Selim, o mago. (1470) Antes de Florence

4716 Words
Há 200 anos atrás, antes de Florence existir, antes até mesmo de sua mãe, um jovem rapaz chamado Selim, se descobriu em apuros, ele era bom e gentil, ajudava as pessoas com prazer sem se importar quem fosse, aos animais abandonados ele dava água, comida e tratava dos feridos como a si mesmo. Porém um dia, o pai de Selim, cansado de ver seu filho herdeiro do trono andar por aí com mendigos e animais selvagens, decidiu que era hora dele casar -se e tomar seu lugar junto a si como príncipe herdeiro de sua nação. Selim vivia na antiga Grécia, antes de ser corrompida por conquistadores e falsos reis, na Grécia pura. Selim não queria casar com uma donzela qualquer, seu coração já pertencia a Sabrina, uma jovem moça filha do padeiro da cidade, ela não era nobre, seu pai Jamais a aceitaria como nora, ele tentou convencer seu pai de que ela era a esposa certa para ele, de seu amor por ela, mas seu pai não o ouviu. __ Já chega Selim, por quem me tomas? Por algum t**o ? nasceste sabendo de tuas obrigações para com o povo, e elas não incluem casar com plebeia e tratar moribundos. __ Mas, me ouça amado pai e rei, prometo-lhe obediência total se concederes apenas esse desejo a mim. __ Cala-te já, acaso achas que a tribo aceitara tão despautério? Queres quebrar uma tradição que já há muito existe, por que entraste nas saias de uma qualquer? Acha que eu amava vossa mãe quando a desposei? Selim estava vermelho de raiva, seu pai ofendia seu julgamento e sua dama, mas ele estava preso a costumes antigos e nada podia fazer a respeito, como convencer os anciãos e a seu pai que se sacrificaram antes dele, a ceder na sua vez? Ele ergueu sua cabeça e assentiu tristemente, virando as costas para o pai, antes de chegar a porta de saída, seu pai chamou-lhe. __ Selim! Eu sinto muito meu filho, não me condene por isto, são as regras, você saberá disso, quando seus filhos nascerem e tiver que fazer por eles o mesmo. Amanhã escolherei a sua noiva, não se preocupe, será linda e obediente, como deve ser. __ Que seja feita vossa vontade, meu senhor. Selim saiu da sala do trono de seu pai, o rei da primeira tribo, com o coração pesado e cheio de dor, mas também sentia revolta por não poder seguir seu caminho, estava decidido a fugir com sua amada Sabrina para longe da tribo, seu irmão que se sentasse ao trono e reinasse sob o julgo dos anciãos. Naquele mesmo dia sentado a sombra do grande Carvalho sagrado o irmão de Selim, Salazar pensava em um modo de destronar seu irmão mais velho e tomar seu lugar para si, Ao contrário de Selim, Salazar era frio e sem coração, fazia m*l a tantos quantos podia, torturava os cativos nas batalhas, e matava sem piedade mesmo os que se rendiam, seu pai o rei Sandor segundo, sentia vergonha dele e não queria de modo algum que ele subisse ao trono, antes daria o trono a irmã Melissandre, talvez fosse o que fizesse. Salazar há algum tempo observava o irmão as escondidas, sabendo de seu amor pela bela Sabrina, pensou em um modo de causar-lhe m*l, A jovem era filha do padeiro e todas as manhãs cedinho saia de sua casa para os campos de trigo e lá passava horas, cultivando e colhendo os grãos, junto com outras moças, fazia isso por gostar e não por obrigação, durante a tarde ela ficava na barraca do pai atendendo aos clientes. Mas sempre que o sol batia no oeste ela corria para casa e se perfumava, quando todos em sua casa adormeciam ela saia sorrateiramente pela porta de sua tenda e adentrava o bosque, em caminho ao Rio, lá Selim a aguardava todos os dias, Salazar ouvia os gemidos da moça e os uivos de seu irmão, por vezes conseguia ver alguma coisa, mas preferia apenas