Savan Narrando,
Eu não poderia ter feito uma escolha melhor, lembro bem quando meu pai chegou em casa assim que minha filha completou 1 mês, ele me deu meu aval disse que eu não precisava mais ficar no comando mas se eu escolhesse ficaria para me manter vivo pois ele não iria admitir me perder, eu e meu gerente saímos e viemos morar em Londres bem no interior aonde tem mais sossego, morar longe era a melhor opção pois no comando sempre há inimigos e mesmo que eu saísse eles ainda iam existir e com isso algo poderia acontecer, e como estamos longe temos a paz que precisamos.
Minha mãe estar sempre por aqui e meu pai sempre vem também, disse que não é obrigado a ficar longe dos netos isso mesmo, Estrela esta gravida de novo e agora um menino minha pequena já vai fazer 3 anos, minha irmã mora na casa ao lado, mas não pretende ter mais filhos, mas adotou 3 cachorros, o quintal é junto e ela ta sempre por aqui e os cachorros também, mas só no quintal, Estrela tem uma mania de limpeza e os cachorros são peludos solta um pelo que ela falta surta.
Soube que Kai foi liberto, e espero que tenha aprendido que devemos sempre assumir nossos erros independente das consequências.
Eu que sempre fui muito sensato, aprende que para o amor ainda há erros e desentendimentos, eu aprendi a amar a Estrela antes mesmo de conhecer ou ouvir a voz dela eu já sabia que pertencia a ela que jamais outra mulher mexeria meu coração, mas aí minha Estrela me deu a minha filha minha princesa que me desmonta por inteiro e me faz de capacho junto com as suas bonecas.
O amor para mim é isso, é sossego e ao mesmo tempo tempestade, mas uma tempestade boa e com uma mini furacão em casa na qual eu nunca mais quero viver sem.
Autora Narrando,
A vida tem suas peças e as vezes o encaixe perfeito estar em outro lugar ou até mesmo em outra pessoa, nem sempre a felicidade estar em alguém, mas a maioria das vezes ter alguém que te completa é linda e o suficiente para viver uma vida tranquila, mesmo que tenha altos e baixos.
O caminho te leva a grandes obstáculos, mas o mesmo te dá a opção de escolher qual rota seguir, á sempre duas opções a rota mais tranquila e a rota mais conturbada.
A rota mais fácil na certa pelo caminho te dará muitos prazeres, mas o final sera triste e não te fara chegar a lugar nenhum.
A rota conturbada, te apresentará grandes desafios pelo caminho, te dará dor e cansaço e por um momento te fará questionar o porquê não ter escolhido a rota mais fácil, mas quando chegar no final ela te dará grandes recompensas.
Nenhum caminho que vale realmente a pena é tranquilo, tudo tem um sacrifício dor e lágrimas.
Estrela entendeu que quem te jura amor pode te trair, e que quando é pra ser e é de verdade tudo conspira a favor.
Kai Descobriu que se fazer de cego pros seus erros tem um preço muito alto a se pagar.
Savan nos ensinou que quando se ama de verdade, fazer o impossível não é trabalho nenhum, e que a felicidade de quem nós amamos é a nossa maior felicidade.
O amor a dor e a ingratidão anda sempre juntos lado a lado, resta você saber qual lado vai desejar enfrentar.
Seja no amor ou na dor, mas jamais seja por ingratidão.
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Obrigada por me acompanharem até aqui na finalização de mais uma obra, nos vemos em breve.
Um beijo Nat.
HISTORIA NOVA
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- Entao... você vai mesmo passar seu cio com Yoongi? - a mãe de Jimin perguntou enquanto tomavam café naquela manhã fazendo o ômega engasgar e tossir.
- Mãe...
Ela riu - Eu ate achei que vocês demoraram demais, quase um ano ai namorando, preciso conversar com você sobre métodos contraceptivos? - ela disse pensando.
- Mãe! - Jimin respondeu envergonhado.
