Capítulo Três

1432 Words
Ao chegar na cama, ela se inclinou para trás, colocando o pé em seu peito para impedi-lo. Ela sorriu para sua confusão: "Agora, agora. Você não acha que tudo isso foi de graça, acha? Eu espero reciprocidade. Vamos começar com a lição número um?" Seu novo aluno recém-adquirido estava ansioso para agradar, seguindo suas instruções como se não houvesse nada mais no mundo além deles. Ela ainda podia sentir seu toque suave como uma pluma, a cócega de sua barba enquanto ele a satisfazia. Deus, ela amava cada minuto daquilo. Até mesmo suas ejaculações prematuras ocasionais durante as aulas só a faziam amar ainda mais suas tentativas de agradá-la. Eles eventualmente adormeceram exaustos. Aubrey acordou tarde na manhã seguinte, deitada em seu peito firme. Olhando para o relógio e vendo que já eram dez horas, ela amaldiçoou. Seu voo era ao meio-dia e ela ainda precisava fazer as malas, fazer o check-out do quarto do hotel e pegar suas pinturas. Vestindo-se rapidamente, ela correu para a porta, ligando desesperadamente para Ruth pedindo uma carona para o seu hotel e para o aeroporto, e para Sarah buscar suas pinturas. Ela conseguiu com cinco minutos de sobra. Abraçando Ruth e Sarah, ela correu para o avião e afundou agradecida em seu assento. Enquanto o avião taxiava, ela de repente percebeu que nem sequer sabia o nome dele. Aubrey voltou para casa e tudo voltou ao normal até cerca de um mês depois, quando ela começou a se sentir enjoada. Era difícil manter qualquer coisa no estômago, e até mesmo o cheiro da comida que ela costumava amar a deixava doente. Ela implorou para Ya-Ya algo para a gripe, mas sua tia recusou. "Isso não é gripe." "Como você sabe? Eu estava em Nova York. Eu poderia ter pegado um vírus." "Ah, você pegou algo, com certeza.", disse Ya-Ya sorrindo, se aproximando e colocando a mão sobre o estômago dela. "Ele vai ser forte." Aubrey deixou cair a xícara de café que estava segurando enquanto encarava sua tia. Nenhuma das duas prestou atenção na xícara quebrada enquanto ela colocava sua própria mão sobre o estômago. "Isso não é engraçado, Ya-Ya. Você sabe que é impossível." "Quem disse? Aquele médico barato com um complexo de messias?" Ya-Ya zombou. "Talvez seja hora de buscar uma segunda opinião." Aubrey teve cuidado para não criar expectativas enquanto marcava uma consulta com um médico sugerido por sua tia. Ela estava uma pilha de nervos enquanto esperava pelos resultados. Seu médico foi cuidadoso em manter uma expressão neutra ao entregar o veredito final. Grávida. * * * Aubrey falava carinhosamente enquanto colocava a fralda limpa antes de pegar seu precioso milagre. Ela havia desistido de todas as esperanças de ter um, mas aqui estava ele em seus braços. Seu preciosinho. Acomodando-se na cadeira de balanço, ela ergueu sua blusa e maravilhou-se quando ele começou a mamar tranquilamente. Ela nunca se cansaria disso, deste momento perfeito. Depois que ele terminou de mamar, Aubrey o levou para baixo, onde já podia sentir o cheiro dos Ovos Pontchartrain de Ya-Ya: muffins ingleses cobertos com bacon e ostras ao lado de ovos poché. Ao chegar à cozinha, ela ouviu sua tia cantarolando, contente. Parecia que sua pequena casa estava finalmente completa com a adição de seu precioso bebê. "Bom dia, mon kè.", cumprimentou Ya-Ya sem se virar. De alguma forma, Ya-Ya sempre sabia quando ela estava lá, não importando o quão silenciosa Aubrey tentasse ser. Mas por algum motivo ela sempre tentava ser furtiva. Era um jogo que elas jogavam desde que ela era pequena. "Bom dia.", sorriu Aubrey. "Cheira muito bem aqui." "Oh, deixe-me ver meu precioso bebê.", Ya-Ya exultou, colocando o café da manhã em seus pratos e levando-os para a mesa. Aubrey entregou o bebê de um mês e sentou-se para comer. Ya-Ya falou carinhosamente para o bebê como uma mãe galinha. O tranquilo café da manhã em família foi interrompido pelo telefone. Aubrey levantou-se e pegou o telefone do gancho. Ya-Ya se recusava a ter um celular e ainda dependia de um telefone fixo. Ela olhou para o identificador de chamadas antes de atender: "Oi, Sare-bear, o que houve? Sarah? O que está errado?" Ya-Ya olhou para cima de seu precioso sobrinho-neto enquanto Aubrey franzia a testa ouvindo a voz do outro lado. "Não seja ridícula! Claro que você