O Reinado de Jorah o iluminado(1570) Antes de Florence

4857 Words
Cem anos depois que Selim o mago surgira o povo começou a revoltar-se, não podiam continuar sob o julgo daquele tirano, agora os filhos dele, netos, e bisnetos eram numerosos, não dava para se contar ao todo quantos caminhavam sob a terra. Selim os perseguia e os sugava ano após ano, para que sua juventude e poder permanecesse, aqueles que nasciam com dons, eram os primeiros a serem sugados, pois apresentavam ameaça a Selim. Sua irmã junto com outros guerreiros fundaram uma nova tribo, onde viviam em paz e com amor, livre da crueldade de Selim, mas sempre tinham que se esconder e mudar para que ele não os achasse, o filho mais novo havia herdado o dom de Selim, seus olhos eram violetas e ele podia usar os elementos ao seu favor, dominava a água e o fogo, e defendia seu povo de qualquer m*l que aparecesse, outros jovens e moças apresentavam dons menos letais, alguns liam mentes, outros sabiam construir coisas que ninguém mais sabia, alguns podiam voar, outros sabiam ocultar sua presença e de qualquer coisa que quisessem, assim foram sobrevivendo cada um usando seus dons para ajudar a tribo, os ancestrais falavam com alguns deles, e por meio desses souberam de suas regras e vidas passadas, e seguiram seus costumes, como antes da magia sumir. Melissandre irmã de Selim viveu até 102 anos e depois morreu deixando a tribo aos cuidados de seus filhos, seus filhos por sua vez, cediam seus deveres aqueles que os ancestrais ordenavam. Foram escolhidos seis sábios da tribo, para guiarem o resto da tribo, geralmente eram escolhidos aqueles que ouviam as vozes dos ancestrais. O filho mais novo de Melissandre chamava -se Jorah, ele nasceu com os mais belos olhos que já viram, eram violetas, mas tinham um toque de rosa no meio deles, era um novo tipo que ainda não havia, O chamaram de iluminado, ele era tão gentil e amável com todos, lembrava a Melissandre seu irmão Selim antes dele torna-se o monstro que era, Jorah cresceu e junto com ele dons maravilhosos, ele era mesmo como Selim, podia voar, mover todos os elementos, ler pensamentos, e curar feridas e animais. Por ser mais novo não deveria reinar antes de seus irmãos, mas os ancestrais decidiram que ele teria que reinar, pois era o único que podia vencer Selim em combate. Jorah era amado e respeitado por todos, as moças suspiravam quando ele passava montado em seu cavalo, tinha a idade de vinte primaveras quando sua mãe lhe ordenou que cassasse e construísse família, seus outros filhos já haviam lhe dado netos e bisnetos, Melissandre não tinha sangue mágico em si, estava velha e cansada, quando engravidou de Jorah já tinha sessenta primaveras de vida, seu companheiro Aloque era herdeiro de sangue de Selim, ela quase morre no parto do filho, mas tudo correu bem. Jorah veio para dar esperança a todos na tribo, os ancestrais o enviaram regado de poder para guiar seu povo. Jorah se apaixonou por uma jovem também herdeira de sangue, eles juntos levariam a tribo para um novo local e planejariam o ataque a Selim. Por anos Jorah reinou e procurou por Selim sem sucesso, com sua esposa teve dois filhos, um menino e uma menina, Jandah era seu filho primogênito, ele nascera com olhos violetas, sinal de que era herdeiro de sangue também, mas ainda não se sabia se ele teria algum com, ou todos como seu pai. Ananda pelo contrário nasceu com olhos rosas, era doce e exalava um perfume que prendia a atenção de todos, seus pais souberam assim que nasceu que ela tinha dons mágicos. O tempo passou e os ancestrais falaram pessoalmente com Jorah. __ Jorah, o iluminado, escute a voz de seus antepassados, ouça o clamor de nossas vozes. Jorah, aguçou seus ouvidos e se afastou da balbúrdia que seu povo fazia, deu por si as beiras do lago, sozinho. ouvia apenas o murmúrio dos rios. __ Oh, ancestrais, aqui estou a vosso pedido, dizeis