Parados frente ao outro, Julie estava sem reação parecendo petrificada no lugar. Já Stuart, estava totalmente desconsertado e ao mesmo tempo constrangido por ter vindo até aquela mulher que sempre mexeu com ele.
Um pigarrear vindo da sala, fez com que Julie voltasse do seu transe e sorriu timidamente.
- Me desculpe doutor.
Corado, n**a.
- Não há o que desculpar Julie. Acho que não foi uma boa ideia ter vindo aqui.
Stuart se preparava para sair quando sentiu uma mão segurar o seu pulso. Seus olhos percorreram até a mão que o segurava e ergueu até de onde vinha. Seus olhos se encontraram ao de Julie que o encarava intensamente.
Engolindo em seco, sorriu sem graça.
- Por favor Stuart, entre.
Para ele já era um grande avanço ser chamado pelo nome e nossa, seu coração disparou e batia freneticamente por ouvir daqueles belos lábios ser pronunciado daquela forma doce e ao mesmo tempo com um toque de sensualidade.
Sorrindo, o belo homem com seus óculos de grau concorda. Percebeu que a mão que segurava o seu pulso, deslizou de encontro a sua entrelaçando os dedos e o puxando delicadamente até o interior do apartamento.
Involuntariamente, seus olhos brilharam e os lábios se curvaram num sorriso bobo. Stuart estava no céu com aquele gesto. Sentindo a mão macia, quente e a corrente que percorreu por seu corpo parecia ser o mesmo que Julie estava sentindo.
Soltando a sua mão, Stuart sentiu o vazio e a frieza se aproximando quando a sua amada que nem sabe ainda que aquele belo médico nutre um sentimento forte por ela, fechou a porta do apartamento.
Julie não estava diferente. Sentia o mesmo que ele e talvez até mais intenso já que teve medo de se envolver com alguém durante os últimos anos em virtude de um relacionamento abusivo que viveu com um ex que atualmente cumpre pena na penitenciária máxima em Springfield.
Mas, desde que conheceu Stuart num esbarrão no supermercado, ao ponto de passar m*l e ser atendida por ele, Julie tem pensado na possibilidade de ter um novo relacionamento.
Uma voz ressoa da sala onde Aysha estava sentada assistindo filmes com a prima.
- Olá doutor, boa tarde!
Stuart apenas balançou a cabeça consentindo.
Julie respirou fundo já que sempre teve uma autoestima um pouco abalada e agora com a sua prima dividindo o apartamento com ela, a insegurança bateu mais forte.
Por mais que fosse uma bela mulher de corpo curvilíneo, cabelos na altura dos ombros ondulados em corte repicado mantendo o cumprimento, loira de pele clara, alta e olhos verdes, Julie sentia a insegurança que lhe foi aumentada pelas humilhações e ofensas que recebia do seu ex namorado.
Ao virar-se, viu a sua prima se levantando. E ao passar por Stuart, piscou para a prima.
- Vou deixa-los à sós. Com licença.
Mesmo se sentindo fraca e com um pouco de dor, Aysha retorna para o quarto dando privacidade ao possível casal.
- Julie... – Olhando-a fixamente, murmura o seu nome como se invocasse uma Deusa.
- Stuart... – Seus olhos brilham e uma mordida leve nos lábios, ela deu.
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Ao retornarem para onde as mulheres estavam conversando sobre várias coisas, Eliot e Cliff sentaram-se perto delas.
- Sobre o que estão conversando as mulheres da nossa casa? – Cliff as indaga beijando a testa da esposa e a envolvendo num abraço pelos ombros.
- Muitas coisas irmão e uma delas eu já tenho uma decisão.
Os homens se entreolharam e com isso, a encararam que respirando fundo, esfregou as mãos nas coxas e disparou de uma só vez.
- Eu vou voltar. Mas não para o meu marido.
- Como é? – Os dois disparam em uníssono.
- Eu disse que estarei de volta em alguns dias. – Disse com indiferença dando de ombros.
- Mas filha...
Carly o interrompe.
- Mas nada pai, eu quero apenas dar uma lição no meu marido. Eu sei que brigamos por besteira, mas quero ter a certeza de que não se repetirá. – Mente.
Mesmo desconfiado, Eliot não tinha muito o que fazer a não ser concordar. Mesmo que para ele fosse um alivio a sua filha estar longe do seu genro, sentia que a filha estava mentindo para ele e o mesmo iria descobrir logo o que tanto ela escondia.
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Aysha estava no seu quarto, sorrindo a toa por ver a sua prima tão encabulada com o médico.
De repente o coração doeu. Por mais que se sentisse culpada pela dor que causou na amiga, estava apaixonada por Joshua. Pelo menos é o que ela pensava.
Sentindo a necessidade de pelo menos ouvir a sua voz, foi até a cabeceira pegando o seu celular para ligar.
Ao discar o seu número, sentiu o sangue faltar no seu rosto.
“O número que você discou não existe.”
Ela sabia que não havia discado errado e nem que aquele número não existia. De súbito, isolou o aparelho sobre a cama e chorou.
- Merda! Ele me bloqueou.
Se jogou sobre a cama e com o travesseiro sobre o rosto, gritou de raiva. Mesmo prometendo a prima que procuraria ajuda e que não entraria em contato com Joshua, mostrou que a ajuda deveria vir urgente, já que não será fácil esse caminho a percorrer.
Já na sala, os dois apaixonados se olhavam, mas nenhuma palavra era dita. Parecia que o tempo parou entre eles. Os olhares sendo trocados, as respirações ofegas, mas o silencio perpetuava. De repente, tomado por uma coragem descomunal, Stuart caminha lentamente até Julie que não recuou ao seu avanço o que para ele foi algo surpreendente.
Os hálitos se misturaram ao estarem frente ao outro. A distância já não era mais tão longa num mesmo espaço. As mãos tremiam pela incerteza de avançar mais um pouco. Até que Julie quebrou o silêncio que havia entre eles.
- Você queria falar comigo?
Stuart apenas sorriu e assentiu.
- E o que você queria me falar Stuart?
Seus olhos estavam fixos aos dele. O sorriso se formou nos lábios antes que pudesse ter mais alguma palavra a ser dita. Então...
Continua...
Pelo visto, Julie se acertará com o doutor Stuart. Mas já adianto que a Aysha não irá se meter entre eles como fez com Joshua e Carly não.