capitulo 7

4997 Words
Paixão Sem Limites S A K U R A — Está linda. — Mebuki disse orgulhosa passando a mão pelo meu vestido de alças cor vinho, brilhoso com um decote generoso nas costas. Não era uma cor que eu particularmente gostava, mas ela havia feito questão de escolhe-lo. Ao contrário do que imaginei não foi divertido fazer compras com Mebuki. Minha mãe era muito dura, e nada que me agradava parecia bom ao seu ver e então no fim desiste e deixei que ela comprasse o que quisesse. Meus cabelos estavam presos em um penteado elegante a sua escolha, fiz uma maquiagem mais leve deixando os lábios vermelhos ao pedido de Mebuki. Ela era uma mulher vaidosa e acho que com o tempo acabei me tornando assim para agrada-la. Todos dos meus passos eram calculados para agrada-la, desde que eu era uma garotinha querendo a atenção da mãe. — Mãe, porque está fazendo isso? — perguntei a observando colocar um colar de diamantes no meu pescoço. — Isso o quê? — ela tirou a franja do meu rosto. — Já disse que não gostou dessa franja, gostava mais do seu cabelo longo. Teve um tempo que eu também gostava, mas a dois anos atrás resolvi cortar o cabelo e Ino foi minha cúmplice, quando Mebuki viu ela apenas balançou a cabeça em negação e me ignorou como sempre. — Eu sei que está acontecendo algo, o que terá nesse jantar? — Vamos limpar sua imagem. — suspirou saindo de perto de mim mexendo algo no celular. Observei a mulher se sentar na minha cama com as pernas cruzadas, começando a mandar áudios para várias pessoas. — Limpar minha imagem? — Minha filha não será a corna do ano, isso vai acabar com a nossa reputação. — comentou com desinteresse fazendo-me entreabri os lábios em compressão. Então toda aquela armação era por causa dos sites de fofoca, sobre a traição de Sasori e a imagem da família. — Reputação, claro. Tudo apenas se tratava de reputação. Mebuki nunca quis passar um tempo comigo, ou faria algo de especial para mim apenas por ser minha mãe. Era tola a forma que eu ainda tinha esperanças. — Você é linda e rica Sakura, a garota que qualquer cara quer. Não cai bem ser taxada de corna, o que vão pensar sobre a criação que te dei? — Eu não tenho culpa se Sasori é um babaca. — Sasori me decepcionou bastante, mas convenhamos que você não ajuda. — O quê? — sussurrei incrédula e confusa. Mebuki me olhou com os olhos frios balançando a cabeça em decepção. — Você está com Sasori a quatro anos, mas me diga, você satisfaz seu namorado? Aposto que ainda é virgem. — cuspiu indignada. deixando-me sem fala. Encarei minha mãe por alguns segundos, chocada demais para conseguir forma alguma frase. — Eu se eu for? Está tentando me dizer que a culpa foi minha porque eu simplesmente não me senti pronta para f********o com ele? — engoli em seco conseguindo fazer minha voz sair firme. — Não me leve a m*l querida, você é linda mas é fria e sem sal, não há algo que agrade os homens e infelizmente você será trocada em alguns momentos da sua vida. — Mebuki comentou fitando as unhas grandes me dando um sorrisinho penoso, deixando-me cada vez mais sem chão. — Mas você se acostuma com isso, contanto que seu marido continue trazendo dinheiro para casa. Quando sua própria mãe ferra com seu psicológico você começar a pensar se vale a pena amar alguém assim. E definitivamente essa mulher não merece nada de mim. Eu me encontrava horrorizada com as palavras dessa mulher a minha frente, não acreditando que ela poderia ser minha mãe. Como Mebuki poderia ser um ser tão podre e desprezível? Na verdade, como eu posso ser filha de alguém assim e ainda me esforçar para agrada-la? Não sou o melhor exemplo de pessoa mas há um coração batendo dentro de mim, e ele se desfaz todas as vezes que essa mulher me despreza. — Quero ficar sozinha.