Carly ainda estava pensativa. A conversa entre ela e Ander fluía, mas o mesmo sabia que seus pensamentos estavam longe, porém, não desistiria fácil.
Segurando a sua mão por cima da mesa, Carly levou um susto ao sentir aquele toque. Mas um susto até bom, digamos mais, uma surpresa, já que sentiu algo forte ao sentir aquela quentura sobre a sua pele que nem mesmo Joshua fora capaz de fazê-la sentir quando estavam juntos, que até o seu coração disparou.
- Desculpa minha linda. Mas você estava tão distante, que estava chamando e então acabei tocando a sua mão.
Sorrindo sem graça, acabou corando. Ander estava imensamente feliz. Carly não retirou a sua mão e ambos estavam imersos no olhar um do outro.
Ali, ele teve a certeza de que poderia ter chances com ela e não se importava que havia um bebê que não era seu sendo gerado pela mulher que ele ama, seria muito amado por ele também. Daria um passo de cada vez...
- Tudo bem Ander. Não se preocupe com isso. De fato, eu estava pensando no Joshua, devo ser uma i****a né depois de tudo o que ele me fez ainda me preocupar. – Seu sorriso é sem graça com um olhar triste.
- Nada disso minha linda! Você não é i****a, até porque não se deixa de sentir o que você sente por ele da noite para o dia.
Seu coração estava oscilante. Batia descompassado que mesmo a confirmação de que a pessoa que ama estava pensando no mesmo, não desistiria. Ela não merecia aquele casamento. Merecia alguém melhor que aquele paspalho.
Apertando a sua mão por cima da dele, um sorriso doce ela deu.
- Muito obrigada, meu querido. Agora, vamos mudar de assunto o que acha? – Sugere.
Um brilho faiscou no seu olhar. Acenou rapidamente com a cabeça concordando. Então, engataram numa conversa animada e até combinaram de na próxima folga dos dois, iriam fazer um tour por Shelburn Falls.
Depois de acertarem a conta sob protestos de Ander que insistia em pagar por tudo, Carly não aceitou e com o seu jeito persuasivo de ser, acabou aceitando com a promessa de que ainda sairiam novamente juntos e então deixaria que o mesmo pagasse a conta sozinho na próxima vez para a sua alegria em saber que estariam juntos outra vez.
Com tudo acertado e os dois pagando a conta de forma igual, Carly e Ander voltaram para o prédio e para a surpresa de ambos, Christian estava encostado no seu carro a esperando.
Ao vê-lo, seu sorriso morreu nos lábios e Ander também percebeu que o clima ficou estranho naquele momento. Seguindo a direção que ela estava olhando, viu Christian os encarando com um semblante indecifrável.
- O que faz aqui? – Seu tom ríspido demonstra o desgosto na voz.
Erguendo as mãos em rendição, Christian responde.
- Desculpa Carly, mas eu só vim porque acreditava que estava aqui já que o seu marido me avisou que provavelmente estaria nesse apartamento. Ander, você por aqui?
- Olá Christian, meu turno no hospital acabou há horas.
- Nossa, calma aí vocês. Eu vim em missão de paz;
Cruzando os braços, Carly o encara e novamente o pergunta.
- Você ainda não me respondeu, o que faz aqui?
Forçando um sorriso, Christian suspira massageando entre os olhos.
- Eu só vim para falar que o Joshua está no hospital e...
Ela o interrompe.
- E ele só cortou a mão e isso eu já sei. Amanhã ele está de volta em casa. Se não há mais nada, eu vou entrar.
Seu braço foi segurado ao passar por Christian e Ander cerrou os punhos travando o maxilar. Estava pronto para qualquer coisa.
- Desculpa Carly, mas eu não achei que já soubesse.
Olhando para a mão no seu braço, o olhou de soslaio e sorriu de canto retirando a mão abruptamente.
- Achou que por Ander ter sentimentos por mim, não me contaria. Ele não é um escroto como o seu amigo. Se não há mais nada, com licença.
Respirou profundamente e o mesmo se afastou dando-lhe passagem.
Lembrou-se de algo que já estava esquecendo e virou-se para lhe dar o recado para o seu futuro ex-marido.
