Episódio 01

2021 Words
ANTONELLA NARRANDO Estava arrumando a casa enquanto meus pensamentos voavam na trajetória da minha vida. Minha vida desde do meu nascimento tem sido algo que eu não tenho controle em viver feliz ou até mesmo conhecer o mundo de outra forma, minha vida toda foi apanhar da minha tia, levar puxões de cabelo, beliscões, tapas no meu corpo e fora as surras de cinto que eu tomei. Me pergunto até hoje porque tanto ódio gratuito. Minha mãe morreu assim que eu nasci e minha tia joga na minha cara todos os dias de que eu matei a minha mãe, que eu sou um monstro que vim ao mundo para matar as pessoas, e o que acabou acontecendo que eu cresci com essa dor no peito, sendo rejeitada por quem eu achei que seria uma mãe para mim, que me apoiaria que cuidaria de mim, e não me tratasse feito lixo como ela me trata por 17 anos. No início lembro que tinha uma senhora que cuidava de mim, acho que quando eu tinha uns 2 a 3 anos de idade, ela sempre me tratou bem, mas a minha tia quando chegava, ela sempre pegava no meu cabelo e saia puxando, ela me jogava dentro do meu quarto por sei lá quanto tempo, eu não lembro exatamente por quanto tempo eu ficava ali, eu passei por tanta coisa e ainda passo, como por exemplo estou aqui arrumando essa casa enorme, sozinha enquanto minha tia está sabe lá Deus a onde, eu não parei desde que cheguei do colégio. O pior é que eu estudo em um colégio interno, onde lá as coisas são bem rígidas, eu passei uns 2 anos lá, até que a minha tia resolveu revogar isso aí é dizer lá que precisava de me em casa, para poder ajudar ela a cuidar de sua mãe, e isso foi uma mentira porque a vovó morreu ano passado, e mesmo assim ela me mantém assim. Quando penso nas dores que eu estou sentindo, se fosse dores físicas seria tão maravilhoso, mas são dores na alma, dores que não tem cura fácil, eu até fui no psicólogo do colégio, ele até me ajuda bastante, mas quando eu chego em casa q bomba vem toda na minha cara, a minha tia faz questão de jogar tudo novamente, me faz lembrar que minha mãe morreu, que meu pai nunca me quis, que ela me odeia, que a vovó nunca me amou, o que era mentira, a vovó sempre foi uma ótima pessoa na minha vida, ela sempre ficou comigo quando dava, até que um dia Deus levou ela para morar com ele, o pior de tudo é que minha tia disse que se eu tivesse idade iria me colocar em um prostíbulo e me deixaria lá para ganhar dinheiro as minhas custas, e eu tenho medo quando ela diz essas coisas, até porque eu nunca em toda minha vida fiquei com ninguém, ou deixei alguém me tocar, sempre tive medo, sempre corria e me escondia de todos, sempre me via a lembrança da minha tia falando coisas horríveis do que iria fazer comigo. E ainda lembro como se fosse hoje, a três anos atrás, quando eu estava me tornando uma adolescente, ela trouxe um homem aqui para casa, eles estavam no maior beijo é maior amasso, até que eu sem saber de nada, acabei indo beber um copo com água e vi ela no maior agarramento com esse homem, ela assim que me viu, se separou do homem e disse que se ele quisesse ele podia me comer, esse foi o verbo que ela usou, e o homem ao me ver ali os olhos deles entrou em chamas e ele me quis, ele me desejou, mas me desejou tanto que ele avançou, mas por um milagre ela disse que não era para ele me encostar, que tinha planos para mim, muito em breve. E nisso se passou três anos e ela não me fez nada, eu acho que ela disse aquilo só por dizer mesmo, e que no fundo ela podia sentir alguma coisa por mim, essa era a minha esperança. Mas só piorou a cada dia, me espancou, me humilhou, pisou em mim, e eu não sei o que eu fiz na vida para merecer tamanha humilhação. Quando a vovó era viva eu passava tanto tempo com ela, que eu m*l vinha na casa da minha tia, mas o destino me desestabilizou novamente, ele foi lá, e levou a minha avó e eu fiquei sozinha no mundo, eu não cheguei a conhecer meu pai, e minha tia diz que ele nunca vai vim me procurar, o que eu acho que isso é verdade, mas eu tô começando a imaginar como seria minha vida se minha mamãe estivesse aqui, minha vó dizia que ela era tão meiga, tão amorosa, tão linda. É isso as vezes me faz falta, uma figura materna na minha vida. Estava finalizando de arrumar a casa quando ouço alguém me gritar. Tia: Antonella! - ela grita da sala. Antonella: Já estou indo tia. - suspiro e vou caminhando para a sala de encontro com ela, assim que chego ela já está com aquela cara fechada e com um semblante de raiva. Tia: Quero saber que nojeira é essa aqui nesse tapete, você não limpou direito esse c*****o não? - ela grita e meus olhos enchem de lágrimas. Antonella: Limpei tia, eu tirei tudo bem direitinho. - digo olhando que realmente está bem limpo. Tia: Estou vendo a sujeira nele, você deve está cega. - ela diz e nesse minuto ela tira as sandálias e joga em cima do tapete, sujando ele todo. - Já disse que está sujo estúpida. - grita e ela vem na minha direção, ela pega meus cabelos e me arrasta até o tapete, ela me abaixa e começa a esfregar meu rosto no tapete. - Está vendo Antonella, que está sujo. - ela diz e eu não contenho as lágrimas começo a chorar em silêncio enquanto ela esfrega meu rosto com raiva. Antonella: Me desculpa tia, eu vou limpar melhor. - digo e ela solta meus cabelos enquanto da