O caos na vida de Nikole

585 Words
 NIKOLE     Eu pensei que quando chegasse em casa tudo melhoraria. Meu pai era borracheiro e minha mãe secretária do lar dos outros. Não tenho uma irmã pequena, Stacy, de 4 anos. Eu não a via desde as últimas férias, sete meses atrás. O que encontrei foi pura decepção. Parece que meu pai sumiu. Deixou minha mãe e minha irmã sozinhas. Minha mãe tá no quarto desde então, a casa tá destruída de tanta bagunça. Não tem luz, não tem água e segundo uma carta que encontrei no meio das diversas cartas de dívidas atrasadas, Stacy não vai a creche faz meses. Eu sou uma garota fodida. Bem fodida. Se não bastasse os problemas que me fizeram voltar pra casa, acabei de encontrar mais outros. Merda. Eu queria chorar. As únicas coisas que me fizeram sorrir foi reencontrar a Stacy e o Jason. Ele não mudou nada. Parece que piorou, talvez. Eu botei aquele moleque a perder. - Coe! Você voltou! - minha irmãzinha me abraçou. - Você já tem 4 anos, já tem que aprender a falar meu nome direito Stay. - a abraço e ela resolve sentar no meu colo. Péssima ideia. A cadeira velha quebrou e a gente caiu no chão. Stacy começou a rir encima de mim, acabando com minha vontade de chorar de desgosto. Estou rindo com ela. - Tá tudo quebado, Coe. - contou com sua língua pegada. Tem horas de dá vontade de cortar a pelezinha que deixa a língua dela assim. Ela não fala o R. - Percebi. - sorrio deitando no chão e olho pro tento. Nossa casa tá só o pó. - Você vai ficar aqui? Mamãe não sai da cama aí fico com fome. - conta tristezinha. - Vou sim ficar aqui. Vamos ajeitar tudo. - a abraço. - Isso claro, depois que a gente comer. Tiro ela de cima de mim e levanto indo pra cozinha. Ainda resta alguns alimentos no armário. Vai dar pra fazer alguma coisa. Coloquei a água na panela e liguei o fogo. Tentei. Não tem gás. - Que foi? - Stacy reparou na minha cara de desespero. - Nada. Não foi nada. Eu vou ligar pro gás. Porque se for comprar comida fora vai ser o mesmo preço do gás. É melhor algo duradouro. Enquanto esperava o gás chegar, limpei toda a cozinha e me deu um grande orgulho porque parecia outra. Nem parecia parte daquela casa. Sorte que eu improvisei um produto de limpeza com algumas coisas que ainda tinham na dispensa. Ficou tudo cheirosinho. Pouco tempo depois o gás chegou e paguei o valor de um almoço pra três. Pelo menos vamos ficar um mês ou mais com gás na cozinha. Um problema a menos. Fiz um almoço com o que tinha e comemos. Também levei um prato pra minha mãe. Coloquei perto da cama, mas ela não respondeu. Mesmo assim deixei lá e saí. - Você tá tão suja, Stacy. - reparo nas roupas que ela tá usando e os cabelos bagunçados. - Num tem água. - ela levanta as mãozinhas. Mais uma coisa pra resolver. É tanto problema que eu nem sei por onde começar. - Olha. Você vai ficar brincando com meu celular aqui no seu quarto. E eu vou arrumar a casa. Certo? - combinei com ela em frente a porta do seu quarto e entreguei o celular enquanto ela pulava de alegria. Fiz um coque nos cabelos e peguei um balde de água na mangueira do quintal dos vizinhos. Hora da faxina.  
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