Alma de Favela

Capítulo 8

Virei outro copinho de tequila, sentindo minha garganta arder. Fiz careta, ouvindo o Dedin dar risada.

Eu e ele estávamos em um bar, na zona sul, em Copa, perto do PPG. Ele foi o único que veio comigo pra esse bar.

Várias vezes era somente o Dedin que me entendia, e sempre me ajudava. E o único que gostava de vir beber comigo.

Dedin: Mano, tem uma mesa lá no fundo, cheio de caras que não param de olhar pra cá. - me olhou, fazendo uma careta. - Nem olha agora.

Liz: Devem estar impactados com tanta beleza que eu e você exalamos. - dei um sorriso fraco, ouvindo ele dar risada.

Ele parou de rir, e veio se sentando ao meu lado rápido, passando a mão por trás do meu pescoço. Nem estranhei, nem nada, pois ele fazer isso era normal. 

Mas quando ele virou meu rosto, e colou sua boca na minha, fiquei sem saber o que fazer, real. Fiquei parada pensando se retribuía o beijo, ou me fazia de sonsa e continuasse parada. Mas acabei retribuindo, colocando a mão no pescoço dele.

Quando nos separamos por falta de ar, percebi que tinha um cara parado em nossa frente, nos encarando com a cara fechada.

Dedin: Manda o papo, irmão.

- Tu é a Liz?

Olhei pro Juliano, que apenas balançou a cabeça negando, sem o cara perceber.

Liz: Não, acho que o senhor se confundiu, meu nome é Ana Clara. - falei bem plena, só por fora mesmo, e com um sorriso falso no rosto.

Ele ficou me encarando por um tempo, com a cara fechadona, e com um jeito que parecia que ele sabia de todos os meus pecados. Deu até um pouco de medo até.

O cara saiu sem dizer mais nada, e eu só olhei pro Juliano, que olhava pra mesa.

Dedin: A gente tem que ir embora...

Balancei a cabeça concordando, e ele foi pagar a conta. Me levantei, e saímos dali daquele bar. Subimos em sua moto, e ele saiu dali a milhão, indo direto pra VK.

Ele parou a moto na frente da minha casa, e eu desci, olhando pra ele, que tirou o capacete, me olhando também.

Dedin: Ae, pô, só te beijei por que vi que o cara tava vindo na nossa direção. - deu um sorriso, todo sem graça.

Liz: Tudo bem, e até que tu beija bem em, Juliano. - dei risada, e ele negou, rindo também.

Dedin: Tô ligado, pô. Isso não vai mudar nada entre a gente, né? 

Liz: Lógico que não, Juliano. Relaxa, tu continua sendo um dos meus gados.

Ele deu risada, e eu fui entrando em casa, depois de beijar a bochecha dele.

Meu pai estava sentado na sala, assistindo um filme com a minha mãe.. Só falei com a Dona Gabriela, e subi para o meu quarto.

Era f**a de entender meu pai, sempre quando a gente brigava, ele ficava de cara fechada pra mim por mais de 1 mês, mas depois fingia que nada aconteceu, voltando a falar comum normalmente.

Acho que minha mãe pedia pra ele parar se birra, e se resolver comigo. Mas tu escuta? Por que ele não!.