DESTEMIDA

Capítulo 78: O funeral e algumas pessoas nunca mudam... parte 1

Já no hospital...

Tudo o que se exalava após a notícia, era a dor da perda e o choro que estava parecendo limpar a alma por toda aquela angústia colocada para fora.

Mãe e filha estavam abraçadas. Sentiam naquele abraço todo o amor e solidariedade com o que estavam sentindo.

E por mais que ela estivesse triste com a partida de Alfred, não era por ama-lo como homem ainda, e sim porque foi o responsável por ela ter sido mãe daqueles dois que estavam ali.

Introspectivo era a palavra para Joshua. Se mantinha isolado e com isso, estava longe das duas. Seus olhos estavam perdidos e se sentia m*l com tudo aquilo.

Por mais que perdoasse o seu pai, sentia no seu coração a tristeza de não terem tido mais tempo.

Alfred já sabia dos riscos ao ir ver o seu filho, mas preferiu que todos pensassem a pedido para o seu médico, de que houve algumas complicações e que isso aconteceria a qualquer momento, não queria que ninguém culpasse o seu filho e nem o mesmo se sentisse com tal sentimento.

A sua felicidade maior, era que estava em paz. Conseguiu fazer as pazes com todos mas, principalmente com Joshua já que a sua irmã, o seu pai já tinha um tempo unido a ela. Sabia até que seria avô e ficou mais feliz, quando fez as pazes com seu filho mais velho e sabia que teria mais um neto também.

Tudo agora estava incerto, mas conseguiriam seguir em frente por estarem também sem um peso nas costas e terem conseguido enfim fazerem as pazes.

Philip que havia ido junto ao médico resolver todos os trâmites para liberação do corpo e poderem assim fazer o velório e enterro, viu Joshua isolado das duas mulheres que estavam abraçadas se consolando. Caminhou até ele e sentou ao seu lado colocando a mão sobre o seu ombro.

Joshua que estava com o olhar perdido, olha por cima do ombro onde seus olhos se fixam a mão daquele homem que retira suavemente. Seus olhos seguem até que encontra-o fitando com um sorriso fraco.

Suspira pesadamente pela dor que há no seu coração e com o abrir de braços, acaba se jogando para o seu padrasto sendo acolhido naquele abraço. Ali, ele se permite desabar. Não precisava ser forte ou indiferente ao que estava sentindo naquele momento.

Carly e Ander acabavam de chegar ao hospital e seguiram até a recepção aonde todos estavam alojados e de certo modo se consolando.

Sentiu o coração doer e se apertar por ver a sua ex-sogra tão sentida pela perda do ex-marido. Ao sentir a presença da sua nora, ergueu seus olhos úmidos e correu até ela a abraçando.

- Oh minha querida, você veio. Pena que Alfred não aguentou muito tempo.

Carly demorou até conseguir retribuir o abraço daquela pobre mulher. Mesmo que estivesse daquele jeito, não era por amar Alfred como amou um dia e sim, por ser o responsável por ter dois filhos maravilhosos.

Pelo menos, é o que ela acha, já que não sabe o quanto seu filho foi decepcionante no seu casamento.

Já Ander, vendo aquela cena se afastou. Viu Joshua abraçado ao padrasto ao longe e se aproximou.

- Eu sinto muito Joshua. – Estendeu a mão na sua direção.

Afastando-se do seu padrasto, Joshua olhou para aquela mão estendida na sua frente e em seguida ergueu seu olhar, encontrando Ander parado a sua frente.

Respirou fundo e segurou em sua mão recebendo as suas condolências. Agora não era hora para brigar ou discutir.

- Obrigado!

Assim que o agradeceu, olhou para lado e viu a sua mãe e Carly abraçadas. Seguiu até onde estavam e sua voz rouca e embargada atraiu a sua atenção.

- Carly. Eu disse para não vir.

Sua mãe ouvindo-o a repreender, lhe olha em total desagrado e reprovação, e o repreende.

- Ela é a sua esposa. Isso são modos de falar com ela?

Passando a mão pelos cabelos nervoso, respirou fundo e se explicou para não deixar nenhum m*l entendido.

- Mãe, eu falei isso porque Carly está grávida. Não é bom para ela ou o bebê todo esse estresse.

Sua irmã que ouviu a parte que a cunhada está grávida, desdenhou por estar na mesma situação.

- Gravidez não é doença e além do mais, não esqueça que eu também estou grávida. Olá Carly!

