Dominik finalizou as coisas com o pessoal da cozinha e estranhou quando Charlote não deu as caras. Ela havia organizado tudo muito bem.
Já iria dar o horário da chegada do casal e ele nao queria recebê-los sozinhos. Suspirou fundo e se mexeu, subindo as escadas e pararando de frente a porta do quarto dela. Ele bateu exatas três vezes e quando não teve reposta, girou a maçaneta, a porta estava trancada.
"Charlote, sou eu, Dominik." Ele já estava vestido. Muito bem aliás, com um terno três peças e um cabelo perfeitamente penteado. Era negócios, negócios importantes e que tinha a devida atenção dele.
"O que você quer?" A voz surgiu baixa atrás da porta.
" Eu queria saber se você já está pronta."
"Pronta pra que?" Nesse momento a expressão de Dominik fechou. Ele se lembrava de avisá-la sobre o compromisso e se tinha algo que fazia ele ficar m*l. Era isso, a falta de comprometimento ou ligar o f**a-se pra algo importante.
"Abre a porta, por favor."
"Não estou me sentindo bem." A voz dela estava tranquila.
Do outro lado da porta ela estava com um livro na mão. O mesmo que ela havia pego na biblioteca. Ela usava uma roupa leve e não estava preocupada com nenhum jantar.
"Eu gostaria da sua companinha hoje."
"Eu não estou me sentindo bem." Ele respirou fundo. Achou a atitude no mínimo infantil e naquele momento não era bem o que ele esperava dela.
"Por favor, não faz isso."
" Isso?" Charlote pensou em fazer aquilo.nao por ela, por ele e pela forma que ele estava tratando ela e deixando ela na dela. Sem perturbar.
Mas aquele papo de alcançar ela, fazer isso é aquilo pra ter ela. Aquilo não estava deixando ela confortável para confiar tanto nele a ponto de fazer algo pra agradá-lo. Porque aquele jantar só serviria pra isso.
Então se afastar e não dar o braço a torcer parecia bem melhor.
O que ele poderia fazer?
Nada, basicamente nada.
" Preciso da minha mulher ao meu lado, avisei você."
"Eu sou seu contrato com meu pai, não sou sua mulher."
A expressão dele se fechou ainda mais. O humor mudou e aquilo era r**m até pra ele.
Ele sabia como era, uma coisa como aquela poderia aborrecer ele. Mas o fato não era esse, era a forma que ela lidava.
Ele queria mais que uma porta fechada na cara dela.
"Se não quer descer para o janta. Eu espero pelo menos que fale isso na minha cara.
A voz veio dura, nesse momento ela soube que estava em problemas. Não pelo tom, mas pela forma que ele cobrou um comportamento.
Ela deu um suspiro fundo e então abriu a porta, visualizou a imagem iluminada do homem. Ficou impressionada com o perfume e a forma atrativa que ele se vestia. Como um bom cavalheiro, sem nada fora do lugar.
Mas ela, ela estava descalça, cabelos desarrumado e com uma blusa escrita o nome de uma banda.
Céus, era até patético pra Dominik encarar aquela situação. Mas era escolha dele.
"Eu não estou me sentindo bem pra te acompanhar nesse jantar. As meninas da cozinha cuidaram de tudo, vai ser tudo incrível."
Dominik estava com uma expressão fria no rosto, do tipo que não estava agradável com situação dela.
Ele não esperava isso dela. Era o mínimo depois da primeira semana, do espaço que ele deu e ele sempre iria dar. Não queria sufocar ninguém.
Mas as vezes ficar longe e não participar do que se pede pode ser bem mais sufocante.
Pelo menos ela havia aberto a porta. Havia encarado ele de frente.
Pra ele, ela continuava atrativa. Até mesmo pela blusa escura de banda, que deixava os s***s dela bem marcados.
Charlote podia não perceber, mas deixava a cabeça dele feliz ao não usar sutiã. Ele ainda era homem. Um homem bem viril se ela fosse observar.
" Você não está se sentindo bem ou apenas não quer ir? Preciso que seja mais sincera.
Ela suspirou fundo, sentiu que aquilo era bem mais pior que ficar se escondendo dentro da casa dos dois pra não ficar esbarrando nele.
Haveria aquele tipo de situação e não seria legal.
" Bem, então lá vai." Ela abriu um sorriso irônico. "Eu não quero ir."
Bem, ela havia sido bem sincera. De uma forma que fez ele sustentar a expressão firme e tentar pensar em algo.
"Bem, eu vou descer e espero você em vinte minutos lá embaixo."
Ele encarou o relógio no pulso e se mexeu.
Charlote acompanhou ele.
"Sabe que não vou. Não quero fazer esse teatro, não sei quem vem e não quero me envolver."
Ele ficou parado encarando ela por alguns segundos.
"Te espero lá embaixo. Use algo mais formal."
Ele deu as costas.
"Espera, eu disse que não vou!"
"Eu espero você lá embaixo, Charlote."
A voz veio dura.
"Eu não vou."
Ele ergueu o olhar até ela por cima dos ombros, encarando ela e a forma que ela parecia confusa.
"Você vai sim."
"O que vai fazer?"
"Você pode voltar para o seu quarto e ver o que vou fazer."
"Está me ameaçando?"
"Eu não vou ameaçar a minha mulher, Charlote."
Dominik voltou a andar, Charlote ficou parada, analisando aquilo e o que acabou de acontecer.
Que merda foi aquela?
Descer em vinte minutos?
Ela não tinha obrigação de fazer aquilo.
Ela não queria.
Por um segundo surgiu um arrepio profundo nela. Algo r**m e uma sensação de não estar confortável com aquela situação.
"O que ele pensa que eu vou fazer se eu não for?" Ela voltou para o quarto e fechou a porta, ficou parada encarando o lugar. Fechou os olhos e a expressão dele veio com força na cabeça dela. "Bem Charlote, agora você sabe que nunca vai estar realmente bem. Faça parte do circo ou fuja do circo. Você escolhe garota, você escolhe."
Falou com ela mesmo.
Se sentindo péssima.
Tinha que ser tudo dentro da linha?
Ela não iria aceitar isso calada. Jamais!