a teu humilde servo, o que posso fazer. __ Jorah, tu nasceste puro, teu poder foi concedido por nós, nasceste de nos é de nossa vontade de parar a abominação que tornou-se Selim. Deves tu preparar uma jaula, feita com Salgueiro e visgo, vais enterra-la em uma caverna que há atrás da Cachoeira, ao norte da tribo, lá colocaras essa jaula e lá deixarás até que nos te falemos a hora certa de a usar, lembre-se meu filho, ninguém poderá saber nunca do local onde está está jaula, e não conte nada a ninguém. __ Mas uma jaula não segurara Selim, o certo é que eu o mate, meu povo não perdoará se sua vida não for ceifada. __ Obedeça meu filho, Selim não pode morrer, não ainda, ele é imortal, ele terá que ficar preso na jaula por anos até que esteja fraco o suficiente para ser morto, o sangue da sua espécie tem que deixar as veias dele, ou todos serão mortos e seu intento será frustrado. __ Compreendo o que dizes oh ancestrais, assim farei, contarei ao meu povo apenas o que ordenares. As vozes se calaram e quando Jorah voltou a sua tenda, já havia caído o crepúsculo, precisava se concentrar para entender melhor o que lhe foi confiado, por isso tantos morreram tentando matar Selim, ele não pode ser morto de qualquer forma, mas Jorah, faria o certo pelo seu povo e os livraria daquele m*l. Sua esposa chegou a tenda assustada e esbaforida, a procura dele. __ Jorah, Jorah, onde andavas, marido meu, procurei e chamei por ti por horas. __ O que se passa mulher? porque estas assim? __ É vossa mãe, ela não está bem, é chama por ti para despertasse, de certo partira ainda hoje. __ O que dizes? não é verdade. Jorah corre para a tenda da mãe, e a encontra como a esposa falou, moribunda e sem força, toda a cor de suas faces enrugadas se foi, estava rodeada pelos filhos, netos e bisnetos, já há algumas luas, seu pai se foi, agora também sua mãe. Sabia que uma hora aquilo ocorreria mais não estava preparado, para perder a mãe, ela era sua conselheira, ela tratava ele e os irmãos com tanto amor, e ele sabia que se não fosse a coragem dela eles jamais teriam fugido das garras de Selim. __ oh mamãe, estou aqui, teu pequeno Jorah, porque queres deixar-me agora? __ Meu filho eu jamais deixarei você e seus irmãos, estarei sempre com vocês, em vossos corações e almas. __ Estará mãe, eu prometo. Honrarei seu nome e o seu sacrifício. __ Venha mais perto meu filho. Ele aproximou seus ouvidos dos lábios da mãe, ela sussurrava tão baixo que com muito esforço apenas ele conseguiu entender. "Siga os ancestrais, não se perca no caminho, não duvide de si mesmo nunca, ouça seu coração, estarei sempre nele" Dito isso, sua voz calou-se para sempre, desolado ele deitou a cabeça no peito que já não pulsava da mãe, e chorou copiosamente sobre o leito da mãe, seus irmãos também choraram, junto com todo o resto ali presente, mas sabiam que a mãe estava agora em um lugar melhor, precisavam preparar seu corpo para a passagem, isso era trabalho das mulheres, os homens saíram da tenda para que elas lavassem e arrumassem o corpo, ao amanhecer do dia, levaram o corpo dela para o Rio, em uma balsa a colocaram cercada de flores e de galhos para queimar, empurraram a balsa e atearam fogo, Jorah viu as chamas laranjas se ergueram sob o corpo de sua mãe, deu um último adeus e se foi. Dez dias se passaram e o luto tinha que ser encerrado, as vidas continuaram, era hora de Jorah fazer o que os ancestrais pediram, recolheu toda madeira de Salgueiro que pode e a carregou para a cachoeira, quando tinha o suficiente começou a trabalhar, por quase três meses ele cortou, serrou e construiu, a jaula estava pronta, ele encarou aquela armação enorme de madeira e pensou se aquilo seria mesmo capaz de segurar selim, parecia tão frágil e quebrável. Mas ele não desobedeceria os ancestrais, olhou mais uma vez para a jaula e se foi. Ao sair da Cachoeira deu de cara com Jandah seu