Capitulo 1
Kely Narrando
Oi, me chamo Kely, tenho 17 anos, tenho 1,60 de altura, cabelos longos e pretos, tenho a pele branca e meu corpo é como o de uma falsa magra, pernas grossas e barriga magra.
Moro com minha mãe aqui mesmo na rocinha, apesar de tudo, gosto de morar aqui. Eu estudo pela manhã, numa escola próxima a minha casa, tenho uma amiga que se chama Thay, ela é um amor, mas muito braba ao mesmo tempo. Já eu sou mais maluquinha, sou tímida no início, mas quando pego i********e, converso sobre tudo!
Acordo com o som estridente do alarme do meu celular, levanto com bastante preguiça, vou ao banheiro e faço minha higiene matinal. Então coloco uma roupa e vou para a cozinha.
— Bom dia, mãe, dormiu bem? — pergunto, assim que chego ao local, vendo-a preparando o café.
— Bom dia, filha, dormi bem sim, e você? — minha mãe pergunta, sorrindo para mim.
— Dormir bem, mãe — respondo, pegando um pão e o café.
Enquanto comia, mandei mensagem para Thay, ela me respondeu imediatamente, me dizendo que já tá saindo e pedindo para encontrá-la na ladeira.
— Mãe, tô indo.
— Tá bom, filha, boa aula.
Saio de casa e logo encontro a Thay na ladeira que havia próxima a minha casa.
— Bom dia, amiga!
— Bom dia, p*****a da minha vida
— Amiga, depois da aula, vamos lá para casa, fazer maratona de filmes?
— Vou com minha mãe, amiga.
Chegamos à escola, e eu já encontro meu namoradinho, o Jonathan. Namoramos há uns 6 meses, ele fica querendo avançar as coisas, mas eu não estou preparada, não sinto que é a hora e é minha primeira vez, quero que seja especial!
— Olha seu namoradinho ali — Thay fala, irônica, apontando para ele.
— É, tô vendo! — Thay não gosta muito do meu namorado, para ela, ele fica com outras garotas e, por isso, sempre o trata com ironia.
— Amor como você tá? — Jonathan fala, assim que se aproxima de nós.
— Tô bem, e você Jhon? — chamo-o pelo apelido carinhoso que dei a ele.
— Não tá me vendo aqui não, bebezinho? — Thay provocou, ela adorava afrontá-lo.
— Até vi, mas não queria para não me assustar logo de manhã! — ele retrucou enquanto ria.
— Vamos para a aula, amores — os chamei, puxando s dois pelo braço e entrando na sala.
A aula seguiu tranquila e, depois, Thay e eu fomos para minha casa, a mãe dela deixou ele passar o dia comigo.
MAS TARTARDE.
— Amiga, e você e o Jonathan? Você acha que esse namoro vai para frente? — Thay perguntou, jogando um pouco de pipoca na boca.
— Aí, amiga, não sei! Eu gosto dele, só não sinto confiança, mas vamos ver no que vai dar — respondi, suspirando levemente.
— Sinto que você não gosta dele! — Ela se virou para mim, segurando minhas mãos. — Eu implico às vezes, mas ele é legal, só não acho ele bom para ser seu namorado.
— Eu entendo, amiga, só que, até então, ele me respeita e, além disso, nos damos muito bem!
Passamos o restante da tarde assim, fofocando, o que era para ser uma maratona de filmes, se tornou a tarde das fofoqueiras!
NO DIA SEGUINTE
— Amiga, vamos, nós vamos chegar atrasadas!
— Culpa sua que ficou ontem até tarde fofocando, nem me deixou ir para casa! — Thay reclamou.
— A culpa é minha, sua fofoqueira? Tá parecendo as vizinhas da rua de baixo — falei enquanto ria, terminando de me arrumar.
— Para de mentira que você que ficou falando do Jonathan o tempo inteiro! Até enjoei — ela retrucou enquanto ria.
— Você que começou falando dele primeiro, eu só acompanhei, é falta de educação, deixar as pessoas falando sozinhas!
Seguimos o caminho inteiro fofocando e rindo, até que vi uma cena que não gostei muito. Jonathan, que estava em um beco próximo à escola, quase se comendo com uma v***a do morro que que pega todo mundo. O por é que eu não passo por aqui, por isso ele veio, sorte minha foi que Thay e eu resolvemos vir por esse caminho hoje, mas minha mãe não gosta que eu passe por aqui, agora eu entendi o motivo
— Amiga, eu vou quebrar a cara da p**a da Suelen
— Não vai não, nós vamos passar e fingir que não vimos essa cena! — Thay é assim, se mexer com quem ela gosta, incorpora o próprio Diab!
Jonathan estava tão empolgado, que nem nos viu passar.
— Era para você deixar eu quebrar a cara deles dois! Vamos para onde agora?
— Para escola — respondi.
Ela olhou para minha cara incrédula, mas, na verdade, eu estava sofrendo por dentro. Estava triste e chateada por ter sido traída, mas não por terminar com Jonathan, afinal, não o amo.
— Tá bom, Kely, vamos né.
A aula seguiu ótima e, no final da manhã, quando eu já estava subindo a ladeira, vejo o Jonathan. Quando ele me viu, correu em minha direção.
— Kely, eu não te vi hoje! — falou, assim que chegou até mim.
— Eu não saí da sala, estava terminando um trabalho que estava atrasado — respondo, admirada com seu cinismo.
