CAPÍTULO 3 JASON
No fim da aula, quando estou saindo da sala, alguém toca em meu braço e me viro.
— Acho que somos parceiros de trabalho. — uma garota baixa, de cabelos castanhos divididos no meio, uma gargantilha preta no pescoço, rosto redondo e pequeno, um nariz e boca também pequenos. Praticamente uma boneca atrás de mim.
— De onde você saiu?! — pergunto assustado. Juro que nunca vi essa garota na escola. E do jeito que ela é eu teria visto.
— Não interessa. Podemos fazer o trabalho logo? Hoje ou amanhã? — mostra uma certa marra.
— Tá. Tudo bem se for amanhã? Hoje tenho ensaio. Eu sou cantor. Na minha casa ou na sua? Na minha casa garanto mais privacidade. — dou um meio sorriso. Eu sei que elas não resistem.
Ela pareceu não entender, pois franziu o cenho e me entregou um pedaço de papel.
— Na minha casa. Aí está o endereço.
— E seu número?
— Eu não tenho telefone. — passou por mim e saiu da sala.
Essa garota só pode ter vindo de outro mundo!
— Como assim não tem telefone?
— Jason! — Brittany veio até mim com seu esquadrão de líderes de torcida e me agarrou pelo pescoço me beijando.
— Que é?
— Vai sentar com a gente no almoço? — me deu um selinho.
— Não sei. Vou sentar com os meninos da banda, acho. — me soltei dela.
— Hey! Vamos sair hoje à noite?
— Claro meu amor. — dei uma piscadela e voltei a andar pelo corredor.
Ao sair do módulo encontrei Claire encostada no corrimão das escadas em frente à escola.
— Ei gatinho. Vem cá. — estendeu a mão e não resisti de ir até ela.
— Oi, morena gostosa. — deu um beijo nela e apertei seu corpo.
— Escroto. — o amigo gay dela disse.
— Quer ganhar um também? — dei uma piscadela de brincadeira e ele se assustou.
— Vamos sair hoje à noite Jason? — Claire perguntou eufórica.
— Claro, meu amor. — dei um selinho e me afastei descendo as escadas.
Tirei minha jaqueta de couro e baixei mais um pouco o topete dos meus cabelos. A Andy é mais certinha.
Depois de virar o quarteirão, parei em frente ao outro colégio público e a Andy saiu sorridente.
— Jason! — me abraçou e beijei seu rosto.
— Oi, meu amor. Como você tá?
— Muito bem. Obrigada. — me deu um selinho. — Você vai sair comigo hoje à noite né?
— Eu pensei que você iria pro ensaio. Porque de noite eu tenho jantar com meus pais. Eles são um pouco rígidos com horário.
— Ah. Tá, eu vou então. — me beijou.
— Te amo.
— Também te amo, meu cantor lindoooo! — me deu outro selinho.
— Já fui. Tenho que voltar pro colégio. — dei uma piscadela.
— Boa aula, amor.
— Pra você também.
Ando a passos largos pra chegar a tempo do almoço no colégio, quando um conversível me acompanha.
— Ei, gatinho... — uma voz manhosa me faz parar.
— Stefany! — me debruço na janela no carro com um sorriso safado e ela me dá um selinho. — como vai a minha universitária preferida?
— Muito bem. E você?
— Melhor agora que te vi.
— Ah, você tá mais lindo do que nunca. Não quer aparecer lá em casa não?
— Só se for depois do ensaio. Tô com dever pra fazer à noite. Não posso reprovar de novo, você sabe...
— Tudo bem. Te espero na minha casa. — me beijou de novo.
— Tchau gatinha. — dei uma piscadela e me afastei enquanto ela saiu com o carro.
Aproveitei e vesti minha jaqueta de couro e baguncei meus cabelos pra entrar de novo no meu colégio.