Capítulo 49: Um pai muito tradicional mesmo que não o suporte.

1175 Words
Carly estava quieta após sentar-se em outro lugar oposto aonde estava o seu pai. Não adiantava argumentar com o senhor Eliot naquele estado. E o seu irmão não ficava atrás com isso. Afinal, eram dois cabeças duras. Ambos estavam furiosos. Ela nem conseguia os encarar depois de contar o que tinha acontecido. Mas claro, omitiu algumas partes que eram muito vergonhosas. Na verdade, Carly só contou uma história que sabia que se contasse a verdade, seu irmão mais velho e o seu pai estariam enrascados com a polícia e ela também não queria que o seu filho ficasse sem o pai mesmo que eles se divorciem. Eliot estava vermelho de raiva. Teve vontade de conseguir voltar no tempo e acabar com a raça do Joshua por ter feito a sua filha chorar. Mas algo nele sabia que Carly ainda estava escondendo alguma coisa. Algo que envolvia outras pessoas ao invés do que realmente ela contou. De fato, não engoliu em nada a história que a sua filha contou e pela troca de olhares com o seu filho, estavam na mesma sintonia de pensamentos. - Carly, você está me dizendo que você e o seu marido tiveram uma briga no litoral e com isso, teve esse revés todo ao ponto de praticamente expulsá-lo daqui? O olhar que estava fixado em seu pai, não conseguiu sustentar por muito tempo. Desviou o olhar ficando cabisbaixa e respirando profundamente, engoliu em seco e ergueu o seu olhar novamente e assentiu. - Sim pai, tivemos uma briga de casal e como estou grávida é claro que os hormônios fariam essa evolução toda no meu emocional e acabei enfiando os pés pelas mãos. Desculpa por ter ficado de um jeito que eu sei o quanto o senhor ficou possesso. Eliot se deu conta que estava sendo muito duro com a sua filha. Saiu de onde estava sentado e foi até ela sentando-se ao seu lado e pegando na sua mão. Percebeu enquanto estavam conversando, que aparentemente a sua filha estava mostrando falar a verdade, ou então, ela estava sabendo não só mentir como poderia vir a ser uma excelente atriz. Respirou fundo e puxou-a para um abraço. - Nós queremos o seu bem minha filha e se está dizendo ser só isso, tudo bem. Entendemos. Cliff mesmo desconfiado, acabou concordando depois que a sua mulher lhe olhou torto. Já Brenda, sorriu em cumplicidade incentivando Carly não a mentir, mas que estaria ali para o que ela precisasse conhecendo bem aqueles homens daquela família. - Agora me fala filha, quando descobriu a sua gravidez? Com um brilho nos olhos, o sorriso mais sincero que havia sido dado, foi naquele momento ao falar da sua gravidez. - Eu descobri há alguns dias. Já estava desconfiada e fiz o exame de sangue no hospital e então recebi o resultado por e-mail. Apesar que antes disso, tive uma tristeza em uma suspeita anterior que deu negativo, mas dessa vez depois de um mês, deu positivo. - Minha irmã, eu fico feliz por saber que teremos um sobrinho pela casa. - Ou sobrinha não é mesmo Cliff! E vocês quando terão o de vocês? - Cunhada não dá ideia menina. Ainda mais agora que estamos de mudança. Surpresa, Carly encara a cunhada e intercala entre ela e o seu irmão com a sobrancelha arqueada. - Mudança! Para onde dessa vez? Com um sorriso e um leve aperto na sua mão dado por seu marido como incentivo e o seu sogro consentindo com o seu acenar de cabeça, Brenda a olhou de forma doce e falou. - Nós fomos transferidos para Shelburn Falls. Com um O feito pelos seus lábios, Carly não estava acreditando que teria o irmão e a cunhada perto dela e ainda mais com Brenda trabalhando no mesmo hospital já que ela trabalhava ali na filial em Springfield. Num só pulo da cadeira, Carly saltitou como uma criança espoleta deixando os homens assustados com a sua estrepolia que Brenda sinalizou aos dois pedindo calma e se jogando nos braços da cunhada e do irmão ao mesmo tempo, os abraçou feliz. - Que maravilha! Saber que vocês estarão comigo na mesma cidade, é demais! Ainda mais agora que estarei sozinha. Tanto Cliff quanto Eliot acharam estranho aquele comentário que o irmão com a sua boca enorme acabou por questionar o que significava aquilo. - Como assim sozinha Carly. E o seu marido? Sem graça, se afastou dos dois e sentou-se de novo na cadeira e tentou desconversar. - É... Brenda, tem mais daquela água? - Carly Clifford Stanley, o que está acontecendo de verdade? Quando seu pai a chamava assim, ainda mais colocando o sobrenome de casada junto ao de solteira, sabia que estava encrencada. - Nada pai. Foi só uma força de expressão só isso. - Acho bom dona Carly. Se não há nada demais entre você e o seu marido não há porque se divorciarem. Por mais que não goste do seu marido e ache que mereça alguém melhor... - Papai! – O repreende. - Papai nada. É isso mesmo! Sou tradicional demais para tolerar que você crie esse filho sem uma estrutura familiar. Não quero meu neto ou neta sem o pai na mesma casa. Carly apenas balança a cabeça confirmando. O clima havia ficado péssimo depois disso pois, só aguçou a desconfiança do seu pai estar certo em que há algo que ela esconde. O silêncio perpetuou entre eles até que o próprio Eliot o quebrou chamando o filho para o escritório. - Cliff, vamos deixar as mulheres conversarem enquanto vamos ao escritório. - Sim, papai. Com isso, pai e filho saíram deixando Brenda e Carly sozinhas no alpendre. Assim que as portas de correr se fecharam, Brenda olhou até que não os via mais e se aproximou da cunhada. - E agora Carly, o que pretende fazer? Suspirando frustrada, deu de ombros. - Não sei Brenda, não sei... mas de uma coisa eu sei, que com Joshua não irei mais ficar. No escritório... - Feche a porta Cliff. – Determina com uma carranca. Assim que Cliff passa a chave na porta, caminha até a poltrona frente a mesa que o seu pai já estava sentado na sua cadeira giratória e o indagou. - Pai, o senhor não achou estranho aquela história toda da Carly, achou? Coçando o queixo, Eliot o encarou. - Não engoli nada para falar a verdade. Ver a minha filha daquele jeito mais cedo e quando o Joshua esteve aqui, me deixaram com a pulga atrás da orelha. Até porque aquele homem, estava com uma aparência de quem havia aprontado. - Eu também achei. E agora o que vai fazer? - Vou ligar para um amigo que pedi para investigar e ver se ele sabe de algo, senão, já está passando da hora de vocês irem embora para aquela cidade logo. Cliff assentiu pensativo enquanto Eliot usava o telefone do escritório para ligar para o seu amigo detetive afim de descobrir se ele já sabe algo daquele infeliz do seu genro. Enquanto isso em Shelburn Falls... continua...
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