Confronto noturno: Sombra e luz.

1171 Words
O futuro é algo estranho, até ontem estava reclamando de ser chicoteada para cair em algo pior, me fazendo querer voltar ao orfanato. Neste exato momento eu estava indo em direção à cozinha, estava com fome e lá teria uma pizza pra mim. Ao adentrar o cômodo caminho em direção à ilha da cozinha, me sento em um dos bancos quieta e seguro uma das fatias de pizza para me alimentar. Para meu desprazer Viktor estava à minha frente. Parte de mim se recusava acreditar no que Viktor havia me dito, a parte que eu acreditava ser racional me mandava levantar, sair daquela cozinha e ficar mais longe possível, chamar a polícia. Enquanto eu comia, fui surpreendida por uma risada alta, era Viktor rindo, tentei apenas ignorar, mas ele queria tanto falar o motivo de sua risada que não se conteve. Viktor me olhou com uma expressão fria e desinteressada - Você realmente acha que alguém iria te ouvir? Eles não iriam acreditar em você. - Ah é, dizer que me sequestraram, rapidinho a polícia vai vir averiguar. Eu agora me perguntava como ele conseguiu adivinhar o que eu estava pensando apenas por olhar pra mim, minha cabeça aos poucos dava pequenas voltas me deixando ainda mais confusa. -É engraçado você achar que a polícia vai se preocupar com um humano insignificante como você. Eu posso fazer o que eu quiser com você, e ninguém fará nada pra me impedir. - Ele riu com desdém enquanto me olhava. Terminei de comer e me levantei da ilha da cozinha, para ser sincera havia comido apenas uma fatia de pizza, caminhei para fora da cozinha em direção ao jardim. Viktor ficou parado e me observou enquanto eu caminhava para fora da cozinha, mas depois de alguns segundos ele começou a seguir atrás de mim, para ser sincera ele estava começando a me irritar. Logo avistei o banco de madeira ao qual havia visto no começo da noite, o que ficava perto de um canteiro de flores, caminhei à passos rápidos e me sentei enquanto respirava fundo puxando o ar do jardim, o cheiro de várias flores diferentes com diferentes perfumes em um só lugar era um pouco reconfortante. Mas minha paz não durou muito tempo, pois viktor chegou atrás de mim, e se sentou do seu lado. Ele olhou para as rosas por alguns segundos, mas depois voltou a olhar para mim com uma expressão fria. Para ser sincera, começava a perguntar se ele não sabia fazer outra cara a não ser essa de queijo azedo, assim que abri meus olhos novamente me assustei com ele me encarando. -O que você quer Viktor? - Perguntei arqueando a sobrancelha. Viktor olhou para mim e sorriu ironicamente - Só queria ter certeza que você não ia tentar fugir. - Ótimo, já pode me deixar em paz. Ele não respondeu e continuou olhando para mim, como se estivesse analisando cada parte do meu corpo, este olhar para ser sincera me incomodou, era como se eu fosse um pedaço de carne que a qualquer momento seria entregue ao freguês, foi onde fiz uma das coisas mais impulsivas de minha vida, eu ergui a mão e a fechei dando um soco em seu estômago. Ele se desequilibrou do banco e caiu de costas no chão. -Sua maldita... -Posso até ser prisioneira, mas não sou um brinquedo. Disse me levantando e entrando na mansão novamente, estava tão nervosa que não pensei em nenhum momento nas consequências dos meus atos. Viktor se levantou e me perseguiu até o interior da mansão, ele estava visivelmente irritado. -Você é uma merda de humano. Eu devia ter deixado você morrer presa àquela árvore e matado todos da sua ilha inútil, para não se reproduzirem. -Deveria, pelo menos não estaria aqui ouvindo você reclamar por eu revidar com um soco o seu assédio, para ser sincera você é só mais um desses caras que eu tenho nojo! - Eu disse gritando. Viktor se aproximou de mim e ficou bem perto do meu rosto -Você deveria ter medo de mim. -Medo de você? me poupe, um adulto que brinca de vampiro não me dá medo, Viktor. Viktor sorriu de forma ameaçadora - Ah, você não tem medo? Então me dê um motivo pra eu não te morder agora mesmo. -Você não é realmente um vampiro, essas coisas não existem, bem vindo ao mundo real seu babaca. Viktor se irritou mais ainda e começou a ficar furioso -Eu não sou um vampiro? Então me diga o que eu sou então! - Gritou ele. -Um humano, uma farsa, um mentiroso que só quer me por medo. - Gritei ainda mais alto. Viktor ficou mais furioso e deu um tapa em meu rosto, sua força era inacreditável, me fez desequilibrar e cair, logo o gosto de ferrugem veio a ser sentido por minhas papilas gustativas - Eu não sou mentiroso, eu realmente posso fazer você se arrepender de ter falado assim comigo. Elevo a mão para meu rosto enquanto meus olhos se enchem de lágrimas, eu não ia cuspir ali, no chão da cozinha, era nojento e antiético. Me levantei e fui para a porta de saída, logo cuspi na grama vendo o pouco de sangue que havia saído, o tapa havia feito meu dente roçar na minha bochecha, causando um corte na parte interna da bochecha. Neste momento, me assustei quando vi um vampiro desconhecido adentrar o local, ele tinha cabelos castanhos escuros longos, um olhar cansado e uma pele bronzeada. Ele se vestia de maneira elegante como se fosse um aristocrata antigo, cabelo curto e loiro indo em direção ao Viktor ergue a mão, dando um único soco o fazendo cair no chão. -Eu já disse que em uma dama você não levanta sua mão imunda para bater Viktor, eu ouvi o tapa do meu quarto. Olhei para este novo vampiro que chegou, meu rosto corou um pouco. Era a primeira vez que alguém me defendia desse jeito. Ele elevou a mão até a gravata a ajeitando, logo estendeu a mão para Viktor que deu um tapa nela e se levantou sozinho. - Nikolai, achei que ficaria em seu quarto hoje. - Eu ia, mas precisava me alimentar. Nikolai se aproximou de mim e estendeu a mão, por algum motivo eu a segurei, era como se meu corpo não me obedecesse mais, logo me puxou para ele e tirou meu cabelo de frente ao meu pescoço, sentiu o cheiro e se afastou de maneira rápida, e me olhou de uma maneira estranhar antes de sair da cozinha. - Não volto hoje. logo pude ouvir a porta do hall de entrada bater, eu não havia entendido esse final, mas para ser sincera, preferia que continuasse assim, logo caminhei para as escadas sendo seguida por Viktor. -A conversa ainda não acabou. -Sim, acabou e espero que fique longe de mim. Subi as escadas indo em direção ao meu quarto, o sol estava prestes a nascer quando tranquei a porta do meu quarto e fui me deitar para dormir.
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