escutar, quando acabavam trocavam beijos e confidências e cada um seguia seu rumo. Satisfeito Salazar ia para casa, então o irmão estava apaixonado por uma rameira qualquer da Vila, ele só tinha que aguardar o momento certo, o pai Jamais aceitaria aquela atitude de Selim. Quando ele ouviu os dois combinarem de casarem escondidos Salazar viu aí sua chance se Selim cassasse seria deserdado com certeza e seu pai teria que lhe ceder seu lugar. Ele aguardou que o casamento acontecesse, mas outra pessoa andava espionando. Clegane o filho do carniceiro era obcecado por Sabrina desde que eram crianças, embora ela nunca tenha lhe dado qualquer sinal de atenção, ele a seguia sempre que ela tomava banho no rio e a observava nua a se lavar, ninguém nunca percebeu nada, ele a pediu em namoro ao pai dela, mas o pai de Sabrina jamais obrigaria a filha a casar com um tipo daquele, mas Clegane não se deu por vencido. Quando ele viu que ela estava de namoro com Selim sentiu muito ódio em seu coração e decidiu que iria dar um fim nele, se ela não o queria por bem, ele iria matar seu amante e levá-la a força. Ele sabia do plano do casamento então se escondeu no bosque naquela noite e quando o sacerdote chegou para proferir as palavras, ele o ameaçou e disse que contaria ao rei e ele seria decapitado ou queimado vivo, assustado o homem jurou não casar os jovens e sumiu dali, Clegane ficou escondido a espera agora dos pombinhos para seguir com seu plano. Naquela noite Salazar não os seguiu ele dava por certo o casamento, e foi para a taverna de Mayla, gastar suas rubras em cerveja e meretriz. Selim estava ansioso para casar com Sabrina, seu pai nada poderia fazer depois dele proferir os seus votos, depois que os deuses unem dois corpos eles não podem mais ser separados. Ele chegou ao local marcado um pouco antes, ansioso que estava para por um fim em sua angústia. O lugar onde ele e Sabrina se casariam era o mesmo onde eles passavam suas noites escondidas, mas ali deveria haver um sacerdote à espera deles dois, mas no entanto, não havia nada, Selim caminhou aos derredores a procura do sacerdote, mas não havia ninguém ali, começou a se desesperar logo a noiva chegaria, e como se ela ouvisse seus pensamentos chegou. __ Oh, meu amado senhor, então hoje uniremos também nossos espíritos diante dos deuses. __ Ah, querida não sabes que m*l me atormenta agora. __ Não me assustes, meu bom senhor, o que se passa? __ O sacerdote, aquele vil mentiroso, enganou-me, não está aqui em parte alguma o achei. __ Ah, não, será que ele está com atraso? algum m*l lhe ocorreu? __ Creio que ele apenas desistiu, devido aos riscos de contrariar meu pai, receio que ele tenha sucumbido ao medo. __ E o que faremos nós amado meu? continuarei como sua amante? __ Não fale assim querida minha, eu não sei o que faremos, só nos resta fugir mesmo, estas pronta para irmos? Neste instante Selim é atingido por uma pancada em sua cabeça, e tudo que ouve é __ Você não vai a lugar nenhum com a minha Sabrina. Tudo escurece e Selim já não vê e nem ouve nada. Clegane esperou até onde deu, mas não ia deixar aquele rei levar sua donzela, ele aproximou -se e atingiu selim com um pedaço de toco de árvore, largou a madeira e agarrou Sabrina antes que ela pudesse gritar ou correr, ele a apertou tanto que ela desmaiou. Clegane amarrou as mãos e os pés dela com uma corda, e já ia terminar o serviço com Selim quando notou um movimento, Selim havia acordado e se colocado em pé, cambaleante sacou sua espada e encarou o covarde inimigo. __ Quem és tu, covarde e vil que me atacas por traz? não sabes quem eu sou? pagará por isto com seu próprio sangue. __ Cala a boca seu, seu, heroizinho