filho mais velho. __ O que fazes aqui pequeno? Se perdeu por acaso do caminho? __ Eu queria ficar com você papai, segui vossos rastros pela floresta e cheguei aqui, mas então não vi mais nada. __ Chegaste aqui rastreando? estou orgulhoso. Jorah pegou seu menino nos braços e seguiu para casa pedindo que ele jamais levasse alguém até ali. Agora tudo que ele precisava fazer era arranjar os visgos, sabia que era uma planta difícil de encontrar, mas sabia também de um local que o acharia, na tenda chamou a esposa e avisou que precisaria passar alguns dias fora. __ para onde vais? Pretende nos abandonar? __ Não, o que dizes mulher, eu preciso fazer algo, buscar algo que me foi pedido pelos ancestrais, eles me avisaram que em breve enfrentarem Selim, é preciso me preparar, são dois dias apenas, eu prometo que voltarei antes que sintam minha falta. __ Talvez não seja provável, já sinto vossa ausência amado marido. Jorah beijou a esposa nos lábios e a ergueu em seus braços a levando para o local de descanso deles. __ Jorah, queres outro filho acaso? __ Se assim os deuses quiserem. Ela ri e se entrega ao seu marido, Jorah o iluminado, não faz ideia do quão poderoso ele é, e nem imagina o que o aguarda. Partiu na manhã seguinte sem que ninguém na tribo soubesse, deixou ordens a esposa que se perguntassem, dissesse que ele estava em transe, buscando respostas com os ancestrais. Jorah andou por quase doze horas até chegar ao topo da montanha branca, ele lembrava daquele local, foi sua casa antes da Vila atual, Ele olhou por todas as partes tentando lembrar aonde era o local que via sempre os visgos pendendo por entre as árvores. Fechou os olhos e lembrou da mãe lhe contando o porque daquele nome e porque ele era uma planta mágica. " Veja meu filho, estas vendo aquela planta ali? se chama visgo, ela é uma planta mágica, ela é a única capaz de proteger as pessoas comuns da magia e a única que pode matar um ser mágico. Um dia uma mulher perdeu um de seus filhos, ela sentiu tanta dor que quando nasceu outra criança ela conjurou tudo que há no mundo vivo e morto, frio e quente, seco e molhado, todas as plantas e animais, os metais e o luto e disse: Nada destas coisas poderá ferir meu filho, ele está protegido e é invulnerável, nada poderá jamais mata-lo, mas ela esqueceu de uma única coisa, uma planta chamada visgo, ela não conjurou o visgo por acha-lo insignificante, seu filho cresceu cercado de segurança, mas um dia uma bruxa inimiga dela, descobriu a planta inofensiva que a outra esquecera, fez um chá e deu para o filho beber, ele morreu na mesma hora, envenenado pelo visgo, e desde esse dia as mães quando tem seus filhos penduram em suas portas uma folha de visgo para lembrar do erro daquela mãe, e para lembrar do quão poderoso o visgo pode ser." Jorah lembra que ficou encantado com aquela história, ele se sentia infeliz e sozinho por ser diferente, o visgo o fez se sentir importante. Ele olhou para o lado e viu o lugar onde esteve com a mãe, soube que ela lhe enviara aquela lembrança para que ele soubesse aonde ir, foi em direção ao bosque e viu quilômetros de visgos pendidos por entre as árvores, cortou o quanto pôde e colocou em seus embornais de pano, seria mais fácil carregar assim. Sem descansar ou perder tempo ele voltou correndo como o vento para a tribo, escondeu-se até não haver mais ninguém acordado e então se dirigiu até a caverna na cachoeira, ao norte não podia arriscar ser visto por ninguém. Colocou o visgo em volta de toda a jaula e tentou entrar nela, mas algo o impediu, era como se uma força o prendesse na terra e não o deixasse entrar e nem tocar na jaula, estava desistindo quando ouviu um sussurro. __ Está feito meu filho, logo diremos o que farás. Sei que duvidastes da jaula, pois então testa tu mesmo o poder dela. Jorah entendeu o que os ancestrais diziam a jaula tinha poder, podia sentir, mas não