- Vai saber, ai que engravida... você é novo ainda, se bem que... se for pra esperar vocês vão ter um filho só daqui uns... oitos anos? Muito tempo...
Jimin riu - Eu não vou engravidar mãe, fique tranquila, primeiro que isso destruiria todos os nossos planos, meus e dele. Seria injusto com ele, e comigo também, sem falar que a família dele me odeia, imagina se apareço grávido do filho de dezoito anos dele que passou pra harvard?
- Se eles te destratassem seria minha chance de dar um soco da na cara daquela Min nojenta...
Jimin riu - Mãe, ta tudo bem, o importante é que ele me ama e que... vamos passar por isso, vai dar tudo certo.
- Tem certeza disso meu amor? Cinco anos é muito tempo, você acha que vão conseguir...
- Vamos - Jimin disse sério - Vamos sim, não tem como não dar certo, eu amo o Yoongi, amo de verdade, não me vejo amando mais ninguém.
- Você tem só dezessete anos meu bem, é muito novo pra saber...
- Não diga que sou muito novo pra saber o que é amor mãe, eu sei o que é, eu sinto... Yoongi é meu alfa e sempre vai ser, eu só não faço ele me marcar agora porque sei que não é justo. Eu tenho certeza que espero ele, mas...
Sua mãe pegou sua mão em cima da mesa - Eu sei, eu to aqui viu? Mesmo você indo pra Seul... - ela suspirou - acho que vai ser bom, você respirar novos ares, conhecer novas pessoas também, não vai ficar aqui com as lembranças. Vai ser bom pra vocês dois e se tiver que ser, vai ser.
- Vai ser - Jimin disse assentindo.
E o tempo passou, e o cio de Jimin chegou. Faltavam apenas duas semanas para Yoongi ir para os Estados Unidos. Ele ia um mês antes pra arrumar tudo, porque ao que parecia, sua família também se mudaria pra lá pra aumentar os negócios. Eles passavam o maior tempo que podiam juntos mas tanto Yoongi quanto Jimin estavam nos corres para arrumar os papéis da faculdade e tudo que precisavam pra mudança e para a separação.
Yoongi levou Jimin para a casa no campo que seus pais tinham, isolada do mundo onde passariam os três dias juntos. Sabia que Jimin ia precisar de toda paciência e amor possivel, por isso resolveu ir a um lugar onde ninguem os escutaria ou atrapalharia. Seria a primeira vez de Jimin, a primeira vez dos dois, tinha que ser especial.
Eles se olhavam sentados na cama, Jimin já sentia as dores e o t***o começar a tomar conta, mas queriam fazer tudo com calma. Yoongi beijava todo seu rosto, ainda vestidos, dando beijos delicados por suas palpebras, seu nariz, sua orelha, seu pescoço, seus braços, seu pulsos.
Jimin tremia, completamente. Seu coração batia acelerado dentro do peito, querendo se entregar logo mas também queria aproveitar cada momento. Sentia cada beijo, cada eu te amo sussurrado, cada olhar de amor que recebia. Tinha vontade de chorar. Cinco anos era realmente muito tempo.
As vezes ele pensava que nunca queria ter conhecido Yoongi. Que não tivesse dado bola pra ele naquela aula de educação fisica. Que não tivesse aceitado seu convite de ir ao cinema. Porque assim, quem sabe, não estaria sentindo a dor que estava sentindo. Mas ao mesmo tempo ele não conseguia enxergar sua vida sem Yoongi nela. Ele deu cor, deu amor, deu vida. Ele era vivo por esse amor.
Eles se olharam nos olhos, Jimin admirando aquelas íris uma de cada cor. Azul e preto. Amava tanto aqueles olhos... o amava tanto.
As roupas foram sendo tiradas devagar, queriam aproveitar cada segundo. Cada toque foi dado com todo cuidado e Yoongi cuidou muito bem de Jimin.