de quinta, você morrerá hoje e Sabrina será minha esposa não sua, como deve ser. __ O que dizes? Por acaso levaste tu uma pancada na cabeça e está delirando? __ Pensa que pode me assustar com sua espada, eu também tenho a minha. Clegane mostra sua foice de cortar ossos, enorme e grotesca como ele, Sabrina acorda no instante em que ele investe contra Selim, o som de aço contra aço estrondo altamente pelo bosque, Selim se desequilibra com o golpe, mas recupera-se logo, o carniceiro é alto e forte e sua arma é pesada e grande, porém Selim é ágil e veloz, ele se desvia dos golpes com rapidez e os apara com sua espada, o carniceiro está ficando cansado e Selim vai se aproveitar disso na hora certa, de repente ele tropeça e Selim o acerta com um golpe certeiro no peito, o carniceiro cai no chão tremendo em uma última tentativa ele joga sua foice em direção a selim que se esquiva. Mas outra pessoa não se esquivou, Clegane sorri e olha sarcástico para Selim __ Ela, é minha. Da sua boca saem borbulhas de sangue e Selim olha para traz, seu mundo gira de novo, ele não crê no que vê, não é possível. As suas costas, amarrada, encostada em uma árvore está Sabrina, a foice não acertou em Selim, mas nela sim, a atravessou em cheio na cabeça, abrindo em duas sua bela face, ela não teve tempo de sofrer ao menos isso. A dor que invadiu Selim era tamanha que seu coração parecia sangrar, as lágrimas de dor romperam por seus olhos e cego de ódio, Selim arrancou a foice do que restou da sua amada empunhando-a com vigor, ele foi até onde jazia o corpo já sem vida de Clegane, o carniceiro e o despedaçou com tanta fúria, que até os ossos do homem se despedaçaram, Selim se dirigiu ao corpo de sua jovem amada, chorou o quanto pôde, agarrado ao corpo sem vida, amargurado amaldiçoou os deuses que permitiram que sua jovem amada, fosse tão cruelmente morta. __ Oh, bosque maldito que fostes testemunha de tal atrocidade e nada fizeste, ah arma maldita, eras tu para mim e fostes ter justo com ela, com minha amada, roubando-lhe a vida, deuses malditos como ousam levar a minha amada. Selim permaneceu ali ao lado de sua amada morta por mais de um dia, até que seu irmão Salazar a pedido de seu pai foi a sua procura, ele foi de bom grado, achando que encontraria seu irmão casado e bêbado desfrutando de sua esposa. Ao chegar no local Salazar deparou -se uma cena de guerra, um corpo jazia ao chão feito em farrapos, "belo trabalho" ele pensou, quem fez isso? Mais a frente viu um corpo de uma mulher agora, decerto algum casal de camponeses que foi assaltado, mas é onde estava Selim e sua mulher? Continuou a procura de seu irmão, até que o achou no rio, as águas estavam vermelhas de sangue e a espada dele jazia igualmente suja as margens. Ele não achou que o irmão tivesse feito aquilo, então estaria ele ferido? e a mulher? Ele se aproximou cuidadosamente para espreitar mais de perto, não viu a moça em local algum, será que o irmão havia encontrado sua esposa com outro e os matou? Ele não faria tal coisa, ele não era assim, como ele. __ Selim! Selim, meu irmão, o que fazes, o que houve ali atrás? Selim sobressaltou-se, não reconheceu a voz do irmão de imediato, virou -se alcançando sua espada e a apontando para o irmão. __ Eu, irmão o que fazes? estas louco? o que se passou aqui? __ Ele, ele a matou, tentou me matar, mas acertou ela, eu o matei depois. A compreensão caiu sobre Salazar, não houve casamento um salteador qualquer atrapalhou tudo, o irmão estava transtornado, seu semblante era de dor, exaustão e sofrimento, tentando aproveitar -se da situação, ele aproximou -se mais do irmão. __ Largue a espada irmão acabou, nosso pai o aguarda, está