entendia, ele mesmo fez aquilo, está certo que era um mago poderoso mas como madeira e folha impediriam Selim. Jorah se concentrou, de suas mãos chamas amarelas começaram a fluir, ele as lançou na jaula, esperando ver seu trabalho destruído, mas nada aconteceu ele lançou chamas maiores, nada aconteceu, tocou o chão com os dedos e pedras enormes começaram a atingir a jaula, mas não fizeram sequer um arranhão, Jorah começou a tomar confiança então levitou e invocou raios e relâmpagos do céu, os raios atingiam a jaula com estrondo mas nada aconteceu, então os ancestrais estavam certos, aquela coisa seguraria Selim, e ali trancafiado seu poder se enfraquecerá e ele será morto por mim, mas quanto tempo poderemos o manter preso, ele pode invocar outros para liberta-lo, alguém ousaria seguir Selim? não por boa vontade. Jorah seguiu para sua tenda feliz e esperançoso, agora sabia que havia uma chance de vingar todos aqueles que Selim perseguia. Sua esposa o aguardava ansiosa, se jogou em seus braços, assim como seus filhos. __ Encontrasses o que fostes procurar? perguntou sua esposa. __ Encontrei! Respondeu Jorah, sorridente, enquanto brincava com seus filhos. __ Estou faminto, haveria alguma coisa para mim? __ É claro, vou esquentar um pouco de ensopado, e trazer legumes cozidos e arroz, com um pedaço de lombo de ovelha, está bom assim? __ Oh, um banquete, aceitarei tudo de bom grado. Depois de comer, Jorah pediu que a esposa não o acordasse, pois precisava recuperar suas forças, e não dormira nada desde que partiu, assim sua esposa fez, levou seus filhos para a casa dos avós, e lá permaneceu até o cair da noite, voltou pra casa após as refeições noturnas e apenas colocou os filhos para dormir nas esteiras, e deitou-se silenciosa ao lado de Jorah, que sequer mexeu-se, ela estava feliz, tinha medo que o marido a estivesse preterindo, ouve murmúrios que até teria uma amante, pois andava passando muito tempo fora, sem ninguém saber onde, mas ela confiava no marido, sabia que ele não faria isso, estava apenas cumprindo as ordens dos ancestrais. Naquela noite Jorah voltou a sonhar com seus ancestrais, dessa vez ele os viu. Jorah andava entre as árvores de um bosque, um pintado de branco, a neve corria por entre as folhas e caia no chão branco, de repente a neve sumiu e ele andava por cima de um muro, olhando para baixo viu uma cidade lá embaixo, ouvia ferro batendo em aço, pessoas oferecendo produtos, crianças correndo, a sua frente apareceu uma porta de madeira, enorme, ele nunca antes havia visto tamanha arrumação, estava em um castelo enorme, então ele viu uma jovem correndo com uma criança puxada pela mão e outra em seu ventre, atrás dela iam outras mulheres e crianças e alguns homens, entendeu quem eram, era sua mãe, seus irmãos e seu povo. Como ele estava ali? não teve tempo de pensar , um vulto escuro passou por ele, e ele estremeceu, um homem careca, sem pelos algum no corpo, de olhos muito violetas e olheiras em volta, gritava ordens e cantava palavras em um idioma esquisito, era Selim ele soube, por um instante teve ímpeto de ataca-lo, mas lembrou -se que aquilo já aconteceu, ele nada podia fazer, então pra que estava ali? Seguiu Selim e viu quando ele segurou uma jovem de olhos rosados, ela começou a gritar, mas ele apenas ria, aos poucos a pele dela foi ressecando e perdendo a cor, logo dela restava apenas um corpo seco e n***o, os olhos de Selim brilharam intensamente por um segundo, então ele era um jovem rapaz, bonito e com cabelos marrons. Então era assim que funcionavam seus poderes, quando ele sugava a vida dos seus, ele próprio adquiria vida, sua aparência medonha, transformava-se visivelmente. Selim voou sobre o castelo e lançou raios sobre os homens que estavam abaixo do Castelo, os raios atingiam em cheio o alvo, despedaçando-os. Ele ouviu as palavras que Selim falava para conjura-los, cada frase que saia