Laura Barbosa
O jantar estava divino, uma verdadeira obra-prima culinária, cortesia do chef Juliano. A conversa fluía tão naturalmente entre nós que parecia que sempre tínhamos algo para compartilhar, algo que só amigos verdadeiros entendiam.
Mas, após alguns minutos de risadas e histórias compartilhadas, Juliano trouxe à tona um assunto ainda um pouco delicado para mim. Ele olhou profundamente nos meus olhos enquanto falava:
— O Andrew queria conversar com você.
Respirei fundo e fiz o mesmo, mergulhando em meu vinho suave antes de encará-lo novamente.
— Não temos mais nada para conversar, Juliano. O que precisava ser dito já foi.
Ele deu um longo gole em sua bebida e, com um olhar sério, continuou:
— Ele disse que não foi ele quem postou aquela foto, queria te pedir desculpas.
Num suspiro, me servi de mais vinho, tentando conter a mistura de emoções dentro de mim.
— Diga a ele que não precisa se desculpar, ele não me deve nada, nem uma explicação. Eu estou bem.
Juliano continuou a me encarar, como se ponderasse as palavras seguintes:
— Laurinha, ele queria que eu ligasse para ele quando estivesse com você, ele insiste em falar contigo, você não acha que será bom para vocês conversarem?
Respirei fundo novamente, sentindo o peso do passado em minhas costas.
— Eu não quero falar com ele, Juliano. Se foi ele ou a namorada quem postou pouco me importa agora.
Ele compreendeu minha relutância, mas não desistiu facilmente:
— Laurinha, mas se eu não ligar para ele...
Interrompi, determinada a manter meu espaço:
— Juliano, por favor, eu sei que você é amigo dele, mas preciso que respeite minha decisão. Eu não quero falar com ele. Andrew não é bob0 como você pensa. Se ele não quisesse que aquela foto fosse postada, ele não teria deixado ninguém postar. E tem mais, eu não duvido que tenha sido ele mesmo quem postou. Talvez sem intenção, no calor do momento, mas postou e já foi. Agora, se for para a gente discutir por conta dele, eu acho que é melhor eu ir embora.
Juliano me olhou com compreensão e carinho, seus dedos acariciando meu rosto. Aquele gesto me trouxe conforto, como se ele soubesse exatamente o que eu precisava ouvir.
— Claro que não, meu chaveirinho, esse assunto termina aqui. Se você não quer falar com ele, pronto! Amanhã me entendo com Andrew.
Meus olhos encontraram os dele, e eu o abracei, agradecida por sua compreensão e apoio. Aquele abraço transmitia mais do que palavras, era o símbolo da amizade verdadeira que compartilhávamos.
— Está tudo bem, Juliano. Eu sei que você só quer o meu bem. — Abracei-o com força, sentindo um calor reconfortante no peito.
Ele segurou meu rosto suavemente, olhando profundamente em meus olhos.
— Você é importante para mim, Juliano, e eu não quero discutir com você por conta de alguém que simplesmente me deixou sem ao menos refletir sobre sua decisão. Ele fez a escolha dele e está muito bem.
Minha gratidão por ter um amigo tão especial como ele crescia a cada dia. Aquela noite, ao lado de Juliano, era um lembrete de que a vida poderia ser boa novamente, mesmo após as tribulações. E, mesmo que fosse apenas como amigos, sabia que ele estaria sempre lá para me apoiar, e eu para apoiá-lo. Era um vínculo que eu esperava que durasse para sempre.
Juliano sorri, aquele sorriso que me faz sentir segura e querida. Ele era um amigo incrível, alguém em quem eu podia confiar plenamente.
— Laurinha, você também é importante para mim. Não gosto de te ver assim, chateada por causa dessas coisas. E saiba que estou aqui para o que der e vier, sempre.
Apenas assenti com a cabeça, incapaz de encontrar palavras para expressar o quanto ele significava para mim. Não era apenas a comida deliciosa que ele preparava ou as risadas compartilhadas, era o apoio, o carinho e a compreensão que ele sempre me oferecia.
— Agora, chega de assuntos chatos. — Juliano se levanta da mesa e estende a mão para mim com um sorriso tr@vesso. — Quer dançar, chaveirinho?