preocupado. Selim ria nervoso, a razão ainda não havia voltado a seu entendimento. Mas ele obedeceu, largou a espada e saiu do Rio tropeçando, deixou -se cair as margens e chorou feito um menino. __ Está ferido meu irmão? __ Não sei! Me ajude Salazar, preciso enterra-la dignamente, e levar a notícia a sua família. A contragosto Salazar ajudou o irmão, que parecia voltar a raciocinar agora, juntos acabaram uma tumba e enterraram a jovem, Selim pegou para si o lenço que ela usava amarrado a cintura, quanto ao carniceiro apenas o jogaram ao Rio, a foice será entregue ao padeiro para que ele decida o que será feito. Talvez meu pai decida que Selim não é mais digno após isso, mas não fará tenho certeza, o digno Selim tem crédito suficiente. O bondoso e digno Selim jamais sujara as mãos, ele deve estar em choque ainda, foi a primeira pessoa que ele feriu, a brutalidade com que ele matou aquele homem foi atordoador até mesmo para ele Salazar o torturador. Selim despertou de sua dor aos poucos , depois de cuidar do corpo de sua amada se dirigiu a casa do padeiro, lá chegando contou o que houve, lamentou pela filha dele e disse a ter vingado, entregou a foice do assassino a ele e disse quem era. Selim deixou a família chorar sua perda e foi para casa, por quase um mês ficou trancado em seu quarto, se lamentando e amaldiçoado a vida e aos deuses. Seu pai cansado de ver o filho naquele estado decidiu persuadi-lo a sair de seus aposentos e reagir. Selim não queria mais viver, afogou-se na dor e na amargura, a cerveja é o vinho eram suas companhias, todas as noites pelas paredes de pedra do Castelo se ouvia os gritos dele, ninguém ousava perguntar nada, seu pai disse a todos que ele estava machucado e que a febre o fazia delirar, apenas duas criadas de confiança sabiam a verdade. Em uma noite sem lua, n***a como o ébano, ele ouviu uma voz, uma doce voz que o chamava, levantou sua cabeça na direção de onde vinha o som, era de fora, apurou a audição e seguiu a voz que o chamava, quando deu Por si estava no bosque, no mesmo lugar onde iria casar com Sabrina, no lugar onde a vida lhe abandonou, caiu de joelhos e chorou sobre a terra. __ Por que ainda me torturam, oh deuses cruéis, já não fizeram o suficiente com minha vida. __ Selim! Selim, meu amado, não sabes mais quem sou, não posso descansar, tens que vingar-me. __ Sabrina querida, es tu? de onde vens, estarei eu louco? __ Sou eu amado meu, preciso encontrar minha paz, mas tu me prendes, vinga-me amado meu, e seguirei em paz, aguardarei vossa chegada, para juntos estarmos outra vez. __ O que dizes? eu já vinguei vossa morte, não vês? Aqui também dei fim a vida daquele carniceiro. __ Por trás dele havia outro, meu amado, um maior, outro que mandou o sacerdote embora, e forneceu ao carniceiro os meios para espiarnos, alguém que o incitou o deixando louco, não foi só culpa dele. __ Porque o defendes? eu mesmo vi ele matar-te, ele sorriu ao ver o que te fez. __ Uma bruxa, chamada Sandra, ela o enfeitiçou para espiar-me, ela queria de mim um sacrifício maior para aumentar seu poder, ela queria sangue de inocente, uma vida, vida que nunca pisou na terra, que nunca respirou, mas que é vida. __ Que dizes, por Deus, não mais me torture. __ Eu esperava um filho vosso meu senhor, era ele que ela queria, e ela o teve, o usou para libertar um poder n***o que há muito havia sumido, ela usou nosso filho para isso, você deve acha-la, e tomar a vida de nosso filho de volta, para que assim eu descanse em paz e siga meu caminho. __Um filho? oh, deuses sois mais cruéis do que achei, me viraram não só meu amor, mas também o fruto dele, os amaldiçoo mil vezes mais. O coração de Selim que já estava quebrado