ANTONELLA NARRANDO
Quando aquele homem saiu me puxando pelo meio da casa, eu não sabia como agir, tudo estava tão confuso e a dor que estava sentindo no meu peito era tão grande que eu não imaginava que poderia sentir tanta dor assim, como ela pôde fazer isso comigo, como ela pode ser tão perversa, a ponto de me fazer passar por tanta humilhação, se a única coisa que eu fiz foi ser prestativa a ela, nunca a faltei com educação, apenas hoje eu não aguentei mais sentir tanto desprezo assim, eu nunca fiz nada para esta mulher, e ela me trocou por drogas e em uma dívida. Cada vez que eu pensava mais minhas lágrimas molhavam meu rosto, eu estava triste, eu estava querendo morrer naquele minuto, eu apenas sentia toda a minha vida, minha história virando mais um pesadelo que provavelmente nunca chegaria a ter um fim. Eu ouvia cada palavra que eles diziam como se eu não tivesse aqui, como se eu não pudesse ter voz, como se eu não pudesse decidir por mim, a minha vida estava sendo destruída em um estalar de dedos. Esse homem que segura nos meus cabelos, parece um monstro, ele não tem piedade, é um tremendo ogro, provavelmente ele deve ter um pacto com o d***o por ser assim tão m*l, então ele me arrastou e minha tia continuou a me humilhar até chegamos na porta, ela dava risada e pouco se importava com o que estava fazendo, ouvir perfeitamente aquele homem ameaçar a vida dela, se ela atrevesse a pisar os pés no morro, e quando ouvir aquilo eu sabia que não tinha mais volta, que ele me levaria para uma favela na qual eu não sairia viva de lá, que provavelmente ele vá me matar.
Então ele me arrastou para dentro do carro dele, ele entrou sem soltar meus cabelos, ele me puxou para entrar e sentar ao lado dele, tinha um rapaz no volante e o mesmo que estava com ele dentro de casa senta a meu lado, eu sinto um medo enorme me dominando, eu sentia meu corpo tremer, mas estava tentando ser forte, coisa que eu não estava conseguindo, até porque meu corpo demonstrava isso, então um outro homem cheio de armas estava sentado à frente ele me olhou de uma forma que eu tive medo, um medo que eu não sabia o que fazer, mas em pensamentos eu orei pedindo a Deus que me protegesse do perigo, da maldade, então continuei chorando e só ouvia o ogro que me puxou pelos cabelo reclamar, até que não aguentei a dor de cabeça, encostei minha cabeça no banco e fechei meus olhos, para tentar ver se a dor parava, mas não adiantava, a dor da minha cabeça continuava, até que eu apaguei e não vi mais nada. Me acordei sendo sacudida pelo monstro que me balançava para acordar, ele desceu do carro e me puxou pelo braço porta a fora, quando meus olhos acostumou com a claridade, eu vi que estava em frente a uma casa enorme, ela era bem bonito, pelo menos a noite ela é bonito, acho que durante o dia deve ser bem mais, meus olhos passeava por todo o lugar e estava cheio de homens com armas, eu fiquei me perguntando onde eu vim parar. Então ele me arrastou para dentro daquele casa e me jogou no chão.
Comandante: Essa aqui agora é sua casa, se levanta que vou te levar a seu quarto, e depois mandarei comprar roupas pra você, e amanhã eu quero essa casa um brinco, tudo limpo e perfumado! - diz bravo e eu apenas sinto as lágrimas molharem meu rosto cada vez mais, me levanto com um pouco de dificuldade. - E para de chorar porque odeio choro de mulher c*****o. - ele grita e eu tento me acalmar mais não consigo, abaixo a cabeça e choro em silêncio. Ele saiu andando na minha frente indo em direção as escadas, então eu o acompanhei, não queria que ele se irritasse mais e viesse a me bater, seria mais humilhação na minha vida, e eu não quero mais sentir isso, eu não sei como estou suportando tanta humilhação. Ele caminha por um corredor, e o último quarto ele abre a porta e entra. - Esse aqui é seu quarto, você pode limpar ele, e arrumar da sua preferência, logo pela manhã mandarei comprar roupas pra você, e mandarei deixar na porta, então você pega e faz o que quiser. Mas já aviso, não quero gracinha na minha casa, e como já falei, quero essa casa um brinco todos os dias, quero comida pela manhã, na hora do almoço e jantar, estamos entendidos? - ele fala bravo e eu apenas balanço a cabeça concordando.
