O FORA-DA-LEI - 05

1335 Words
Num gesto impulsivo, ela alcançou seu celular, cuja tela brilhava como um farol em meio à escuridão da noite eterna. Os números do telefone de Madana pareciam dançar diante de seus olhos, como espectros do passado clamando por redenção. Com mãos trêmulas, ela digitou os dígitos, sentindo a eletricidade pulsante correr por suas veias como uma correnteza selvagem, arrastando-a para o desconhecido com a promessa de uma conexão iminente, mas também com o presságio de uma catástrofe iminente. O telefone toca em uma pequena sala iluminada pela luz suave do final da tarde. Madana estica o braço e atende, seu rosto se iluminando com um sorriso ao reconhecer a voz do outro lado da linha. - Alô, quem fala? – ela pergunta, sua voz suave e animada. - Alô, Madana? – A voz do outro lado soa familiar, cheia de energia. - Sim. Quem é? – Madana responde, sua curiosidade despertada. - Aqui é Sandrine. – A voz da outra mulher é cheia de entusiasmo, e Madana pode ouvir o sorriso em suas palavras. Madana ri suavemente, após saber quem é que está te ligando: - Fala garota! Pensei que você não fosse ligar, sabia? Já estava perdendo as esperanças! Enquanto as palavras flutuam pelo ar, Madana observa o sol dourado que atravessa a janela, pintando padrões de luz no chão. O cheiro suave de incenso paira no ar, misturando-se com o aroma reconfortante de café. Ela balança levemente a cabeça, sua mente já se movendo para o que está por vir. Seus olhos, uma mistura de esmeralda e safira, brilham com uma vivacidade que ilumina a sua alma. Uma brisa suave acaricia seus cabelos, que fluem em cascata sobre seus ombros, refletindo os tons quentes do crepúsculo. Ela se encontra envolta em um vestido leve, cuja cor harmoniza-se perfeitamente com os tons alaranjados do céu poente. Cada movimento gracioso que ela faz parece coreografado pela própria natureza, enquanto ela ri suavemente, uma melodia doce que se mistura ao ambiente sereno. Seus lábios, levemente rosados, curvam-se em um sorriso encantador, revelando uma serenidade interior que emana de sua essência. - Eu estava vendo qual que era o melhor horário. – Sandrine responde, e Madana pode imaginar sua expressão travessa do outro lado da linha – Mas me diz: qual é a boa de hoje? Enquanto as palavras ecoam, Madana observa os pequenos detalhes ao seu redor. As plantas verdes penduradas nas prateleiras, oscilando suavemente com a brisa que entra pela janela entreaberta. O som distante de crianças brincando na rua adiciona uma trilha sonora suave à conversa. Ela sorri, sentindo a animação borbulhante de sua amiga ecoar dentro dela. - Ah, tenho algumas ideias... – Madana responde, sua mente já correndo com possibilidades enquanto ela se prepara para mais uma noite cheia de aventuras com sua amiga – Sabe onde fica a pista de skate perto da praia? Tem um pessoal que vai se encontrar lá, pra de lá irem a uma festa que vai rolar numa casa que fica na rua dos fundos de um pub que fica de frente para essa mesma pista. Apareça lá às nove da noite, e leve um vinho. A luz do sol banhava suavemente a sala de estar, criando um ambiente acolhedor enquanto Madana e Sandrine conversavam animadamente. O aroma de café fresco pairava no ar, misturando-se com o perfume floral que Sandrine usava. - Uau, isso parece divertido! Vou adorar ir. – Sandrine perguntou, seus olhos brilhando de empolgação – Mas espera, que tipo de festa é essa? Madana sorriu, seus lábios curvando-se em um arco animado. Ela gesticulou com as mãos em seu quarto, enquanto explicava: - Ah, é uma daquelas festas improvisadas, sabe? Tipo um encontro de amigos que acabam chamando mais gente e a coisa toda cresce. Sem grandes pretensões, apenas diversão garantida. Enquanto ela falava, imagens de festas anteriores dançavam na mente de Madana. Ela podia sentir a vibração da música, ouvir o riso contagioso e saborear os petiscos deliciosos que sempre pareciam infinitos nessas ocasiões. Só que Sandrine apenas imagina a coisa toda: - Legal! Eu estava mesmo precisando relaxar um pouco. – Sandrine