de mil formas, perdeu o resto de luz e esperança que havia em si, cego de ódio, decidiu usar seus dias apenas para caçar Sandra a bruxa que acabou com sua vida. Sandra: Nascida na tormenta, em um cume da montanha mais alta, Sandra era a última bruxa viva de seu clã, o rei quando conquistou o território queimou suas vilas, a igreja com homens chamados de Paladinos massacraram seu povo, seus feitiços e poderes não surgiam efeitos, estavam fracas, com medo, não tinham suas conexões fortes como outrora. Sandra nasceu por milagre, a sua mãe morreu lhe dando a luz, apenas sua tia sabia quem e o que ela era, não podia deixar mais ninguém descobrir isso, ou seriam queimadas, no centro da cidade a tia de Sandra tinha uma casa de prazeres, onde os homens iam em busca de distração, Lá Sandra foi criada, seus olhos eram de uma cor diferente, mas sua tia aprendeu com os livros da irmã como esconde-los. Com uma erva que havia ali em abundância, os olhos rosas de Sandra passavam despercebidos, quando criança ela foi quieta e reservada, mas quando cresceu, tornou-se bonita e sedutora, sua voz atraia homens para seu quarto como moscas, a princípio sua tia opôs-se, ela não tinha que prostituir-se, mas logo deu-se por vencida a sobrinha gostava daquilo é o dinheiro ia para suas mãos. Foi aí que ela conheceu Salazar, o jovem príncipe não quis mais deitar em outra cama que não a sua, confidenciava a ela seus anseios e medos, e seu ódio pelo irmão. Logo eles estavam apaixonados e Sandra para não perder seu príncipe, pois sabia que se ele ocupasse o trono no lugar do irmão a abandonaria, decidiu impedir o intento dele a qualquer custo. Soube da afeição de Clegane por ela, e deu a ele algumas poções para intensificar esse sentimento, sussurrou em seus ouvidos ordens e palavras revoltantes, Clegane de espírito fraco que era, foi facilmente influenciado. Salazar não podia saber nunca o que ela fez, ou ele mesmo a mataria. Após descobrir que a moça estava grávida e de um com sangue de rei, ela viu ali sua chance de ter de volta os poderes que um dia seu povo já teve, preparou seu sacrifício e rogou ajuda aos seus ancestrais para que tudo desse certo. A magia que havia em seu povo antigamente era pura e boa, mas aquela que ela iria invocar era maligna, vinda da morte de um inocente, da dor de uma perda, nada de bom viria disso. Na noite do bosque, escondida entre as árvores, ela viu tudo ocorrer, quando o carniceiro matou a moça e o jovem rei caiu em cima dele, ela aproximou -se da moça proferindo palavras mágicas, com um tipo de faca de aço n***o nas mãos, clamou ao príncipe das trevas que devolvesse a ela a glória que antes seu povo teve, em troca lhe daria um herdeiro, um ser vivo puro, que nunca pisara na terra, e nem respirara o ar, mas que ainda assim vivia. Ela enfiou a faca n***a embaixo da saia da moça e a enfiou em seus órgãos genitais, ainda proferindo palavras, uma faísca roxa subiu por sua mão e seus olhos tornaram-se violetas, não mais rosas, saiu dali as pressas com a certeza de que tudo deu certo. Selim em sua dor sequer notou a presença dela. Sandra agora tinha poder, mas se alguém soubesse, ela não sabia ainda como usar seu poder maligno, aquilo não era natural e puro como dos ancestrais, ela agora os ouvia, e eles não estavam contentes com ela. Se seu amado Salazar soubesse o que ela fez, não a perdoaria jamais, ela não correria este risco, ficaria quieta como sempre, ninguém jamais a descobria. Mas ela não imaginava que Sabrina, ajudada por seus ancestrais, iria alertar Selim sobre ela. Naquele dia após Selim ouvir de sua amada o pivor de seu infortúnio, decidiu por fim também na vida da tal bruxa que levara de si