risada. Tia: Eu vou tomar um banho, quando eu voltar eu quero esse tapete um brinco. - ela diz e sai dali dando risada. Antonella: Tudo bem tia. - digo enquanto choro baixinho. - Meu Deus, o que eu fiz para merecer isso. - falo para mim mesmo. Então vou na cozinha onde eu estava acabando de arrumar e limpar, pego o que precisa para limpar novamente o tapete e começo a limpar tudo de novo, quando vejo que já está limpo, eu me levanto e vou para a cozinha, vou acabando de organizar tudo de novo. Quando acabo de arrumar tudo, vou até a geladeira, pego alguns ingredientes e começo a fazer o jantar, faço um strogonoff, com um arroz branco, faço uma vinagrete, pego batatinha no freezer e coloco na Air Fryer para assar, quando eu o jantar já estava todo pronto, foi tempo da batatinha ficar pronta, quando finalizei tudo coloquei queijo mussarela por cima e por cima queijo ralado, sempre fica uma delícia, deixo tudo prontinho e subo para meu quarto para tomar um banho, sei que depois que minha tia jantar eu posso ir jantar, eu nunca janto quando ela esta jantando, ela não suporta me olhar. Então fui direto para o banheiro quando entrei no quarto, assim que entrei no banheiro já fui tirando a roupa e colocando no cesto de roupa suja, entrei no box e liguei o chuveiro, comecei a tomar um banho com meus óleos de cheirinho de morango, eu me sentia tão leve quando tomava banho, era incrível a sensação de uma alma limpa, mas como tudo que é bom dura pouco, a minha tia corta a água quando eu passei o sabonete no meu corpo, estou toda ensaboada e ela desligou, eu não sei mais o que fazer da minha vida, eu não suporto mais tanta humilhação, as vezes me pergunto porque Deus não me levou no lugar da minha mãe. Penso enquanto as lágrimas molham meu rosto, pego a toalha e começo a enxugar meu corpo, estou cheia de sabão e nem posso tirar, depois vou ter que pegar um pouco de água de beber para escovar meus dentes. Respiro fundo e vou até a minha cama onde já havia separado minha roupa, e me vestir, era uma roupa simples, já estava bem desgastada, parecia trapos velhos, mas eu só tinha essas para ficar dentro de casa, a minha tia sempre pegou minhas roupas novas, e guardou para que eu pudesse andar como uma menina da rua, apesar que eu nunca saia de casa, porque ela nunca deixava. Então quando já estava pronta esperei mais algum tempo até poder sair do quarto e descer para ir até a cozinha para comer alguma coisa, então esperei um pouco e assim que eu fui descendo as escadas eu acabei me esbarrando na minha tia, que me puxou pelo cabelo. Tia: Onde pensa que vai? - ela fala alterada e me arrasta pelo corredor, ela me dá um tapa no rosto e as lágrimas caem. Antonella: Estava indo comer alguma coisa tia. - digo soluçando. Tia: Para de chorar sua filha da p**a desgraçada. - ela pega no meu queixo e aperta junto com meus lábios. - A partir de agora você não vai mais sair do seu quarto, estou esperando uma pessoa que vai pagar muito bem por você, e ele vai te levar, eu não quero mais você na minha casa, eu cansei de você, eu cansei de olhar para essa sua cara nojenta. - ela diz me dando outro tapa no rosto, seu olhar demonstrava puro ódio. Eu não conseguia falar, eu chorava compulsivamente, eu estava descontrolada, ela me fez tanto m*l, que eu não conseguia entender que m*l eu fiz a essa mulher, o que foi que eu fiz, mas eu cansei eu vou questionar, eu quero entender esse ódio que ela tem por mim. Antonella: O que foi que eu te fiz? Me faz entender, porque até hoje eu não consigo entender os motivos que você faz isso comigo. - digo soluçando. Tia: Você realmente quer saber? - ela pergunta e eu assinto, ela da risada. - O motivo que eu te odeio tanto é porque você tem os olhos da sua mãe, você é ela por inteiro, eu odiava a sua mãe, apenas tolerava ela por causa da mamãe, mas quando ela morreu eu tive que demonstrar que era uma outra pessoa, eu tive que ganhar a confiança de todos, para eles me darem sua guarda, e eu te faria pagar por tudo que eu sentir e sinto por ela e por você. Você é a cópia fiel da sua mãe, e por esse motivo eu te odeio, sem contar que quando éramos mais nova sua mãe foi a namorada de um cara que eu amava, e um dia ele morreu em um acidente de carro, e eu jurei que me vingaria dela, e acabei conseguindo, ela morreu quando te colocou para o mundo, e eu te fiz pagar e ainda farei ainda mais, quando eu te trocar por uma mercadoria das boa. - ela fala rindo e me joga dentro do meu quarto, ela tranca a porta na chave e vai embora eu me deito na minha cama, e continuo chorando em silêncio, estava tão m*l que não pensava em mais nada, apenas na dor imensa que eu estava sentindo. No meio da madrugada, eu acordei com alguém abrindo minha porta, quando olhei para a mesma, tinha um homem cheio de tatuagens me olhando, ele me olhava com um olhar diferente eu não sabia o que estava acontecendo apenas ouvir quando a minha tia falava que eu seria o p*******o pela mercadoria, e ele não pensou duas vezes, apenas aceitou-me como p*******o, quando ela disse que ele podia me levar, ele invadiu meu quarto e me pegou pelo braço ele me olhou baixinha e ainda me xingou, em seguida saiu me arrastando porta a fora enquanto eu me derramava em lágrimas.
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