- Partimos quando? - Perguntei e o sorriso dele vacilou.
- Linda, as coisas não são simples assim… Precisamos planejar isso com calma. Eu não suportaria te colocar em perigo. - Apertei a mão dele em resposta.
- Eu já estou em perigo. - Falei. - Cada dia que não posso te beijar, eu corro o grande risco de desfalecer. - Falei, entendo a verdade naquelas palavras.
Ele virou o carro, entrando no estacionamento de um mercado e o meu coração subiu quase até a garganta. Ele iria me beijar. Estávamos saindo da rua, dos olhos de possíveis curiosos… Ele dirigiu em silêncio, descendo dois níveis de subsolo. Ele foi até o fundo do estacionamento, onde tinham alguns carros estacionados e empoeirados. Um lugar deserto, que não era um jardim.
Imediatamente o meu corpo ficou mais consciente do que poderia acontecer, do quanto eu queria que acontecesse. Ele parou o carro e soltou a minha mão, eu deslizei de volta até encostar no banco.
Ele desceu do carro e abriu a porta de trás, sentando ao meu lado. Observei a ação dele com o sangue fervendo nas veias.
- Oi. - Ele falou.
- Oi. - Eu respondi, sem saber muito bem o que fazer. Ele se aproximou e colocou a mão no meu rosto. O toque dele era quente e eu relaxei a bochecha contra a mão dele.
Todos os meus sentidos estavam alertas e um calor começou a subir pelo meu corpo.
- Não podemos demorar. - Ele falou se aproximando. - E não me olhe assim, por favor.
- Como eu estou te olhando? - Perguntei em dúvida.
- Com desejo… - A voz dele não era mais do que um sussurro e eu senti o rosto enrubescer.
- Eu te desejo. - Admiti e observei quando ele fechou os olhos e respirou fundo, como se lutasse com alguma coisa dentro dele. - Eu quero isso, Nicolas. - Falei, também sussurrando.
- Eu não mereço você. - Ele falou ainda de olhos fechados.
- Você merece e me tem. Eu nunca quis nada como eu quero ficar com você. - Ele suspirou e chegou mais perto, descendo a mão dele pela minha pele, envolvendo o meu pescoço. Eu esperei ansiosa que ele me beijasse.
- Eu precisava ficar perto de você. - Ele suspirou. - Eu preciso muito ficar perto de você.
- Em breve, vamos embora. - Eu falei, imaginando que poderia tocá-lo sempre que eu quisesse. - Se quiser, podemos ir embora hoje mesmo. - Ele sorriu.
- Era tudo o que eu queria, mas eu preciso organizar as coisas. Você merece mais do que apenas fugir. Você merece o mundo… - Ele falou.
- Eu não preciso do mundo, eu preciso apenas de você. - Eu não poderia negar mais. Se ele quisesse ir agora, eu iria. Para onde ele quisesse, inclusive para a Sicília. Eu só queria ficar com ele.
- Sua praticidade é admirável, minha linda. - Ele encostou a testa na minha e as nossas bocas ficaram a poucos centímetros de distância. - Faremos isso, eu prometo. Vou te levar embora e casar com você, longe dessa merd4 toda.
Eu não consegui me controlar. Eu avancei contra a boca dele, puxando ele contra mim. Ele não resistiu e eu o beijei, sentindo finalmente o doce da boca dele. Eu estava sedenta por ele. Fazia tempo que eu não o tocava, tempo demais. Ele retribuiu carinhosamente o meu beijo, buscando a minha língua com a dele com calma, e pouco a pouco, explorando cada canto da minha boca, fazendo o meu corpo acender a cada movimento. Me movi para montar nele e ele me segurou, me mantendo onde eu estava. Cedo demais, ele se afastou, com a respiração descontrolada.
- Não faremos isso aqui. - Ele falou com dificuldade, uma luta interna visível.
- Eu quero. - Falei, tentando acalmá-lo. - Eu quero você. - Eu repeti e ele sorriu.
- Minha linda. - Ele respirou fundo. - O dia que eu entrar em você, tomando você completamente para mim, será impossível parar. - Os olhos verdes dele brilhavam como duas esmeraldas polidas.
- Quando você for minha, completamente minha, nada mais poderá nos afastar.
- Eu já sou… - Ele apoiou o dedo nos meus lábios, me calando.
- Eu te quero descontroladamente Anna, e quero fazer isso direito. Não vou tirar a sua inocência hoje, em um carro. Farei isso em um lugar apropriado, sem o risco de sermos interrompidos. - Eu sorri ao pensar no tempo ilimitado que poderíamos ter longe dali, longe de Nápoles. - Eu prometo, que quando a hora chegar, te servirei amor e praz3r por muitas horas. - Eu sorri largo, imaginando aquilo. - Você merece muito mais, e passarei o resto da minha vida fazendo você se sentir que é a mulher mais amada da Itália. Do mundo. Para sempre.
- Para sempre. - Eu repeti e ele beijou com ternura a minha testa antes de se afastar.