seu amor e seu filho, não pararia até encontra-la e queima-la, ela pagaria pelo que fez, ele só não imaginava que ela era protegida de seu irmão. Ele começou suas buscas pelo escrivão da tribo, buscou em suas escrituras todas as moças com aquele nome, não era um nome comum ali, ela devia vir de fora, de outro lugar, encontrou três moças com aquele nome, uma delas era irmã de Sabrina, então ele a descartou, ela o teria avisado se sua irmã fosse a culpada. Às outras duas não conhecia, mas logo as descobriria, encontrou uma Sandra velha e enrugada, que pedia esmolas na porta do comércio, será que aquela era a mulher que procurava? Bruxas são velhas e enrugadas não são? Selim a observou por dois dias, aquela não podia ser a mulher que procurava, ela m*l se mantinha em pé, não conseguiria se esconder no bosque e nem passar por ele despercebida. Restava uma única mulher, mas essa se escondia bem, ninguém conhecia, nem sabia dizer nada a seu respeito, mas Selim não desistiria, levasse o tempo que fosse. Cinco meses se passaram desde a morte de Sabrina e seu espírito ainda aguardava a paz, Selim precisava ajudar sua amada, mas lugar algum restava para procurar na cidade e fora dela, onde ele estava errando? rogou ajuda a Sabrina mais uma vez para descobrir a tal bruxa, mas não ouve resposta. Em uma noite de lua vermelha, a festa da colheita estava sendo celebrada pelo povo da tribo, mas Selim não queria saber de festas, queria apenas livrar sua amada da tormenta que lhe abatia e tentar arranjar alívio para sua alma triste. Naquela noite viu seu irmão Salazar desviar-se de todas as moças que ali estavam, estranhou, já que ele sempre costumava cortejar a todas. Um sopro leve chegou aos seus ouvidos como um sussurro de sua doce Sabrina. "sangue, seu sangue, meu sangue, nosso sangue". __ Sabrina, sois vós minha amada? que queres dizer com isso? ajudai-me outra vez, já não sei para onde olhar. " sangue, seu sangue, meu sangue, nosso sangue" Selim não entendia o que ela queria dizer com aquilo, de repente olhou para lua, ela estava vermelha como sangue, um raio de seu brilho tocou a pele de Selim é o queimou como enxofre, ele afastou -se e olhou para baixo, para onde seu irmão estava, um raio também tocou Salazar, mas ele não queimou, apenas olhou para cima, seu olhar encontrou o de Selim, e ele sorriu, mas Selim viu uma sombra ao redor dele, uma sombra escura, de uma mulher. Então ele entendeu o que sua amada estava dizendo, o meu sangue me levaria até o sangue dela, até o nosso filho. Selim se escondeu nas sombras e espiou Salazar por um bom tempo, no meio da festa ele saiu sem chamar atenção, Selim o seguiu, ele cavalgou durante quase meia hora e parou em frente à uma caserna. Selim não havia procurado ali, como pôde esquecer-se daquele lugar? O irmão entrou e ele observou de longe, o lugar era pequeno, não haviam muitos quartos, Selim olhou janela por janela até achar o quarto que o irmão entrara , opôs-se a baixo da janela e escutou o que ele falava e com quem. __ Oh, meu amor, já não achei que viria hoje, como está a festa? __ Está entediante sem você, adoraria levá-la comigo, mas o futuro rei não pode ser visto ao lado de uma meretriz. __ Então é só isso que sou para vós? uma meretriz qualquer? __ Sabes que a amo, mas não posso quebrar as regras, meu irmão tentou e você viu o que houve, meu pai precisa confiar em mim, farei tudo que ele pedir. __ Então porque vens aqui? Me fazes falsas promessas que não cumprira, prefiro antes ver-te morto e não vê-lo mais, a ver você casado com outra. __ O que dizes? nunca mais fales assim comigo, Sandra, por quem me tomas? Sandra? era ela, a amante de Salazar era a bruxa que Selim