Manu e Ricky, frente a frente - R

1594 Words
RICKY Eu Eu fiquei na casa da minha mãe o dia todo. A minha irmã estava dando alguns remédios que o médico havia passado pra ela e pelo tempo que ficamos, ela melhorou um pouco. Mesmo assim ela precisa ser tratada. Eu me preocupo com quem o pessoal possa trazer pra cá. Espero uma pessoa com muita experiência. Alguém que quando ver os exames da minha mãe, já pense no tratamento certo. Eu quero a minha mãe bem e se eles me trouxerem algum incompetente... eu não sei o que faço. Alguém me contatou pelo rádio. — Rickê! Já trouxeram a Dôtora Madame pra cá. — Biel passou a notícia. Foi até rápido. Ainda bem. Pelo menos esse povo faz alguma coisa direito. Se é que nesta rapidez eles pegaram a pessoa certa... — Tô chegano. — avisei pelo rádio e levantei do sofá. — Pra onde é que tu vai, Ricky? Vai deixa nossa mãe assim? — Beta reclamou quando abri a porta do barraco. Ela não gosta de ficar sozinha com a nossa mãe, porque ela tem medo que aconteça o pior. — Vou resolver esse problema. Volto já. — saí da casa da minha mãe. — Volta logo mesmo, tá?! Não demora, por favor. — ela ficou para trás aflita. Ela já passou por tanto e eu entendo que esteja traumatizada. {...} Cheguei no barraco do Biel e encontrei uma loira revoltada, amarrada numa cadeira com a cabeça coberta. Acho que eles se empolgaram com esse lance de sequestro. — Cê é doido, cara! Precisava amarrar? — reclamei tirando o pano da cara dela. Misericórdia! Roubaram foi uma estudante, não uma médica! — Que p***a é essa, Biel?! Eu falei médico de rico, p***a! Não uma patricinha! — arremessei o saco no chão com raiva. As coisas já estão péssimas, agora vão piorar pra devolver essa garota. Ela tem cara de filho de rico. Dou 6 horas pra este rosto estar em todo jornal do Rio e se brincar, no jornal nacional também. — Relaxa cara, ela é médica. Sabrine sondou lá no hospital do centro. Ela é médica de pulmão. Ela até confirmou. Confia, brother. — ele sentou no chão aparentemente perturbado. A gente nunca fez isso antes. Nosso negócio é mais troca de favores. Ela ainda parece tonta. — Tá vendo quantos dedo aqui, moça? — Biel fez o teste com dois dedos na frente dela. — Dois, i****a. Me solta! Que merda é essa?! — se sacudiu, surtada. Que médica boca suja é essa?! — Posso solta, Ricky? — ele olhou pra mim com medo. Agora eu entendi o porque de ela estar amarrada. — Ainda não. — repensei minha reclamação de antes. — Me deixa eu falar com ela sozinho. Ela tem que servir pra alguma coisa. — Cê que manda. — ele saiu do barraco e fechou a porta. Agora sem Biel na minha frente ela me viu. — Seja lá o que for, vocês pegaram a pessoa errada. — ela olhou assustada pra arma que eu carrego . A filha da mãe é muito bonita! — O que é que tu faz? — perguntei mostrando um m*l humor para intimidá-la. Ela não tem cara de médica. Tem cara daquelas patricinhas gostosas que vem pros baile do morro. — Eu sou médica. — ela ficou se sacudindo na cadeira. — Vocês vão me matar? Eu não fiz nada. Nada. Nem devo drogas, nem nada. Eu só quero ir pra minha casa. Tão nova e já é médica! Deve ter começado a estudar com uns 3 anos. — Tu é médica de quê? É boa mesmo? Ela deve servir. Ela precisa servir. E se essa história de loira ser burra for verdade? Então ela deve ter passado colando. Mas ela trabalha num hospital bom, ao menos foi o pré-requisito que eu dei pra pegar o médico. Ela também pode ser burra, mas filha de rico e influente... — Vou ser pneumologista e eu trabalho no melhor hospital particular da cidade. Então claro que sou boa! Eu vi confiança na sua fala. — Ótimo. — O que você quer comigo? — ela me encarou curiosa. — Eu não sou química, nem farmacêutica. Debochada... — Você vai se comportar se eu te desamarrar? — Talvez sim, talvez não... — ela olhou na direção das minhas partes íntimas. — Você não tá louca de tentar nada, gatinha. — a desamarrei. — Bora ali. — Aonde? O que você vai fazer?? — ela continua assustada, mas me acompanhou acanhada, enquanto verificava os braços e as marcas das amarrações. O pessoal pegou pesado. Acho que aprenderam com a bronca que eu dei mais cedo. — Anda rápido. — a puxei pelo braço, mas ela ficou parada, sem querer sair do lugar.