pode vir!" disse Aubrey de repente. "Nossa porta está sempre aberta e seu quarto está pronto. Venha para cá assim que puder, entendeu? Te vejo em breve." Aubrey balançou a cabeça ao colocar o telefone no lugar e voltou para o seu assento. "Algo errado?" perguntou Ya-Ya. "Sarah vai se divorciar. Acho que o marido irresponsável dela finalmente a empurrou longe demais." Ya-Ya juntou os lábios numa linha fina. "Ela disse que precisava sair de Nova York por um tempo e queria saber se pode ficar aqui." "Essa é uma pergunta boba. Claro que sim." "Foi isso que eu disse." "Quando ela está vindo?" "Hoje à noite, se ela conseguir resolver tudo com seu advogado.", disse Aubrey. "No máximo amanhã."       "Bom." Ya-Ya sorriu para seu precioso sobrinho. "Vamos mostrar para sua tia o significado do termo Southern Comfort. E você também faz a sua parte. Ela vai precisar de você acima de tudo." * * * Sarah desabou em um banco de aeroporto muito desconfortável. Ela não trouxera nada; nenhuma bagagem, nada além de sua maleta com seu laptop, telefone e carteira. Inclinando-se para a frente, ela lutou para não chorar com a finalidade do que havia feito. "Sarah!" Ela olhou para cima e viu Aubrey correndo em sua direção. Sarah, ao ficar de pé, imediatamente foi envolta em um abraço. Era isso. As lágrimas que ela lutava para conter caíram como chuva enquanto ela se agarrava à presença familiar. "Isso mesmo, deixe tudo sair." intonou Aubrey. "Deixe tudo sair." Levou vários minutos para que Sarah conseguisse se recompor. Aubrey ofereceu um lenço de madame, que Ya-Ya insistiu que ela trouxesse, e esperou Sarah se acalmar. "Obrigada." disse Sarah finalmente. "Por me acolher em tão pouco tempo." "Isso você chama de pouco tempo?" Aubrey zombou. Sarah riu. "Devemos pegar as malas?" "Não, isso é tudo que eu trouxe." Sarah balançou a cabeça, indicando a bolsa pendurada em seu ombro. "Ok. Amanhã fazemos compras. Hoje à noite nos afogamos na tristeza com gumbo. Ya-Ya fez uma panela grande. Vamos lá." Aubrey envolveu o ombro de Sarah com o braço e a acompanhou até o lado de fora, onde um carro antigo com painéis de madeira falsa nas portas aguardava. Não era lá muito bonito, mas levava-a de A a B com espaço suficiente para transportar seus materiais de arte e telas. Sarah agradeceu ao se acomodar no banco do passageiro enquanto Aubrey ligava o veículo e saía. Quando ela deixou Nova York, ainda estava um tanto frio e úmido, mas em Nova Orleans a temperatura estava agradável. Aubrey tentou iniciar uma conversa, mas Sarah m*l conseguia responder com sim ou não para a maioria das perguntas. Finalmente, Aubrey desistiu e permitiu que Sarah cochilasse pelo restante da viagem. Ao entrar na garagem, Aubrey a acordou gentilmente e a levou para dentro da casa. Quando entraram, foram recebidas pelos deliciosos cheiros de roux, linguiça, camarão, quiabo e pimentões, além de pãezinhos frescos. Quando chegou pela primeira vez, Sarah estava pronta para subir as escadas e se enterrar em cobertores, mas seu estômago reclamou repentinamente de seu estado vazio. Aubrey riu e a conduziu até a cozinha. Lá encontraram Ya-Ya dando os toques finais em sua refeição, com uma salada e pãezinhos enquanto o prato principal fervia. "Caramba, Ya-Ya. Eu disse que Sarah estava vindo...não um exército." Aubrey zombou. "Ah, cale a boca." Ya-Ya afastou sua preocupação antes de envolver Sarah em um abraço acolhedor. "Ah, querida, você está tão magra! Vamos consertar isso. Vamos lá. Sente. Coma." Ya-Ya a colocou em uma cadeira e correu para o fogão para servir o ensopado espesso, adicionando uma concha de arroz antes de colocar a tigela na frente dela. Na mesa, em uma cadeirinha de bebê, o recém-nascido começou a chorar. Aubrey o pegou no colo, acariciando seu bebê. Virando-se, ela viu Sarah observando-a com uma expressão de saudade. "Vocês ainda não se conheceram direito, não é?" Aubrey disse, trazendo o bebê até Sarah e oferecendo-lhe o precioso pacote. Sarah embalou o bebê perto de si, maravilhada com suas pequenas mãos. "Sarah, diga olá para o seu sobrinho Jameson Legare. Jamie, esta é sua tia Sarah." Aubrey apresentou, enquanto um sorriso genuíno surgia no rosto de Sarah desde sua chegada. "Olá Jamie. Você é um lindo homenzinho."
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