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Destinado a te Amar

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intro-logo
Blurb

Herdeira de uma grande fortuna, Elisabeth foi prometida em casamento na infância, mas nunca viu seu noivo, só recebeu mensagens por cartas. Assinadas sempre com Destinado a te Amar, as cartas não revelavam a identidade dele, mas enchiam seu coração de amor por seu noivo desconhecido. O problema apareceu quando seu noivo apresentou-se.

No caminho rumo ao altar, Elisabeth encontrará uma trama de interesses, de mentiras e um amor maior que a vilania que os cerca.

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Cartas
Escondida atrás de uma pilastra, Elisabeth Adams avaliava com cuidado como chegar à sala de aula e evitar o grupo de alunos entre ela e seu destino. Qualquer um pensaria ser um exagero, mais uma estranhice da Bombi, apelido “carinhoso” que o líder do grupo a sua frente lhe deu. Mas era medo, visceral, fazendo suas pernas tremerem, os lábios apertarem-se, os braços se fecharem em volta do fichário em suas mãos e sua respiração tornar-se oscilante. Nem todos os quatro jovens naquele grupo causavam-lhe aquele terror, era o rapaz de sorriso fácil, olhos azulados e cabelo castanho-claro como areia de praia, que a assustava. Andrew Ortega, um príncipe para a maioria das garotas do colégio particular, mas para a Bombi não passava de um monstro, atormentando-a o tempo todo, agitando os outros a intimida-la. Elisabeth não sabia o que fizera para causar tamanho ódio a sua pessoa, mas existia desde o primeiro dia naquela instituição. Por isso ela evitava até a sombra dele. Quando ele estava no pátio, comia no banheiro. Se ele estivesse tendo aula de educação física, ela dava um jeito de parar na enfermaria ou atacada por uma dor absurda de barriga, ocultando-se no lavatório. Se tinha a infelicidade de passar por algum lugar perto dele, desviava, ocultava-se em meio a outros alunos. Fugir, esconder-se e evitar encontrar o olhar dele era sua estratégia. No entanto, a menos que se pendurasse no guarda-corpo e arrisca-se uma queda de três metros, tinha de passar pelo grupo para a aula de matemática. Se não tivesse demorado na biblioteca, podia ter usado outros alunos para passar despercebida, lamentou. Também lamentou que naquela aula, a última daquela sexta-feira, tinha uma prova importante para a nota final do ano letivo. Não poderia faltar, como fez em outras ocasiões semelhantes. Angustiada, pegou sua bombinha para asma – motivo do apelido –, a colocou entre os dentes, apertou e inspirou fundo pela boca, deixando o remédio controlar a crise em seu início. Mordeu o lábio, sentindo o aparelho dentário cortar a pele na parte interna, o gosto acre não incomodando tanto quanto os passos vacilantes para fora de seu esconderijo, rumo à sala de aula. Encurvada no material escolar, os cabelos ocultando sua face, seguiu trêmula, passo a passo, orando para chegar ao destino sem que Andrew a notasse. Que tola foi! Poucos passos longe da segurança da pilastra, três pares de sapatos lustrosos apareceram em seu campo de visão, bloqueando sua passagem. Engoliu em seco, mantendo a cabeça abaixada, o medo correndo por suas veias, causando uma agitação em seu coração e pulmões. — Ora, ora, se não é a Bombi — Andrew disse zombeteiro. — Aff! Sua mãe não te leva ao cabelereiro? — questionou uma das garotas, acompanhando Andrew, o irmão dele e uma outra garota. — O cabelo medonho é até aceitável perto dessa cara espinhenta — comentou a outra garota, soltando um resmungo de nojo. Envergonhada, instintivamente levou a mão as espinhas que nasceram naquela manhã, deixando sua pele clarinha marcada. Eram pequenas, mas, diante do comentário enojado, sentiu que deveria usar algo para oculta-las. — A Bombi nem o dinheiro resolve — disse Andrew empurrando-a. Caindo de b***a no chão, usou as mãos para amortecer a queda, deixando o material espalhar-se ao seu redor. Elisabeth moveu-se para juntar tudo, arfante, assustada, com olhos esbugalhados e mergulhados em lágrimas. Procurou no agasalho do uniforme a bombinha, necessitando acabar com a opressão e chiado no peito, percebendo tarde demais que o objeto sumiu do bolso. — Tá procurando isso, Bombinha? Olhou apavorada para Andrew, com sua salvação na mão. Ergueu-se e buscou ansiosa o objeto, mas