Capítulo Cinco

1381 Words
"O que acha deste?" Aubrey sugeriu, segurando uma blusa colorida. Sarah considerou antes de negar com a cabeça. Ela gostava da cor, mas não estava sentindo o padrão floral. Aubrey franzia a testa, mas devolveu a blusa. A maioria das escolhas de Sarah tinha sido sensata e principalmente azul ou cinza, que nem sequer estavam na segunda ou terceira posições de suas cores favoritas. Aubrey não tinha certeza se Sarah ainda estava presa à sombra do marido ou se estava simplesmente deprimida. Quando Sarah recusou outra blusa colorida, Aubrey jogou-a no carrinho mesmo assim. Ela pegou outra e colocou no carrinho sem nem consultar Sarah. "Aubrey, o que você está fazendo?" "Eu poderia fazer a mesma pergunta.", declarou Aubrey. "Olhe para isso. Bege! Cinza! Preto! Você planeja ir a um funeral todos os dias que estiver aqui?" Sarah mordeu os lábios. "Quer me contar o que está acontecendo ou vamos ficar nesse jogo o dia todo?" Sarah permaneceu em silêncio, pensando em seus próprios pensamentos. "Você é uma pessoa calorosa, atenciosa, cheia de amor e vida e risadas. Isso mudou? Ou você enterrou tão profundamente que não consegue se lembrar?" Sarah hesitou. "Agora, vamos recomeçar.", declarou Aubrey, pegando a pilha de roupas e colocando-as de lado com desculpas silenciosas para os atendentes. "E, garota, se você colocar mais uma coisa marrom ou azul neste carrinho, eu juro..." Sarah soltou um riso contido, balançando a cabeça. Ela sentiu muita falta dessa mulher. "Então, o que acha disso?" Aubrey pegou uma camiseta bordô das araras, sabendo que era uma de suas cores favoritas. Sarah hesitou. Finalmente, ela assentiu. Aubrey sorriu e colocou a camiseta no carrinho com um suspiro satisfeito. A maratona de compras continuou com alguns contratempos, como era de se esperar ao comprar um guarda-roupa novo inteiro. Carregando o station wagon, elas fizeram uma pausa em um dos cafés favoritos de Aubrey, o Café Beignet. Não estava quente o suficiente para o gosto de Aubrey comer ao ar livre, mas elas sentaram em uma mesa perto das grandes janelas para um efeito semelhante. Elas fizeram seus pedidos e ficaram em silêncio até que os pratos chegassem. Rapidamente o garçom voltou e colocou um latte e um sanduíche de presunto e cheddar em um croissant tostado na frente de Aubrey. Sarah recebeu uma xícara de chá e um sanduíche de croissant com salada de atum, bacon e cheddar. Elas saborearam seus sanduíches em silêncio antes de Aubrey decidir mencionar aquele que não deve ser nomeado. "Então, vai me contar o que aconteceu?" Sarah mordeu o lábio inferior. "Você não precisa, mas...vai ajudar se você falar sobre isso. Você não pode deixar isso te consumir por dentro. Confie em mim, eu sei." Sarah fez uma careta. Aubrey nunca fugiu de seu passado. Ela era aberta e honesta quando se tratava de dor e erros passados. Muitas vezes, ela desabafava com Sarah. Talvez não fosse tão r**m compartilhar um pouco em troca. "Bem, ele finalmente...sabe...me tocou." Aubrey arqueou uma sobrancelha. "Ele me beijou e...sabe..." A expressão de Aubrey se iluminou, "E? Como foi?" Sarah se remexeu e corou. Como ela deveria descrever aquilo? Ela hesitou, "...Não foi o que eu esperava." Aubrey ficou pensativa. Embora Sarah fosse uma pessoa bem viajada, ela era surpreendentemente ingênua em muitas coisas. Sexo definitivamente era um assunto que ela nunca discutia. Assim como muitos, ela nutria uma ideia romanticamente profunda sobre como seria a primeira vez e a conexão que ela sentiria com aquele que escolheu esperar. Talvez isso funcionasse para alguns, mas muitos outros tiveram uma experiência muito diferente. "Sinto muito, querida. Ao menos ele cuidou de você?" "Ele estava bêbado...e muito agressivo." Aubrey fez uma careta. Sexo selvagem poderia ser prazeroso se feito corretamente com o parceiro adequado, mas não era a melhor escolha para a primeira vez de uma mulher, quando tudo era sensível e facilmente machucado. "Doeu.", Sarah assentiu. "Mas isso quase não importou depois que ele..." "Depois que ele o quê?" "Assim que ele terminou...ele me chamou de Maddie." "Quem é Maddie?" "...A amante dele." "Esse filho da mãe!", Aubrey