Sombras e rosas

1408 Words
Eu estava Ali, no meio de três desconhecidos, olhava para eles conforme falavam, minha cabeça dava voltas, um deles estava entre eu e a saída. — Por favor me deixe ir embora, eu prometo não chamar a polícia, nem algo do tipo, eu só quero ir. —Sinto muito, mas acho que não te contaram. - Diego suspirou enquanto falava calmamente —Não contaram o quê? - Perguntei confusa —A senhorita não irá a lugar algum. - Disse ele tentando ser gentil, sua voz era passiva. —Para ser sincero, não vai a lugar algum nunca mais. - Viktor riu. Meu coração acelerou, eles queriam me manter em cativeiro? Era isso? Eu era uma prisioneira? Nunca imaginei que com tantas pessoas nesse mundo isso fosse acontecer justo comigo. Me virei saindo do meio daquele triângulo perigoso formado pelos três rapazes que estavam à minha volta. Me afastei deles indo em direção à uma das portas até me deparar com uma cozinha, diferente dos quartos aos quais eu havia passado a cozinha era empoeirada, como se não fosse usada a muitos anos. O cheiro da poeira atacou minha rinite me fazendo espirrar, logo reparei algo, uma porta de saída, corri até ela e a abri. Assim que as portas se abriram pude perceber uma das vistas mais bonitas daquela casa. Um lindo jardim com flores variadas, violetas, rosas de todas as cores que eu sabia da existência, caminhei em direção às rosas brancas do jardim, havia um canteiro só delas, seu perfume era único. Em frente a esse canteiro havia um banco de madeira cujos pés estavam envoltos de trepadeiras que faziam aquele ser um espaço perfeito para tudo. Não tive muito tempo para apreciar, ouvi um grito que vinha de não muito longe, era uma voz alegre, quando me virei vi um rapaz vindo em minha direção. —Olá moça! - Ele disse enquanto andava em passos apressados em minha direção. Suas vestes eram comuns, calça jeans, tênis Nike, camisa preta, algo diferente dos outros rapazes que eu havia visto anteriormente. Seus olhos eram verdes, seu cabelo era loiro mas curto e um pouco bagunçado, ele tinha ombros largos escondidos por um manto com capuz de cor cinza ao qual havia saído de sua cabeça quando ele correu, seus lábios eram perfeitos, ele tinha altura mediana, era um pedaço de m*l caminho que com certeza levava ao perigo. Meu coração acelerou, eu tentei me afastar, mas quando me virei ele segurou meu pulso, com um sorriso sedutor começou a me puxar para dentro novamente da casa, contra minha vontade. Meu antebraço onde ele segurava começava a ficar vermelho, aos poucos começava a latejar de dor, eu estava sendo arrastada para o hall de entrada onde os outros três homens estavam, ao chegar ele me levantou e me jogou no ombro. — Pronto, agora ela não escapa, quem vai explicar a situação para nossa fugitiva? - Disse ele rindo de leve. — Coloque-a no chão, por favor, Anthony. - Pediu o loiro que ainda se encontrava a frente da porta. Assim como pedido, fui posta no chão, mas ele segurava firmemente meu ombro, de maneira que me deixava desconfortável. —Senhorita, este é Anthony, eu me chamo Dimitry, creio que ainda não saibamos seu nome. É brincadeira, não é? ele esperava mesmo que eu me apresentasse como uma mocinha cordial? depois de ser perseguida, paralisada, puxada, arrastada e pendurada? É, eu me apresentei. O quê? não me julgue, eu estava sendo segurada pelo ombro. —Me chamo Elena. - Eu falei emburrada. —Bem vinda à mansão, fique a vontade para explorar conosco. - Disse Diego. —Vocês são loucos, eu quero ir embora. — você ainda acha que tem como você sair daqui? - Viktor começa a rir. Contra minha vontade sou levada a todos os cômodos do térreo, começando por uma biblioteca, basicamente um pequeno cômodo com estantes com centenas de livros organizados de A - Z, e pelo cuidado de Diego e Anthony em tirar alguns livros do lugar para mostrar como "livros que eu jamais deveria tocar" me fez ter certeza de uma coisa, eles eram viciados em leitura. Após sairmos