O tocava com amor, sem pressa, dando ele prazeres que ele ainda não conhecia, mesmo no meio de um cio, Jimin conseguiu controlar seus instintos e aproveitar tudo que Yoongi oferecia. Era seu alfa afinal, o amor de sua vida.
Os outros dois dias foram mais... intensos. Com o cio em seu ápice e com Jimin já sem dor e acostumado eles aproveitaram bastante, e foi bom estarem isolados porque Yoongi acabou descobrindo que Jimin era bem escandaloso no sexo.
- Eu te amo tanto... - Yoongi disse no final do terceiro dia, deitados de frente um ao outro, passando a mão em seu rosto.
- Eu tambem te amo, to tão feliz de ter passado esses dias com você - disse sorrindo e Yoongi desceu a mão, passando o polegar em seus lábios.
- Vou sentir tanta falta desse sorriso... vou sentir tanto a sua falta - e o puxou para seus braços.
Naquele momento, pela primeira vez desde que falaram da separação, eles choraram. Choraram nos braços um do outro, reafirmando o amor que sentiam, dando as certezas de que ficariam juntos sim, que passariam por esse tempo juntos, que venceriam tudo aquilo.
- Mas por favor, se você se interessar por alguem... - Jimin começou mas Yoongi o interrompeu.
- Não vai acontecer.
- Mas se acontecer...
- Não vai - Yoongi disse mais duro.
Jimin suspirou - Me conte, só... seja sincero.
- Não vou ter o que contar porque não vai acontecer. Nós vamos continuar em contato, fazendo video chamadas, e mensagens, não vai ser fácil mas vou tentar vir pelo menos uma vez no ano pra te ver... amor... vai dar certo sim!
O ômega assentiu, deitando em seu peito.
Fizeram amor de novo antes de irem embora, e se sentiam mais conectados que antes. De repente Jimin sentiu uma confiança única, poderia dar certo, não poderia?
Ia dar, tinha que dar.
O baque veio quando, do nada, recebeu uma mensagem de Yoongi de madrugada três dias depois, dizendo que seus pais tinham achado o lugar ideal para morarem e que estavam de partida.
Jimin saiu correndo as duas horas da manhã de casa, correndo pelas ruas do bairro nada movimentado, correndo ate a frente da casa dos Mins. Apertou o botão do interfone um monte de vez mas nenhuma resposta, ligou milhares de vezes para Yoongi mas ele também não atendia, e na mensagem apenas dizia que ele já ia entrar no avião então ficaria incomunicável.
Ele respirava fundo, sem acreditar que nem uma despedida eles tiveram, que nem teve tempo de raciocinar, ou o levar ao aeroporto. Ele ajoelhou no chão, chorando duro, sentindo todo seu corpo tencionar e chacoalhar tamanha era a dor que sentia.
- Jimin! - ele escutou a voz da mãe perto. Ela estava de pijama e tinha visto o filho sair desesperado de casa.
- Calma... tenho certeza que deve ter acontecido algo, quando ele chegar lá ele vai te ligar...
Mas alguma coisa dentro de Jimin não acreditava nisso.
Seria o fim ou eles iriam mesmo dar conta da distância?
??
CINZA ESCURO
5 anos depois
Sentindo o vento bater em seus cabelos, Min Yoongi desceu no pequeno aeroporto particular da cidadezinha de Kanuon, sua cidade natal, lugar que pensou que jamais voltaria a colocar os pés.
Um carro já estava o esperando, e toda a sua vinda tinha sido extremamente calculada para ele ir fazer o que tinha que fazer e voltar para Boston, onde tinha moradia fixa agora. Tinha recém terminado a faculdade, mas já tinha assumido a empresa do pai, e precisava ir até a cidadezinha vender os últimos imóveis que ainda tinham no nome dos Mins, já que seu pai e sua mãe tinha falecido em um grave acidente de carro cerca de um ano atrás.