— murmurei olhando qualquer parte daquele quarto que não fosse aquela mulher fria e arrogante. Ouvi seus passos lentos pelo quarto me sentindo enjoada. — Não vá ficar chateada vai? Sou sua mãe e quero ver você bem. Precisa entender como funciona o mundo Sakura. — Mebuki me deu um beijo na testa e sorriu falsamente antes de me deixar sozinha. — Não demore a descer, nossos convidados estão chegando. Minha mãe não queria o meu bem, apenas desejava uma imagem de família perfeita falsa para dar a mídia, e eu definitivamente não iria mais compactuar com ela. Quando a porta bateu, peguei a primeira coisa que encontrei e joguei contra ela, vendo meu abajur egípcio quebrar contra a madeira branca em milhares de pedaços. Olhei assustada para os cacos espalhados pelo tapete caro não acreditando que havia feito aquilo, sempre fui uma pessoa calma e controlada, não era normal eu ter ataques de fúria, mas minha mãe havia passado dos limites hoje. A minha vida inteira tentei agradar essa mulher, mas tudo que faço não é o suficiente, eu estava farta de tudo isso, ao ponto de explodir e fazer uma loucura. Observei minha imagem no espelho encontrando uma boneca de vidro perfeita e quebrada, cansada de tanto desprezo e humilhação. Não vou deixar essas pessoas me destruírem. — Eu sou fria mamãe? Vou lhe mostrar o quão fria posso ser. — desfiz aquele penteado ridículo deixando meus cabelos soltos e desalinhados, do jeito que ela odiava. E como se lê-se meus pensamentos meu celular apitou em uma mensagem desconhecida. "Estou esperando patricinha" Era tudo que eu precisava. (...) Desci as escadas devagar observando nossos convidados acabarem de chegar. Era um casal de Senhores elegantes e um jovem da minha idade, eu não o conhecia mas conseguia ver seu ar de superioridade daqui. — Sakura filha, venha dar boas vindas aos nossos convidados. — Mebuki sorriu falsamente olhando curiosa para o meu cabelo e eu desejei que ela se ferrasse. Senti os olhos do garoto me analisando dos pés a cabeça e eu lhe fiz uma análise rápida. Cabelos e olhos castanhos, corpo atlético, olhos gélidos e superficial mostrando que estava ali para negócios. Nada que me interessasse. — Sakura esse é o prefeito da cidade vizinha, sua esposa e filho, Utakata. Ele estava ansioso para lhe conhecer. — minha mãe os apresentou e a família me olhou curiosa. Olhares famintos e interessados como se eu fosse uma mercadoria valiosa. — É mesmo? Uma pena que eu já esteja de saída. — comentei vendo Mebuki franzi o cenho e seu sorriso morrer lentamente. — De saída? Mas esse não seria um jantar de noivado? — o prefeito perguntou olhando confuso para minha mãe. — Nós viemos de longe Primeira Dama, o que está acontecendo? — Noivado? — sorri nenhum pouco surpresa com as armações de Mebuki. — Não se preocupem podem continuar o jantar sem mim. Agora ela havia passado de todos os limites da babaquice. Onde estava meu pai para controlar essa mulher louca? Se bem que ele não era melhor que ela em nenhum quesito. Sempre deixou minha mãe fazer o que bem desejava comigo, e nunca questionou Mebuki das suas artimanhas. — Sakura o que pensa que está fazendo? — minha mãe rosnou sorrindo forçado para seus convidados que não pareciam felizes agora. — Estou indo me divertir, e sobre esse noivado ridiculo mãe, por que não vai pra p**a que pariu com ele? — retruquei a vendo me olhar chocada. — Na verdade, vão pra p**a que pariu todos vocês. Lhes dei as costas caminhando em direção a porta ouvindo a comoção atrás de mim, a mulher do prefeito estava horrorizada e minha mãe pedia mil perdões dizendo algo sobre não saber o que havia acontecido comigo. Eu apenas estava devolvendo o monstro que ela criou. Pela primeira vez na vida me sentia bem por ter feito algo por vontade própria, por ter enfrentado Mebuki e não deixado que ela passasse por cima de mim. Se ela realmente acreditava que eu iria aceitar noivar com um desconhecido apenas para limpar sua imagem, estava completamente enganada. Preferia continuar ser taxada de corna do que passar por uma humilhação dessas em pleno século 21. Está aí uma coisa que Mebuki não pode me obrigar