✔ 14. O segredo revelado

1338 Words
✔ 14. O segredo revelado: Nem tudo na vida é fácil, em muitos momentos somos levados a enfrentar situações extremas. Aprendemos com erros e acertos. Não seguimos um roteiro. A grande maioria não segue um roteiro, faz planos, vive um dia após o outro. Mas Giancarlo não faz parte da grande maioria. Seguiu o roteiro que planejou, se mostrava um príncipe, quando na realidade era um bandido. Talvez bandido não seja a denominação correta para quem ele era. Doente talvez o defina melhor. Para a sociedade o homem perfeito, ofendido, injustiçado ao ser chamado de político corrupto. Casado com uma jovem, delicada, frágil, doce. Ninguém poderia imaginar o que motivou o casamento com Fiorella. Amor! Isso mesmo, o amor foi o responsável por Fiorella se tornar esposa de Giancarlo. Ele se casou com ela por amor. Difícil de acreditar! A pergunta ainda continuava sem resposta. _ O que o segurança aceitou? Os dois homens aguardaram com expectativa a resposta. E ela veio. _ Ele se aceitou homossexual. Disse com todas as letras. _ c*****o! Samuel esqueceu que estava sendo gravado e filmado. Porém o impacto com a resposta mesmo esperando a que foi dada, o fez perder o controle. _ Desculpa! Foi uma grande surpresa para mim. Justificou-se. _ Sem problemas. Quando decidi vir aqui hoje já imaginava que tudo o que tenho a dizer será um pouco impactante. Não era pouco impactante, era muito impactante. _ Ficará ainda mais surpreso, quando terminar de falar tudo. Benjamin pensou, coçou a cabeça. Se achou louco. Juntou o dedo médio com o indicador, os colocou de um lado do queixo, do outro o polegar, ficou fazendo movimento de pinça. Já tinha visto muitas coisas naquela delegacia, mas aquilo era demais. Estranho por assim dizer. Giancarlo continuou. _ Passei a viver uma vida dupla, o Giancarlo que todos conhecem, e caminhando lado a lado com este, o Giancarlo escondido. Vivia bem assim, aprendi a ser discreto, a reconhecer os meus possíveis parceiros. Vivia meus casos sem que ninguém soubesse ou pudesse desconfiar. Benjamin e Samuel precisam saber de mais, o fato dele ser homossexual não interessava ninguém. _ Mesmo assim se casou com Fiorella, poderia ter continuado a viver sua vida fazendo o que gostava. Benjamin expressou sua opinião, uma forma de o fazer fazer falar sobre suas motivações. _ Concordo. Aquela coisinha cruzou o meu caminho e mudou tudo. _ Por que se casou com Fiorella? Com tudo o que falou até agora não faz sentido. A resposta seria chocante e ainda sim não faria sentido. _ Eu tinha tudo sob controle, dono das minhas vontades, mas perdir o controle quando me apaixonei. Vivia muito bem quando era apenas desejo, t***o, sexo sem compromisso. _ Você se apaixonou por Fiorella? Samuel perguntou. _ Jamais seria capaz de me apaixonar por aquela mosca morta, sem graça. _ Se apaixonou por quem então? Benjamin foi quem perguntou. _ Por Fabrizio! _ p**a que pariu! Mas que merda! _ c*****o! Essa foi demais. Os dois estavam mais que surpresos, o homem a frente deles estava calmo, não havia sinal algum que indicasse que mentia. _ É notável que estão surpresos, diria que espantados, com o fato de ter me apaixonado por Fabrizio. Simplesmente concordaram, não desejavam falar algo e dizer alguma besteira. _ Em uma noite conheci Fabrizio, o desejo veio de forma imediata. Sabia que ele não é como eu. Estava desejando o impossível. Giancarlo estava calmo, falava pela primeira vez sobre seus sentimentos. _ Quando dizem que uma pessoa apaixonada fica b***a, é uma grande verdade. Fiquei b***a. Mesmo sabendo qual era a realidade, como um bom i****a tentei uma aproximação. Pensei que poderíamos ser pelo menos amigos. Uma estupidez da minha parte, ele quase não conversava, suas respostas eram monossílabos, sempre sério. Provavelmente se falasse a Fabrizio sobre o seu interesse, ele não teria uma boa reação. Os beijos que deseja seriam transformados em socos. _ Sempre