Antonella: S.s.sim senhor. - falo baixinho de cabeça baixa.
Comandante: Ótimo, agora vou dormir, e quero café da manhã, assim que acordar. - diz e sai do quarto batendo a porta com força, me assusto quando ela bate e me encolho no chão, coloco meu rosto nos meus joelhos e continuo choráramos.
Eu estava tão fora de mim, tão fora de tudo que estava me acontecendo que eu orei chamando a minha mãezinha, que certamente estaria olhando por mim do céu, eu chorei a noite toda, eu não conseguir dormir nada, quando vi a hora pelo pequeno despertador que havia ali dentro do quarto, eu me levantei do chão, fui ao banheiro, lavei meu rosto e sair às pressas do quarto, sair sem fazer barulhos e fui direto para a cozinha, demorei um pouco para encontrar, mas acabei achando, e já fui até os armários, me certifiquei que tinha tudo que precisava para fazer um café da manhã, então comecei a preparar um bolo de chocolate, preparei algumas torradas, sanduíches, panqueca para comer com geleia ou mel, quando o bolo ficou pronto, desenformei o mesmo e coloquei na boleira, arrumei toda a mesa para o café da manhã, fiz suco de laranja, fiz café e deixei tudo pronto em cima da mesa, quando eu ia voltar para meu quarto uma moça loira acaba se esbarrando em mim, e ela me olha dos pés a cabeça.
XXX: Meu irmão agora perdeu a noção do juízo, onde já se viu trazer as vagabundas pra casa, ele não me respeita mais? - ela fala aparentemente chateada.
Antonella: Me desculpe senhora, eu não vi que estava vindo na minha direção, se não eu teria parado. - digo baixinho e ela fica tentando entender.
XXX: Como assim senhora? O que tá acontecendo? Quem é você? - ela pergunta várias coisas ao mesmo tempo e eu estava nervosa, que acabei deixando que ela visse minhas lágrimas.
Antonella: Mil perdões senhora, eu me chamo Antonella, e agora eu trabalho para seu irmão, e para a senhora também. - digo sentindo meu rosto molhar pelas minhas lágrimas. - Na madrugada de hoje a minha tia me trocou por drogas, e um dívida que ela tinha com seu irmão. - falo e saiu andando rapidamente para distante dela mas ela me impede de subir as escadas.
XXX: Espera aí Antonella, me explica isso direito, meu irmão trocou drogas e uma dívida com sua tia, por você? - ela pergunta incrédula. - Pode me chamar de Emma, não de senhora. - diz amigável, e quando eu ia responder o irmão dela aparece ali, e eu tento subir mais ele me impede, segurando no meu braço com muita força.
Comandante: Onde pensa que vai? - pergunta bravo.
Emma: Solta ela. - ela fala alto e ele olha na sua direção.
Comandante: Você não manda em mim, e eu não vou soltar ninguém. - ele rosna para ela, que o olha com desprezo.
Emma: Como você pode descer tão baixo, a ponto de ter pegado uma inocente em troca de uma dívida. - ela fala isso e ele aperta meu braço com tanta força que acabo gemendo de dor.
Comandante: Que inferno de boca aberta você tem garota. - ele me joga no chão com toda a sua força, e nesse minuto eu sinto meu corpo doer ainda mais.
