadura - como aqueles outros homens, ou por um cinto cheio de armas, ou um escudo; ele está mais leve e mais rápido do que todos eles e, furioso e encurralado, ele luta por sua vida. Reece luta bravamente, mais rápido do que todos eles, lembrando todas as vezes que ele tinha lutado contra Thor, o maior guerreiro que ele já tinha enfrentado, lembrando o quanto suas habilidades tinha sido afiadas. Ele leva ao chão um homem após o outro, desferindo golpes de sua espada contra inúmeros outros, à medida que faíscas voam enquanto ele luta com os adversários que o atacam em todas as direções. Ele dá voltas e mais voltas até que seus braços ficam pesados, cortando uma dúzia de homens antes que eles pudessem piscar. Mas mais e mais homens entram no salão, há simplesmente muitos deles. Para cada seis que caem, mais uma dúzia aparece, e a multidão se torna mais espessa quando eles se reúnem e pressionam sobre ele de todos os lados. Reece está respirando com dificuldade quando sente uma espada cortar seu braço e ele grita, com sangue saindo de seu bíceps. Ele se vira esfaqueia o homem nas costelas, mas o estrago já tinha sido feito. Ele agora está ferido, e ainda mais homens aparecem de todos os lados. Ele sabe que sua hora havia chegado. Pelo menos, ele percebe - grato, ele seria capaz cair em um ato de coragem. "REECE!" Um grito de repente atravessa o ar, uma voz que Reece reconhece imediatamente. A voz de uma mulher. O corpo de Reece fica dormente quando ele percebe que quem é aquela voz. É a voz da única mulher no mundo que ainda era capaz de chamar a sua atenção, mesmo no meio daquela grande batalha, mesmo no meio de seus momentos finais: Stara. Reece olha para cima e a vê em pé no alto das arquibancadas de madeira que cobrem os lados da sala. Ela está muito acima da multidão, sua expressão feroz, com veias salientes em sua garganta quando ela grita para ele. Ele vê que ela empunha um arco e flecha, e percebe quando ela aponta para o alto, para um objeto no centro da sala. Reece segue seu olhar e percebe qual é o plano dela: uma corda grossa, com vinte metros de comprimento, ancorando um imenso lustre de metal com 10 metros de diâmetro, recaindo sobre um gancho de ferro no chão de pedra. O equipamento é tão grosso quanto o tronco de uma árvore, e carrega várias centenas de velas flamejantes. Reece percebe: Stara planeja arrebentar a corda com uma flecha. Se ela acertar, derrubaria o lustre no chão e esmagaria metade dos homens daquele lugar. E quando Reece olha para cima, ele se dá conta de que está bem debaixo dele. Ela o está advertindo para que ele se mova. O coração de Reece bate acelerado pelo pânico ao mesmo tempo em que ele se vira, baixando sua espada, e corre descontroladamente na direção do g***o de atacantes, correndo para sair dali antes que o lustre despenque. Ele chuta e dá uma cotovelada atrás da outra, usando a cabeça para tirar alguns soldados para fora do seu caminho à medida que ele corre pelo meio do g***o. Reece se lembra de como Stara costumava ser uma boa atiradora enquanto criança - sempre superando os meninos, e ele sabe ela acertaria seu alvo. Mesmo enquanto ele corre com as costas expostas para os homens que o perseguem, ele confia nela, sabendo que ela não o desapontaria agora. Um momento depois, Reece ouve o som de uma flecha atravessando o ar, o barulho quando ela acerta a corda e, finalmente, o estrondo quando a peça de ferro maciço cai no chão depois de despencar do teto a toda velocidade. Há um tremendo choque que faz toda a sala tremer, e a vibração também derruba Reece. Reece sente um vento em suas costas, e o lustre por poucos centímetros não o acerta quando ela cai no chão de pedra, apoiando-se em suas mãos e joelhos. Reece ouve os gritos dos homens atrás dele, e ao olhar por cima do ombro ele vê o estrago que Stara tinha feito: dezenas deles jazem esmagados sob o lustre, há sangue por toda parte e os gritos dos homens presos preenche o ar. Ela havia salvado sua vida. Reece fica em pé, olhando para Stara, e vê que ela está em perigo agora. Vários homens se aproximam dela e, enquanto ela mira com seu arco e flecha, ele sabe é praticamente impossível que ela possa dar conta de todos eles. Ela se vira e olha ansiosamente para a porta, claramente pensando que eles poderiam escapar dessa maneira. Mas quando Reece acompanha seu olhar, seu coração cai ao ver dezenas dos homens de Tirus avançar e bloqueá-la, barrando as duas enormes portas duplas com uma viga de madeira grossa. Eles estão presos - todas as saídas bloqueadas, e Reece sabe que é apenas uma questão de tempo até que eles morram. Reece observa Stara procurar pelo salão, frenética, até que seus olhos