Este capítulo já foi postado no livro anterior O Chefe (máfia)
A manhã estava fria, os gémeos chegavam ao casarão após uma noite de comemoração num bordel próximo a sede da máfia. Ambos haviam se formado em suas iniciações como soldados e para comemorar passaram a noite provando todos os tipos de mulheres que estavam disponíveis, o filho do Capo estava presente também até porque ele havia começado junto com os irmãos, dali nasceu uma grande amizade. Hugo era mais calado, sempre foi, parecia que José tinha roubado a simpatia do irmão quando ainda estavam na barriga de sua mãe.
Anos antes
Dona Helena havia criado os dois meninos até os 7 anos com todo o carinho e amor que uma mãe poderia proporcionar, mas mesmo assim as vezes ela deixava transparecer o cansaço e desgosto que tinha do marido, a cada noite Salvatore levava uma put@ diferente para casa, era possível ouvir os gemidos e gritos que ecoava no escritório, muitas vezes dona Helena dormia junto aos filhos com a desculpa que o pai estava trabalhando muito e ela se sentia só. Aos seis anos de idade Hugo perambulou pela casa em uma madrugada fria, a mãe repousava com seu irmão então não percebeu quando o menino sorrateiro saiu do quarto, Hugo ouviu um barulho estranho vindo do escritório de seu pai e desconfiou, até porque de acordo com sua mãe o papai estava fora trabalhando, como um guerreiro Hugo sacou seu canivete que havia ganhado do pai e se preparou para atacar. Quando abriu a porta do escritório os barulhos pararam, uma mulher estava ajoelhada aos pés de seu pai fazendo movimentos que uma criança não entenderia. Salvatore estava apontando uma arma para Hugo, o homem era um matador e percebeu quando passos se aproximavam, já havia proibido Helena de se aproximar de seu escritório quando estava com ''visitas''.
_ O que pensa que está fazendo moleque ? Vá deitar agora !
Hugo segurou firme seu canivete mas obedeceu o pai. No outro dia contou ao irmão o que viu, ambos foram perguntar a dona Helena o que era aquilo que o papai fazia com a mulher e ela não soube responder, ficou visivelmente abalada mas manteve a postura. Passaram o dia brincando no jardim, Helena sabia que em poucas semanas os filhos iniciariam o treinamento e nunca mais seriam os mesmos, talvez José perderia aquele sorriso meigo que dava para tudo e todos e talvez Hugo fosse se tornar um monstro da pior espécie. Nenhuma mãe merece ver os filhos se tornarem a pior versão de si mesmos e com esse pensamento Helena decidiu fugir e levar suas crias junto, sabia que a pena por sua ousadia seria a morte mas tudo bem, sua vida já era miserável o suficiente e sua única razão de querer viver eram seus meninos, tentaria protege-los de tudo e todos.
O plano de Helena estava em ação,era madrugada e Salvatore estava em um bordel quando recebeu a notícia que sua mulher havia fugido com seus filhos, o homem ficou incrédulo mas deveria saber, uma mulher traída era capaz de tudo, mandou seus homens vasculharem Roma e quem a encontrasse receberia uma recompensa generosa. Após dois dias de procura encontraram Helena tentando deixar a Itália com os dois meninos, ela portava um nome falso e um pouco de dinheiro, não havia levado nenhuma joia e o dinheiro que tinha eram economias que havia feito ao longo dos anos. Helena foi arrastada até um quarto sujo, as crianças foram amarradas em um canto e Helena em outro, logo a figura de Salvatore apareceu, imponente e com um sorriso no rosto.
_ Acreditou que iria fugir de mim Helena ?
_ Por favor, deixe as crianças irem, eles não fizeram nada!
Sua voz era tremula e ela temia, não por ela mas sim pelos dois meninos assustados no chão daquele quarto imundo.
_ Eu sei, mas está na hora de se tornarem homens, na próxima semana eles já vão fazer 7 anos e a iniciação vai começar, mas por que não agora não é mesmo?
Helena entendeu as intenções de Salvatore, sabia que pagaria com a vida mas não estava preparada para o que estava por vir. Foi torturada e estrup@ada por horas com seus filhos presentes, as crianças gritavam e imploravam pela vida da mãe e o monstro que chamavam de pai apenas sorria, ele nunca amou Helena e só aceitou o casamento pois seu capo havia ordenado. Ao final do show Salvatore soltou Hugo e José que correram até a mãe, ela sofria e eles tomara uma decisão que nem mesmo um adulto tomaria, acabaram com o sofrimento dela ali mesmo e juraram um ao outro que quando fossem fortes e grandes o suficiente o pai pagaria caro.
ANOS DEPOIS
Após a noite agitada os dois se dirigiram ao quarto do pai que dormia tranquilamente, Salvatore abriu os olhos mas já era tarde, Hugo já estava a pressionar um canivete no seu abdómen, fazia anos que ele não via o filho sorrir, na verdade nem se lembrou de alguma vez te-lo visto sorrir e José carregava uma peça de metal na mão que Salvarote não conseguiu distinguir, ao final daquela manhã um incêndio tomou conta da enorme mansão, os restos mortais de Salvatore foram encontrados no quarto incinerado mas uma curiosidade tomou conta, algumas partes do corpo não foram achados até porque o incêndio foi contido antes da desintegração dos ossos, partes como cabeça e braços não estavam presentes, o caso foi arquivado pelo atual Capo da época, o homem já não estava servindo mesmo, então foi menos um na enorme lista de colaboradores que morreram em ''acidentes domésticos''.