Andrew o afastava sempre que ela chegava perto de alcança-lo. Ficaram nessa guerra, em que ela o seguia em desespero e ele se afastava, até o irmão dele o segurar pelo e pegar o item. — Ei! O que pensa que está fazendo, Milkbar? O garoto alto, de cabelos escuros e olhos sombrios, entregou a bombinha para Elisabeth, que o usou em desespero. — Vamos acabar na diretoria se ela passar m*l — Mikhael alertou, ignorando o apelido m*****o que o irmão lhe deu. — E a nossa aula já vai começar. Andrew seguiu o dedo de Mikhael, apontado para a professora de Literatura, entrando na sala ao lado da que Elisabeth queria estar. Com um resmungo, Andrew deu de ombros, nem mesmo agradecendo por Mikhael poupa-lo da bronca da professora caso se atrasasse. Porém, antes de seguir para sua sala, encarou Elisabeth com desgosto e, em um último ato de crueldade, chutou o fichário dela para longe. ~*~ De volta à segurança de seu lar, Elisabeth correu até a cozinha a procura da governanta da mansão. Assim que a viu, dando as ordens finais para a festa que ocorreria no dia seguinte, perguntou ansiosa: — Chegou à carta do meu noivo? Com um sorriso doce, Carmem assentiu e retirou do bolso do uniforme um envelope dourado. Rindo eufórica, Elisabeth pegou a carta e saiu em disparada para seu quarto. Ao entrar no dormitório, esqueceu-se do terrível encontro com Andrew, a saúde frágil que a colocava em situações como a daquele dia, a prova, que com certeza tiraria nota máxima, seu foco era a nova carta de seu noivo. Sentou na cama, pernas cruzadas, o coração agitado, dessa vez de amor e alegria, e removeu o adesivo, em forma de rosa vermelha, que selava o envelope. Com cuidado desdobrou a missiva.  ~*~*~ Minha adorada Elisa, Somente algumas horas nos afastar do momento em que nos encontremos. Por tantos anos ansiei por esse momento, imaginei inúmeras vezes como será. Em suas cartas percebo o quanto você é gentil e adorável, definitivamente me apaixonarei por você à primeira vista, pois já sou cativo de suas doces palavras, Elisa. Apaixonei-me por sua escrita, pela bondade que transmiti, sei que esse amor aumentará quando a tiver a minha frente. Espero que também se apaixone por mim, que já esteja envolvida pelas minhas singelas palavras como estou pelas suas, Elisa. Jamais duvide desde ser que te escreve e que foi Destinado a te amar ~*~*~ Encantada com as singelas palavras, caiu deitada na cama, a carta apertada contra o coração, depois a beijou em euforia, relendo vez ou outra, enchendo-se de amor por seu noivo. Após minutos nesse processo contemplativo e apaixonado, pulou para fora da cama e foi até a penteadeira. Sentou-se no chão, abriu a última gaveta do móvel e retirou uma caixa de madeira. Ali estavam todas as outras cartas de seu noivo, que, no lugar de colocar seu nome, assinava todas como Destinado a te amar. As cartas tinham aparecido há cerca de três anos. Eram colocadas sempre as sextas-feiras. Carmem e a mãe de Elisabeth achavam que o motivo era algum acordo com o carteiro que passava naquele dia. Tinham tentado de tudo para tirar o nome, sua mãe inclusive ofereceu dinheiro, a curiosidade gritante como a da filha. Mas o único que arrancaram da mulher era que o rapaz morava no condomínio. Por há anos Elisabeth estar prometida em casamento a um jovem rico, neto do melhor amigo de seu avô, sua mãe supôs que o Destinado só podia ser o noivo. O acordo entre os amigos era um compromisso de longa data, uma forma de juntar as famílias e aumentar a riqueza. A princípio se tratou de casar os filhos, mas acabou não acontecendo. Ocorre que o pai de Elisabeth apaixonou-se pela colega de faculdade e, sendo filho único, inviabilizou o plano original. Apesar de quererem a união das famílias, precisavam da aprovação dos noivos. Passaram então o bastão da futura união aos netos. Infelizmente, para Elisabeth, também ficou definido que se conheceriam apenas quando ela fizesse dezoito anos. O pai dela queria garantir que tivesse oportunidade de seguir sem o peso do compromisso, talvez se apaixonar. Ele nunca foi fã dos métodos casamenteiros do pai. Elisabeth cresceu ouvindo falar de seu noivo através do avô, embora jamais soubesse como tinha tantas informações se há anos não saia da mansão devido à artrite. Supôs que o amigo de seu avô contava tudo através das ligações que lhe fazia todos os dias. A frágil