Não era fácil pra ele estar ali. Demandava muitas memórias que ele queria esquecer, rostos que ele não queria lembrar, sentimentos adormecidos no fundo de seu coração que deviam continuar ali. Mas o ressentimento... ah esse estava mais vivo do que nunca.
Ele dispensou o motorista, sabia muito bem o caminho do aeroporto a cidade, e queria tempo sozinho pra pensar onde iria e como iria sem chamar atenção. Seu coração batia acelerado, apesar dele achar que estava completamente controlado. Suas mãos tremiam no volante e suavam o fazendo praguejar. Ele tinha se preparado para aquela volta, porque de repente estava tão nervoso?
Ele poderia nem estar ali afinal...
Ele... Yoongi não dizia o nome dele. Não desde que percebeu que "ele" tinha desistido de si. Desde que percebeu que "ele" quebrou todas suas promessas e junto seu coração. Desde que "ele" se transformou no mais rancor que Yoongi tinha em vida. Não merecia pelo menos uma explicação?
Mas não, não houve nenhuma. Em cinco anos, nenhuma resposta. Nada.
E ele tentou, tentou mandar um monte de cartas, emails, mensagens, ligações. Mas nada chegava, nem as suas nem as respostas. Até que desistiu. Se "ele" tinha desistido, porque Yoongi ainda insistiria?
Porque estava pensando "nele" afinal? Como ele proprio concluiu, "ele" nem devia estar ali. Com certeza agora morava em Seul, casado com certeza, porque era seu sonho, quem sabe ate com filhotes. - Argh - ele disse pra si mesmo e bufou pela centésima vez.
Chegando perto da cidade ele viu que ela estava decorada. Vários fios com bandeirinhas coloridas enfeitavam as ruas e ele nem tinha lembrado que naquela data eles comemoravam o aniversário da cidade. Péssima época para voltar. Mas agora já estava ali, não podia simplesmente desistir.
Foi com o carro ate onde deu, então estacionou e entrou nas fileiras de barraquinhas, no mundaréu de gente indo e vindo, na música que lhe dava uma nostalgia enorme.
Ate então ninguém tinha o reconhecido, e isso era ótimo. Eles só teria que passar despercebido ate chegar na prefeitura, no outro lado da praça da pequena vila.
Estava tão focado em passar despercebido que nem notou quando trombou com um serzinho pequeno, que quase caiu, mas Yoongi segurou seus braços. - Ei, garotão, tudo bem?
- Tudo bem senhor - ele respondeu o olhando - O senhor não é daqui, né? - perguntou.
Yoongi sorriu - Não, não sou.
- Ah, o senhor não parece mesmo daqui - o garotinho respondeu.
- E você parece muito inteligente - Yoongi respondeu vendo o rosto do garoto pela primeira vez.
Então seu coração que antes batia acelerado parou de bater. O garoto só não tinha algo de muito comum nele, como também tinha os olhos iguais aos seus.
Um azul e outro preto.
Min Yoongi não acreditava em coincidências. Mas aquela estava forte demais pra ser verdade. Não poderia ser verdade, poderia? Sua heterocromia era tão comum assim?
- Eu sou o Park Yeosang, quem é o senhor? - o garotinho disse fazendo uma reverencia.
- P-park? Quantos anos você tem? - Yoongi perguntou com um nó no estomago.
- Quase cinco! Sou quase uma criança grande! - ele disse sorrindo e Yoongi abriu a boca pra falar mas nada saiu, levantou os olhos e de longe, em uma barraquinha, com o mesmo olhar assustado que o seu ele o viu.
Yoongi viu "ele".
Pela primeira vez em cinco anos.
??
5 anos antes
- Jimin, você precisa sair da cama... - a senhora Park entrou no quarto com um copo de suco - dia ta lindo la fora, você precisa tomar sol... vai fazer bem pro bebê...
Jimin se virou na cama, ficando de frente, pousando a mão na barriga de cinco meses - Você acha que devo tê-lo?
