Do lado de fora da casa dos Clifford, Joshua sentiu o amargor de não ter conseguido reatar com a sua esposa e com isso, girou a chave e partiu. Não havia mais o que fazer ali já que ninguém tolerava a sua presença e parece que agora nem a sua esposa o queria ali e nem o suportava. Enquanto dirigia, olhou-se rapidamente e percebeu que Carly tinha razão.
Estava cheirando a sexo e o pior, nem tinha como negar já que algumas coisas apontavam o que havia feito com Aysha por raiva na hora em que estavam naquela boate e precisava atacar alguém e esse seria ela.
Parou no primeiro posto de gasolina que havia um hotel à beira de estrada e aproveitou para tomar um banho e dormir. Queria resgatar o seu casamento e agora mais do que nunca faria tudo diferente até mexer os pauzinhos contra Aysha, ele faria.
Tirou imediatamente o celular do bolso e ligou para o seu amigo Christian que além de antigo assistente e atualmente sócio na construtora, agora fazia parte da direção do hospital ao qual a família dele é um dos majoritários do lugar.
- Espero que tenha encontrado sua esposa. E aí o que manda?
- Preciso de um favor seu e isso depende o meu casamento.
- Opa, pelo visto parece sério. Manda lá! – Christian até se ajeitou na cadeira.
- Dá um jeito de transferir a Aysha para outro hospital da sua família. Quanto mais longe aquela maluca estiver, melhor.
- Acredito que eu devo te dar essa notícia de primeira mão.
- Como assim?
- A Aysha já foi transferida para outro hospital. Foi ela mesmo quem pediu para sair de Shelburn Falls.
- O quê?! – Joshua parecia chocado com a notícia.
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Enquanto isso no rancho...
Eliot está abraçado a sua filha e Cliff e Brenda estão a uma distância dos dois pois, não queriam sufoca-la vendo o quanto Carly não estava bem.
- Chora filha. Chora tudo o que sentir vontade de colocar para fora. Seu pai está sempre aqui minha menina. – Eliot afagava os seus cabelos.
Um choro contido, era o que Carly derramava as suas lágrimas molhando o tecido fino da sua camisa xadrez. O seu pai não se importava dela o molhar, mas sim de vê-la tão triste.
Brenda se soltando do aperto do marido na sua cintura, correu até a cozinha e preparou uma água com mel para a cunhada.
Quando ia protestar, Cliff viu a sua esposa voltando com o copo d’água entregando a sua irmã o deixando orgulhoso.
- Toma Carly. Bebe, vai te fazer bem.
Afastando-se do abraço, pegou o copo d’água e bebeu todo o líquido doce se acalmando aos poucos.
Passando a mão por seus cabelos, Brenda sorri.
- Isso mesmo cunhada. Sabe que isso faz m*l ao bebê.
- Bebê! – Exclamaram os homens em uníssono.
Brenda se encolheu sem jeito, já que acabou falando sem pensar.
Carly sorriu timidamente já imaginando os puxões de orelha que levaria do seu pai e do seu irmão mais velho, ou será que não?
Estava tão pensativa, que nem percebeu os três a encarando.
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Após ter umas verdades cuspidas na cara por sua prima, Aysha tomou uma decisão.
Precisava se afastar de tudo e com isso, cumpriu o que havia prometido.
Assim que tomou o seu banho ou melhor dizendo, foi dado banho nela, ligou para o diretor do hospital Christian que não demonstrou nenhuma surpresa ao requerer a sua transferência.
Na verdade, Christian sabia o real motivo da sua solicitação apesar de Aysha alegar ser por causa da sua prima a única parente viva estar sozinha na cidade vizinha.
Para ele foi um alívio, já que não teria que lidar com problemas quando a esposa e a amante de Joshua retomassem ao trabalho.
Com isso, Christian solicitou que a mesma lhe enviasse um e-mail com a solicitação e o motivo do pedido para ser feito a transferência somente por uma formalização de praxe.
Julie estava ao lado da prima lhe dando forças desde a ligação até a solicitação por e-mail.
Hesitante, Aysha tremeu o dedo sobre a tecla “enter” do computador antes de apertar e quando o fez, parecia que algo dentro dela se quebrou.
Julie sabia que para a prima não estava sendo fácil, mas só o fato de dar os primeiros passos, comprova que ela estava disposta a mudar realmente.
- Estou orgulhosa de você prima. – Julie falou emocionada ao ajudar Aysha a deitar novamente na cama.
Aysha se cobriu com o edredom e sorriu tristemente.
- Eu sei que não vai ser fácil, mas eu irei conseguir. Só sinto não poder falar com a Carly e me desculpar.
Sentando-se na ponta da cama ao lado da prima, Julie segura na sua mão.
- Você ainda conseguirá prima e quando o fizer se ela não aceitar, não ligue porque pelo menos você fez a sua parte. Agora descansa que eu vou preparar o nosso almoço. - Inclinou-se e beijou-lhe a testa, a deixando com os seus pensamentos até que pegou no sono.
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Não se falavam outra coisa no hospital sobre a transferência de Aysha para a filial na cidade vizinha.
Todos especulavam o que de fato tinha acontecido até que a fofoca dos corredores chegou ao ouvido de Ander.
Ele por sua vez, sabia o motivo da atitude de Aysha sair e com uma certa relutância, acabou enviando uma mensagem para Carly avisando.
“Aysha não está mais no hospital. Se transferiu. Achei que gostaria de saber.”
Não demorou muito e o seu celular apitou.
“Obrigada por avisar. Estou mais aliviada com isso.”
“Você está bem?”
Dessa vez a resposta não veio e Ander precisou voltar ao trabalho.
Já em Springfield, o pai de Carly estava cuspindo fogo pelas ventas.
- Minha filha, como isso foi acontecer?
- Papai! – O repreendeu envergonhada.
O mesmo a olhava e bufava parecendo um touro bravo.
- Carly Clifford!
Continua...
Será que o senhor Eliot vai concordar com a filha se separar do Joshua? E a Aysha, será que vai ficar longe muito tempo? Comenta aí o que acha???