Rodolfo Martinelli
Não sei onde estou, só ouço vozes, mas não consigo me mexer ou falar, tento me mover, mas é inútil, meu corpo todo está pesado como se uma tonelada tivesse sobre mim.
Mais uma vez ouço uma voz feminina, só posso estar sonhando, será que é ela, não pode ser, pois ela está morta.
Estou com meus olhos embaçados, mas sei que estou no meu quarto, sinto um cheiro suave e doce, junto todas as minhas forças e tento novamente me mover, dessa vez consigo movimentar minha cabeça em direção de onde está vindo a voz, olho e, tem uma mulher se trocando, seu corpo perfeito chama a minha atenção, sei que não é ela, então, quem será essa mulher que está tão confortável se vestindo em meu quarto.
Ela termina de passar algo em seu corpo, depois vestir minha uma camisa, julgo ser minha, a camisa lhe caiu muito bem, logo sinto uma raiva me consumindo por dentro, quem deu o direito dela mexer nas minhas coisas.
Ao terminar de se vestir, ela se vira e ficar pálida, seus olhos estão fixados nos meus, passado alguns segundos, ela sai rapidamente do quarto e ao voltar a margarida está com ela.
(***)
— Irmão, estou tão feliz em te ver bem.
— Quem te deu o direito de me casar com uma estranha qualquer. Falo ainda com dificuldades
— Ela não é uma estranha, é sua esposa irmão, eu só não queria que você partisse sem ter formado uma família.
— Essa decisão não lhe diz respeito, quero que você acabe com essa palhaçada, não quero uma droga de esposa.
— Esse casamento é apenas um acordo, que duraria até a sua morte.
— Como viu, não estou morto, quero ela fora da minha casa o mais rápido possível. Falo alterado
— Por favor, Rodolfo, não se altere, você acabou de voltar.
Respiro fundo e tento me controlar, estou fraco, sinto dores na minha cabeça, mas preciso ficar bom logo e terminar com esse casamento.
Estou atordoado com tudo, minha última lembrança é de quando peguei minha moto e sai para colocar meus pensamentos no lugar, depois disso é só um branco.
— Caterina. Falo
Ela se aproxima e se senta na cama.
— Sim, Rodolfo.
— O que aconteceu, não consigo me lembra de nada, e, porque todos estavam esperando minha morte? Falo serio
— Você levou um grave acidente, que te deixou em um estado vegetativo. Diz
— Quanto tempo eu fiquei assim?
— Quatro anos.
— O quê?
— Devido o seu estado não apresenta melhoras, os médicos lhe deram pouco dias de vida, por esse motivo arrumei uma noiva para você.
Não consigo acreditar no que a Caterina me falou, não posso ter passado quatro anos desacordado, todo esse tempo perdido.
— Minha empresa?
— Irmão, não fale mais, depois conversamos, quando você se sentir melhor.
— Minha empresa? Pergunto novamente
— Está ótima, tomei conta de tudo enquanto você se encontrava desacordado.
— Você?
— Sim, qual o problema, sempre trabalhei com você, aprendi o bastante para ficar a frente de tudo.
— Espero que não tenha feito nenhuma merda com os meus negócios.
Trabalhei muito para conseguir tudo que tenho hoje, e não posso permitir erros.
— Vi que você continua o mesmo, mas não se preocupe irmão, seus negócios estão muito bem. Diz e vai embora
Não consigo me mexer direito, minhas pernas estão sem forças, sinto um pouco dificuldade em falar, isso me deixa furioso, não gosto de me sentir fraco.
(***)
Me acordo e ainda não consigo movimentar minhas pernas, olho ao redor e vejo dois enfermeiros, um homem e uma mulher, não acredito que terei que tomar banho com eles, isso é inaceitável.
— Irmão. Diz a Caterina
Ela entra no meu quarto empurrando uma cadeira de rodas.
— É para você Rodolfo.
— Eu não quero a p***a de uma cadeira de rodas, não sou um maldito aleijado.
— Eu sei disso, essa cadeira é só enquanto você não recuperar as força das suas pernas.
Não tenho outra escolha a não ser senta nessa droga de cadeira.
(***)
Estou na mesa de jantar, para tomar o meu café, quando a minha esposa aparece, ela ainda está vestida com a minha camisa, vê-la assim me deixa incomodado, não posso negar que ela é uma mulher bem bonita, nós olhamos por alguns segundos, até que é se vira e vai saindo, mas para quando ver a Margarida.