Sua mãe o olhou - Do que ta falando?
Jimin engoliu em seco - Acha que devo tê-lo pra mim? Yoongi certamente não quer mais saber de mim e usou essa distância como desculpa pra sumir... - ele fungou de leve, os hormonios da gravidez o fazendo ficar mais emotivo - eu podia dar pra adoção, assim poderia ir pra Seul no ano que vem, a matricula ainda vale, e fingir que nada aconteceu...
A senhora Park suspirou, sentando na cama ao lado dele - E você acha que consegue viver fingindo que nada aconteceu?
Jimin abraçou a barriga - Não sei o que fazer mãe, ao mesmo tempo esse bebê é tudo que eu quero mas ao mesmo tempo me faz lembrar dele e tudo que ele ta fazendo... nem com a mãe dele eu consigo entrar em contato... sabe... eu não quero que ele volte, que desista nem nada, eu só queria que ele soubesse...
- Acho que todos os sinais dizem que você precisa seguir sem ele agora meu amor, ele realmente... - ela suspirou novamente - saiba que o que decidir vou estar ao seu lado, se quiser ter ele e criar vou te ajudar, se quiser dar pra adoção também vou te apoiar, eu só quero que escolha algo que não va se arrepender depois. Porque isso - ela apontou pra barriga dele - isso sim é pra sempre - ela deu beijo em sua testa, deixou o suco na mesinha de cabeceira e saiu do quarto.
Jimin olhou pra barriga, foi um susto quando soube que estava grávido. Mais susto ainda quando soube tudo que "perdeu" por causa da gravidez, e maior ainda pelo sumiço de Yoongi. Nenhuma mensagem chegava, nenhuma ligação completava, nenhum email respondido... todas aquelas promessas sendo quebradas e quebrando seu coração no processo... Jimin realmente não sabia o que fazer.
Foi quando sentiu uma pequena movimentação na barriga. Pela primeira vez.
Ele se sentou na cama, assustado, quando sentiu outra vez - Ei - ele disse levantando a camiseta e pousando as duas mãos na barriga redondinha - você ta ai? - a movimentação aconteceu de novo e ele começou a chorar. Era fruto de seu amor com Yoongi afinal. Não podia simplesmente abrir mão daquilo. Nunca ia conseguir fingir que nada aconteceu. - Eu... eu... - outra movimentação e dessa vez bem em sua mão - eu não to sozinho não é? Nunca mais, nem eu, nem você, seja lá o que for, nós dois sim estar juntos pra sempre.
??
AMARELO QUEIMADO
- Eu gosto daqueles - Yeosang apontava para o all star azul no canto do quarto - Porque tenho que usar esse preto hoje? - disse emburrado.
Jimin riu, terminando de colocar o macacão no filho - Porque o preto combina mais, você tem de todas as cores Sang, tem que revezar sabia? Se não o azul vai sair andando sozinho.
- Andando sozinho? - O menino arregalou os olhos.
- Sim, ai ele vai te amarrar com os cadarços dele durante a noite - Jimin disse atacando sua barriga com cócegas, fazendo ele cair na cama.
- Não papai, eu sou grande já, não pode...
- Pode sim - deu um beijo estalado em sua bochecha - Vem, deixa eu arrumar seu cabelo - Yeosang correu ate o espelho, arrumando os fios.
- Eu já sei arrumar - disse pegando a escova e passando na franja.
- Mas ta lindo esse menino, tudo isso pra ir na festinha na praça? - a senhora Park disse encostada na porta.
- Papai não deixou eu ir com o tênis azul, disse que ele vai andar sozinho se eu não parar de usar, meu eu sei que ele é um objeto inanimado, ele não vai andar sozinho - rolou os olhos e Jimin olhou pra ele e depois pra mãe.
- Ele acabou de falar objeto inanimado? - disse espantado.