a fazer, me casar com um desconhecido. Ela achava que daria tudo certo por eu ser uma i****a que faz tudo que pede, mas dessa vez Mebuki quebrará a cara, porque as coisas irão mudar de agora em diante. Sai da mansão com um sorriso satisfeito no rosto, encontrando Sasuke parado com sua moto do outro lado da rua. Ele ergueu a cabeça ao me ver, observando meu corpo descaradamente com seu olhar intenso. Minha mãe fez parecer que era impossível um cara me desejar, e se a forma que Sasuke Uchiha me olha não for desejo eu desconheço o que seja. Estou curiosa para saber o que esse cara quer de mim. Diversão, me irritar e me enlouquecer estão em primeiro lugar na lista. — Senhorita Haruno onde está indo? — ouvi a voz de Kakashi atrás de mim, mas só enxergava Sasuke a minha frente. Eu quero que o resto se exploda. Preciso colocar pra fora toda essa angústia e raiva que está me sufocando e algo me diz que Sasuke irá me ajudar — Está tentando me impressionar? — o Uchiha perguntou quando parei a sua frente. Torci os lábios balançando a cabeça observando todo seu visual escuro e despojado. — Estou conseguindo? — resolvi entrar no jogo e Sasuke não parecia muito interessado em parar de me olhar. — Eu definitivamente gosto de vermelho. — Isso é vinho. — Não é a mesma coisa? — Quer mesmo discutir sobre cores agora? — Por que mudou de ideia tão rápido? — Você é minha única opção no momento. Poderia me levar para bem longe desse lugar? — suspirei o olhando com seriedade esperando que ele não começasse com as brincadeiras agora. — Seu cachorro vai com a gente? — Sasuke olhou para Kakashi atrás de mim por cima do meu ombro. Ele me seguiria para onde eu fosse mas sempre respeitando meus limites, esse era o dever de Kakashi, mas hoje eu queria me virar sem ele. Lembro-me de tê-lo como minha sombra desde que eu era criança, havia me acostumado com Kakashi mas precisava da minha própria liberdade. — Consegue despistar ele? — Se eu consigo? Assim você me ofende rosada. Sobe aí. — me entregou um capacete escuro. Observei sua moto preta e ela era um mostro gigante. Seria a primeira vez que eu montaria em uma moto, costumava acha-las perigosas mas no momento o monstro mais perigoso na minha vida era minha própria mãe, e eu só queria distância dela. Coloquei o capacete escuro ouvindo os chamados de Kakashi, o ignorando completamente. Subi em uma moto pela primeira vez na vida, sem medo do que aconteceria, porque qualquer lugar que Sasuke me leva-se seria melhor do que continuar nessa casa. — Droga. — ouvi os grunhidos de Kakashi e ele correu para pegar o carro quando Sasuke acelerou para longe dali. Me assustei com toda aquela velocidade o abraçando com força, implorando para não morrer hoje. — Você é louco? — gritei tentando faze-lo me escutar pelo barulho do vento. — Você não queria correr? Vamos correr. — retrucou acelerando aquela coisa. Olhava para trás a todo momento vendo Kakashi nos seguindo ao longe. Me sentia m*l por estar fazendo isso com ele, porque o homem não tinha nada haver com isso, mas infelizmente entre escolher o dever e a mim, ele escolheria o dever ou perderia seu emprego. Kakashi não ficaria do meu lado nesse momento e não aceitaria minhas escolhas. Observei meus braços firmes em volta da cintura de Sasuke me perguntando em como eu não me sentia m*l por confiar em um cara rebelde e desconhecido. Eu não conhecia Sasuke completamente, mas de alguma forma me sentia confortável perto dele, era como se eu pudesse ser eu mesma sem me preocupar com nada. Era algo curioso e assustador. Em um determinado momento quando conseguimos despistar Kakashi em meio ao transito caótico de Konoha, Sasuke foi mais devagar e eu pude afrouxar os braços em volta dele. Nós andamos por longos minutos pelas ruas movimentadas até entramos em uma estrada vazia. Observei aos nossos arredores conseguindo ver o mar mais a frente, e estávamos indo para um lugar alto. O vento frio chicoteava em minha