Capítulo 66: Os papéis estão prontos.

1319 Words
Assim que Joshua estacionou o seu carro se deparou com o seu pai Alfred o esperando na varanda. Franziu o cenho pois, não havia dado o endereço daquela casa à ninguém da sua família, nem mesmo a sua mãe ou ao Philip seu padrasto. Até mesmo sua irmã não tinha qualquer notícia de onde ele e Carly estavam morando. Parando o carro na entrada da garagem, respirou fundo ajeitando a sua camisa e saiu do carro. Alfred com a aparência um pouco cansada, talvez pela viagem que fez até ali, levantou-se com certa dificuldade e sorriu fraco para o filho. - Filho! - O que faz aqui pai. Como sabia aonde eu e minha esposa morávamos? Engolindo em seco, Alfred sorriu sem graça já que pelo tom de voz do seu filho, não estava de bom humor. - Bem, eu... – Coçou a nuca e os olhos desceram até a mão enfaixada do filho. - O que foi isso meu filho? Vendo que o pai estava com um olhar em pânico, desceu até a direção que o mesmo olhava e deu de ombros ao ver que se tratava do ferimento na mão. - Isso?! Eu cortei, mas já estou melhor. Caminhando até a entrada da casa, Joshua colocou a chave na porta e girou. Sem olhar para o pai o indagou mais uma vez. - O senhor não me respondeu. Como soube aonde estava morando? - Filho, podemos nos falar lá dentro. Estou sentindo um pouco de dor. Joshua estranhou a forma como seu pai o dirigiu e acabou bufando com uma certa raiva. Era sempre assim quando se encontravam. Ainda não tinha retirado as mágoas do que o pai lhe fez quando jovem e nem mesmo a sua mãe e irmã. E agora, parece que a raiva estava maior depois de perder Carly ao recordar que o seu pai fez o mesmo anos atrás com a sua mãe e que parecia impregnado no DNA para ter feito o mesmo com a sua esposa. Dando passagem para Alfred, o mesmo adentrou aquela casa olhando para todos os lados admirado. - Nossa filho que casa linda. Onde está a minha nora? Batendo a porta com força, Joshua respirou fundo para se controlar enquanto o seu pai, parado no meio da sala estava assustado com a forma que o seu filho estava. - Josh... Virando-se abruptamente, Joshua colocou a mão entre os olhos e apertou levemente. Estava com dor de cabeça. Suspirou pesadamente e o questionou. - Diga logo o que o senhor quer. Preciso dormir. - Filho... eu vim aqui... – Alfred buscava as palavras certas para fazer uma revelação. Na verdade, Alfred não estava bem. Sentia muito cansaço ultimamente e com isso, parou até de trabalhar. Mas o que o motivou a procurar um médico, foi quando havia tido uma tontura seguida de um desmaio sendo encontrado pela diarista, uma senhora de 50 anos que fazia faxina na sua casa duas vezes na semana. Dali, descobriu-se que estava com câncer no estômago. Alfred desde que começou a se relacionar com Dolores, tinha uma vida totalmente desregrada. Só se alimentava direito na presença da esposa e dos filhos quando voltava para casa, mas quando a sua mãe pediu o divórcio, Alfred que decidiu se separar de Dolores, não se alimentava bem. Lesionou algumas vezes o estômago por pular refeições e às vezes nem comer o que ocasionou de o que ingeria e quando ingeria, eram sempre comidas nada saudáveis com muita gordura, fritura e alimentos processados. Além do ganho excessivo de peso, teve sérios problemas e um deles, m*l curou seu estômago quando estava com problemas. Recentemente estava numa consulta de rotina onde foi desenganado. O que estava em tratamento, infelizmente a doença de Alfred não regrediu com remédios e nem quimioterapia, dando a ele uma probabilidade de vida por pelo menos mais uns 6 meses no máximo 1 ano já que se tornou uma metástase. Frente ao seu filho, não sabia o que fazer