Encurralada

945 Words
Eu fui escoltada de volta ao escritório, por 5 homens. Me forçaram a sentar e mantiveram as armas apontadas para mim. Os meus sentimentos estavam confusos e eu estava em alerta total. O amargor de ter sido ingênua ainda estava na minha boca quando o Dom e o Davi chegaram. Não olhei para eles. Mantive a minha atenção na mesa de frente para mim. - Pelo amor de Deus, abaixem as armas. Ela não vai nos atacar. - O Davi falou sentando de frente para mim. Olhei para ele e sorri, deixando evidente que eu atacaria se tivesse oportunidade. - Foram ordens minhas. Eu não confio nela filho. - O Dom explicou. - E isso só mudará depois que ela demonstrar disposição para o que nós propusermos. - 5 armas é um exagero. - O Davi falou e o Dom calou qualquer outro argumento dele com uma levantada de mão. - O que você realmente tem em mente? - Eu perguntei, cansada de esperar. - O que eu quero é bem simples. - Ele começou. - Quero o controle de toda a Itália. Os Bambinos estão se aproximando daqui, pouco a pouco. - Pisquei algumas vezes, associando com o que o Nicolas me contou. - Eles propuseram alianças com vários aliados meus, que fingiram aceitar, só para depois me contar. E eles estão planejando um ataque, para acabar comigo e com a minha família, apenas para assumir tudo. - Ele me deu um sorriso frio. - Mas, tendo você aqui, isso muda. - Então ele sabia de tudo. Os Bambinos acharam que o fator surpresa ajudaria… - Como eu posso cooperar? - Eu ainda confusa, questionei. - Você vai procurá-los. E exigir o seu lugar como herdeira. - Eu quase dei risada. - E eles darão, afinal o seu pai foi o Dom deles por bastante tempo. - O meu tio vai me matar. - Eu falei, chegando naquela conclusão bem rápido. - Esse plano tem falhas por todos os lados. - Não… Ele vai tentar, e você como uma verdadeira guerreira, vai dar fim na vida dele. - Pisquei algumas vezes. - Isso é traição. Neste momento, não importa quem eu sou, ele é o Dom. - Ele serviu um copo de uísque e depois outro. - Beba querida, que eu vou te explicar que não é bem assim. - Dei um gole no líquido âmbar, que começou a desanuviar os meus pensamentos. - Você não irá no Carlo direto. Você vai procurar o Juiz deles. - Olhei para o Davi que me lançava um olhar quase triste. - Você não vai exigir a sua herança direto para eles, e sim ao tribunal, e ele ficará preso às ordens que eles derem. - Isso é impossível. Ele é o Dom, controla toda a operação. - Ele negou com a cabeça sorrindo. - O Marco, o atual juiz deles, está na minha folha de pagamento. - E tudo fez sentido. - Ele dará a ordem para uma investigação. E é questão de tempo até ser determinado que você é a herdeira por direito. - Eu ainda via claramente um burraco no plano. - José. - Falei o nome dele tentando não demonstrar o ódio que eu sentia. - Você não deveria ter deixado o Truck partir, caso não tenha percebido, eu sou mulher. - As regras dos Bambinos eram tão arcaicas quanto as deles, eu não poderia assumir, esse direito seria do meu marido, nesse caso, o Ricardo. - Imagine como eu fiquei surpreso, quando soube, que vocês não são casados. - Ele levantou e começou a andar pela sala. - Nas nossas regras, você seria arrastada na rua, por deixar que um homem maculasse a sua pureza, um homem que não é o seu marido. - Ele virou na minha direção, deu um último gole no uísque e sorriu de novo. - O Davi não está na linha de sucessão natural Camorra, por ser o meu segundo filho. - Senti o meu sangue congelar com o que ele estava sugerindo. - O Dominique é o próximo no comando, mas entenda, ele não me deu netos… - Pisquei incrédula para ele. - E a Anna e a Giorgia…? - Ele suspirou. - Mulheres, inúteis, que vão casar com homens que não tem o meu sangue nas veias… - Quando ele falou netos, ele queria dizer, netos homens. - Só que, o Davi tendo você, uma herdeira legítima, de uma geração anterior a minha, com sangue Camorra e Bambino, coloca ele acima do Dominique, e eu não precisaria começar uma guerra entre os meus filhos. - Eu não vou casar com ele. - Falei, um pouco agressiva demais. - Vai sim, faremos um contrato simples. Um casamento e um herdeiro, homem. - Eu senti todos os meus nervos se prepararem para atacar. Ele só pode ter enlouquecido. - Eu não tenho controle disso. - A raiva aumentando a cada palavra. - Terá quantos herdeiros forem necessários, até me dar um menino. - Olhei suplicante para o Davi, que não me encarava, ele manteve os olhos para o chão, parecendo envergonhado. - José, isso é loucura. Eu não vou me casar com ele, não farei um filho com ele. Me mate se quiser, eu não vou aceitar isso. - O sorriso dele esfriou quando ele respondeu. - Você fará tudo o que eu quiser, caso contrário eu não vou matar você. - Ele fez uma pausa e sorriu mais. - Eu não farei a mesma promessa sobre manter a vida do seu amado. - E uma imensa nuvem de pavor, o medo me atingiu. - Eu sei onde ele está, e matarei todos aqueles que tentarem protegê-lo.
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