Nicole Watson (Nike)
Tive que tomar a decisão de não ver mais o Fernando, nos encontramos uma última vez, mas não foi para nos amamos e sim para dizer que acabou.
— Não ficar assim linda, eu vou te esperar.
— Não posso te pedir isso, não sei quanto tempo tenho que ficar casada com ele.
— Não me importo, vou te esperar o tempo que precisa. Diz e acaricia o meu rosto
Mesmo sem querer, as lágrimas começam a cair, nunca pensei que me separaria do Nando um dia.
(***)
UM MÊS DEPOIS
Já se passou um mês, ainda estou casada com o Rodolfo, não me encontrei mais com o Fernando, sei alguma notícia dele, quando a Babi me conta, ele agora está trabalhando com o seu pai em São Paulo, ela falou que ele aceitou para não me prejudica.
Entro em casa e como sempre um silêncio que dá medo, subo e vou tomar banho, olho para o Rodolfo e peço silenciosamente que tudo isso acabe logo, o meu pai já iniciou o tratamento contra o seu câncer, só não estou arrependida de ter aceitado esse casamento, apenas porque o meu pai estar podendo se tratar com ótimos médicos, porque de resto, é uma droga.
Banho tomado, abro o guarda-roupa e fico procurando um pijama do Mickey, jurava que tinha posto ele na mala, olho em todo lugar e nada.
Minhas coisas está no mesmo guarda-roupa que as roupas do Rodolfo, ele tem belas roupa, parece que sempre se vestia bem, tenho uma ideia louca, decido pegar uma camisa sua e vestir.
— Você não se importa, não é senhor Martinelli. Falo
Pego meu hidratante, passo no corpo todo e depois a visto, sempre me trocar na frente dele, pois sei que ele não pode me ver, então não tem problema.
Termino de me vestir e quando me viro, sinto meu sangue sumir do corpo, o Rodolfo está com o seu rosto virado na minha direção, como isso aconteceu se ele não pode se mexer.
— Mar... Margarida... Margarida. Corro chamando por ela
— O que houve minha querida, por que está tão desesperada?
— O... O rodo... O Rodolfo ele... Paro e tento me recompor
— O que tem o senhor Rodolfo?
— Ele acordou, ele acordou. Falo desesperada
— Não pode ser senhorita, o senhor Rodolfo não tem como voltar.
— É verdade, eu estava me trocando, quando ele virou o seu rosto e me encarou.
Ela me olha meio que assustada e sobe rapidamente até o seu quarto, a sigo e quando entramos noto que ele voltou ao normal.
A Margarida se aproxima e levanta sua mão e acena, seus olhos segui o movimento da sua mão.
— É verdade, senhorita, o senhor Rodolfo voltou. Diz feliz
Não consigo falar nada, minha mente deu um branco, sinto um frio na espinha, ele não deveria ter acordado, os médicos falaram ser impossível.
Volto a realidade quando a caterina e os médicos entram no quarto, não sei quanto tempo passei olhando fixo em sua direção.
— Irmão, que bom que você está de volta. Diz a Caterina bem emocionada.
Os médicos avaliam o Rodolfo cuidadosamente, depois se viram espantados para Caterina e falam:
— É um milagre, tínhamos a certeza que o senhor Martinelli, morreria logo. Diz
— Que bom que estavam errados. Diz a Caterina
— Verdade, senhora, agora é só iniciamos o tratamento de reabilitação e o senhor Martinelli, logo, voltar a ser normal como antes.
— Excelente.
O Rodolfo está sentado em sua cama, seus olhos frios se voltam em minha direção, ele me olhar de cima a baixo, com uma expressão tão séria que me causam calafrios.
— Quem é ela? Fala com uma voz fraca, mas mesmo assim é intimidante
— É uma longa história irmão, mas resumindo ela é sua esposa.
— Esposa? Questiona
— Sim, como você tinha pouco tempo de vida, achei que você não merecia morrer sozinho.
— Não tenho esposa, nem nunca quis uma, tirem ela daqui. Fala com uma voz cheia de raiva
Não consigo me mexer, a Margarida se aproxima de mim, pega minha mão e me leva para fora do quarto.
— Vamos, minha querida, vou lhe preparar um chá, você precisa se acalmar.
— Ele acordou, acordou. Falo
— Sim, o senhor Martinelli está bem, isso é maravilhoso.
— Não, não é.
— Ele só está surpreso, o senhor nunca teve outra mulher desde. Fala, mas se cala ao perceber que falou de mais.
— Desde o que margarida?
— Nada, querida, só quero que saiba que o senhor Martinelli é um bom homem, mesmo não parecendo às vezes.
— Acho que ele não, vai aceitar muito bem tudo isso.
Nem sei o que pensar, mas por um lado é até bom ele está de volta, só assim esse acordo pode acabar.