procurava, mas porque seu irmão disse que seria rei? Selim aguardou ali, ouviu tudo que Salazar e Sandra falavam, quando seu irmão foi embora, esperou ali ainda, a bruxa esperou algum tempo e saiu, Selim a seguiu floresta a dentro, ela foi até onde Sabrina morreu, tirou de dentro da bolsa uma faca n***a com raios lilases em sua haste, os olhos dela refletiram no aço n***o, e Selim viu, era ela mesmo, não contendo mais seu ódio ele pulou em cima dela e atingiu com sua espada direto no coração. __ Chegou sua hora maldita, mataste meu filho e minha amada, agora pagara com seu sangue. A bruxa contorceu-se e olhou para ele __ Você, como você pôde? A voz era de Sabrina, Selim olhou para os olhos violetas assustado e afastou-se, a bruxa deu uma risada alta e estridente. __ Acha que pode me matar? você não sabe quem eu sou, jovem rei, o sangue do seu filho me deu poder. __ E o sangue dele te derrotara. Selim ajoelhou sob a terra e rogou aos ancestrais bondosos, aqueles com poderes que ajudavam a todos que o ajudassem agora, viu uma luz suave cruzar seu caminho, era Sabrina, o poder que a bruxa exalava acabou, os ancestrais o sugaram para si, agora ele poderia mata-la, mas antes de morrer a bruxa jogou sobre Selim sua maldição. __ Vampiro serás, queres teu filho? então pega, ele viverá dentro de ti como a praga que é, não terás paz, nem sossego, ouvirás todos os pensamentos a tua volta, sentirás todo o tormento a sua volta, meus poderes são teus, morrerá apenas se não comeres a alma de teus filhos, terás muitos para viver, ou não terá nenhum e morrera, a bondade que houve e em ti apagara, a luz morrera e você será o m*l que há no mundo, rei das trevas assim será chamado. A bruxa deu outra gargalhada e Selim a atingiu com sua espada, viu a alma da bruxa surgir e atacar a de Sabrina a rasgando em várias partes, Selim nada pode fazer a não ser ver sua amada sofrer de novo, os ancestrais pegaram a alma dela e a levaram dali, olhando para Selim. A fúria tomou conta de novo dele, sentiu seu corpo tremer e seu sangue ferver, seus olhos queimaram e uma dor aguda tomou conta de sua cabeça, tudo ficou escuro e ele caiu ali mesmo. Ao acordar ele já não era Selim o digno e bondoso filho do rei, era Selim o mago, impiedoso que só pensava em matar e torturar, a primeira coisa que ele fez foi ir até o castelo, matou seu pai a sangue frio, e todos os seus irmãos, todos os que se opunham à sua vontade morriam, Selim começou assim seu reinado de horror, as moças virgens eram levadas ao seu castelo e ficavam presas lá até lhe darem filhos, no decorrer de um ano Selim tinha mais de cinquenta filhos recém nascidos, todos nasciam com olhos violetas como os seus e algumas meninas com olhos rosas, ele viveria para sempre, e continuaria povoando a terra com sua semente, apenas para não morrer e nem envelhecer, algumas mulheres conseguiram fugir entre elas a irmã de Selim que foi a primeira a lhe dar um filho, ela fugiu grávida de seu segundo filho, outras conseguiram fugir, com seus bebês e grávidas novamente, Selim achou melhor deixá-lo ir, elas mesmo fariam o favor de continuar a espalhar sua semente e ele só teria o trabalho de ir buscá-los. O bondoso Selim se deixou quebrar, tamanha foi a dor de perder quem mais amava, nada além de sombras e dor restaram em seu ser, por décadas reinou soberano, até encontrar resistência em seus descendentes, alguns deles herdaram suas habilidades, e sempre que nascia um assim, um pouco do poder dele sumia, ele tinha que caça-los e pegar de volta o que era seu. Selim não teria paz, como disse a bruxa, mas será que um dia ele voltaria a ser o Selim de antes?
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