Capítulo 7: O jantar e...

1600 Words
A noite com o seu amigo foi bem agradável. Se despediram na entrada de casa, já que Joshua havia deixado o seu carro no estacionamento da empresa, e por um lado, o amigo ficou sabendo aonde morava para no dia seguinte jantar na sua casa em companhia do amigo e esposa. Se despediram e Park seguiu para o hotel enquanto Joshua retirava as chaves do bolso para abrir a porta. A casa estava silenciosa e tudo escuro. Deduziu que a esposa estivesse dormindo já que acreditava ser bem tarde. Ao olhar no seu celular, viu que ainda eram 21h. Franziu o cenho achando estranho. Pensou que Carly estivesse se sentindo m*l e com isso subiu apressadamente os degraus da escada rumo ao quarto deles. Ao abrir a porta e acender a luz estreitou os olhos. A cama estava do mesmo jeito que havia sido deixada e então, seguiu até o banheiro acreditando que a mesma estivesse lá. Suspirou triste por ela também não estar ali. Voltando para o quarto, sentou-se na beira da cama e puxou o seu celular do bolso. Viu que tinha uma mensagem da esposa não lida e ao verificar o que se tratava, resolveu ir para a cozinha preparar algo para comer. - Não sei quando irei me acostumar com isso. Uma esposa médica que irá passar a noite no hospital algumas vezes. – Riu sarcasticamente por estar falando consigo mesmo e se lamentando. De repente, o seu celular apitou. Era uma mensagem de um número que conhece bem. “Noite solitária?” Sorriu e não demorou, logo respondeu. “Sim, minha esposa hoje me abandonou" Enquanto aguardava a resposta que estava do outro lado digitando, colocou o prato que pegou na geladeira levando ao micro-ondas para esquentar. Assim que fechou a porta do mesmo apertando o botão do cronômetro e ligar, o seu celular apitou. “Que pena. Fico triste por ficar sozinho na imensa casa" Meneou a cabeça rindo e foi a pequena adaga ao lado do armário e pagou uma garrafa de vinho. Serviu-se de uma taça e ao não responder a mensagem, quem o estava enviando, desistiu. Percebeu que estava sendo ridícula ao tentar se aproximar de Joshua. Sentado na banqueta da ilha, o apitar avisava que a comida estava quente. Levantou-se seguindo até o aparelho e retirou o prato colocando sobre a ilha e sentando em seguida e jantando o que a esposa havia preparado antes de ir ao trabalho de manhã. - Hum, isso está maravilhoso como sempre. ~~~~~~~~~~~~~~~~ No hospital, Carly acabou sendo escalada para substituir uma pediatra que havia ficado doente e com isso, viraria a noite no seu trabalho fazendo atendimentos emergenciais. Aysha que havia acabado o seu turno, foi para casa sabendo que a amiga iria ficar. Mesmo que Carly não tivesse percebido, sua amiga estava estranha desde o seu casamento. A prova é que Aysha andava enviando mensagens para o marido da amiga secretamente. Nem ela mesma sabia o porque dessa insistência sabendo que ele é casado e que é amiga do casal. Talvez fosse a carência em não ter um namorado que ficasse querendo conversar tanto com Joshua por serem amigo a há anos, mas a verdade provavelmente seria bem outra. Perdida nos seus pensamentos, Carly resolveu mandar uma mensagem para o marido avisando que não chegaria hoje pois, precisaria cobrir uma colega no hospital, mas que por ter uma folga no dia seguinte, faria o jantar para receber o amigo de Joshua. Ao guardar o celular no bolso da sua calça, uma maca adentra pelas portas da emergência com uma criança machucada e desacordada sobre ela. Era uma garotinha. Correndo sem direção aos enfermeiros e uma paramédica, Carly indaga. - O que aconteceu? – Parando a maca no meio do corredor, pega a sua lanterna examinando os olhos da menina para ver se há alguma reação. - Criança de 8 anos, vítima de violência doméstica, encontrada ela e a mãe desacordadas no local, sendo trazida para essa unidade com ferimentos no tórax, costas e... – A paramédica não consegue completar. Ergueu os seus olhos para a profissional que estava com os olhos inundados. Mas, precisava saber o que houve antes de ser encaminhada para o hospital já que precisa tomar as devidas providências. - E? – Pergunta esperando a resposta. A paramédica, passa a mão pelo rosto apertando a boca e dispara com a voz embargada pela tristeza e raiva do que aconteceu a menina. - A paciente tem indícios de violência s****l pelas partes estarem com vestígios de sangue e na calcinha que encontramos ao seu corpo rasgada, sêmen. Carly espremeu os olhos apertando os lábios e suspirou pesado. Voltando-se aos enfermeiros, saiu da frente e indicou para onde