repousam sobre a fila superior das arquibancadas de madeira ao longo da parede traseira. Ela faz um gesto para Reece enquanto corre naquela direção, e ele não faz ideia do que ela tem em mente. Ele não vê qualquer saída ali, mas Stara conhece aquele castelo melhor do que ele, e talvez tenha uma rota de fuga em mente que ele ainda não consegue ver. Reece se vira e corre, lutando pelo caminho enquanto os homens começam a se reagrupar e voltam a atacá-lo. À medida que passa no meio da multidão, ele tenta não se engajar em uma luta direta, focado apenas em abrir caminho através deles para poder chegar ao outro lado da sala. Enquanto corre, Reece olha para Srog e Matus - determinado a ajudá-los também, e tem a feliz surpresa de ver que Matus tinha agarrado as espadas de seus captores e esfaqueado os dois; e observa quando ele rapidamente corta as cordas que mantém Srog preso, libertando-o. Srog não perde tempo; pega uma espada e mata vários soldados que se aproximam dele. "Matus!" Reece grita. Matus se vira, olha para ele e, vendo Stara ao longo da parede oposta, percebem para onde Reece está correndo. Matus agarra Srog e, juntos, eles se viram e se dirigem até Reece, todos finalmente correndo na mesma direção. À medida que Reece abre caminho através da sala, ela começa a se abrir; não há tantos soldados ali naquele canto mais distante da sala, longe da saída barrada onde todos os soldados pareciam se concentrar. Reece espera apenas que Stara saiba o que está fazendo. Stara corre ao longo das arquibancadas de madeira, saltando cada vez mais alto sobre as fileira, chutando homens no rosto quando eles tentam agarrá-la. Enquanto Reece a observa, tentando alcançá-la, ele ainda não sabe exatamente onde ela está indo, ou qual poderia ser seu plano. Reece chega até o canto e pula para a arquibancada, saltando para a primeira fileira e então para a próxima, subindo cada vez mais até ficar uns bons cinco metros acima da multidão, na fileira mais alta da arquibancada de madeira, encostada contra a parede. Ele se junta a Stara, e eles caminham rente à parede seguidos de Matus e Srog. Eles têm uma boa vantagem sobre os outros soldados, com exceção de um, que se aproxima de Stara por trás. Reece salta para a frente e o apunhala no coração instantes antes que ele enfiasse um punhal nas costas de Stara. Stara ergue o arco e atira nos dois soldados que se aproximam por trás das costas de Reece segurando espadas, matando os dois com destreza. Os quatro se levantam, de costas para a parede no canto mais distante da sala, na parte mais alta da arquibancada, e Reece olha para fora e vê centenas de homens avançando pela sala, cercando-os rapidamente. Eles agora estão encurralados, sem ter para onde ir. Reece não entende por que Stara os tinha levado até ali, e sem conseguir ver qualquer meio de fuga, ele tem certeza que em breve todos estariam mortos. "Qual é o seu plano?" Ele grita para ela quando eles ficam lado a lado, lutando contra os homens. "Não há qualquer saída aqui!" "Olhe para cima," ela responde. Reece estica o pescoço e vê, acima deles, outro lustre de ferro com uma longa corda conduzindo todo o caminho de volta até o chão. Reece franze testa, confuso. "Eu não entendo," ele diz. "A corda," ela explica. "Agarrem-na, todos vocês, e segurem firme. " Eles fazem como ela pede, agarrando a corda com ambas as mãos e segurando com toda suas forças. De repente, Reece percebe o que Stara está prestes a fazer. "Tem certeza que isso é uma boa idéia?" ele grita. Mas já é tarde demais. Quando uma dúzia de soldados se aproxima deles, Stara pega a espada de Reece, pula nos braços dele, e corta a corda que segura o lustre. Reece de repente sente um frio no estômago quando todos eles, agarrando a corda e uns aos outros, disparam para o alto atravessando o ar a uma velocidade vertiginosa, rezando por suas vidas à medida que o lustre de ferro despenca até o chão. O lustre esmaga os homens abaixo deles e os impulsiona para o alto, pendurados na corda. A corda finalmente para, e os quatro ficam pendurados ali, balançando no ar, uns vinte metros pés acima do salão. Reece olha para baixo, suando, quase sem conseguir se segurar por muito mais tempo. "Ali!" Stara grita. Reece se vira, vê o enorme vitral diante deles, e percebe qual era o seu plano. A corda grossa corta as mãos de Reece, e ele começa a escorregar com o suor. Ele não sabe mais por quanto tempo ele poderia se segurar. "Eu estou perdendo a força!" Srog grita, tentando o seu melhor para se segurar apesar de seus ferimentos. "Nós precisamos balançar!" Stara grita. "Precisamos de impulso! Chutem a parede!"
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