Os dias se passavam lentamente, eu acordava e fazia o café da manhã, depois o almoço e arrumava toda a cabana, a noite fazia o jantar, e ia para o quarto, a nenhum momento o Rodolfo encostou em mim, eu achei que ele agiria como se eu fosse sua esposa, mais nada disso aconteceu, ele está apenas me fazendo de prisioneira.
Rodolfo: Samanta, pode vir aqui por favor? - me levantei da cama onde estava assistindo televisão, e fui até a sala.
Sam: precisa de algo? - ele se levantou do sofá, colocando o copo de whisky na mesinha de centro.
Rodolfo: nós vamos sair, coloque uma roupa.
Sam: onde vamos?
Rodolfo: ao shopping, precisamos comprar uma roupa. - me virei de costas pra ele, e fui andando devagar até o quarto.
Fechei a porta e entrei no banheiro, tomei um banho bem rápido, e saí de lá já vestida, com um macacão florido, e prendendo o cabelo em um coque.
Rodolfo: sem gracinhas, escutou? - dei um pulo me assustando com a presença dele que estava sentado na minha cama.
Sam: tudo bem, eu não tenho o que fazer mesmo.
Rodolfo: ainda bem que sabe. - ele jogou a almofada de volta na cama, e se levantou indo de volta pra sala. - estamos saindo em 5 minutos. - ele bateu a porta do quarto, e eu me sentei na cama bufando.
Coloquei meu sapato, peguei a minha bolsa, e fui pra sala, me sentei no sofá esperando ele voltar pra podermos ir.
Rodolfo: vamos ?
Sam: você não quer almoçar primeiro? faço o almoço rápido.
Rodolfo: não, nós podemos almoçar no shopping mesmo.
Sam: tudo bem!
Saímos da cabana, e fomos andando até o carro, depois de uns 30 minutos estávamos nas ruas do Rio de Janeiro, acho que essa cabana é bem afastada para que eu não fuja.
Chegamos ao shopping, e a nenhum momento ele puxou assunto comigo, apenas dirigiu, e ficou prestando atenção ao nosso redor.
Rodolfo: precisamos achar um vestido de festa pra você, iremos a um jantar hoje a noite.
Sam: e porque eu preciso ir?
Rodolfo: porque você eu vou, e você tem que ir, é o noivado do meu tenente, e vamos prestigiar essa noite.
Sam: tudo bem, sem problemas então. - paramos na frente de uma loja chique de roupas de festa, ele parou na porta, e eu entrei na frente.
Rodolfo: pode escolher o vestido que você quiser, eu vou procurar a minha roupa. - ele sorriu, e chegou bem perto segurando meu braço. - se você tentar fugir, eu te acho, e as coisas não vão ser tão boas igual tem sido agora.
Sam: eu não vou a lugar nenhum.
Rodolfo: ótimo. - ele saiu para o lado onde tinha roupas masculinas, e eu fui passando a mão pelos vestidos, até achar um preto, e na mesma hora que eu puxei ele, outra pessoa puxou do outro lado.
Moça: ah desculpa. - ela sorriu.
Sam: imagina, pode pegar.
Moça: tem certeza ?
Sam: sim, eu acho outra coisa pra mim.
Moça: meu nome é Mirela. - ela estendeu a mão.
Sam: sou a Samanta, é um prazer. - peguei a mão dela que estava estendida pra mim.
Mirela: posso te ajudar a encontrar alguma coisa, o que acha?
Sam: não vai te atrapalhar?
Mirela: ah não, eu quase acabei, só preciso experimentar o vestido.
Sam: então eu aceito a sua ajuda. - passamos alguns minutos conversando sobre os vestidos, e ela me ajudou a escolher, um vestido rosa, de paete, bem apertado realçando o b***o, e o quadril, e um sapato que combinou perfeitamente.
Mirela: você ficou linda nesse vestido.
Sam: o seu também ficou perfeito.
Mirela: quem diria, queria ter um corpo igual ao seu.
Sam: deixa de ser boba, seu corpo é maravilhoso. - nós duas rimos, e ficamos mais algum tempo conversando.
Rodolfo: vamos Samanta. - eu fechei o sorriso na hora, e me levantei segurando o vestido que estava na minha mão.
Sam: claro, vamos! - virei pra Mirela.- foi um prazer te conhecer.
Mirela: posso pegar seu número? gostei de conversar com você. - eu abri a bolsa, e dei uma de esquecida.
Sam: ai, eu esqueci meu celular em casa, e meu número é novo, anota o seu pra mim, quando eu chegar te mando uma mensagem.
Mirela: claro, pode ser. - ela pegou um pedaço de papel no balcão e uma caneta, anotando o número dela. - aqui, pode me mandar mensagem quando quiser, vou adorar ter uma amiga. - ela sorriu, eu peguei o papel e ela me abraçou. - se precisar de ajuda da um jeito de me enviar socorro.
Sam: obrigada, pode deixar, nos vemos em breve. - ela pagou pelas roupas dela com dinheiro em espécie, e foi embora, o Rodolfo pagou por nossas roupas com cartão, e fomos em direção a praça de alimentação.
Rodolfo: o que você disse para aquela menina?
Sam: eu não disse nada, ela só foi legal comigo e me ajudou a escolher um vestido, você pode pensar o que quiser mais eu não vou fugir de você, eu já perdi tudo que eu tinha na minha vida por causa do Ivan, e nem sei se minha mãe na verdade era mesmo a minha mãe.
Rodolfo: eu acredito em você, agora vamos almoçar.
Nos sentamos a uma mesa perto de um restaurante, e ele trouxe os cardápios, escolhi um prato com filé e fritas, e ele um com peixe.
Rodolfo: fica aqui, e espera a comida chegar, eu já volto.
Sam: tudo bem.
Fiquei ali sentada, e logo os pratos chegaram, mas nada do Rodolfo voltar, pedi um suco, e fui comendo enquanto ele não chegava, do nada ele se sentou a minha frente, e começou a comer.
Sam: que horas vamos ir a essa festa ?
Rodolfo: sairemos ás 20h, precisa estar pronta antes disso.
Sam: vou estar.
Acabamos de almoçar, e fomos de volta pra a cabana, novamente em silêncio, entrei no meu quarto e pendurei o vestido para que depois não precisasse passar, me deitei na cama, e tirei um cochilo durante a tarde, acordei ás 16h, tomei um banho, lavei os cabelos, passei um esmalte nas unhas, e enquanto secava passei a maquiagem, sequei os cabelos, e prendi em um coque.
Coloquei o vestido, os sapatos e saí pra sala, me sentei ao sofá esperando o Rodolfo, assim que ele saiu vestindo um terno azul marinho, me entregou uma sacola, com um colar, pulseira e brinco, os coloquei, e fomos andando até o carro, sem conversar.