de sua boca ficava gravada na cabeça dele, mas ele sabia as palavras para conjurar também, embora algumas ele não conhecesse daquelas proferidas por Selim, viu quando ele movimentou suas mãos rapidamente e a água surgiu diretamente da garganta dos homens, Jorah decorou os movimentos também. O mago Selim desceu ao chão, e disse mais duas palavras desconhecidas aos ouvidos de Jorah e movimentou seus dedos para frente e para traz cruzando os dois em um só movimento, aquilo trousse uma tormenta e um furacão até a vila, então Selim sumiu e junto com ele todo o resto, o furacão varreu a todos os que ali estavam, crianças, velhos ou jovens. Então apenas um enorme campo restou, Jorah entendeu, os ancestrais lhe mostraram o modo como Selim agia, é o que houve com o lugar que a mãe cresceu. Então ele ouviu a voz suave de seus ancestrais novamente __ Compreendes meu filho? agora já sabes o que aguarda vossa tribo e todas as que restam, nenhuma há como a sua, apenas um ou outro isolado por aí, escondendo-se como ratos, tens que estar preparado, aprendeu como fazer as conjurações que ele faz? é primordial que aprenda. __ Não sei como e nem porque, mas as tenho guardadas na mente, como se comigo houvessem nascido. __ Ótimo, então vá meu filho e se prepare, pois na próxima lua enfrentará Selim, o abominável. Jorah acordou tomado por medo é ansiedade, olhou ao seu redor, já era dia o sol estava alto no céu, sua esposa não estava ali é nem seus filhos, levantou e foi a sua procura, ao chegar a porta da tenda parou, as lembranças de seu sonho retornaram a mente em turbilhão, ele precisou segurar na coluna de madeira para não cair , sentou ao chão e respirou, absorvendo de volta às revelações. Quinze dias e quinze noites depois, os ancestrais voltaram a falar com ele, para avisar que a noite era aquela. __ Jorah, Jorah! prepare seu espírito, hoje Selim cairá em suas mãos. Jorah se sentia sozinho e queria dividir aquilo com sua esposa e seu povo. __ Oh, ancestrais, sinto que sozinho não serei capaz de conseguir. __ Vais filho de meu sangue e dizes a teu povo e a tua esposa o que acontecerá hoje, mas lembre-se não revele nunca a ninguém o local da jaula de Selim, seus irmãos poderão ir atrás dele e por tudo a perder, já sabes, agora vá. Jorah levantou-se e foi em busca de sua esposa, pediu a todos que se reunissem no centro do acampamento, ergueu a voz quando seu povo estava todo reunido e lhes disse __ Sei que andei ausente, e que muitos acham que eu estou desviando de minhas obrigações, porém asseguro que não é isso que tenho feito, os ancestrais já a algum tempo tem falado comigo e por ordem deles eu passei todo esse tempo construindo uma armadilha mágica que ira prender Selim. O povo começou a questionar e a conversar entre si. __ prender? __ Não podemos prender, temos que matar ele. __ Selim não cairá na sua armadilha. Jorah pediu calma e silêncio, mas não o ouviram, então ele se ergueu no ar e disse duas palavras estranhas, ergueu as mãos e um vento forte começou a soprar na face daqueles que murmuravam, então eles se calaram e olharam para Jorah no céu. __ Então posso continuar? Os ancestrais me disseram como e o que fazer e assim eu fiz, eu mesmo tentei com meus dons destruir a armadilha e não consegui, acaso acham que os anciãos me fariam perder tempo ou estariam mentindo para mim? __ Como sabes que eram eles, e não Selim em tua mente, querendo engana-lo? __ Eu sei que foram eles, pelas coisas que vi e ouvi através deles. Selim é imortal não sabíamos disso, sabíamos apenas que ele se matinha vivo devido ao sangue de nossos irmãos mas os ancestrais me revelaram mais que isso, ele não pode ser morto, o fogo não lhe queima, a água não lhe afoga, a terra não lhe sufoca, e arma alguma mesmo se enfiada ao seu coração até atravessa-lo pode matar seu corpo. __ Ele é uma abominação, então o que faremos, se ele escapar de sua