e nem o que dizer. Não esperava ser tratado com flores pois, Joshua era o que mais sentiu com a ausência do pai dentre ele e a irmã. Então, sentiu o aperto no peito e uma vontade abrupta de chorar. E foi o que aconteceu. Aquele homem alto acabou se ajoelhando com as mãos no rosto se debulhando em lágrimas. Joshua não estava entendendo nada e se aproximou ajoelhando-se na sua frente. Colocou a mão sutilmente no seu ombro e o chamou. - Pai... Ao ouvir tais palavras mágicas, o velho homem que mesmo depois de anos ter errado tanto com a sua família principalmente os seus filhos, o olhou com seus olhos cansados, vermelhos e inchados. - Oh meu filho, eu sinto muito! Joshua ainda estava achando tudo aquilo muito estranho. Um pouco mais tranquilo, o indagou para entender o que estava acontecendo. - Pai, o que aconteceu? Suspirando fundo e enxugando as suas lágrimas, Alfred o olhou e tomado por uma coragem, confessou ao filho o que estava acontecendo. Para Joshua que ouvia aquilo tudo foi um choque, como um soco no estômago. Os papéis do hospital que estavam prontos, chegaram por e-mail para o seu pai e o mesmo ao pegar os novos resultados, com o tratamento experimental, não teve boas notícias. Ao mostrar ao filho, pela primeira vez, Joshua se mostrou vulnerável na frente do pai. Mesmo que estivesse com raiva por tudo o que deixou de fazer por ele e a irmã, Alfred era o seu pai. Pensou logo na irmã e sabia que deveria estar tão abalada quanto ele agora. Mas uma raiva surgiu. Como ninguém o avisou sobre o estado do seu pai? Porque não ligaram contando o que sabiam? Ajudando o seu pai a levantar, os dois seguiram em silêncio até o sofá e ao sentarem, Joshua estava intrigado com uma coisa e precisava resolver, então, o perguntou. - Pai, a mamãe e a Kelly sabem? Joshua ainda tinha esperanças de que a resposta seria não, mas não foi bem o que esperava ouvir. - Sabem, só não esse novo resultado, mais sabem. Fazendo uma carranca e socando as próprias coxas, abruptamente se levantou. Andou de um lado a outro exasperado. - E porque nenhuma delas me avisou? Eu teria ido até o senhor pai. Elas vão me ouvir. - Filho... – O interrompe. - A sua mãe e irmã não tem culpa de nada. Fui eu quem pediu para que ninguém te falasse. Os olhos estavam tristes e assim como Alfred, Joshua também estava do mesmo jeito. Seu peito afundou com a sensação de que o seu pai não estaria mais ali em breve. - Pai... – Sua voz embargada não conseguia completar. Depois de anos, Alfred o puxou para um abraço. Lágrimas rolavam dos dois copiosamente. Naquele abraço, era como se a alma ferida cicatrizasse e todos os ressentimentos e mágoas que haviam entre eles acabava naquele momento. Mas Joshua não estava assim somente por seu pai, mas como um todo o seu choro rompido era por tudo o que estava acontecendo e a doença do seu pai, só foi a pá de cal para terminar de completar aquela dor. Afastando-se, sentaram-se no sofá e mais um vez, Alfred perguntou pela nora. - Filho, aonde está minha nora? Olhando para o pai de soslaio com os olhos úmidos, vermelhos e inchados suspirou pesado e disparou. - Nós estamos separados pai. Perdi a minha esposa. Incrédulo, já que não fazia muito tempo que estavam casados, o indagou. - O que aconteceu meu filho, ou melhor dizendo, o que você fez? Joshua o olhou atordoado, até o seu pai sabia que ele havia errado no casamento. Passou a mão pelos cabelos e desviou o olhar abaixando a cabeça. Um toque no seu ombro, lhe deu força pelo leve aperto. - Quer conversar? Olhando para o pai, Joshua engoliu em seco. Precisava conversar com alguém. Então assentiu. Continua...
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