da biblioteca, caminhamos para entrar em um pequeno salão, onde havia um piano de cauda, andamos mais um pouco chegando ao grande salão. O grande salão tinha um sofá, um carpete vermelho no chão e uma lareira antiga, mas muito bem cuidada. após isso subimos, Ao subir reparei o corredor onde ficava o quarto que eu havia passado o dia inteiro. —Ao lado do quarto há um banheiro, ele não é só seu então, tenta não monopolizar o banheiro. - Disse Viktor. Viktor estava começando a me irritar, aos poucos minha vontade era de pular em sua garganta e apertar até não poder mais. Caminhamos para um segundo corredor, lá tinham mais algumas portas de quartos. —A maioria dos quartos dos moradores ficam por aqui, por favor tente não entrar nos mesmos, preservamos nossa privacidade, conforto e principalmente nossa privacidade. - Disse Anthony. —Não é como se eu fosse entrar de porta em porta para ver vocês, para ser sincera eu queria ir embora. - Reforcei minha vontade de ir pra casa. Com o fim do tour eles se olhavam como se estivesse prestes a detonar uma bomba. Logo eles saíram andando, me deixando sozinha com Viktor, minha vontade era de gritar "Ah não, qualquer um, menos ele!", mas me contive. Viktor me olhou e se aproximou, ele parecia estar pensando em algo, seu rosto era sério, sua postura rígida, dava para ver que ele não gostava de mim. —O que foi? perdeu alguma coisa na minha cara? - Perguntei bufando. Viktor olhou pra mim com uma expressão de desdém dando uma leve risada. —Não, mas é um prazer ver sua carinha irritada. Infelizmente eu não vi o riso dele se desfazer, aquele sorriso idiota... — E você é a coisa mais irritante que já vi. - Ele falou logo em seguida ainda rindo. — Está rindo do que? acha que está se olhando no espelho? —Você não é tão bonita assim pra ser o espelho, mas tudo bem. Revirei meus olhos indo em direção ao meu quarto, era o que me faltava, ter que lidar todo dia com esse tal de Viktor, eu já estava vendo o quão desgastante iria ser. Após entrar, tranquei a porta e me deitei em minha cama, a única coisa que eu estava focada era em olhar para o teto quando batem à porta. Me levantei emburrada e fui abrindo a porta. —Escuta aqui idio- Parei de falar quando reparei que não era o tal do Viktor. À minha frente estava Diego, segurando um livro em mãos. —Boa noite, senhorita, vejo que está um tanto irritada. —Desculpe Diego, Viktor estava me azucrinando. Diego deu uma leve risada. —É normal, não se preocupe, vim pois sei que não se alimentou o dia inteiro, eu dei uma saída e comprei pizza, se você não se incomodar com pizza de calabresa pode descer, ela está na cozinha. —Ah, certo! obrigada, Diego. - Dei um leve sorriso. —O único que come pizza mesmo é o Viktor, e como estou acostumado a sair para comprar, eu trouxe uma maior para vocês conseguirem dividir, também tem suco natural de laranja com acerola. —Gentileza sua, obrigada! mas... Uma pequena pergunta rondou a minha mente, se todos eles eram vampiros como Viktor havia dito, porque ele estava comendo pizza? —Há algo de errado? Você parece meio confusa com algo. Ele perguntou como se sequestro fosse algo normal, que acontece como você todo dia. —Como você sabe? —Jovem Helena, nós vampiros conhecemos muitas pessoas ao longo dos séculos, para ser sincero aprendi a reconhecer o semblante das pessoas no meu primeiro século de vida. —Certo... Se vocês são vampiros, como é que o viktor come pizza? —Bem, a primeira coisa que eu vou te dizer é: Esqueça essas histórias que você ouviu sobre os vampiros, nós podemos sim comer comida humana, o porém é que ela não nos é nutritiva, alho não nos fere, água benta incomoda mas não mata, crucifixos são belos enfeites, mas são apenas isso. —Então vocês conseguem se alimentar de comida humana, okay, dá para entender. Eu dei um leve sorriso enquanto caminhava em direção à cozinha, lá encontrei Viktor e a pizza.
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