Capítulo 4

1960 Words
Anne -Seus pais acabaram de sair e só falta nos trocar. Informei empolgada, pareia que haviam borboletas brincando em meu estômago. Nossos cabelos e maquiagens feitas e vestindo pijama não era nada convincente de que ficaríamos em casa para assistir filmes. -Você viu a cara de papai, a nossa sorte que Michaela conseguiu toda sua atenção hoje usando seu charme. -Sua mãe é bem persuasiva quando quer! Comecei a me despir e colocar meu vestido. Estava me olhando no espelho quando Ester saiu do banheiro. -Uau Anne você está uma gata! Os caras vão ficar duro só de te ver, vai estar cheio de soldado gostoso lá. Ela disse enquanto trocava a roupa. -Ei você não estava apaixonada, achei que teria só olhos para o italianinho. Olhei pra ela incrédula. -Amiga eu não sou cega e isso não me impede de babar por outros. Ela deu um sorriso sacana. -Ei você não achou o meu vestido muito curto? Aquele dia na loja estava melhor. Disse analisando o meu reflexo no espelho. -Não, está ótimo. Agora vamos antes que seu pai mande Antony aqui só pra ter certeza que estamos em casa. -Isso, melhor irmos de uma vez, não quero arriscar. O segurança estacionou em frente da boate, a fila estava longa porém fomos direto até o segurança nos identificando e ele prontamente nos deixou entrar. Passamos as cortinas vermelhas e seguimos por um corredor onde se conseguia ouvir o som alto no fim e luzes que dançavam conforme a batida. Ester segurou em minha mão enquanto tentávamos atravessar a multidão para chegar até o bar. -Vamos beber essa noite até não aguentarmos. Ela gritava para eu poder escutar enquanto seu corpo se movia conforme a vibração da música. -Ei e aquela conversa com a sua mãe de nos comportar. A expressão em seu rosto de ter comido algo azedo foi impagável. - É brincadeirinha. Coloquei as mãos pra cima em rendição. - Vamos nos divertir é a noite das garotas, nada de preocupação! Ela disse descontraída continuando a se movimentar. Chegamos até o bar e Ester chamou um dos homens erguendo a mão e falando algo no meu ouvido que não consegui distinguir por conta do barulho, me encostei no balcão em direção para onde as pessoas dançavam e percebi vindo em nossa direção um homem loiro, ele estava olhando para o meu lado e sorrindo. -Achei que não fosse mais vir. Ele abraçou ela e deu um beijo no seu rosto. -Eu não perderia isso por nada Aidan, quero esfregar na cara da sociedade o quanto estou gostosa. Bom o que dizer, essa era minha amiga. -Sim você está muito linda Ester. E a sua amiga não vai apresentar? Ele me olhou dando um sorriso de canto. -Ó vai dizer que você não reconheceu a Anne? Ela gesticulou apontando o dedo para mim. Como assim não me reconheceu? Eu conheço ele então pensei confusa o que provavelmente ficou estampado no meu rosto. -Olá, prazer. O cumprimentei estendendo a mão. -Anne, a mesma Anne filha do Capo Lansky? Ele me olhou incrédulo, mas a pergunta era feita pra minha amiga. -Sim ela mesmo querido, só peço um favor Aidan ninguém pode saber que você nos viu aqui estamos entendidos? Só queremos dançar um pouco e em seguida estamos indo embora, nada de confusão. Ela piscou pra ele. -Da mesma forma digo eu, se algum soldado me ver falando com vocês e não avisar ao Capitão Franz ou ao Subchefe Klaus que eu não disse nada a eles com certeza me cortam a língua para nunca mais falar nada. Aidan fez uma cara de apavorado. -Então ninguém viu ninguém para todos os efeitos soldado, será o nosso segredinho. Eu falei pra ele. Olhamos em direção ao bar novamente e dei uma última espiada para trás mas Aidan já havia sumido. Ester chamou o Barman mais alto fazendo com que viesse rápido dessa vez. -Queremos duas tequilas para