ignorava a minha presença, para ele eu simplesmente não existia. Pensamento de Benjamin: "Eu seria exatamente igual a Fabrizio, o ignoraria sem dúvidas." _ O tempo foi passando tudo continuava igual. A ideia de um casamento para mostrar aos eleitores que era um homem de família surgiu através de um secretário de campanha. Logo após Gioconda, mãe de Fiorella me procurou, conversarmos, ficou meio que acertado sobre o casamento. Não tinha certeza, se era o certo a fazer. _ O que o fez ter certeza? Benjamin indagou sobre suas motivações. _ Estava acertado com Gioconda que conversaria com Fiorella em uma festa. Mas deu tudo errado. Fabrizio também estava lá. Fiquei o observando de forma discreta, para ninguém perceber meu interesse nele. Ninguém percebeu que eu o olhava, mas eu percebi exatamente o momento em que ele colocou os olhos nela. Aquela coisinha, estava tendo o que eu sempre desejei. Ódio! A odiei desde aquele momento. Dei um jeito de conversar com a mãe dela, acertei tudo. Não permitiria que aquela coisinha ficasse com o homem que eu queria para mim. _ Esta dizendo que se casou com Fiorella, para que Fabrizio não ficasse com ela? _ Exatamente. Ele a amou, eu o amava, ela tinha o que eu desejava. Bom, se eu não pude ter, ela também não teria. Mais uma vez Benjamin julgava que sua teoria sobre o amor estava certa. _ Muitos dizem que "o amor e o ódio anda lado a lado". Concordo, são intensos na mesma proporção. Fabrizio passou a pensar em mim, com ódio, mas pensava. Na mesma proporção eu pensava nele, mas com amor. Giancarlo era um doente, era a única explicação possível. _ Nós três sofremos. Eu o amando em silêncio. Fabrizio por querer Fiorella. Fiorella sofria nas minhas mãos. Nossas vidas ligadas pelo amor e o ódio. _ Esta dizendo que o seu amor por Fabrizio, o motivava a agredir Fiorella? Era preciso confirmar. Samuel estava perplexo, de suas orelhas quase era possível ver fumaça saindo, estava queimando muitos neurônios para processar tantas informações. _ Sim. A punia por ter conseguido o que eu não poderia ter. Poderiam o considerar mais que um louco. Estava claro, se não fosse Fiorella seria qualquer outra mulher, por quem Fabrizio pudesse se apaixonar. Ele aproveitou a oportunidade quando a mãe dela facilitou o caminho para ele, movida por seus próprios interesses. _ Sabe que diante da sua confissão será preso? _ Não tem importância. _ Esta dizendo que não importa em ser preso? Louco mesmo. _ Não. Nada mais tem importância. A coisinha conseguiu o que eu nunca terei. De Fabrizio pude apenas me contentar com seu ódio. _ Sabe o que os outros presos fazem com homens que agridem mulheres? _ Imagino. Não poderão me atingir, já estou morto em vida. Nenhuma dor física se compara com a dor que sinto. É imensurável. Para dores físicas existem remédios, para a minha não. E não existe dor pior do que aquela que há medicamento que possa a curar. A dor da alma é de fato imensurável, mesmo agindo de forma c***l, desumana, Giancarlo sofria por seu amor impossível. _ Quando não se existe mais remédios que alivie a dor, tudo já se acabou... Samuel nada dizia, já tinha vivido muitas experiências estranhas no trabalho, mas sentir que o amor impossível de Giancarlo, o levou a agredir uma mulher inocente, para atingir o homem que amava, para ter pelo menos o seu ódio, o impactou. Assim como o ver sofrer, um homem c***l, sofrendo por amor. Benjamin a cada dia se agarrava a certeza de que o amor não era um bom sentimento. O sofrimento sempre o rondava. Porém algo é inegável, ninguém é capaz de dizer o tamanho da dor ou sentimentos de outra pessoa. Cada pessoa é única no sentir ou não sentir. ... Este capítulo também será publicado em, "Ums pequena Flor no Jardim de Fabrizio", será o capítulo oitenta e quatro da história. O capítulo é repetido para as histórias poderem ser lidas de forma independente sem prejuízo da leitura. ...
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