pele coberta por pouca roupa, e eu gostava daquilo porque trazia paz e tranquilidade. Minutos depois Sasuke parou a moto em um campo vazio, cercado por algumas árvores no alto de um mirante. — Consegue descer sozinha ou prefere ficar me abraçando? — provocou me fazendo solta-lo constrangida e irritada. É claro que ele não podia deixar de fazer um comentário irritante. — Eu estava com medo, não tem nenhum lugar para se segurar nessa coisa perigosa. — Claro, claro, eu acredito em você. — Abusado. — O quanto você está encrencada? — perguntou me observando descer da moto e lhe entregar o capacete e emburrada. Passei os dedos pelos meus cabelos, tentando arrumar a bagunça que o vento havia feito. — Em um nível que eu não me importo mais. — suspirei tentando sentir minhas pernas depois de toda aquela adrenalina. Pensei que fosse morrer em algum momento, mas parecia que Sasuke sabia o que estava fazendo. — Não me levando para a delegacia outra vez eu também não me importo. — Se não fizer nenhuma gracinha. Me aproximei encantada da beirada do mirante tendo uma visão belíssima do mar e do outro lado a cidade, as luzes deixavam tudo mais bonito. Morava nessa cidade a tantos anos e nunca parei para observar o quanto Konoha era bela, estava presa em meu próprio mundinho particular. — Como encontrou esse lugar? — Gosto de andar por aí, conheço essa cidade inteira e ela é pequena demais para mim. — o Uchiha se aproximou parando ao meu lado com as mãos no bolso da calça. — Pretendo sair daqui algum dia. O olhei interessada porque também desejava sair daqui algum dia. Sasuke em uma parte compartilhava os mesmos sonhos que eu, será que ele se sentia preso também? Parando para observa-lo o Uchiha parecia ser um cara tão livre e cheio de vida, alguém que faz suas próprias regras e que não precisa agradar os outros a todo momento. Desejava ser assim de agora em diante. Ficamos em um silêncio agradável apenas observando o horizonte, Sasuke parecia estar esperando eu falar algo, mas não me instigou a dizer nada. — Você acha que eu sou fria? — quebrei o silêncio cruzando meus braços magrelos pelo frio que fazia ali devido a altitude. O vestido curto não ajudava e meus pés já estavam doendo com aqueles saltos finos enormes. — É engraçado ouvir isso de uma garota que me joga na piscina e pinta minha cara de azul. Você é esquentada demais para ser fria patricinha. — Sasuke retrucou soltando uma risada fraca. — Como se você fosse um santo. — revirei os olhos sentindo meu humor melhorar um pouco. Sasuke despertava um lado meu que eu não conhecia, acabava fazendo coisas inconsequentes quando estava perto dele, só não sabia se isso era bom ou r**m. — Nunca disse que sou. — Já teve a sensação de ser indesejado pela sua própria família? — O tempo todo. Por que acha que estou em um internato? — retrucou com certa ironia me fazendo balançar a cabeça. — Você disse que era por minha causa. — Você apenas ajudou, mas meu irmão com certeza já estava com essa ideia antes. — Sasuke não parecia contente em tocar esse assunto. Imagino como alguém tão livre como ele deva estar se sentindo preso dentro de um internato. Talvez ele se sinta igual eu, um passarinho em uma gaiola. — Gostaria de ter um irmão, talvez ele me entendesse. — Não é assim, acredite, a maioria das vezes eu quero esgana-lo, Itachi nunca está do meu lado. — Itachi é seu irmão mais velho? — Sim. Assenti tocando em uma das minhas pulseiras de ouro me lembrando de Mebuki. — Eu sempre fiz tudo certo, mas nunca fui suficiente para ela. — Quem seria ela? — Sasuke perguntou curioso. — Minha mãe, uma mulher cretina e sem escrúpulos. — respondi sentindo um gosto amargo na boca ao tocar o nome dela. Mebuki nunca havia me decepcionado tanto quanto hoje, me tratou como se eu fosse um lixo e não sua própria filha. — Se você tem problemas com ela, xinga-la pelas costas não vai resolve-los. — A minha mãe me odeia. — Está exagerando. — Por que acha