Não consigo resistir ao seu convite e aceito sua mão, levantando-me da cadeira. A música suave que ele colocou no ambiente nos envolve enquanto dançamos lentamente pela sala. Era um momento simples, mas cheio de significado.
— Então é assim que você faz com que suas conquistas se apaixonem por você? — brinco enquanto dançamos.
— Não, Laurinha, eu não sou mais romântico, você sabe. Agora, o máximo que eu faço é levar minhas pres@s para um canto qualquer para devorá-las como um bich0-papão. — dou risada e neg0 com a cabeça enquanto ele continua me conduzindo na dança.
— Uma pena, porque aposto que elas iriam adorar conhecer esse Juliano sensível e romântico. — ele sorri e balança a cabeça.
— Nunca mais, Laurinha. Agora sou romântico só com você, porque você sim merece todo o meu afeto. — sorrio e ele beija minha testa carinhosamente.
— Ainda bem que sou vacinada contra você e seus encantos, Juliano, porque se não estaria perdida. — afirmo, e ele se diverte.
— Olha, se eu fosse você, não acreditaria tanto nisso. Eu consigo ser irresistível quando quero, então não será uma vacina que fará com que você não se apaixone por mim. — provoc@, e eu dou risada.
— Você é terrível, Juliano. — sorrimos e continuamos nossa dança.
Ali, nos braços de Juliano, eu percebi que a vida poderia ser boa novamente, mesmo após um término doloros0. Porque eu sabia que tinha um amigo bom, sincero e leal ao meu lado, que estava disposto a estar comigo em todos os momentos, e que me ajudaria a superar tudo com leveza e alegria.
(...)
Após uma refeição maravilhosa e uma dança empolgada, Juliano pegou outra garrafa de vinho e seguimos para a sala de TV, nos acomodando no espaçoso e confortável sofá. Ali, continuamos nossa conversa animada enquanto degustávamos o bom vinho.
— Hoje eu fui à casa dos meus pais, e antes de vir embora, passei em uma cafeteria. Precisava tomar um bom café para me ajudar com a ressaca de ontem. E lá tinha uma atendente muito... interessante, digamos assim. Ela era bem gostos@ e estava me dando bastante mor@l — Juliano começou a contar a história, e eu já sabia que, com ele, qualquer lugar era palco para suas aventur@s, então comecei a rir antes mesmo dele dizer o que tinha acontecido realmente entre ele e a moça.
— Não acredito, Juliano! — ri, imaginando a situação.
— Ela estava me dando moral, Laurinha. O que você queria que eu fizesse? — ele retrucou, sorrindo travesso e eu continuei achando graça.
— Você é um safad0! Onde você pegou essa garota? — minha curiosidade estava aguçada.
— No banheiro, e nem precisei pedir. A menina era... bem ousad@. Entrou comigo no banheiro e praticamente implorou para eu f0der ela ali. — abri os olhos surpresa e dei um leve tapa em seu ombro.
— Você não presta, como pode ser tão safad0. — comentei, rindo.
— Estou falando sério, dessa vez eu não tive nem que me esforçar, a garota era bem ousad@. — ele afirmou, degustando seu vinho. — Acho que vou frequentar mais aquele lugar.
— Cuidado para não arrumar problemas para a garota, Juliano. Imagine se pegam vocês, ela pode ser demitida. — fiz um alerta, e ele reconsiderou.
— É, você tem razão, não quero causar problemas para ninguém.
— Pois é, pega o telefone dela e marque um encontro em outro lugar fora do trabalho, assim vocês não terão problemas. — dei um conselho.
— Ela já me passou o telefone dela. — Juliano sorriu e me serviu mais vinho.
— Você não é mole, Juliano, não perde tempo. — brinquei, e ele riu.
— Nem um minuto, chaveirinho. Eu sou bem dur0, isso posso te garantir. — Arregalei os olhos e, de novo, dei um tap@ leve em seu ombro.
— Que safad0! Você se comporte, estou falando no bom sentido. — ele continua rindo.
— Eu também estou falando no bom sentido, Laurinha, e é um sentido que elas amam. — eu neguei com a cabeça enquanto sorrimos e continuamos aproveitando nossa noite.