Mikahel
Chegamos à Itália a pouco e Alek já não perdeu tempo, logo ele quis mais informações sobre as últimas 24 horas de Melina contendo cada passo que ela deu e eu apenas comecei a resolver os meus assuntos, pois não quero ficar mais que o necessário. Quando ele decide sair para vê-la, fico no hotel bebendo um pouco e recebo por e-mail alguns relatórios referentes as cargas que irei verificar e que estão com destino para a Rússia no dia seguinte.
Não sei quanto tempo Alek ficará, mas assim que eu acabar tudo aqui irei embora.
Me sirvo de uma bebida lendo os e-mails e logo depois, saio indo ao porto que é ponto de encontro e separação das cargas. Vejo os caixotes lacrados em disfarce e confiro um por um vendo se bate com a quantidade descrita nos relatórios, vejo também quem está a frente das cargas e que irá acompanhar até o destino onde faço o p*******o de trinta porcento antecipadamente e informo que restante será depois quando chegar completo ao destino.
A carga não é imensa, mas é mediana tomando bastante do meu tempo e quando noto já é tarde e por isso, compro algo na rua para comer. Decido encerrar depois de quase tudo estar nos conformes, eu volto para o hotel encontrado a suíte praticamente destruída na sala onde fica até difícil de andar e Alek está de pé na janela com um copo na mão olhando para fora.
— Que p***a* foi essa? — Pergunto sem entender nada e não vejo nem onde me sentar.
— Melina... — Responde ainda na mesma posição bebendo uísque. — Deixa essas merdas* ai que depois alguém limpa.
— Mas não entendi. — Respondo tentando passar, mas tem muito entulho. — O que tem ela?
— Ela beijou alguém... — Paro no mesmo lugar olhando para ele. — Como p***a* isso aconteceu? — Questiona quase quebrando o copo na mão.
— c*****o*..., o que vai fazer? — Pergunto alguns segundos depois e ele ainda se mantém intacto.
— Ainda não sei, mas..., quero adiantar o casamento! — Responde me fazendo pensar.
— Tem certeza de que foi só um beijo? — Alek hesita um pouco e antes que ele fale, continuo. — Precisa ter a plena certeza, conhece as regras e sabe o que acontece em casa de dúvida. — Falo tendo a sua atenção.
— O que sugere? – Pergunta, mas sei que ele tem a resposta.
— Você sabe o que tem que fazer..., se essa conversa vazar, você terá que contornar e mesmo tendo a convicção já dará merda*, agora imagina não a tendo... — Respondo tentando ir ao quarto tropeçando nos destroços e começo a chutar tudo.
Alek não diz nada ficando apenas parado, bebendo e pensando, mas ele sabe que eu tenho razão
Com certa dificuldade, consigo passar pelos entulhos e entro no quarto fechando a porta louco por um banho e depois, me jogo na cama esperando o sono vir.
Sou grato até hoje por não ter precisado me firmar com ninguém, porque não quero casamento e muito menos me prender a uma pessoa aonde sempre chega a hora de dar merda*, e não nasci para isso. Não tenho paciência. Alek teve a má sorte de ser dado em aliança, Irina terá o mesmo destino que em breve terá um direcionamento e eu, bom, posso viver tranquilamente a minha vida sem problemas por um bom tempo.
Respeito as mulheres, mas não quero me prender e casamento é algo para se ter certeza e a minha é que não preciso. Deveria almejar isso já que os meus pais têm um casamento sólido na máfia e não vivem de aparências como inúmeros, eles são muito mais do que os membros veem nos eventos, mas isso é uma raridade que se pode contar nos dedos de uma mão só.
Não acredito que terei a mesma sorte que eles.
Gosto da vida leve que tenho e dos prazeres* que me rodeiam, então, estou muito bem assim.
[...]
Acordei pela manhã bem cedo me preparando para despachar a mercadoria de vez, porém, depois de estar arrumado, ouvi vozes que mostravam que Alek estava com alguém na sala. Ao olhar pela a******a da porta, vi Paolo, pai de Melina parecendo devastado e foi quando lembrei do assunto que Alek comentou, porém, um tempo depois em que a conversa mudou, eu apenas passei por eles indo à saída resolver os meus assuntos.
Essa situação de Alek é só mais um motivo de eu não querer me envolver com alguém, isso só traz dor de cabeça, coisa que não quero agora. Na verdade, não me vejo me casando nunca, não é algo que almeje na vida e acredito que ficar só é mais tranquilo.
Tenho o meu trabalho, minhas metas, minha família e não sinto que falte algo.
No lugar de Alek não sei o que eu faria, mas provavelmente não iria aceitar algo do tipo porque quem nasce na máfia sabe das regras e sabe muito bem o que acontece em caso de descumprimento, porém, sei que Alek tem sentimentos por ela e só por isso é que tenho a certeza de que ele irá cobrir esse acontecido, então, deixo isso para lá já que não tenho nada a ver com isso.
Depois que consegui resolver todos os meus assuntos e colocar homens de confiança para acompanhar a trajetória da entrega. Recolho os relatórios e as suas cópias para enviar antecipadamente para o meu pai na Rússia por e-mail e assim, o dia vai passando.
— Acredito que não ocorrerá problemas..., chegará intacta dessa vez. — Francisco me garante depois de tudo realocado.
— Espero, quero voltar o quanto antes para à Rússia. — Falo terminando de olhar as notas de referências.
— O Don Ivanov nunca foi de ter esses problemas..., começou recentemente e estou confiante de que agora não tem erro. — Guardo tudo dentro do envelope e o entrego.
— Ótimo, como não tenho mais nada a fazer aqui... — Falo recebendo o “ok” do meu pai. — Vou indo.
— Tudo bem, até breve! — Eu o cumprimento e coloco os meus óculos.
Saio do porto e agora é só esperar a mercadoria chegar na Rússia. Entro no carro passando em algum lugar para comer algo rápido e depois, volto ao hotel encontrando Alek ao telefone não tendo uma cara muito boa.
— Eu ligo depois. — Ele fala desligando a ligação.
— Vai ficar? — Pergunto olhando as horas.
— Vou..., tenho umas coisas a resolver. — Aceno já imaginando o que se trata.
— Eu não tenho mais nada aqui, então, vou pegar o jatinho e te devolvo. — Falo não querendo ficar mais.
— Já fez tudo? — Ele questiona e vejo um pote de amendoim na mesa onde pego alguns.
— Claro, acabou de ser despachado. — Dou de ombros enquanto mastigo.
— Tudo bem..., mas ainda não sei quando volto. — Nem consigo fingir surpresa.
— Imaginei..., vou preparar as minhas coisas. — Falo indo ao quarto.
Alek não questiona e nem fala nada, então, guardo as poucas coisas que trouxe pronto para sair e voltar a Rússia.
Sinto uma enxaqueca dos infernos* começar a latejar e só piora quando lembro que preciso passar no bordel. Amanhã é dia de buscar os lucros da semana e agora, preciso chegar o quanto antes para não atrasar os pagamentos e assim, me despeço dele indo ao aeroporto.
Sei que Alek vai resolver tudo e sei mais ainda que ele não precisa de mim agora.