armadilha? __ Ele não poderá sair de lá, Selim está banhado em poder dos nossos, passado alguns anos sem ter acesso a esse poder ele enfraquecerá e estará indefeso, sendo assim poderemos mata-lo, o que o sustenta é o fluxo intenso da magia que ele rouba de nos, ela o alimenta, Selim o digno morreu naquela noite, esse que restou é uma sombra, e sombras não morrem. Eu prometo a vocês que ele não fugira e nem fará m*l a ninguém, para sua segurança não direi aonde ele estará. Apenas eu saberei, e chegada a hora de acabar com a vida dele, os ancestrais avisarão, eles aguardam ansiosos por ele. __ E quando isso irá acontecer? __ Hoje a noite quando a lua estiver alta no céu. Outra vez seu povo murmurava, eles tinham medo, não estavam esperando uma revelação tão grande e uma ação no mesmo dia. __ Se acalmem eu peço nenhum de vocês terá que fazer nada, ficarão em suas tendas, assim que cair o crepúsculo isolem com suas famílias não quero ninguém aqui fora, é uma ordem, quem sair será punido, eu saberei. __ Mas Jorah, queremos lutar ao seu lado, defender o acampamento. __ Não haverá luta irmão, não se tudo ocorrer como os anciãos planejaram, preciso de todos aqui, lançarei uma proteção nas tendas, ninguém poderá entrar nelas, nem fazer m*l a quem estiver dentro, mas se saírem nada poderei fazer, os seguidores de Selim estarão aqui a procura de sangue também, não me decepcionem, eu peço, preciso saber que estarão bem. Todos se comprometeram a obedecer, a esposa dele chorava abalada, não queria separar-se do marido. Dado o aviso para seu povo, Jorah pediu licença e retirou -se para sua tenda, seguido por sua esposa que ainda chorava. __ Porque nada me dissestes? eu não posso perde-lo, não agora, por favor não faça nada, vamos continuar fugindo, da tempo. __ Eu sei que está assustada, eu também estou, mas confio nos ancestrais, eles garantiram minha Vitória sobre Selim, ainda hoje estaremos comemorando, avise a todas as mulheres que preparem um banquete, quando tudo acabar, trarei o cajado de Selim como prova e juntos beberemos e comeremos em honra da nossa liberdade. __ Que seja assim. Mas é se não voltares, o que faremos? __ Se eu não voltar, esperem até o amanhecer, e então partam. Jorah beijou sua esposa com paixão, é se despediu de seus filhos, mas quando olhou para a pequena Lira, seu coração sangrou, será que era nem do certo usar sua filha para aquele fim? e se os anciãos não deixassem ela escapar da jaula a tempo? Se Selim a pegasse? Parou seus pensamentos antes que se perdesse em si e mudasse de ideia. Chamou a esposa e só a ela contou que precisaria levar Lira consigo. __ O que? não, não, minha menina não sairá do meu lado, você não pode Jorah, por favor. __ Eu não deixarei nada lhe acontecer, os anciãos precisam dela, disseram que ela carrega em si o espírito de um deles, e que ela não corre perigo algum, o que preciso é só do cheiro que ela exala, Selim ira aonde ela estiver. __ Está dizendo que nossa filha será a isca? ela só tem seis anos Jorah, como ela ficará bem? A pequena Lira olhou para ambos os pais com uma seriedade imprópria para sua idade. __ Tudo bem mãe, eu não tenho medo do monstro, eu sei que papai vai me proteger, ele e as pessoas que sempre falam comigo. __ Que pessoas são essas? Lira, quem fala com você? __ Eu não sei mamãe, eles sempre estão comigo. __ Desde quando Lira? __ Desde sempre mamãe. Jorah entendeu porque a filha sempre foi tão calada e quieta, os ancestrais cuidavam dela, é ela não se sentia só, estava sempre brincando sozinha como se estivesse acompanhada, ele achava que era por que os irmãos eram meninos. A mãe dela a abraçou e beijou a filha em prantos. __ Por favor, por favor, não deixe nada acontecer com ela, ou eu não o perdoarei nunca. Jorah foi para a cachoeira correndo como o vento, levando consigo a pequena Lira, a lua estava quase chegando ao topo do céu e seu povo já