Joshua revira os olhos e Carly a cumprimenta sempre amorosa apesar que a sua cunhada não gosta muito dela.

- Olá Samantha. Não se preocupem, eu estou bem. Só vim mesmo porque já estava perto daqui. Mas preciso ir para Shelburn Falls já que não tirei licença por mais alguns dias no hospital. – Justifica.

Sempre amorosa com a sua nora, segurando as suas mãos, sorri amavelmente.

- Não se preocupe querida, o importante é que veio.

Samantha nunca gostou muito de Carly, sempre a achou esnobe mas a verdade, é que acredita que Joshua só foi para uma cidade vizinha por causa dela e não porque arrumou um trabalho no mesmo lugar que ela. A acha dessa forma porque ao contrário dela, Carly trabalha e tem uma profissão, coisa que Samantha nunca se interessou em ter.

E para completar a sua raiva, resolveu provocar a cunhada um pouco, já que a viu chegar com Ander.

- Cuidado irmãozinho. Cuidado para não ser corno já que a cunhada está bem acompanhada! – Sorri maleficamente.

- Samantha! – Sua mãe a repreende.

A mesma dá de ombros e Joshua a encara com uma carranca. Não gostou do comentário e Carly muito menos que a encarou.

- Pelo visto não muda nunca essas suas birrinhas de criança comigo não é mesmo? Ander é médico e também meu amigo. Mas não tenho que lhe dar satisfação sobre a minha vida pessoal ou o que faço. Vá cuidar da sua amargura para não afetar o bebê.

- Você...

- Já chega! – A mãe interfere. Olhando para Carly, se desculpa.

- Me desculpe minha querida. Não ligue para a Sam, são os hormônios da gravidez.

Sorrindo forçado, Carly entende e a tranquiliza.

- Não se preocupe. Eu já estou acostumada com o m*l humor dela mas não tenho sangue de baratas sempre. – Responde séria.

- Entendo. Mais uma vez obrigada por vir Carly. Sei que não é o momento, parabéns por estar grávida. Filhos sempre são uma benção.

Carly apenas balançava a cabeça concordando. Dão mais um abraço e sua sogra faz um gesto de cabeça para o filho que a acompanhe até o fim do corredor em que Ander já estava a esperando.

- Muito obrigada por ter vindo. Sei que não somos mais casados, mas pelo menos... enfim, obrigado!

- Não precisa agradecer, fiz por você o que faria por qualquer pessoa.

- Eu entendo.

- Mais uma vez, sinto muito por sua perda. Me avise depois o horário e onde será o enterro que irei.

- Não precisa, mas de qualquer forma, mando sim. Já avisou a sua família sobre meu pai?

- Falarei assim que chegar em casa. Bom, até Joshua. Fique bem!

- Você também e obrigado!

Uma curva se fez nos lábios e Carly acenou de cabeça concordando. Ander olhou para Joshua mais uma vez e saíram.

Joshua suspirou ao vê-los se afastar e percebeu Philip ao seu lado, quando o indagou.

- Estão separados há quanto tempo?

- Não sei do que o senhor está falando. – Desconversa.

Sorrindo, Philip sabia bem que aquela formalidade toda e parecendo pisar em ovos, não era por uma simples briga.

- Eu sei que estão separados. Já passei por isso e conheço bem os sinais. Você fez merda não é?

Suspirando, Joshua se vira para o seu padrasto. Seu semblante derrotado admite o que tanto o aflige.

- Infelizmente sim. Estamos mais que separados. Estamos divorciados tem dois dias.

- Pelo visto foi sério mesmo! – Arregala os olhos surpreso.

- Sim, a magoei de todas as formas e tudo o que não queria por não gostar do que o meu pai fazia, acabei fazendo. Agora a perdi de vez.

- Entendo.

Escutando passos se aproximando, Philip achou melhor mudar de assunto.

- Vamos voltar para elas. Ajudar sua irmã e mãe nesse momento. Depois conversamos mais sobre isso, mas agora... Não devemos deixar que elas saibam.

Joshua concorda.

- E nem eu quero que saibam nada. Combinamos que no momento certo falaríamos para as nossas famílias.

Apertou o ombro concordando e seguiram para onde estavam a mãe e filha juntas e o médico que acabava de sair para avisar que o corpo estava liberado e com isso, ligaram para a funerária providenciar tudo.

Continua...

Pelo visto não é bem a sogra que Carly não se dava bem! A cunhada carne de pescoço hein.

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