amaldiçoou. Embora sua voz estivesse calma, seus olhos ardiam de raiva. "Vou cortar o saco dele. Vamos embora. Quando é o próximo voo para Nova York?" "Aubrey!" Sarah segurou sua mão quando ela alcançou o celular. "Pare." "Pode esperar! Vou fazer igual a Lorena Bobbitt e dar o p*u dele para os corvos." "Aubrey!" Sarah exclamou, olhando rapidamente ao redor para ver se alguém na área de refeições a ouviu. "Há quanto tempo você sabia?", Aubrey perguntou, olhando para ela como se pudesse ler sua mente."Desde o início. Ela e sua irmã têm me mandado mensagens sobre o caso de amor delas." "Vadias malditas.", Aubrey balançou a cabeça. "Me dê uma boa razão para não pegar o próximo voo e castrá-las com um ferro em brasa." "Acabou.", Sarah disse, sem dúvida de que Aubrey faria o que prometia. "Eu pedi divórcio. O Tio Tailor está cuidando disso. Então... acabou." "Garota, você é boa demais.", Aubrey disse. "Tudo bem. Mas se ele se atrever a aparecer por aqui, é melhor ter um segurança... ou dez." Sarah riu. Ela não tinha dúvidas. Entre Aubrey e Ya-Ya, ele nunca estaria seguro, especialmente em seu território. "Sabe de uma coisa, vamos ficar malucas hoje à noite.", Aubrey disse. "Podemos sair para o bar, pegar alguns caras e nos soltar de vez." "Não." "Vamos lá, uma grande festa." "Não, Aubrey. Eu... não consigo. Só... não consigo." "Está bem, noite tranquila. Pipoca cajun, um pouco de bourbon e um filme com muitas explosões." O rosto de Sarah tremeu com um sorriso e ela concordou com a cabeça. Isso ela poderia fazer. Aubrey observou-a com uma expressão preocupada. Sarah era uma mulher forte, cheia de vida. Pelo menos era o que ela era. Agora, m*l era uma sombra de si mesma e doía vê-la assim. Aubrey ardia de desejo de castrar seu ex de vinte maneiras diferentes por ter feito isso com Sarah. Ela respirou fundo para se acalmar. Agora, o importante era ajudar Sarah a se recuperar. Haveria tempo suficiente para empalar aquele homem mais tarde. Sarah hesitou querendo mudar de assunto. "E quanto ao pai de Jamie? Você contou a ele?" "Eu nem sei o nome dele.", suspirou Aubrey. "Sério?" perguntou Sarah. "Mas vocês dois pareciam estar se dando bem no bar." "Estávamos. Apenas não conversamos muito.", Aubrey manteve uma expressão séria por um momento antes de ambas caírem na risada. "Então você não sabe nada sobre ele?" perguntou Sarah. "Ele poderia ser casado com cinco filhos, pelo que você sabe." "Oh, não.", Aubrey balançou a cabeça. "Aquele homem definitivamente não era casado e definitivamente não tinha filhos, a menos que fossem de concepção imaculada." Sarah ergueu uma sobrancelha diante de sua convicção. "Como você sabe?" "Porque ele era cem por cento virgem." "Você pode dizer?" "Ele era... dolorosamente óbvio.", disse Aubrey, "Amavelmente desajeitado, mas um aprendiz rápido." Aubrey mexeu lentamente o café, lembrando daquela noite. Ela teve vários parceiros ao longo dos anos e nenhum deles foi tão memorável quanto aquela noite. Aubrey nunca foi de acreditar em amor à primeira vista, mas havia algo naquele homem...alguma conexão que ela nunca havia sentido antes, nem mesmo com seu ex. Ele tinha sido ao mesmo tempo firme e suave, delicado e forte. Ela não se importaria de acordar em seus braços todas as manhãs. "E de manhã?" "Ele ainda estava dormindo quando eu saí.", Aubrey balançou a cabeça. "Você não deixou seu número? Nada?" "Acordei tarde. Tive que sair de lá correndo para chegar ao meu hotel, fazer as malas e pegar meu avião." Sarah abaixou a cabeça, lutando para não rir da esperança inútil de sua amiga. Era uma piada constante que Aubrey sempre se atrasaria até para o próprio funeral dela. Durante a faculdade, ela dormia até tarde, o que a levava a correr pelo campus de pijama para chegar às aulas mais de uma vez. "Então você não sabe nada sobre ele?" perguntou Sarah. Aubrey balançou a cabeça. "E agora, o que acontece?" Aubrey deu de ombros, "Não há muito que eu possa fazer. Eu moro aqui. Ele mora, eu suponho, lá. Provavelmente ele já me esqueceu. Agora vamos esquecer toda essa conversa deprimente. Ainda temos mais compras para fazer. Terapia do consumo! Vamos lá!"
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