Gemeos

1181 Words
Melissa Quando eu era criança eu pai e minha mãe sempre brigavam, ele sempre arranjava um jeito de bater ou humilhar minha mãe. Foi assim até meus 12 anos até que minha mãe deu um basta. Ela era uma mulher forte e sempre lutava contra todos os preconceitos, ela era minha musa inspiradora. Depois da separação não demorou muito tempo até que ela conhecesse um homem muito diferente do meu pai. Ele a tratava bem, com uma rainha. Nossa classe era extremamente diferente, ele era um homem rico e bem sucedido enquanto minha mãe era uma mulher pobre mas batalhadora. Lembro-me de quando ela apresentou ele. Ele estava com um buquê maravilhoso de orquídeas, elas exalavam um cheiro divino. Eu e minha mãe sempre gostamos de terra então costumávamos plantar flores em pequenos vasos ou potes que encontrávamos. Nossa casa era pequena mas cheira de plantas e flores regadas a muito amor por mim e por ela. Quando nos mudamos para a casa dele as coisas mudaram um pouco. Ele tinha um jardim imenso e eu e minha mãe o enchemos de flores de todas as cores, margaridas e girassóis eram as favoritas dela. Eles exalavam felicidade e amor, nunca havia visto ela tão feliz e completa. Ela era a mulher mais linda do mundo. Ai eu vi que o amor transforma todas as almas. Vivíamos uma vida feliz e confortável, mesmo com meu meio-irmão Victor que me odiava e odiava minha mãe também. Na verdade acho que ele odiava todo mundo. Sempre demonstrou ser um homem ambicioso de mais, meu padrasto costumava dizer que ele gostava de dar um passo maior que a perna e quando as coisas saiam do controle quem tinha que arrumar era meu padrasto mesmo. Victor nunca foi um homem de arcar com suas consequências até um dia em que presenciei a pior briga da minha vida. Ao que tudo indicava Victor havia se metido com pessoas extremamente perigosas e papai estava muito nervoso, sim eu chamava ele de pai. O outro homem nunca agiu como um pai pra mim ao contrario de Rogério. Ele sempre foi paciente e sempre me deu amor da mesma maneira que dava a minha mãe. Lembro que Victor chegou em desespero pedindo dinheiro, totalmente transtornado. Ele parecia alucinado e meu pai gritava muito com ele o chamando de irresponsável, dizendo que não se mexia com os mafiosos e nem se tentava tirar proveito deles. Mamãe tentou apaziguar a situação e pediu ao meu pai que desse logo o dinheiro que Victor precisava, mas meu pai negou, disse que estava cansado de ter que banca todas as encrencas com que Victor se metia, que isso era uma coisa cansativa e viciosa. Lembro que Victor ameaçou minha família e saiu pela porta com raiva e dizendo que teria volta. Dois anos já haviam se passado e nada de notícias dele, ele estava vivo e disso sabíamos porque meu pai sempre recebia cartas e extrato do cartão de crédito dele. Era noite de natal e estávamos reunidos na sala de jantar, mamãe anunciou que estava a espera de um irmão e papai ficou muito emocionado, até mesmo chorou. Ele se ajoelhou aos pés da minha mãe e depositou beijos no ventre dela. Foi a coisa mais linda que já vi, a maneira que eles se amavam era imensurável. Eu me deitei com um sorriso no rosto e eles saíram para comemorar o novo integrante da família. Era madrugada e um dos empregados bateu na minha porta, recebi a pior noticia da minha vida. Papai e mamãe haviam sofrido um acidente de carro, tudo indicava que havia sido uma pane elétrica. Dai em diante minha vida mudou totalmente. Semanas após velar o corpo deles Victor apareceu e ocupou o lugar de meu pai no poder das empresas que ele tinha, afinal ele era o herdeiro legitimo e eu apenas uma agregada. Ele começou a infernizar a minha vida, me xingava e humilhava de todas as formas possíveis, me privava de ter um sono decente e me trancava no quarto por horas sem água e sem comida. Ele tinha prazer em torturar e me machucar. Começou as agressões físicas, ele dispensou os funcionários e me deixou cuidando da enorme casa sozinha, as flores que antes eram cheias de vida morreram todas junto com minha alegria. As vezes ele me arrastava para eventos muito suspeitos e me fazia usar vestidos que nem as piores pr0stitutas usavam. Me sentia exposta e humilhada. Até que um dia fui a um jantar estranho junto com ele. Havia outras mulheres também e todas eram bem arrumadas e gentis. A anfitriã era uma linda morena de cachos largos e sua pele bronzeada e sotaque denunciavam que ela não era daqui. Ela me perguntou se eu estava bem e eu disse que sim, óbvio que não estava porque os hematomas eram visíveis no meu corpo todo. Vi que tinha um jardim e corri até ele na primeira oportunidade que tive. Precisava respirar, precisava me sentir livre ao menos um segundo. Fechei meus olhos e tentei relaxar mas o vento frio batendo em meu corpo só me fazia lembrar da próxima surra que Victor me prometia a horas. Eu já não chorava e nem gritava mais. Já havia me conformado em ser mais uma mulher morta por ''acidente doméstico''. _ O que faz aqui fora garota? - Hugo Uma voz grossa me fez pular do banco onde eu estava. Olhei e vi um dos homens que me observavam o jantar inteiro, ele era alto e estranho. _ Eu ... eu só queria pegar um ar ... lá dentro está calor. _ Sente calor com esse pingo de roupa ? - José Olhei pra trás e me assustei quando vi o outro homem igual a esse atrás de mim, os dois pareciam me cercar e o desespero começou a tomar conta de mim. _ D-desculpa eu não queria ser mau educada saindo assim ... vou voltar pra dentro. Quando tentei passar por um deles senti uma mão segurando meu pulso. Se Victor visse a cena certamente me mataria ou me venderia para um pr0stubulo barato, como ele mesmo dizia. _ Quer fez isso em você ? - José Ele se referia aos hematomas ? Acho que sim.. _ eu .. eu cai ! Menti na cara dura, óbvio que eu havia tomado uma surra. _ Olha só Hugo, ela é mentirosa. - José Disse o homem rindo, um sorriso sem alegria alguma. _ Não tente mentir pra nós. Não vai funcionar. - Hugo _ Por favor me deixem ir ... se ele ver ... eu to ferrada! Ele pareceu um pouco relutante mas me soltou. Quando entrei novamente na enorme sala Victor parecia muito feliz, feliz de mais pro meu gosto. Ele me arrastou até o carro sob o olhar atento dos gemeos. Quando entramos ele deu partida rapidamente. _ Finalmente você serviu pra alguma coisa sua put@! Disse ele sorrindo. Senti um enorme calafrio percorrer meu corpo, acho que Victor finalmente havia conseguido, acho que ele finalmente vai se livrar de mim ...
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