cada só para calibrar. Disse ela com um sorriso largo no rosto se apoiando no balcão do bar fazendo com que seus s***s se espremessem. -Uma pra mim já está ótimo. Eu disse ao Barman sem graça. -Negativo a noite é uma criança Anne! Vê duas tequilas e depois queremos algo que contenha vodka querido. Ester me deu uma piscadinha. Revirei os olhos a contra gosto porém acabei cedendo. É hora de viver o momento e relaxar, tentava me policiar o tempo todo para ficar mais tranquila e tirar essa tensão dos meus ombros. Coloquei um pouco de sal na mão e virei meu segundo copo seguido com a tequila, aquele líquido queimou minha garganta, mas o limão que estava na outra mão fez amenizar. Eu já estava animada reencontrei umas amigas, a música martelava em minha cabeça fazendo com que meu corpo seguisse o ritmo. Nessa altura Ester já devia estar com algum carinha por aí, então não quis ir atrás dela. Estava distraída conversando quando notei Klaus, não sei se foi o álcool, mas nossa como ele estava lindo, tomei coragem e fui prontamente falar com ele. -Klaus! Chamei ele alto por causa do som, ou seria por conta da bebida, merda não era nem para eu ter chamado ele. -Anne, como você veio parar aqui? Disse surpreso, me analisando de cima a baixo. -Vim com a Ester, cheguei ontem de viagem e ela queria comemorar. Falei um pouco enrolada fazia tempo que não bebia. -E seu pai sabe que você está aqui com tudo que está acontecendo? Ele me olhou com semblante sério. Klaus sempre foi legal, mas agora ele parecia mudado. Quando éramos mais jovens ele era tão gentil, agora ele estava com uma expressão mais sombria e músculos por todos os lados. -Digamos que eu falei em partes sobre a festa pra ele. Falei sorrindo tentando não pensar muito como meu pai iria reagir. -Anne isso aqui não é brincadeira, estamos em guerra! Além dos russos agora eu tenho que me preocupar com aqueles malditos italianos, e você sendo filha do Capo era para estar com pelo menos cinco soldados junto há você! Ele fez cara de poucos amigos e começou a me arrastar pelo braço. -Espera Klaus eu estou com a Ester, foi o nosso soldado que nos trouxe, deixa eu chamar ela e nós iremos embora agora mesmo. Estava um pouco tonta devido à bebida, mas estava me concentrando para encontrar minha amiga. Ester estava no bar conversando com o soldado Aidan novamente quando me avistou também, mas depois que ela viu Klaus comigo o sorriso do seu rosto desapareceu. -Ester vamos agora. Falei com urgência puxando ela. -Ei Anne espera não precisa me puxar desta maneira. Ela puxou seu braço novamente se recompondo. -Soldado acompanhe elas até o carro para que seus seguranças às levem imediatamente para casa. Klaus mandou. Aidan confirmou e foi abrindo caminho na frente. Dei um leve aceno com a cabeça para Klaus e segui em direção a saída junto com Ester, mesmo ela protestando atrás de mim. Seguimos o subordinado de Klaus até o nosso carro onde havia dois soldado nos esperando, um deles foi em direção à porta do carona abrindo para nós, quando um tiro de longe o acertou na cabeça fazendo com que ele caísse ao chão, as pessoas que estavam na rua conversando começaram a gritar e correr, virou uma confusão, Aidan gritava para nós seguir ele até o homem que estava morto para poder entrar no carro. Fiquei apavorada mas peguei a mão de Ester com toda minha força. -Entrem no carro! Aidan gritou me fazendo acordar de meu ligeiro transe e o mais rápido que pude puxei minha amiga próximo a mim fazendo com que ela entrasse comigo dentro do carro enquanto Aidan lacrava a porta com força. O motorista deu partida cantando o pneu no asfalto, ouvia-se muitos tiros e gritos, para nossa sorte o carro era blindado, olhando