- Avise a Joshua que em breve eu entrarei em contato, isso se meu advogado não falar com ele antes. Eu quero o divórcio e não é novidade para ninguém isso. Sempre deixei claro o motivo que nos faria separa algum dia, e parece que demorou, mais chegou.
Dando mais dois passos ao girar os calcanhares, Christian a indagou incrédulo.
- Senhora Stanley, eu sei que vocês devem estar passando por uma briguinha de casal e todo homem passa por isso num relacionamento. Reconsidere o que meu amigo fez!
Carly meneou a cabeça e riu virando-se para olha-lo. Ander estava tão chocado com aquele comentário, que a sua vontade foi de lhe socar a cara.
- Senhor Christian, já esperava que o senhor dissesse tal barbaridade sobre o seu amigo. O que ele fez não é algo de uma briguinha de casal, afinal, como seu amigo, deve saber o que ele fez. Ninguém colocou uma arma na sua cabeça e o obrigou a dormir com aquela que pensava ser a minha amiga. Então não venha com esse discurso machista de que todo homem é assim, pois não é. Nem todos o que é raro são como você e seu amigo, podres. Passar bem senhor Christian.
Virando-se, ela saiu em direção a entrada do prédio. Ander que ainda estava parado ao seu lado, lhe deu um tapa seguido de um aperto no seu ombro. Murmurou baixo somente para que ambos escutem.
- Podia ter dormido sem essa.
Sorriu de canto de boca e seguiu atrás da sua amada, deixando um Christian totalmente perplexo com o que acabava de ouvir. E por mais que tentasse defender o amigo, também não era a favor da traição e por isso, se tornou tão escroto quanto o mesmo.
Já na entrada dos elevadores, Carly estava com raiva. Mordia a bochecha por dentro para conter a sua ira em cima do que aquele homem acabou de dizer. Quem ele pensa que é? Só porque é amigo do seu quase ex-marido, se sentia no direito de defende-lo! E mais, vir insinuar que todos os homens são assim! Não. Não eram! Poucas eram as pessoas que contava nos dedos, mas sabia que ainda tinham homens que eram capazes de serem fieis e leais as suas parceiras como seus irmãos e pai. Até mesmo Ander, ela sabia o quanto era daquele tipo de caráter, já que sempre soube o quanto ele a ama e tem até esperanças de estarem juntos um dia o que não deixa agora de ser um motivo para pensar em quem sabe, viver aquilo que foi interrompido no passado.
Contudo, nem percebeu que Ander estava ao seu lado, estava cega de raiva. Sua voz que sempre a tranquilizava ecoou.
- Está tudo bem Carly?
“Ding”
As portas se abriram e os dois entraram em silêncio. Ela havia ouvido a sua pergunta, e estava com vontade de fazer algo que lhe surgiu a mente. Na verdade, ela sempre sentiu isso antes e agora tão perto e disposta a viver, tomou a iniciativa.
Com as portas se fechando, Carly apertou o botão para o andar que por coincidência, moravam frente ao outro. Assim que o elevador se movimentou, tomada por uma coragem jamais tida antes, Carly o puxou pelo colarinho tocando os seus lábios.
Para Ander foi uma grata surpresa que mesmo sabendo que ela estava com raiva, iria provar dos seus lábios pela primeira vez.
Enlaçando a sua cintura, entreabriu os lábios buscando com a sua língua uma passagem que foi logo concedida.
O beijo se tornou urgente. As línguas se encontravam e bailavam numa mesma melodia. O ar, era o único que poderia ser o inimigo naquele momento, mas foi algo que não esperavam, ou pelo menos o que estava reprimido em seus corações por tanto tempo...
“Ding”
O barulho das portas abrindo, era o que acabava de fazer ambos pararem aquele beijo. Carly estava com o coração numa confusão imensa e Ander, estava dando pulos de alegria.
Não havia ninguém para entrar e sim o andar que já haviam chegado. Mas ambos, estavam atordoados com o que acabara de acontecer. Quase impossível de sair do lugar...
Continua...
Pelo visto a Carly não quer perder mais tempo com o que não chegou a viver com Ander na faculdade. rsrs