A senhora Park riu - Você sabe por quem ele puxou. - Jimin bufou - To terminando os cupcakes, Jackson já ta na sala.
- TIO JACKSOOOOOOOOOOOOON!!! - Yeosang saiu correndo para a sala e Jimin suspirou.
- Porque você só não joga esse tênis fora? - sua mãe disse enquanto o ômega olhava fixamente para o calçado no canto do quartinho do filhote.
- Ele ama esse tênis mãe, é só que... ele amava também, com pode né? - disse suspirando de novo.
- É só jogar fora, se te lembra ele...
- Então eu vou jogar o Sang fora também? Porque o garoto é xerox daquele infeliz... vou terminar de me arrumar, fala pro Jackson que daqui uns cinco minutos eu saio. - disse indo para seu quarto. Entrou e se sentou na cama, respirando fundo. Não tinha um dia sequer que não lembrava "dele", afinal, tinha uma mini cópia dele 24 horas por dia para o lembrar.
Será que nunca passaria? Será que sempre teria esse sentimento por ele? Nem que fosse essa... mágoa? - Talvez eu devesse mesmo ir pra terapia... - disse indo ate o espelho e arrumando os fios de cabelo loiro, passou perfume e então saiu, vendo Jackson e Sang sentados no sofá, conversando muito seriamente.
- Posso saber o motivo do cochicho ou é segredo? - Jimin foi andando ate eles.
- Papai... - Sang chamou em um sussurro e Jimin se abaixou ate ele falar em seu ouvido - O tio Jackson disse que vai ter jogo de caçar moedas na praça...
- Vai sim meu amor...
- Mas eu não quero participar.
- Eu tava aqui tentando convencer ele - Jackson disse passando a mão pelos cabelos do menino.
- Posso saber porque? - Jimin disse se ajoelhando para ficar a sua altura.
- As crianças ficam tirando sarro porque tenho olhos de cor diferente, elas não querem brincar comigo... - disse fazendo bico.
Jimin suspirou, iam ter essa conversa outra vez - Então, o que eu sempre te disse? Hein?
- Que quem ta perdendo são elas...
- Exatamente! E você vai buscar moedas e vai ganhar de todas elas, sabe porque? - Sang o olhou - Porque você sabe o que significa objeto inanimado, o que te faz ser a criança mais inteligente do mundo!
- Não exagera papai - ele disse se levantando do sofá e indo ate onde a avó tava.
- Esse menino é uma comédia - Jackson riu - Ta pronto?
- To sim, vamos Sang! - Jimin chamou e os três saíram até a praça.
Umas duas horas depois, a festa já estava a todo vapor, Jimin adorava aquela sensação de cidadezinha pequena e não se arrependia de não ter ido embora dali. Gostava de morar ali e criar seu filhote ali era seguro. Yeosang foi convencido a ir buscar as moedas e estava tudo bem. Jimin ajudava na barraca de sua mãe com os cupcakes, ate vestiu um avental, tentando acompanhar o filhote com os olhos enquanto ele corria pelos cantos catando as moedas. Ele ia ganhar, certeza.
Foi então que seu coração parou porque tinha uma figura ali que certamente não pertencia aquele lugar, pelo menos não mais, e estava conversando diretamente com seu filho.
??
- Ah, ai esta você, tava te procurando - Jackson chegou pegando Yeosang no colo - Quantas moedas pegou.
- Algumas - ele disse mostrando a mão - olha, esse moço não é daqui.
Yoongi olhou para o homem que tinha claramente seu filho nos braços e aquilo estava o deixando ainda mais inquieto - Eu... eu... - tirou os óculos de sol e olhou para o filhote que estava entretido com as moedas, mas então ergueu os olhos para o ver.
- Tio Jackson... - ele disse esticando a mãozinha e tocando o rosto de Yoongi - O olho do moço, é igual o meu... - e abriu um sorriso - é igual o meu! Eu não sou aberração!