Antonella: M.m.me perdoe senhor. - digo chorando, sentia meu corpo tremer, ele avança em cima de mim, coloca sua mão e aperta com toda sua força o meu pescoço, que fico sem ar, coloco minhas mãos na sua mão, mas não consigo tirar, ele tá apertando com muita força.
Emma: Solta ela agora, você vai matar ela, solta. - ela grita mais nada adianta.
Comandante: Nunca mais na sua vida, você abra essa merda de boca para falar nada, você ficará muda a partir de hoje ou eu arranco sua língua fora. - ele fala apertando meu pescoço e eu estou quase perdendo a consciência quando ele solta meu pescoço, eu começo a tossir sem parar.
Emma: Ela não teve culpa de nada, fui que pedi para ela me explicar. - diz tentando amenizar a situação.
Comandante: Eu não quero saber de nada, não brinque comigo que eu te mato. - ele fala apontando pra mim, sinto meu corpo inteiro tremer. Ele vai para a cozinha e a Emma se aproxima.
Emma: Me desculpa por isso, eu não sabia que ele faria isso com você. - ela diz passando a mão no meu rosto. - Eu vou te ajudar em tudo. - ela fala e me dá sua mão para que eu possa me levantar, seguro me levantando.
Antonella: Obri.obrigada Emma. - digo enquanto as lágrimas caem.
Emma: Eu vou preparar o café da manhã, e vou para a escola. - ela diz, e percebo que ela não viu que eu já fiz.
Antonella: N.não se preocupe, eu já fiz tudo. - digo baixinho, minha voz ainda está voltando.
Emma: Meu irmão é um monstro, eu não o reconheço a algum tempo, mas não se preocupe eu irei lhe ajudar. - diz sorrindo. - Vou comer para ir para a escola. - diz e segue para a cozinha, sigo para o andar de cima.
Vou para meu quarto, eu preciso ficar longe do campo de vista dele, eu não quero mais passar por isso. Fico pensando nisso, até ouvir um barulho de moto, me levanto e olho pela janela, percebo que ele saiu, então saiu do meu quarto e caminho para fora dele, vou andando até as escadas, desço a mesma e sigo para a cozinha, procuro os materiais de limpeza e demoro um pouco para achar, mas começo a fazer a faxina da casa, começo pela cozinha, vou lavando os pratos, depois que acabo, já vou preparando o almoço, então começo a fazer a limpeza por toda a cozinha, mas sempre de olho no almoço para não queimar, eu estava exausta por não ter dormido nada, mas iria da conta de tudo para poder descansar assim que pudesse. Então assim que fui terminando de arrumar a cozinha, já fui apagando o fogo de algumas panelas que estava pronta, e comecei a arrumar a sala de jantar, e a sala de estar, quando acabei foi o tempo da comida ficar toda pronta, então deixei tudo em cima do fogão e subi para o segundo andar, comecei a limpar e organizar tudo, quando terminei de limpar tudo, eu voltei para arrumar o almoço na mesa, e deixei tudo pronto, já tinha acabado tudo, estava tudo pronto até que o Comandante chegou com os dois caras que estava com ele ontem. Quando ele me viu eu ainda estava com a roupa que ele me trouxa, eu fiquei afastada deles, não queria incomodar, e ele avisa que trouxe uma sacola de roupa e está na sala, então me retiro da cozinha e pego a sacola, subo correndo para o meu quarto e o tranco, já vou direto para o banheiro eu precisava de um banho, então tirei aquelas roupas do meu corpo e entrei no box, comecei a tomar um banho demorado, eu precisava daquilo, até que parei meu banho por achar que já estava nova, peguei uma toalha e me enxuguei, peguei uma escova de dente que tinha na sacola e fiz minha higiene, quando acabei eu estava morrendo de fome mais não iria comer nada, eles estavam tudo lá e eu não quero incomodar ninguém, então me deitei na cama e acabei dormindo.