— Logo você, que entregar tudo certinho? Mas, mudando de assunto, vamos à praça mais tarde?
— Você sabe que eu não gosto de sair assim!
Eu não gosto de ficar muito na rua, tenho medo de um tal de Mu e do AL. Mu é dono do morro, AL é o braço direito, as pessoas falam muito sobre as barbaridades que os dois fazem por aí.
Deus me livre!
Mas, de todo jeito, preciso ir, só assim termino isso que tenho com Jonathan de uma vez!
— Te vejo lá às 16h!
Ele saiu logo depois, deixando um beijo em minha bochecha e indo embora.
— Você tá de brincadeira! Agiu como se nada tivesse acontecido, eu não entendi nada! — Thay falou, assim que Jonathan foi embora.
— Amiga, é simples, vou terminar com ele quando chegarmos à praça!
Thay somente deu de ombros, sei que ela não gostou muito da minha ideia, mas, depois disso, fomos para nossas casas.
16 h
Eu já estava pronta, minha mãe não está é casa esses dias, foi visitar alguns parentes na Bahia eu tive que ficar. Uma vizinha da frente fica de olho em mim, mas aqui ninguém se intromete na vida de ninguém. Pelo contrário, a única notícia que corre rápido aqui é a da chegada da polícia, já que quando invadem o morro, não olham quem é pai ou mãe de família, nem se é adulto ou criança.
Na minha casa vivemos só eu e minha mãe, meu pai morreu há dois anos, teve um câncer terminal que o levou. Apesar disso, ele deixou uma pensão para mim e para minha mãe, então, mesmo com a perda, vivemos tranquilas financeiramente, já que ele era quem colocava dinheiro dentro de casa.
Segui para a praça sem pressa, não demorei muito para chegar ao local. Avistei Jonathan sentado num dos banquinhos que haviam espalhados por ali, então me aproximei.
— Oi, amor, demorou! — ele falou, se levantando para me abraçar.
Como uma pessoa pode ser tão cínica?
— Oi, Jonathan, precisamos conversar sobre... — estava prestes a falar o motivo da conversa, porém, fui interrompida por Suelen.
— Oi, amorzinho, quando vamos repetir o que fizemos mais cedo?
Olhei para Jonathan, que estava completamente pálido.
— Responde ela, Jonathan!
— E...eu...posso explicar! — ele tentou, em vão, se justificar.
— Não precisar explicar nada, eu vi tudo de manhã! Vocês estavam no maior amasso! Só vim aqui para terminar! E você, Suelen, que faça bom aproveito!
— Uma pena que eu não sabia que ele tinha namorada, mas se eu soubesse não ia adiantar de nada, quem te deve respeito é ele e não eu, projeto de p**a!
Quando ela falou isso, uma raiva toma todo meu corpo, mas mantenho a postura, não posso descer ao nível dela.
— Nunca mais fale desse jeito comigo! E você, Jonathan, não venha mais atrás de mim! — gritei, apontando o dedo para ele.
— Kely, amor, eu te amo! Foi só um beijo — ele falou, mas eu não acreditava mais em suas palavras.
— Quem ama não trai, Jonathan, e você me traiu!
— Não vamos nos separar, nem que essa seja a última coisa que eu faça! — ele ameaça, se aproximando.
— Você é ridículo! — grito, erguendo a mão e acertando um tapa no rosto dele. — Nunca mais vou ficar com você.
— Não bata no meu homem, sua v***a! — Suelen se intromete na briga.
— Suelen, para de tentar dar show! Todo mundo sabe que você já passou pela mão de todos daqui do morro, não adianta dizer que ele é seu homem!
À essa altura uma rodinha já havia se formado ao nosso redor. As coisas aqui funcionam assim, se acontece algum barraco, logo todos se juntam para ver. Para piorar tudo, Thay chegou à praça, abrindo espaço entre as pessoas e gritando:
— Que baixaria é essa aqui?
— Pronto, agora chegou o projeto de p*****a! — Suelen alfineta.
Thay estava prestes a partir para cima de Suelen, porém, entro em sua frente, segurando em seus ombros.
— Amiga, não cai nas provocações dela! — falo, tentando acalmá-la.
— Eu, projeto de p*****a? Suelen, você quer que eu coloque em ordem alfabética todos os caras do morro que já passaram a mão em você?
— Vocês são todas m*l amadas! Tem inveja de mim, isso sim! — Suelen fala, jogando os cabelos para trás e nos olhando com deboche.
— Jonathan, você está aí calado, aproveita e leva sua nova namorada para casa! — eu falo, me virando para ele.
— A única namorada que eu tenho é você, Kely!
— Não tem vergonha não, Jonathan? Traiu minha amiga e eu bem sei que não foi a primeira vez! Agora fica se achando bom moço! Pois, agora assuma esse projeto de p*****a como sua namorada, sua cabeça vai andar igual uma árvore de Natal!
Nesse momento, Suelen parte para cima de Thay.
Ao vê-las brigando, tento entrar no meio para separá-las e, nesse momento, as pessoas se afastam um pouco, pois ninguém tem coragem de entrar no meio para separar três mulheres que parecem onças.
Enquanto tentava separar as garotas, escuto um tiro e sinto meu corpo gelar. Quando me afasto, vejo a pessoa que só havia visto duas ou três vezes na vida. Um estava parado entre as pessoas, que o olhavam assustadas.