respondeu, sua voz vibrante de antecipação – Estarei lá às nove, com o vinho em mãos. - Perfeito! m*l posso esperar para te ver. E a propósito, como foi o seu dia hoje? – Madana perguntou, seu interesse genuíno refletido em seus olhos brilhantes. - Ah, foi corrido como sempre... – Sandrine suspirou, lembrando-se das demandas do dia – Mas consegui resolver algumas pendências do trabalho, então estou me sentindo mais leve agora. E o seu dia? - Foi tranquilo. Fiquei em casa, pintei um pouco, e depois decidi descansar. – Madana assentiu, compreendendo – Afinal, precisamos dar um jeito de relaxar mais vezes. Um sorriso caloroso se espalhou pelo rosto de Sandrine: - Concordo totalmente! É sempre bom ter um tempo para os amigos. Mas agora, vou me preparar para a festa. Nos vemos mais tarde então. - Até logo, Sandrine! – Madana acenou enquanto Sandrine se levantava, sua voz carregada de expectativa. - Até, Madana. Beijo. Tchau! Sandrine se despediu, um brilho de antecipação em seus olhos enquanto ela se dirigia para se preparar para a noite de diversão que a esperava. No crepúsculo sombrio da noite, Sandrine tomou a decisão de desligar seu celular, lançando-se de cabeça em um jogo sinistro de xadrez emocional. Na penumbra do seu quarto, cercada apenas pelo silêncio opressivo, ela sentia os arrepios gélidos da excitação percorrendo sua espinha, como se mãos invisíveis a tocasse, acariciando-a com a promessa de uma vingança iminente. Uma chama ardente, alimentada pela determinação selvagem de virar o jogo a seu favor, rugia em seu peito, consumindo-a com uma fúria que ameaçava consumir até sua alma. Cada passo que ela dava ecoava como um trovão distante, um sussurro triunfante em um corredor sombrio e desolado. Seus pés deslizavam sobre o chão frio, como se dançassem uma dança macabra, os ritmos caóticos de sua antecipação se misturando ao ecoar de suas respirações ofegantes. Era como se estivesse enfeitiçada, sua mente presa em uma teia de pensamentos sombrios, cada batida de seu coração um lembrete constante de sua iminente queda na escuridão. Agora, com sua estratégia cruelmente traçada, ela m*l podia conter a ansiedade que fervilhava dentro de si. Seu plano, um sinistro emaranhado de enganos e decepções, tecido com os fios negros da malícia e da astúcia, esperava ansiosamente para ser desvelado. Sabia que para triunfar, precisava atrair Larry para dentro de seu covil, envolvê-lo em seus braços como uma aranha ardilosa, pronta para devorar sua presa no momento oportuno. Enquanto seus pensamentos se perdiam na névoa sinistra de suas próprias expectativas, ela podia ver claramente cada movimento como se fosse uma visão de pesadelo. Visualizava-se fazendo amizade com Larry, cada sorriso e palavra cuidadosamente calculados, como peças de um quebra-cabeça macabro, meticulosamente montado para garantir sua vitória. Cada gesto era ensaiado como se fosse uma cena de um espetáculo sombrio, sua atuação habilmente planejada para garantir que nada pudesse detê-la em sua busca por vingança. E quando, enfim, o momento sombrio se materializasse, e Larry penetrasse naqueles corredores que Sandrine ousava chamar de lar, ela sabia que sua vingança se desdobraria em um espetáculo macabro. Podia antever a máscara de seu progenitor, tão inocente e confiante, ao deparar-se com o amante da mãe, ali presente, trocando cumprimentos como se fossem meros camaradas. Sentia o sabor acre da ironia bailando em seus lábios enquanto ele sorria, incauto diante do redemoinho de traição que se desenrolava diante de seus próprios olhos. E ela? Ela seria a condutora sinistra desta ópera de enganos, conduzindo cada movimento com a maestria de quem domina cada acorde de uma partitura macabra. Seus olhos fulguravam com a intensidade de uma estrela cadente, prestes a se desfazer em um espetáculo dantesco, radiante com a certeza de que, ao cabo, seria ela a triunfante nesse jogo de sombras e ilusões, em que os fios do destino eram tecidos com a mais obscura das intenções.
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