saúde de Elisabeth também foi um fator para nem mesmo conhecer a família de seu futuro noivo. Durante muitos anos, sua família a superprotegeu por causa da asma, raramente deixavam que saísse da mansão. Isso a tornou uma jovem reclusa, tímida e com pouca experiência em fazer amizade. O motivo de chacota de Andrew e pouco caso dos garotos em geral. Quando as cartas começaram a parecer um novo mundo se abriu para Elisabeth e ela se apaixonou. Amava a caligrafia de traço forte, as palavras bonitas, como ele a chamava de pequena e adorada Elisa. Amava cheirar o papel, imaginando ter algum traço da pele dele, quem sabe ele o beijava como ela o fazia. Amava seu Destinado e contava os minutos para conhecê-lo. Depois dos primeiros meses com as cartas chegando, passou a escrever em retorno, pedindo a Carmem para entrega-las a mesma mulher que entregava as cartas do Destinado. Compartilhavam sonhos e palavras de apreciação em cada uma delas. Imaginar que seu noivo, ansioso por encontra-la, conseguiu arrancar o seu nome do avô e apaixonou-se por ela, era como um sonho, um conto de fadas. E na noite seguinte, na comemoração de seus dezoito anos, as famílias enfim se conheceriam e selariam o compromisso. ~*~ Seu aniversário iniciou-se com uma verdadeira tempestade do lado de fora. Um indicativo de que o dia não seria do jeito que Elisabeth imaginou, mas, sonhadora, a jovem deixou-se seguir alegremente, alheia as mudanças causadas pelo clima. Cantarolando, com os pensamentos antecipando o momento em que seu noivo a abraçaria bem junto ao corpo e declararia que a amava, dessa vez pessoalmente, não pensou no céu cinza e nas gotas grossas de chuva, impedindo a festa no exterior. Que os convidados se amontoassem no salão principal, ela estaria aconchegada ao noivo, nada mais importava. Assim vestiu-se como uma princesa, em um longo vestido rosáceo de alcinhas de pedras preciosas, deixou-se maquiar pelos profissionais contratados por sua mãe e aceitou o colar precioso, confeccionado pela joalheria de sua família. — Que lindo! — Encantou-se Lilian, mãe de Elisabeth, apreciando os diamantes formando flores e pequenos ramos. — Seu avô tem um talento impressionante — elogiou, pois a idealização da joia tinha sido feita por ele. Sentindo-se maravilhosa e linda, desceu para receber os convidados e, principalmente, conhecer seu noivo. A cada família anunciada, seu coração batia mais forte e olhava para seu avô, parado ao seu lado em sua cadeira de rodas, aguardando um indicativo de que se tratava do prometido dela. Quando enfim um sorriso diferente ampliou-se no rosto do avô, Elisabeth não notou, pois as pessoas chegando no salão eram os Ortega, a família de Andrew, e a jovem teve de segurar-se para não se esconder embaixo de uma mesa. Rígida, permaneceu no lugar com a mão estendida, aceitando as felicitações, sentindo-se distante, até o avô a puxa-la com brutalidade para a realidade. — Esse é um meu bom e velho amigo: Rubem Ortega. Rubem. Uma luz se acendeu na mente de Elisabeth. Esse era o nome do amigo de seu avô. Encarou o senhor de bengala com olhos arregalados, fazendo conexões, não acreditando nelas. Seus olhos se moveram para o filho de Rubem, depois para a nora e os dois netos do homem: Mikhael e o garoto que a atazanava há anos, Andrew. Embora Mikhael fosse um tanto sombrio, sempre sério, andando atrás de Andrew como uma sombra, quase encurvado por ter uma estatura maior que a maioria dos garotos da mesma idade, rezou para ele ser seu noivo. No entanto, seu avô, colocando a mãos em suas costas, a moveu para o garoto de frios e maldosos olhos azuis. — Elisabeth, esse é o seu futuro marido: Andrew Ortega. O que se seguiu foi humilhante. Seus pulmões decidiram expor seu assombro, o chiado subiu por sua garganta, sentiu-se sem fôlego e lamentou ter optado por deixar sua bombinha no quarto. Gritos, correria. Uma cadeira foi arrastada para que sentasse. Seu pai ordenou que trouxessem seu remédio. Sua mãe mandava que mantivesse a calma, que tentasse respirar devagar. O ar parecia rarefeito, sumindo pouco a pouco. Seu noivo a observava com um sorriso amplo, o prazer de ver sua queda, diante de tantas pessoas, evidente em suas feições. Parecia antecipar, e desejar, o momento em que os pulmões entrariam em colapso e parariam de vez.

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