para trás vi um carro nos seguindo a toda velocidade. -Estão nos seguindo, vamos para a minha casa meu pai deve estar lá e os soldados vão reconhecer o nosso carro não precisaremos parar, Antony vai nos ajudar, vamos ficar bem. Gritava atropelando as palavras nervosa. -Meu Deus quem será que nos atacou? Ester estava em estado de choque. -Foi a máfia Russa senhora, eu vi quando eles chegaram mas era tarde demais para avisar, chegaram atirando. Ele estava com os olhos fixos na rua enquanto dirigia rápido. Olhei pra trás e vi que o carro continuava nos seguindo em alta velocidade. -Vamos Ester se acalme, nós vamos conseguir estamos quase chegando em casa. Tentei acalma-lá mas eu mesma estava com as pernas tremendo, nunca havia sido atacada e perseguida antes. -Anne eu não quero morrer. Disse ela chorando. -Nós não vamos morrer, já estamos chegando! Consegui avistar os soldados que estavam fazendo a ronda na entrada da casa. Por sorte a boate era bem próximo da onde morava. O motorista de longe deu dois sinais de luz que era o código quando alguém estava em perigo. Prontamente as cancelas foram abertas, avistei dois homens em cima da guarita com metralhadoras em mãos, começaram a atirar no carro atrás de nós, olhei pelo retrovisor e vi eles dando fuga novamente. O carro de John estava estacionado na frente junto com outros três carros que eu não reconheci. -Acho que eles já sabem o que aconteceu, seus pais estão aqui e tem outros carros também que eu não conheço Ester. Fui descer do carro e quase caí ao chão, não sabia que estava tão trêmula, peguei minha amiga pela mão e a trouxe junto comigo para entrar em casa. Antes que eu pudesse abrir a porta meu pai estava nela com o olhar furioso e Ester não parava de chorar nos meus braços. Gaia passou pelo meu pai para nos acudir, me senti mais segura quando avistei ela. -Você me mentiu e colocou sua vida em risco! Meu pai gritou, eu nunca havia visto ele daquela maneira na minha vida. -Por favor Sr. Miller deixa eu levar as meninas para a cozinha para acalmá-las, elas quase foram mortas essa noite. Gaia suplicou para ele. -Tire elas da minha frente, vou tentar contornar a situação que se instalou na minha sala e logo irei te chamar Anne, e não quero nenhum escândalo, estamos entendidos? Ele me fuzilou com o olhar. -Sim papá, só vou tomar um pouco d'agua estou muito nervosa. Meus olhos estavam ardendo, mas não quis chorar na sua frente, precisava acalmar Ester e tentar contornar a situação que estava acontecendo. Gaia foi nos guiando pela lateral da casa. -Gaia porque não entramos pela frente? -Não Anne, vamos ligeiro não quero que aquele homem te veja agora. -Que homem Gaia? Do que você está falando? Arregalei os olhos para ela. -Filippo Bonanno o Don da Cosa Nostra está em uma reunião com os pais de vocês na sala menina, e é muito grave. Agora era Gaia quem estava em pânico. Deus eu não estava entendendo mais nada, me sentei na bancada da cozinha junto com Ester que por hora havia se acalmado e estava prestando atenção no assunto. Gaia limpou as lágrimas e trouxe água. -Anne você não entende, Filippo Bonanno o capo de todas as famílias da Itália, o chefão está aqui na sua casa, é porque o negócio é muito sério. Ester falou. -Por isso meu pai estava tão furioso, provavelmente ele achou que eu o envergonhei, mas ele tem que entender que fomos atacadas não tivemos culpa de nada, quando ele nos chamar vamos pedir desculpas e tentar sair o mais depressa daquela sala! Disse com firmeza. *Pessoal obrigada por estarem lendo meu livro. *Por favor não se esqueçam de votar!! Cada estrelinha é muito importante e de grande incentivo para mim.
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