isso? — Quem odiaria você Sakura? Aposto que todos lhe colocam em um pedestal. — revirou os olhos e eu não me importaria em estragar sua imaginação fértil. — Minha mãe acabou de arrumar um noivado arranjado para mim e eu nunca vi o cara na vida. — soltei uma risada incrédula, me irritando apenas em me lembrar daquela cena patética. — Uou, realmente ela odeia você. — Sasuke franziu o cenho parecendo chocado. — Ainda teve a audácia de dizer que a culpa da traição de Sasori foi minha. — Por que você teria culpa daquele cara ser um bastardo? — Minha mãe disse que eu não sou capaz de satisfazer um homem. Sasuke ficou em silêncio por alguns segundos e eu não ousei encara-lo, me sentia humilhada demais para isso, mas me senti melhor desabafando com alguém, pude tirar um peso das minhas costas. — Realmente sua mãe é uma filha da p**a. — disse por fim parecendo mais irritado que eu. — Ela sempre foi assim? — Desde que eu era criança, sempre cobrando tanto de mim, mas nunca me dava nenhum elogio, ela não tinha tempo para isso, apenas para me criticar. Lembro-me das aulas de balé que era obrigada a fazer, eu sempre gostei de dançar, mas quando se faz algo por obrigação não é mais divertido. E nas aulas de piano, o tanto que me esforcei para aprender a tocar uma música para ela em seu aniversário e quando consegui, Mebuki apenas me deu as costas murmurando algo sobre eu ter que ser melhor que a filha de uma de suas amigas. Sempre me menosprezando, me colocando para baixo e só agora percebo o quanto ela não me merece. — Passei a vida inteira tentando agradá-la para nada. — sussurrei sentindo uma dor no peito a cada lembrança do passado. Eu era uma criança triste, sempre a frente das outras em tudo, ninguém gostava de brincar comigo porque diziam que eu era exibida, Naruto era o único que não tinha preconceito, era um garoto gentil que sempre me encontrava no parquinho para brincar. E as coisas melhoraram quando Sasori apareceu, ele era meu amigo e parecia me entender e eu o adorava por isso, mas acabei ficando dependente do ruivo e todo esse tempo nosso relacionamento foi uma farsa. Não era amor, talvez a pena o fez durar todos esses anos. — Tem certeza que essa mulher é sua mãe? — o Uchiha me analisou observando minhas expressões. — Estou acostumado com um pai filho da p**a, mas acho que as mulheres tem uma ligação mais forte com os filhos. — Como é a sua mãe? — perguntei tentando esquecer Mebuki. — Não me responda, aposto que você é o maior mimado. Sasuke voltou o olhar para o mar e de alguma forma parecia que seu corpo havia endurecido, mas não era por conta do frio, ele não me respondeu por longos minutos deixando-me incomodada. — Disse algo errado? — perguntei confusa conseguindo atrair sua atenção de volta. — Quer saber da real? minha mãe está morta, meu pai se pudesse voltar no tempo teria colocado uma camisinha para evitar minha existência, e meu irmão, ele é só um i****a controlador. — Sasuke abriu um sorrisinho irônico e eu me senti uma i****a. — Eu sinto muito pela sua mãe, não sabia, ou não teria tocado no assunto. — respondi envergonhada procurando algo para mudar aquele clima tenso. — Quer dizer que sua família odeia você também? — Eu costumo causar essas sensações nas pessoas, ou elas me amam demais ou odeiam demais. — suspirou me olhando tragicamente. — Você é a segunda pessoa que me ama. — Eu não amo você. — franzi o cenho segurando o riso. — Não? Pensei ter visto algo assim nos seus olhos por alguns segundos. — Você é um i****a Sasuke. — Vai ficar aqui choramingando ou quer fazer algo divertido? Se você continuar assim vou ter que chamar minha psicóloga. — Você tem mesmo uma psicóloga? — Karenai é chata mas me diverte, o tempo passa rápido quando estou com ela. — deu de ombros melhorando aquele clima chato com seu humor ácido. — A onde quer me levar? — perguntei me sentindo bem melhor agora. — O que acha de conhecer meus amigos? — o Uchiha me analisou esperando