SARA NARRANDO
Chego no meu apartamento e olho tudo que eu tenho, muita as coisas já vieram com o apartamento quando o meu pai me deu, mas essas coisas são moveis os detalhes foram comprados e decorados do meu jeito, meu apartamento tem a minha cara e sem dúvidas sair daqui para ir morar em uma comunidade vai ser umas das minhas maiores dificuldades nessa reportagem que eu escolhi.
Eu já arrumei as minhas malas, mas eu não consigo levar elas agora, eu sei pouca coisa do canta g**o, a começar que canta g**o é só uma parte de um conjunto de favelas situadas na fronteira entre Ipanema e Copacabana na zona sul do municio do rio de janeiro. Esses conjuntos pela maioria é conhecida como o famoso PPG que fica nada mais, nada menos que a duzentos metros de altitude do asfalto por isso a comunidade é conhecia como o inferno e o paraíso, por quê? Isso só vou saber quando eu me torna parte dos onze mil habitantes aproximadamente que ali vive.
Deixo tudo arrumado, mas antes de subir com cinco malas eu preciso subir o canta g**o e arrumar uma casa para mim, sei que lá é um morro pacificado, mas sei também que o tráfico não morrer dentro de um morro assim, pode ter anos de pacificação, mas lá dentro deve ter alguém que comande e se não tiver lá dentro de fora sempre tem alguém que determina o que acontece. Sendo assim eu não posso chegar lá como uma jornalista, então eu tenho que pensar no que fazer, até porque além de eu ser uma jornalista investigativa, eu sou filha do governador do estado, posso morrer ou ser sequestrada, ou ser sequestrada e depois morrer, ai meu deus, não sei se isso foi uma boa ideia.
Ando de uma lado para o outro dentro do meu apartamento e penso no que fazer, p***a essa que é o problema de ser sozinha, você não tem ninguém pra pedir conselho, pra da uns tapas na sua cara e manda você acorda pra vida, fala que esta fazendo uma loucura e, na falta de uma pessoa pra isso, eu só pego a minha bolsa, chave do carro vou em direção ao que pode ser o início de algumas coisas, uma carreira de sucesso na tv, o fim da minha carreira por traz das páginas ou os dois, ser o foto dos telejornais e de jornais, por ser a filha do governador que foi sequestrada ou morta é sara sua escolhas podem te levar de um extremo a outro.
Entro no meu carro e sigo em direção ao canta g**o que dá para se ver de longe, a altura dele é impressionante e eu me pergunto como pode não cair, não despencar lá de cima. Não me recordo quando, mas a anos atras do meio para cima do morro tiveram que sem implantadas estruturas de concreto do meio para a via do morro e, deve ser por isso que nunca tivemos uma tragedia.
Começo a subir a longa e o que parece estrada que vai me levar a entrada do morro, quando vou me aproximando eu vejo as duas bases da upp, os carros de polícia, vou seguindo com as janelas abaixadas e quando eles me veem não falam nada só acenam para que eu entre e, eu fico aliviada por isso, eu não sei o que diria se me parecem, eu ainda não criei um plano, uma história, só estou vindo com a cara e coragem.
Chego a uma parte com o carro que eu tenho que para eu não sei para onde ir e, tem lugares aqui que carro não passa e isso se dá para ver de longe. Olho o redor e vejo que tem uma parte que dá para estacionar pouca coisa para dentro do morro, sigo em direção e paro o carro ali, desligo o mesmo e pego só meu celular, coloco a bolsa nos chãos na parte de traz e saio do carro fechando ele em seguida.
Vou entrando, mas para dentro do morro e quando eu viro à esquerda eu vejo que dá para entra com o carro facilmente, n**o com a cabeça, mas fazer o que. Sigo andando e vendo o morro, por mais pacificada que seja você vê que tudo aqui esquecido, nas ruas a esgoto aberto, buracos enormes nas ruas que cabe uma pessoa, bueiros, córregos e agora entendo o que querem dizer com o inferno pacificado. É notório a pobreza do lugar, algumas casas de alvenarias, mas pra baixo casas de madeiras e algumas cobertas com papelão, seja quem for que pediu essa reportagem, que acabar com alguém, porque isso aqui não é o melhor jeito de uma pessoa se viver.
Vou subindo o morro e conforme as vielas vão se abrindo eu vejo algumas praças, lojas, mercados e uma que faz trilhas, já ouvi dizer que as trilhas do PPG são as melhores do rio e, que tem gente que até escala o canta g**o já escalou, eu agradeceria o convite, mas para mim não rola.
Passo por duas escolhas pequenas vejo as crianças brincando e correndo, algumas professoras ou inspetoras não dá para saber. Mas a frente da praça eu vejo umas mulheres quase que seminuas e eu tento não demonstrar espanto porque eu não sei do que elas são capazes né, eu vim do centro de Ipanema, tenho muito o que aprender para viver aqui por seis meses.
Vejo um bar e nele tem uma placa de alugasse casa, eu feliz da vida vou até o bar e um atendente pede para que eu espere que a dona vai vir fala comigo.