Yoongi abriu a boca pra falar mas nada saía, nada. Ele se viu revivendo os traumas da infância por causa de seus olhos também e então viu Jimin de longe outra vez. Ele olhou para o filhote e então para Jimin, e então para o filhote de novo - Você não é uma aberração. Você é especial, nós somos. - Sang abriu um sorriso e Yoongi foi ver onde Jimin estava e já não viu.
Então saiu correndo atrás de onde ele poderia estar, porque Jimin certamente fez o que fazia de melhor: fugiu.
??4 anos e meio atrás??
Jimin chorava, chorava muito, quando o bebê foi colocado em seu colo logo após o parto. Ele chorava alto, sinal de que seus pulmões estavam a todo vapor e ele era um bebê saudável. Ele passou a gravidez inteira em conflito se ficava com o bebê ou não, se continuava sua vida sem ele, porque tinha apenas 18 anos, e já era pai, pai solteiro...
E então Jimin viu. Um azul, outro preto.
Ele jamais conseguiria viver sem seu filhote. Ele era sua vida afinal.
??
VERDE MUSGO
Se tinha uma coisa que Jimin não fazia era fugir. Ele sempre encarava as situações de frente. Era elogiado por ter uma coragem sem limites, e admirado por isso. Mas naquele momento, quando seus olhos encontraram os de Yoongi pela primeira vez depois de cinco anos ele não pensou em mais nada. Suas pernas criaram vida própria e quando ele viu já estava a todo vapor correndo entre as pessoas na praça, com o coração martelando no peito, a cabeça latejando, as mãos tremendo, os olhos lacrimejando. Ele correu tanto... sem nem saber pra onde ia.
Correu ate chegar a uma clareira fora da cidade onde tinham varias pedras gigantescas. Era chama "pedra dos gigantes" porque pessoas podiam se esconder atrás delas que ninguém encontraria.
E bem, era ali que Jimin estava, encostado atrás de uma dessas pedras, sem fôlego pela corrida e pela adrenalina. Sentindo ao mesmo tempo medo e raiva. Porque ele tinha fugido afinal? Ele não devia nada, ou devia?
Ah sim... ele devia, e muito. Mas nunca achou que a dívida apareceria a sua porta.
As lágrimas escorriam e ele pegou o avental que ainda usava para secar seu rosto. Não conseguia parar de tremer. Era um misto de emoções que ele nem conseguia decifrar. Ele nem saberia se não teria uma síncope ao ver Yoongi de novo tão perto depois de tanto tempo.
Foi quando ele ouviu passos chegando no mesmo ritmo, parando de correr, depois passos devagar, esmagando as folhas de outono que estavam caídas ali.
- Park Jimin, eu sei que esta ai, saía pra gente conversar igual adultos. - ele ouviu a voz de Yoongi dizer e então saiu de detrás da pedra.
Mas dessa vez as lagrimas de desespero se transformaram em lagrimas de raiva - Adultos? Ta me chamando de infantil?
Yoongi deu uma curta risada - Você fugiu, como sempre fez.
- O que? - Jimin disse completamente revoltado. Estava tão revoltado que nem prestou atenção no bendito reencontro. Ele estava li, frente a frente a Yoongi, o cara que ele sofreu por 5 anos, o pai de seu filho, mas que naquele momento só queria esganar. - Eu sempre fugi? Você tem ideia do que esta falando?
- Tenho - Yoongi chegou mais perto, pisando duro - Acha que não vi aquela criança com heterocromia? Como você ousou esconder um filho meu? Você acha que tinha esse direito? Você fugiu! Fugiu de todos meus telefonemas e cartas, e e-mails, você fugiu, e acabou de fugir nesse exato momento e claro... vai fugir de novo - Yoongi disse vendo Jimin passar por ele pra voltar pra cidade.
Jimin se virou, com a maior calma possível. - Você ainda sabe onde eu moro. Se quiser realmente ter uma conversa de adultos, eu estarei esperando.
E saiu.