alguma reação. — Você tem amigos? — Você não vai parar de me ofender nunca? E antes que pergunte eles não são meus parceiros de crime. — Desculpa. — Eles vão chamar você de dondoca e outras coisas a mais, mas não leve a m*l eles não estão acostumados com pessoas do seu nível. — comentou caminhando em direção a moto e eu o segui interessada. — Meu nível? — Nesse nosso mundo os ricos estão no topo da cadeia alimentar, e o resto de nós pobres mortais somos devorados por vocês. — Você fala como se não fosse rico também. Que eu saiba seu tio é o Delegado da cidade. — balancei a cabeça revirando os olhos segurando o capacete que ele havia jogando em minha direção. — Eu não dependo do dinheiro de ninguém, sou livre. — respondeu orgulhoso. — Queria ser livre também. — Você pode tudo rosada. — a certeza em sua voz me deu um pouco de esperança. — As vezes me sinto como um passarinho preso em uma gaiola. — murmurei envergonhada. — O passarinho quer voar agora? — Eu quero tomar minhas próprias decisões, quero viver por mim, não pelas outras pessoas. — respondi certa de que agora iria fazer tudo diferente. — Se não acreditar em si mesma, quem irá? Sasuke tinha razão, tudo teria que começar por mim. (...) O próximo lugar que Sasuke me levou era barulhento. Uma rua abandonada de uma parte da cidade que eu nunca havia ido, cheia de pessoas animadas demais e motos e carros espalhados para todos os lados. Sasuke parou em um lado mais afastado e me ajudou a descer quando tropecei naqueles malditos saltos. — Acho que esses sapatos não são adequados para um lugar como esse, patricinha. — Sasuke revirou os olhos me fazendo bufar. — Eu iria para um jantar de noivado. O garoto me avaliou dos pés a cabeça fazendo uma leve careta em desagrado. — E como era seu futuro noivo? — Um engomadinho sem graça. — revirei os olhos me lembrando daquele i****a não acreditando que ele concordaria com aquele noivado e******o. — Não gostou dele? — o Uchiha me olhou interessado. — Não mesmo e nem preciso, não vou me casar com ninguém. — resmunguei cruzando os braços. — Isso é bom. — Sasuke sussurrou e eu não quis buscar entende-lo. Caminhei pelo local a minha volta vendo algumas garotas dançado ao som de uma música agitada, e uma roda de pessoas gritando animadas mais a frente. — Então é aqui que você se diverte? — Não, aqui é onde eu ganho meu dinheiro. — Sasuke parou ao meu lado observando o tumulto a nossa volta. — Corridas clandestinas? Isso não é crime? — Não se ninguém pegar a gente. — deu de ombros nenhum pouco interessado. — Como a polícia nunca pegou vocês? — Está vendo aqueles dois caras em cima do prédio abandonado? — apontou para o alto de um prédio velho onde havia a sobra de duas pessoas. — Eles informaram se algo der errado. Eles trabalhavam em grupos, um acobertando o outro. Me pergunto o que acontece quando há traição de um deles. Sasuke realmente era louco, arriscando sua vida e de outras pessoas correndo sem limites por aí, sem medo da prisão como se não tivesse nada a perder. — Creio que ninguém aqui sabe que você é sobrinho do delegado da cidade. Estou certa? — arqueei uma sobrancelha o vendo olhar para os lados como se averiguasse se não haviam pessoas por perto. — Há coisas que é melhor levar para o túmulo. — Você é um mentiroso manipulador, um m*l caminho em pessoa. — sussurrei apontando o dedo em seu peito arrancando uma risada irônico do i****a. Sasuke deu um passo a frente não deixando nenhum espaço entre nossos corpos, mas não ousou me tocar. Olhei para cima de encontro aos seus olhos, controlando a respiração desregular. Estávamos tão próximos, mas ao mesmo tempo tão longe. — E você está interessada no m*l caminho. — ousou jogar na minha cara com um sorriso cretinho e eu quis provar a ele que não era i****a nesse jogo. — Não estou não. Por que não vai amolar outra? Que eu saiba você queria trazer minha amiga para cá. — retruquei me lembrando da sua conversa fiada com