Colegas de quarto
Apesar dos momentos de altos e baixos, sempre achei a história dos meus pais bonita. Os dois, são minha maior inspiração, minha mãe, Melanie, é a médica chefe do setor em que trabalha, já meu pai, Gustavo, um ótimo engenheiro civil, muito procurado e excelente no que faz. Não é porque é meu pai, mas as construções são uma mais linda do que a outra.
Mas agora chegou o meu momento, o de iniciar a minha história. Estou em frente a faculdade, ainda não acredito que cheguei até aqui, uma vaga tão sonhada. Estudar em Harvard é o sonho de muitos, porém poucos tem essa oportunidade.
Tinha marcado com Enzo, meu melhor amigo, para entrarmos juntos.
Quando o portão é aberto, os inúmeros estudantes que aguardavam, entram.
Estou na ponta do pé, tentando ver se consigo achar Enzo no meio da multidão de alunos.
Pego meu celular e vejo que em sua última mensagem, ele havia dito que estava perto.
Conheci Enzo, ainda no colégio. A nossa aproximação foi imediata, quando estudávamos, sempre fazíamos tudo em dupla. Agora não seria, diferente.
Como é comum, as piadinhas quando envolve amizade entre homem e mulher, nós também fomos alvos de muitas especulações.
Porém, nunca tivemos nenhum interesse em dar um passo a mais na amizade, Enzo sempre me respeitou, e eu o adoro ainda mais por isso.
— Sentiu minha falta? — sinto braços fortes ao redor da minha cintura. Me viro e Enzo está me abraçando.
Ele é bem maior que eu.
É...talvez isso não seja difícil, quando se trata de uma pessoa de 1,55cm.
— Nem tanto — respondo, e ele beija a minha bochecha e a aperta em seguida.
Enquanto entramos na faculdade, tenho que aturar os olhares de cobiça de várias garotas. Na verdade, elas não sabem disfarçar, e não fazem a mínima questão disso. E claro, como Enzo adora ser o centro das atenções com as garotas, ele sorri para todas elas.
Sim, ele é um s****o que não pode ver um r**o de saia. Sempre dorme com garotas diferentes, tem uma para cada noite.
Ele não precisa se esforçar, com seus olhos azuis e dentes perfeitos, conquista qualquer uma, basta estalar os dedos. A sua altura e o corpo definido também chama muita atenção, assim como seu estilo de se vestir. Todo um conjunto atrativo.
— Que foi? Eu não tenho culpa se elas se jogam — ele ri, enquanto eu reviro os olhos.
— Eu não disse nada — falo, enquanto encaramos o quadro no qual está a divisão dos dormitórios.
Existe um prédio só para os alunos dormirem, e outro para as aulas.
Estou procurando meu nome quando Enzo começa a rir. Parece não acreditar no que vê.
— Não acredito nisso baixinha — ele diz, rindo — estou no mesmo quarto que você. — diz, e seus olhos brilham.
— Você está brincando. Só pode — resmungo e logo constato meu nome completo ao lado do seu. Eu não imaginava isso nem nos meus piores sonhos, como é possível um homem dormir com uma mulher, no mesmo quarto ? Loucura.
— Pensa pelo lado positivo, poderia ser qualquer o****o, mas, sou eu, seu melhor amigo. — ele pisca e sorri de forma maliciosa.
— Não tem graça Enzo, como vou me trocar quando estiver com pressa? Nem vou poder ficar a vontade — bufo — mas, você tem razão, odiaria se fosse um desconhecido.
— Fique tranquila, comigo vai poder ficar muito a vontade. Eu não irei fazer nada do que você não queira — diz e um sorriso travesso escapa de seus lábios.
Bato em seu ombro.
— Estou brincando, relaxa gatinha.
Mesmo indo em direção ao nosso quarto ainda não estava acreditando. Só iria crer, quando colocasse a nossa digital na porta e ela abrisse.
Enquanto Enzo, parece que ganhou na loteria, ou que nada demais aconteceu, eu estou rezando para poder me adaptar o mais rápido possível.
Coloco o dedo na porta, e ela solicita a outra digital, a de Enzo. Porém, foi apenas para a primeira vez, depois disso, não precisaria um do outro para abrir.
Ao entrar no quarto, me deparo com duas camas gigantes de casal, ao lado delas, está uma mesinha com abajour. Também há um guarda roupa enorme, e logo quando abro, noto a divisão, cada um tem uma parte. Pela janela, podemos ver o pátio e a piscina.
— Eita, só um banheiro. Imagina se eu estiver tomando banho e você precisar fazer xixi, apertada.
Tento disfarçar que sua fala não me afetou, mas sim, estou surtando por dentro.
— Não é como se você nunca tivesse visto uma mulher nessas condições antes.
— Tem razão, mas com você será a primeira vez.
— O pior vai ser ter que aguentar você dia e noite — falo e rimos.
— Acho que aguentar você de TPM será pior.
Jogo um travesseiro nele.
— Sabe que estou brincando, cuido bem de você Olívia. Disso não pode reclamar.
Ele tem razão, sempre me dá chocolates quando estou irritada por conta da tpm, ouve minhas reclamações e desabafos assim como ouço os seus.
— Mas, as minhas histórias nem se comparam com as suas. Você é um p********o.
— Olívia Carter, eu duvido que sairá daqui da mesma forma que entrou. Você adora uma festinha.