1 Capítulo Elisa
Elisa Clark
Liberdade… Sempre gostei dessa palavra, e acho incrível a maneira como ela soa em meus lábios, acho que no fundo, no fundo, o motivo de eu gostar tanto dela, seja pelo o fato de que nunca a terei, não de verdade.
Parece estranho né? Uma pessoa tão jovem já se intitular em uma prisão. Mas é exatamente assim que me sinto, de três anos para cá.
Deixe-me explicar melhor.
Me chamo Elisa Clarck, tenho 17 anos, mas estou muito perto de completar meus 18, e pensar nisso, me causa tristeza e arrepios. Diferente das outras pessoas, eu não venho de uma família “normal”, não tenho direito de escolhas, sequer pude escolher o que gostaria de ser no futuro, tenho muita habilidade com a dança, amo a música, e dançar é a minha paixão. Mas é uma profissão da qual nunca fará parte da minha vida, é um dos meus sonhos entre tantos outros que ficarão adormecidos, aprisionados, assim como eu!
Nasci e cresci na máfia, meu pai é o capo da máfia mexicana, e como filha dele, eu sempre soube que chegaria o momento de cumprir as minhas obrigações, mas tinha esperanças de fazer as coisas da minha maneira, e não ver a minha vida toda ser decidida por outras pessoas.
Nós, mulheres, aqui na máfia, temos um futuro muito “incerto”, a nossa função é crescer sendo exemplos e aprendendo sempre a ser boas esposas submissas, com a função apenas de agradar o nosso marido e gerar herdeiros, aceitando tudo o que é imposto por eles, sem questionar, isso sem contar as traições frequentes, e se você der muita sorte, achará um homem que não irá agredi-la e abusar diariamente, como acontece com tantas no nosso meio. Divórcio não existe na máfia, depois que você se casa, torna-se propriedade do seu marido. E é até que a morte os separe, literalmente… Então, já sabem a vida horrível que me espera não é mesmo?
Eu sabia que não tinha como correr disso, sabia que mais cedo ou mais tarde, a minha hora iria chegar, e o fato do meu pai ser um m****o tão importante, julguei que conseguiria adiar um pouco, mais a minha ida para o inferno. Eu usaria esse tempo para tentar talvez mudar o meu destino, sei que sou uma garota bonita, fui agraciada com belas curvas, e nunca fui uma pessoa difícil de lidar, muito pelo o contrário sempre fui muito obediente e compreensiva. Imaginei que talvez pudesse sei lá, conseguir me apaixonar por alguém do nosso meio, e com muita sorte e ajuda de papai me casar por amor.
Mas, ao contrário de tudo o que pensei, descobri que o meu destino já está traçado a muito tempo desde quando ainda era uma criança de apenas cinco anos de idade.
Conseguem imaginar o quão absurdo isso pode ser ? O seu futuro, a sua história, a sua vida, toda, decidida por outras pessoas que não é você ? E o pior de tudo isso, ser entregue de bandeja nas mãos do próprio demônio?
Sim, porque é isso que o meu futuro marido é, um diab0, impiedoso,
Implacável, seu nome é temido e respeitado em todos os lugares. O Dom impiedoso da máfia Italiana.
A Cosa Nostra é conhecida nos quatro cantos do mundo, e esse reconhecimento vem de gerações, e se tornou ainda mais temida desde que Giorgio Maccine se tornou o dom, ele administra os negócios a punhos de ferros, e coitado do homem que ousar ir contra às ordens do dom, ele não tem piedade de nada, nem de ninguém então porque teria comigo não é mesmo?
Quando somos crianças acreditamos que os nossos pais têm o poder de resolver todos os nossos problemas. Eu sempre acreditei que o meu pai fosse o meu herói, que seria capaz de enfrentar qualquer coisa por mim, pela a minha felicidade! Mas estava redondamente enganada, já que foi o mesmo que selou o acordo de casamento entre o dom e eu, e eu era apenas uma menina.
Ele tentou se explicar mas, ainda assim, não consigo compreender o seus motivos. As duas máfias eram rivais, e estavam em guerra constante, papai assassinou um m****o muito importante da Cosa Nostra, o dom queria vingança, e quando invadiu a nossa residência e seus olhos pousaram sobre mim, ele achou que a melhor maneira seria entregar ao seu filho a filha do seu inimigo… A princesinha do papai!
Meu pai estava em desvantagem, e naquele momento, era aceitar a união e selar a paz com a Itália, ou a vida de todos nós. E, bom… aqui estou! Sendo entregue ao dom, nos braços da família que por muito tempo foram nossos inimigos, e quem me garante que ainda não são? Afinal de contas, o acordo foi feito com intuito de ferir o meu pai, e a chave para este sofrimento, sou eu! Então o que me espera?
Continua..