XXX- oi linda me chamo Simone tudo bem? _ ela pergunta e eu concordo.
SARA- prazer Simone eu me chamo sara. _ eu falo para ela que me olha.
SIMONE- não é de comunidade não é mesmo? _ ela pergunta e eu n**o.
SARA- não, eu sou empreendedora e queria buscar novos caminhos para investimento. _ eu falo para ela que me olha sorrindo.
SIMONE- aqui no PPG você consegue muita valorização, mesmo com os ligares precários temos lugares que chamam muitos clientes, como aqui na praça e daqui para traz. Na divisa do canta gala e pavãozinho. _ ela fala e eu sorrio.
SARA- vi que esta alugando uma casa, eu queria alugar, queria ver como o local é e o que eu posso fazer aqui. _ falo mantendo o meu pensamento, não dá para negar o morro é cheio, hoje é quarto e tem muitos turistas andando, mas somente daqui para cima é como se para baixo do morro não existisse.
SIMONE- é uma cada de quatro cômodos de alvenaria, tem garagem, quintal e uma lavanderia pequena. _ ela fala e eu sorrio.
SARA- posso dar uma olhada? _ pergunto e, ela concorda.
SIMONE- eu vou pedir para o meu filho te levar lá está bom. _ ela fala e eu concordo.
SARA- vou esperar aqui fora. _ eu falo e ela concorda. O bar é bem localizado e bem estruturados assim como as outras lojas e comércios e, se reparar bem o morro tem uma divisão de classe mesmo digamos assim, mas isso só se ver nas casas porque nas ruas a desvalorização e perigos que essa falta de cuidado com o lugar pode trazer doenças e até tragedias, porque uma cratera aberta no chão passando agua do esgoto por ela e caindo dentro pode umedecer grande parte da terra, e levar pontos do morro a ter desabamentos.
SIMONE- sara esse é o meu filho Júlio, ele vai te levar na casa. _ ela fala me mostrando o rapaz que me atendeu, tem no máximo uns quinze anos.
SARA- oi Júlio. _ eu falo e ele sorri.
JÚLIO- tudo bem? _ ele pergunta e eu confirmo. - Bora lá. _ ele fala e eu concordo.
SARA- direto para casa depois hein. _ ela fala para ele que concorda e beija a mãe dele na testa.
JÚLIO- e aí de onde você está vindo? _ ele pergunta.
SARA- de Ipanema. _ eu não vou conseguir ficar escondendo tudo e, nem tenho por que, só preciso mesmo me prevenir não dando certas informações.
JÚLIO- de Ipanema ao morro o canta g**o, o famoso PPG? _ ele pergunta e eu sorrio.
SARA- eu preciso busca coisas novas, não gostoso de viver o mesmo sempre. _ eu falo e vamos subindo mais, as casas aqui são bem melhores mesmo.
JÚLIO- uma aventureira. __ ele fala e eu sorrio.
SARA- se não tiver altura no meio é nós. _ eu falo e ele sorri.
JÚLIO- gostei de tu sara._ ele fala e eu sorrio também gostei dele.- essa é a casa._ ele fala abrindo o portão de grade simples branco, os muros são brancos e assim que entramos tem a garagem que já dava pra ver da rua e do outro lado um quintal de grama.- minha mãe pede oitocentos na casa, um mês adiantado._ ele fala e eu o olho.- vem aqui._ ele fala e vamos entrando na casa que é bem aconchegante, sala e cozinha américa, o banheiro é grande e tem box de vidro, em uma corredor pequeno tem dois quartos e um deles tem uma vista linda, da janela da pra ver parte da mata do morro e a praia de Ipanema no fundo.
SARA- eu vou ficar com a casa. _ eu falo para ele que sorri.
JÚLIO- aqui só não entra caminhão muito grande. _ ele fala e eu n**o.
SARA- tem loja de moveis? _ pergunto e ele concordo- pode me levar lá depois deu acertar com sua mãe? _ pergunto e, ele concordo.
JÚLIO- bora lá. _ ele fala. - Oi profe. _ ele fala para uma loira que passa na rua e entra no portão ao lado.
XXX- oi Júlio nos vemos de noite na escola meu amor. _ ela fala com o celular no ouvido e Júlio concorda.
JÚLIO- ela é a professora Bruna de matemática e português. _ ele fala e eu sorrio. - Ela mora na casa de cima da sua, e atras é do irmão dela, mas ele não está aqui. _ ele fala e eu concordo. - Então vamos lá fazer compra. _ ele fala e eu concordo.
Vou descendo o morro com o Júlio e ele já vai me contando como é tudo, me fala do grupinho das meninas que eu tinha visto e diz que essas são as garotas de programas, que não dá para chamar de marmitas porque são poucos os traficantes que ainda andam pelo morro. Vou ouvindo tudo até o bar e chegando lá p**o três meses para a dona Simone e digo que me mudo assim que tudo estiver no seu lugar, ela sorrio agradecida e logo em seguida eu saio com o Júlio para irmos as compras.
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