— Colabora caramba! Eu não vou te matar nem nada do tipo! p***a de m*l impressão que cêis tem da gente! Eu sou do morro mas não ando atirando pra tudo quanto é lado não! — abri a porta e saímos. Felizmente depois da minha reclamação ela ficou calada. A guie até a casa da minha mãe, subindo um pouco o morro. Quando entramos, ela logo reparou na minha mãe deitada. — O que ela tem? — Ela tá muito doente. — me parte o coração ter que admitir isso. — Beta, vai buscar os exames pra ela ver. Beta levantou o mais rápido que pôde e saiu da sala. A doutora se aproximou da minha mãe e tocou na testa e pescoço dela. Minha mãe tá tentando dormir, mas ela está com falta de ar. — O que a senhora sente? — sua voz soou doce. — Fra...ueza, dor. — minha mãe falhou a voz. Coitada. — Pior que eu nem tô com meu estojo de exames físicos... — ela reclamou baixinho. — Aqui. — Beta entregou os exames a ela. Ela olhou por um tempo e quanto mais seus olhos ficavam voltados para os exames, mais arregalados eles ficavam. Pela primeira vez vi uma pessoa ter mais medo de um papel do que de uma arma. — O que ela está fazendo aqui?! — me encarou indignada. — Ela devia esta se tratando num hospital! — As coisa não são assim fácil, doutora. — tentei justificar. — Por isso que preciso da sua ajuda. — Quer minha ajuda? Ouça meu conselho. Leve-a imediatamente para o hospital. Ela precisa começar o tratamento urgente. — guardou os exames mais furiosa comigo do que a Sandrinha quando eu apronto. — Não tem como. Você tem que fazer alguma coisa com ela aqui. — Como?! Eu não posso fazer nada aqui! Precisa de uma sala com equipamentos, medicamentos pra trata-la. Não é só tratar. Eu não eu milagreira! — ela veio pra cima de mim. Mas é bem ignorante. — Diga o que precisa. — tentei me manter calmo. — Pra que? São muito caras. Você acha que vai achar fácil? Vai fazer o que? Roubar? — continuou arrogante. O sangue subiu e apertei seu braço. — Não tem nenhum ladrão aqui, ouviu? Eu compro o que você pedir. Dinheiro é o que não falta. Ela me olhou assustada e puxou o braço. — É muita coisa. — continuou sem dar o braço a torcer. — Anota tudo. — entreguei uma caderneta que estava na mesa. — Só anota tudo e deixa que o resto eu resolvo. Ela ficou me analisando por um tempo, mas depois pegou a caderneta. Vejo que essa daí vai me dar trabalho. Pouco tempo depois... — Aqui. — entregou a caderneta. Era uma lista enorme. — Agora eu posso ir embora? — Não. Claro que não! Você vai tratar a minha mãe. — O quê?! — ela me olhou incrédula. — Nada contra a senhora, Dona Maria, mas eu tenho que ir pra casa! Já tá anoitecendo, eu tenho coisas pra fazer. Eu saí de um plantão de 24 horas e estou acabada, esgotada físico e psicologicamente. E além do mais, um tratamento desse dura uns 3 ou 6 meses! Eu tenho a residência no hospital! — Pois você vai permanecer no morro até o final do tratamento. E se você matar minha mãe, eu te mato. — decidi guardando o papel no bolso. Ela tá em negação. — Você não pode fazer isso comigo! — Posso sim. Quem manda aqui sou eu. — Você é louco?! Eu tenho um emprego, tenho minha vida! Não posso ficar nesse lugar! — Beta, leva ela pro meu barraco. Eu vou procurar os meninos pra resolver os aparelhos. — descartei as reclamações da loira. — Eu não acredito numa coisa dessas... — a médica ficou resmungando enquanto acompanhava a Beta. — Calada, caramba! Tô perdendo a paciência. Parece que ela não entende que quando eu decido uma coisa, não te volta! — Não calo não! Seu psicopata de merda! — elas saíram da casa. Essa garota tá brincando com a vida. Só pode. — VOCÊ NÃO TEM MEDO DE MIM NÃO?! — apareci na frente da casa e ela parou no caminho e olhou pra trás. — MEDO EU TENHO É DE DOENÇA CONTAGIOSA. — me esnobou. — POIS DEVIA TER MEDO DE MIM. VOCÊ NÃO SABE DO QUE EU SOU CAPAZ. Filha mãe. — EU QUERO IR PRA MINHA CASA! — NÃO VAI NÃO. E BETA, SE ELA TENTAR FUGIR JÁ SABE O QUE FAZER. PODE ARRASTAR PELOS CABELOS. — gritei quando elas já tinham descido muitos degraus. — SE VOCÊ FIZER ISSO, EU TE METO NUMA VOADORA. — ela alertou a Beta. Que merda de médica é essa heim?!
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