O alarme tocou e Rafael jurou que um dia ia jogar aquele relógio na parede, esse toque já deu pra ele.
Ele era um ômega com os cabelos castanhos, olhos verdes e sardas quase imperceptíveis. Se ajusta preguiçosamente da cama bocejando e desligou o barulho irritante.
Se espreguiçou, sentindo os pêlos de sua cauda fofinha se arrepiarem e voltarem aos seus devidos lugares.
Andou lentamente pelo quarto e entrou, no banheiro, jogando uma água gelada no rosto se arrependendo quase que no mesmo instante, estava extremamente gelada. Depois de fazer sua higiene, abrir o pequeno guarda-roupa e pegando seu uniforme, o vestindo com orgulho.
Batalhou muito para estar ali, nunca em sua vida viu outro ômega no mesmo rumo que ele. Se vestiu e respirou fundo, abrindo uma porta de sua cabana vendo o céu com um tom azul acinzentado pelo horário matinal, junto com uma brisa gélida. Perfeito.
Sorriu e olhou em volta, vendo alguns soldados andarem para uma direção, o refeitório. Andou lentamente até perto da calçada no meio do bosque, por eles dormirem em cabanas no meio da mata, ficando numa pose respeitável, observando os seus homens andarem por entre as árvores com as caras amassadas e emburrados pelo sono.
Eles estavam se amontoando, conversavam alto e alguns estavam animados para o horário.
Quando Rafa se aproximou de todos, bateram continência.
"Bom dia Marechal." Um beta animado desejou e Rafael agradeceu.
"Idem, agora descansar." Disse firme.
Todos ali eram alfas e betas. No início nenhum deles colocaram fé de que seu Marechal era um ômega, levaram na brincadeira, mas depois de uma dura lição, o esquadrão o respeitava como se fosse um alfa, pois segundo Rafa:
"Eu posso e vou fazer."
Porém uma coisa ele evitava ao máximo expressar era: Que ele era o mais sensível e sentimental dali, o fazendo ter um coração mole. Mesmo num cargo tão poderoso como o dele, não o impedia de ser um desastrado fora de seu trabalho.
Até os mais fortes tem segredos, se bem que a sua 'condição' sempre interfere em tudo e todos os soldados ali presentes sabiam disso.
Foi muito complicado para ele chegar onde está e não seria nem hoje, e nem amanhã que ele deixaria o seu lado ômega falar mais alto.
Todos do acampamento eram musculosos, alguns parrudos e outros um pouco rechonchudos, mas nem isso era Rafael. Por ser ômega, não tinha muitos músculos, e sua altura não ajudava em exatamente nada, junto com uma cintura estreita. Se alguém o visse de longe, o julgaria ser um iniciante que começou em menos de uma semana.
Mesmo sendo o Marechal, escutava alguns deboches ou rumos sobre ele ser 'bonitinho', ou 'gostoso'. Simplesmente odiava todos esses apelidinhos que ganhava dos alfas, era falta de respeito.
Revirou os olhos com seus pensamentos e voltou ao foco nos soldados, que estavam todos sentados no refeitório e se deliciando com o café da manhã.
"Senhor, não vai comer?" Um alfa especialidade e o menor negou. "Por que o senhor nunca come de manhã?" Com essa pergunta, três betas que estavam por perto ergueram suas orelhas para escutar melhor, todos tinham curiosidades sobre o tão reservado ômega Marechal.
"Eu só não sou muito fã, agora volte a comer que hoje nós temos muito o que treinar." Todos que ouviram suspiraram. O Marechal não facilitava.
Se passou uns minutos e todos já tinha acabado. Saíram do refeitório e foram em direção a um campo ali perto que era usado para o treino.
"Senhores!" O ômega disse um tom alto o suficiente para todos ouvirem e ficarem em silêncio. "Eu quero ver uma sequência de trinta polichinelos seguidos de quarenta abdominais." Colocou suas mãos para trás das costas e seu olhar era neutro.
"Quê ?! Mas nós m*l tomamos café!" Um alfa um pouco rechonchudo reclamou.
"Agora!" Gritou e todos concebidos a fazer polichinelos sem descanso. Quando quase terminaram uma sessão dos polichinelos, pulsar uma mão em seu ombro.
"Marechal, precisamos de você." Um beta Major o chamou. "O Almirante precisa falar com você." Rafa olhou para os soldados e depois para o Major.
"Cuide deles por favor." Começou a ir em direção da cabana das reuniões dos oficiais generais. Quando chegou perto, respirou fundo, a coisa era séria pois o Marechal-do-Ar também estava ali. (remusindo os três generais dos três exércitos.) Entrou na cabana.
"Oh! Finalmente, agora podemos começar." Isaac, um alfa, o general da aeronáutica exclamou. "Sente-se." O ômega se aproximou e sentou em uma das três cadeiras perto de um telão amador para se passar filmes.
"O que houve?" Olhou para Guilherme, o Almirante e alfa, que pediu gentilmente para que ele se acalmasse. "Aconteceu algo grave?" Franziu o cenho confuso.
"Calma soldado." Isaac pediu e Rafael voltou a sua pose respeitável de Marechal. "Bem, começando." Apontou para a tela branca e apareceu imediatamente uma imagem de uma câmera de segurança. "Recentemente recebemos muitas chamas de emergência vinda com o tema de ladrões, mas esse não é do nosso interesse." Os dois sentados concordaram. "MAS," A imagem mudou mostrando a imagem de um navio pequeno da marinha sendo atacado por aviões desconhecidos, sem emblemas. ", tem alguém por aí que tem um império de baixo dos nossos narizes, roubando nossas armas com facilidade. São literalmente iguais lobos, sorrateiros e atacam em bando, esperando uma vítima sozinha passar pelo caminho." Sua última palavra saiu com um tom de voz grave, expressando raiva. "Temos que detê-los! Não são simples ladrões,
"Mas como faremos isso se não sabemos quem é o chefe disso tudo?" Guilherme perguntou e Isaac ficou pensativo.
"Marechal Rafael." Isaac olhou para o menor, que voltou a sua pose respeitada. "Precisamos que você vá."
"E-eu ?!" Franziu o cenho e olhou para os dois na sala.
"Sim, mas saiba que não será só você que vai, nós estaremos por trás e você levará seus soldados, não sabemos o nível dos capangas." Se aproximou do ômega. "Você tem mais experiência em terra firme do que a gente, você precisa se infiltrar e descobrir o fará daquele pequeno exército." Informou e o castanho concordou. "Bem, isso foi uma reunião rápida apenas para os informar, eu tenho coisas importantes para fazer e tenho certeza que vocês também tem." Guilherme e Rafael concordaram. Se levantaram e os três bateram continência como sinal de respeito.
Saíram da cabana e cada um foi para um lado.
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Depois de 'torturar' os soldados por horas, o dia tinha virado à noite e todos estavam podres de cansaço. Depois de vigiar eles jantando, instruiu mais alguns exercícios e agora sim todos os alfas e betas estavam só o pó da rabiola. Se arrastando, cada um foi para sua tenda (todas as dormiam no mínimo quatro soldados).
O ômega suspirou e caminhou até sua casinha, apenas trocando sua roupa e se jogando na cama.
Ficou pensativo e preocupado, como ele faria para se infiltrar em um dos maiores impérios da máfia ?!
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Espero que tenham gostado dessa pequena introdução: 3 no próximo capítulo a história "• Lupus •" apropriado realmente.
❤️
• Desculpe os erros •