Tenten. — Seus olhos não negam rosada. — Sasuke tocou em uma mecha do meu cabelo e eu olhei curiosa me perguntando o que ele desejava com aquele jogo. — Bom sua amiga não faz meu estilo, eu só estava tentando ser legal com uma garota legal. — Você se acha demais, eu prefiro caras mais humildes. — Então o que está fazendo aqui? — retrucou com um sorriso arrogante. — Eu precisava sair para espairecer, e você chegou no momento certo. — Está me usando? — fingiu estar chateado. — Acertou em cheio, mas acho que a única pessoa que parece interessado em alguém aqui é você. — retruquei sorrindo o vendo soltar meu cabelo e dar um passo para trás sem tirar os olhos de mim. — Se estiver então teremos um problema. — Posso saber por que? — Por que só vou tocar em você quando a patricinha pedir e acho que temos uma garota orgulhosa aqui. — Ei Sasuke demorou, a primeira corrida já começou. — um cara grisalho se aproximou junto com uma garota ruiva, fazendo o Uchiha se afastar de mim, deixando-me constrangida. — Quem é a dondoca Sasuke? — a garota perguntou me olhando de esguelha. — Dondoca ou não eu curti pra caramba. — o cara soltou um assobio me olhando dos pés a cabeça. — Gata você não é um anjo, mas caiu do céu. — Esse é o melhor que consegue fazer? — a ruiva debochou revirando os olhos. — Deixa de ser ridículo, já olhou essa garota? Ela não é do nosso nível. — Não ferra com minha paquera. — o cara brigou com a ruiva, voltando sua atenção para mim em seguida. — Ei gatinha, o que acha de ir conhecer meu carro? Sorri ainda meio atordoada pelo modo simples e direito deles de agir. — E o que faríamos no seu carro? — cruzei os braços arqueado uma sobrancelha, entrando no seu jogo pois ele parecia ser um cara divertido — Amor gatinha, te garanto que sou melhor que esse cara aí e nem vou embora no dia seguinte. — apontou para Sasuke. — Não perca seu tempo com ele e escolha o papai aqui. — Obrigada, mas não estou disponível no momento. — respondi segurando o riso. — Pensa com carinho. — me mandou uma piscade-la. — Seu cabelo é natural? Posso tocar? — Já chega Suigetsu. — Sasuke empurrou o cara para longe de mim. — Onde encontrou essa garota Sasuke? — a garota ruiva perguntou franzindo o cenho para me analisar. — Essas dondocas não fazem o seu tipo. A analisei inteira, observando o short curto de couro, top e botas longas. Seria ela o tipo de Sasuke? Pela forma fria que ela olhava de mim para ele com certeza têm o já tiveram alguma coisa. Ela estaria com ciúmes de mim? — Ela estava perdida por aí, implorando por um pouco de diversão. — os olhos de Sasuke voltaram para mim em puro divertimento. — Parece que mentir é mesmo sua especialidade. — retruquei o vendo dar de ombros. — Sasuke por que você desapareceu durante a semana e não responde minhas mensagens? — a garota resmungou olhando furiosa para o Uchiha. — Estive ocupado. — Com o que? Pegando patricinhas? Que ridículo. Não gostei da forma que ela se referia a mim e já percebi que não vou me dar bem com essa garota. — Isso não é da sua conta Karin. — Sasuke foi grosso e a garota bufou revirando os olhos. Ele não havia falado para seus amigos que estava preso em um internato, porque tinha vergonha de andar com pessoas da alto sociedade e ainda tinha a audácia de se fingir de pobre, quando na verdade era igual a qualquer um de nós. Sasuke Uchiha era um hipócrita. — Você vai correr hoje? A grana que tá rolando é alta. — Suigetsu perguntou ao Uchiha atraindo minha atenção. — O que você acha? — Você é mesmo bom nisso? — perguntei desconfiada, mas não duvidava da sua capacidade de correr feito um louco desgovernado. — Veja com seus próprios olhos rosada. — Você é um exibido, aposto que não é tudo isso. — retruquei vendo seus olhos escuros me analisarem com interesse. — Apostamos então, se eu perder pode pedir qualquer coisa, mas se eu ganhar você irá sair comigo outra vez. — Apostado.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD