Ao abrir a porta depois de ouvir a campainha tocar, Joshua ficou confuso ao ver aquelas pessoas paradas ali na sua frente.
- Senhor Eliot, Cliff e Brenda! O que estão fazendo aqui?
Puxando-o para um abraço mesmo que tenha as suas rusgas com o genro cujo ainda não sabe que é ex, Eliot deu alguns tapinhas nas costas prestando suas condolências.
- Viemos assim que recebi a mensagem da Carly avisando o ocorrido. Sinto muito! – Responde com sinceridade.
Joshua demorou um tempo até que retribuiu o abraço do ex-sogro e agradeceu.
- Muito obrigado! Por favor, entrem.
Se afastou do seu genro e abriu espaço para que pudessem entrar. Cliff também lhe deu um abraço e somente Brenda lhe deu um aperto de mão.
Assim que fechou a porta e se virou, Eliot o indagou com os olhos percorrendo pelo local a procura da sua filha.
- Onde está Carly?
Respirou fundo sabendo que tanto a sua mãe e padrasto, o seu sogro não sabiam do divórcio. Mas, acreditava que o pai a quem ela sempre teve um bom relacionamento, sabia que estava grávida.
- Carly veio somente no dia da notícia. Iria ficar para o velório, mas acabei a fazendo voltar para Shelburn Falls. Não faria bem esse clima na sua condição.
Dando um leve sorriso, Eliot concordou.
- Você está certo! Com a gravidez da minha filha, velórios e funerais não são bons.
Sua mãe, que estava preparando o almoço, apareceu na sala para saber quem era e ouviu o final da conversa. Com um semblante interrogativo, estava bem surpresa com o que acabava de escutar.
- Bom dia! Quem está grávida meu filho? – Perguntou o encarando com um leve sorriso.
Abrindo e fechando a boca para a responder, Eliot se antecipou e respondeu por ele.
- Seremos avós! Minha Carly está grávida.
Emocionada, a mãe de Joshua se aproxima do filho e o puxa para um abraço. Estava muito feliz.
- Oh meu filho, que alegria! Parabéns por esse presente. Por isso estava todo cuidados com a minha nora a mandando voltar para casa?
- Sim mãe. Obrigada!
Os dois se abraçaram e sua mãe tratou logo de convidar Eliot e os demais, para o almoço que ficaria pronto em minutos.
Assim que retornou para a cozinha aonde a sua filha a ajudava no preparo do purê de batatas, bife a parmegiana, arroz e uma salada verde, estava tudo praticamente pronto.
Cheia de sorrisos, ao ver a mãe daquele jeito, Samantha franziu o cenho e a indagou no mesmo instante, pois, nem bem o seu pai havia acabado de ser enterrado, e sua mãe já estava com os lábios curvados e os dentes à mostra.
Mas quando contou a novidade, foi que Samantha havia entendido. Ficou feliz pelo irmão e cunhada e agora entendia toda aquela preocupação no hospital a proibindo de ficar para o velório e enterro.
Já na sala, o clima estava meio estranho. O silêncio estava prevalecendo, chegando a ser perturbador, mas Brenda era quem encarava profundamente Joshua, pois sabia tudo o que ele havia feito a sua amiga e cunhada. E o mesmo, começava a se sentir desconfortável por seu olhar de poucos amigos para ele.
Cliff percebeu a encarada da sua esposa para o cunhado e lhe deu uma leve cotovelada na cintura lhe tirando a atenção de Joshua voltando-se para ele.
Olhou para o marido o fuzilando e o mesmo deu de ombros sem entender daquele comportamento. A mesma apenas, fechou ainda mais o semblante, cruzando os braços e fazendo bico parecendo uma menina de 5 anos emburrada por ter sido repreendida. Seria engraçado se soubesse porque ela estava daquele jeito, mas não quis rir para não deixa-la ainda mais com aquela cara fechada, porém, estava se segurando.
Samantha veio até a sala e percebeu o clima que estava pior que o próprio velório do pai. Tudo bem, que sabia que Joshua e o sogro assim como o cunhado não se suportavam, mas mantinham uma certa cordialidade, só que do jeito que estava aquela sala se riscasse um fósforo, era bem capaz de explodir por tamanha tensão e a fagulha que faltava entre eles.
- O almoço está pronto. Venham!
Virou-se rapidamente de volta para a cozinha, pois, não ficaria ali para presenciar algo que se bobeasse, sobraria para ela.
Abriu caminho para os visitantes e foram até a mesa de jantar que já estava posta. Tudo estava ali, tinha até suco de uva, um dos preferidos de Eliot na mesa.
Os três perguntaram antes de sentar aonde ficava o lavabo e Joshua os indicou um que ficava ao lado da sala de jantar.
Seguiram até o outro cômodo e a sua mãe e irmã se aproximaram de Joshua.
- Josh, filho, porque o seu sogro está estranho?
Semicerrou os olhos sem entender o motivo da pergunta. Já Samantha, não podia deixar escapar o que havia percebido.
- Mãe, o pai da Carly sempre foi estranho, mas devo concordar que hoje ele está esquisito mesmo. Porque será? – O indagou com desconfiança numa pontada de deboche.
Joshua revirou os olhos e a sua mãe deu-lhe uma panada de prato no braço, a fazendo levar a mão ao local massageando e chiando.
- Aí mamãe! Porque me bateu e ainda mais com o pano? Isso dói.
Joshua olhou a cena e teve vontade de rir, mas achou melhor não o fazer já que sua mãe havia dado uma panada na irmã, podia dar nele também. Ficou quieto só olhando.
- Menina, só não te bato porque está grávida. Aonde já se viu falar assim do sogro do seu irmão! E ainda mais provocando-o. Pensa que não senti seu veneno nas palavras. – A encarou furiosa.
- Mamãe, mas eu não falei nada demais. – Falou fingindo inocência.
- Sei. Quem não te conhece que te compre dona Samantha. Agora vai. Suba para chamar Philip e seu marido.
Com um enorme bico, acabou indo fazer o que a mãe pediu. Assim que Samantha saiu pisando duro, sua mãe ia perguntar a Joshua o que estava acontecendo, mas não pôde. Eliot e o casal estavam se aproximando.
Resolveu deixar para perguntar depois.
- Venham, sentem-se e se acomodem. Irei servir assim que o meu marido e meu genro vierem a mesa.
Joshua que estava incomodado com aquelas presenças na sua casa, quer dizer, casa do seu pai, foi para a mesa sentando de frente com o seu sogro que o encarava desconfiado.
Não demorou muito e Samantha já estava de volta com o seu marido e padrasto. Assim que se acomodaram à mesa, o almoço estava sendo servido. O que a mãe de Joshua não sabia e nem mesmo o filho, é que Eliot já estava sabendo de muita coisa sobre o que seu genro andou fazendo contra a sua filha e isso ele iria tirar a limpo, mas talvez, não agora.
Na estrada...
Após a conversa que teve com Aysha na lanchonete da estrada, Carly se sentia mais leve quanto ao que estava reprimindo nesses últimos meses desde que descobriu a traição. Não a perdoou e jamais faria tal ato.
Acabou adormecendo enquanto Ander dirigia e por alguns breves instantes a olhava de relance a admirando, não percebeu que a amada estava sentindo um pequeno incômodo.
Por mais que estivesse sentindo aquela dor no baixo ventre, ainda estava sendo tolerável. Virou-se para a janela encostando a cabeça no vidro e fazendo uma careta de dor.
“O que está acontecendo comigo? Isso não é normal, ou é?” – Pensou preocupada.
Não demoraria muito, já estariam em Shelburn Falls...
Continua...
Prevejo uma tempestade se formando.