levá-la. - Quero que uma enfermeira mulher seja designada para o exame com o kit abuso, seja limpa e feito uma tomografia e ultrassom pélvico. Depois seja levada ao leito 19 e lá coletado exame de sangue toxicológico. Preciso de todos os resultados urgentemente. - Sim senhora. – Um dos enfermeiros assente e segue com a menina que parecia um anjinho dormindo, mesmo estando desacordada. Estava ela e a paramédica sozinhas no corredor quando Carly resolveu aborda-la. - Fizeram algum registro policial? - Ainda não. Se me permitir estarei indo a sala da assistente social levar o relatório. - Ok, mas peça para que a assistente converse com a mãe primeiro e aguarde o meu parecer para anexar ao registro de ocorrência contra o agressor. A mãe está nesse unidade? A paramédica assente. - Sim doutora. Ela está do mesmo jeito que a menina com exceção de não ter sofrido abuso s****l. Carly apenas acena e a paramédica se despede Virando-se para frente para ir a sala da assistente social, quando de repente para e vira-se novamente para a médica e a indaga. - E se a mãe não quiser fazer uma denúncia ao agressor? Carly suspira e sabendo que agora não será como pensam responde seriamente. - Nesse caso, como chegou ao hospital esse tipo de situação envolvendo uma menor, mesmo que a mãe não denuncie, o hospital pode abrir um registro contra quem tenha feito aquilo, já que pelo kit abuso s****l, haverá alguma prova principalmente pelo sêmen e fica mais fácil encontrar no nosso banco de dados pelo DNA. A paramédica respirou aliviada e sorriu fraco. Pelo menos quem tenha feito aquilo com a pobre menina, não iria ficar impune. Despediu-se mais uma vez e foi em direção a sala da assistente social de plantão enquanto Carly voltou ao trabalho e foi especialmente ver a garotinha que acabou de chegar. ~~~~~~~~~~~~~~~~ Após o incidente da garotinha, o restante da noite foi tranquilo sem maiores incidentes. Como pensavam, a mãe da menina não quis prestar queixa mas o hospital interviu nesse caso por se tratar de uma menor e a polícia mesmo acionada, investigava o caso. Nas primeiras horas da manhã, Carly se preparava para sair depois de uma noite turbulenta e calma ao mesmo tempo quando viu Aysha chegar com um semblante triste. - Aysha? - Bom dia Carly, está indo agora? – A indagou sem muita empolgação. Carly achou estranho a amiga estar daquele jeito, mas não quis ser intrometida em perguntar. Como sempre fora solícita e aberta para o que a amiga precisasse, deixou que ela o fizesse no seu tempo. Mas algo a dizia que não iria gostar de saber. - Já estou indo sim. Hoje estarei de folga. - Humrum. – Murmurou seguindo para o seu armário guardar as suas coisas. - Está tudo bem? - Sim está. Só não tive uma boa noite de sono. – Mentiu. - Certo. Ah, ia me esquecendo. Hoje um amigo do Joshua vira para jantar em casa, porque você não aparece lá. Quem sabe vocês não se conheçam?! – Carly sorri maliciosa. Forçando um sorriso, Aysha concorda. - Tudo bem. Será bom se distrair. - Perfeito! Te esperamos as 20h então. Aysha apenas acena concordando. - Te vejo mais tarde, tchau. - Tchau Carly. Após se despedirem, ambas seguem para os seus caminhos. Chegando em casa, consegue encontrar o marido saindo de casa em direção ao táxi que o esperava. - Oi amor bom dia! – Se aproxima lhe dando um selinho rápido. - Oi amor, indo de táxi? - Pois é, acabei indo com Park no carro dele pro pub e ele me deixou aqui em casa ontem a noite. Está tudo bem, parece triste? - Tudo bem sim, só estou assim por causa de uma paciente, mas depois te conto. Agora vá e tenha um bom dia amor, não vou te atrasar. - Ok, está certo. Tudo certo para o jantar maia tarde? - Claro. Bom trabalho. – Ela dá mais um selinho. Girando os calcanhares, Joshua que deu mais dois passos em direção ao táxi, para quando Carly se recorda do convite feito a Aysha. - Ah, chamei a Aysha para o jantar e... Joshua engoliu em seco ficando pálido. - Algum problema querido? – Indagou achando a sua reação estranha. - Não, está tudo bem. Que bom que a convidou. – Disfarça. – Bem, eu preciso ir. Até mais tarde. - Até amor. Te amo! - Eu também te amo. Abriu a porta e entrou enquanto Carly o observava de longe. Assim que o carro se pôs em movimento, ela acenou para o marido que com um sorriso sem graça, acenou de volta. Entrou para a sua casa e foi dormir um pouco para se preparar para mais tarde. Tinha esperanças da sua amiga quem sabe sair namorando desse jantar. Com esses pensamentos, sorri. Continua...
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