estava recluso em suas tendas. Jorah esperou as ordens dos ancestrais. Ouviu um sussurro que dizia __ A hora é chegada, coloque a menina atrás da jaula, não dentro, ponha ela atrás, faremos com que pareça que ela está dentro. Jorah levou a filha através da água e a sentou do lado de traz da jaula __ Não precisa ficar com medo, aconteça o que for, você ficará bem. __ Jorah, Jorah! Afaste-se dela agora, é mande que ela libere sua essência. Assim ele fez, a menina começou a liberar um doce perfume, Jorah se sentia calmo e confiante, sabia que era o efeito que a filha tinha sobre ele, escondido atrás de uma pedra ele viu quando Selim o mago, aproximou -se da caverna, seu coração palpitou, olhou para a filha e teve vontade de pegar ela e voar pra longe mas se acalmou, a menina estava com os olhos fechados como se dormisse e nada ouvisse ou visse. O mago entrou na caverna escura, cheirando o ar, a procura de onde vinha aquele cheiro, seus olhos brilharam quando viu a menina, ali tão indefesa. __ Oh, que banquete glorioso me prepararam, será esse o melhor sacrifício que me ofertaram, talvez os deixe em paz, por dois ou três anos, adorável. A raiva de Jorah crescia em seu peito, ele olhou para a filha e para Selim, ele aproximou -se da jaula, parecia mesmo que a menina estava lá dentro não fora, ele entrou na jaula, um vento soprou forte a fechando com estrondo, Lira abriu os olhos que estavam muito brilhantes, suas mãos se ergueram e ela proferiu palavras mágicas, tão rápido que m Selim, nem Jorah entenderam, Selim arrogante que era, riu da menina, confiando que sairia dali logo. __ Ora, vejam, uma tolinha que acha que pode me deter, quem a mandou, foram eles não foi? os velhos bruxos e bruxas que ainda esperam me pegar. Mas quando Selim tocou a jaula sua mão queimou e ele afastou -se. __ Que maldição é essa? Ele lançou raios, feitiços, conjurou furacões e a terra, mas ada acontecia, a armadilha funcionou, Lira caiu no chão desmaiada, Jorah saiu de seu esconderijo e pegou a filha, saindo dali com a velocidade do vento, sabia que Selim podia controlar a mente de outros, longe o suficiente parou, é olhou para a filha. __ Lira, minha pequena, como estas? A menina acordou e sua seriedade sumiu, agora era sua doce menininha de volta, Jorah chamou os ancestrais e perguntou se estava tudo acabado. __ Jorah, sua missão acabou, por enquanto, volte para sua casa e destrua os seguidores de Selim que estão lá, tentando matar os seus, seus irmãos anseiam pra lutar, libere-os e lute com eles, não deixe que vejam Lira, entregue-a antes a sua mãe. Assim ele fez , veloz como um raio entrou em casa carregando Lira, sua esposa assustou-se, mas assim que viu ele o abraçou pegando a filha nos braços. __ Está tudo bem, deu certo, agora permaneça aqui, vou chamar os homens para acabar com os seguidores de Selim, não deixe Lira sair, foram ordens. Jorah se ergueu no céu e gritou para que seus irmãos apenas os guerreiros saíssem e mudassem com ele. Os homens saíram e lutaram, antes do amanhecer do dia todos os seguidores de Selim estavam mortos. Levaram os corpos para longe do acampamento e queimaram todos , o banquete estava pronto e eles celebraram a Vitória. Os anos se passaram e ninguém mais falava de Selim, os ancestrais aguardavam o momento que ele enfraquecesse, porém demorou mais do que pensaram, as primaveras de Jorah se extinguiram e ele partiu para junto dos ancestrais seus filhos já eram todos homens feitos e casados, Jandah seu primogênito reinava agora em seu lugar. Na noite que Jorah morreu, o poder que ele usou na jaula se acabou também, é Selim mesmo fraco e quase sem poderes conseguiu soltar-se, ele sumiu com o vento, não podia ferir ninguém daquele modo que se encontrava, então fugiu é esperou a hora certa de atacar, por cinquenta anos ninguém ouviu falar dele até que...
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