CAPÍTULO 4

1354 Words
DENNER THOMPSON Quando estou prestes a sair para o almoço, a secretária da senhorita Morris entra em minha sala, me entregando o balancete anual que eu havia solicitado. Algo que seria impossível dela ter feito e concluído em apenas algumas horas. Quando abro a pasta e verifico o conteúdo, até sorrio porque só pode ser uma piada. Ela apenas pegou todos os balancetes, os organizou em uma pasta e mandou me entregar. O meu pai deu tanta confiança para essa mulher, que ela se acha no direito de querer me passar a perna? Não mesmo, nunca. Levanto e saio da minha sala, mas quando estou indo para a sala dela, a vejo parada em frente ao elevador atendendo o celular. Sem pensar duas vezes eu me aproximo, mas estanco no lugar quando escuto o nome que ela fala. Ela está falando com o meu pai no celular. Fico quieto escutando toda a conversa e chego a me sentir enojado com tudo o que ouço. Essa mulher demonstra ter controle sobre meu pai, tendo a ousadia de dizer a ele que o avisou que eu não estava preparado para assumir o cargo de CEO. Ainda falou ao meu pai para que me ensine a me comportar e que está com saudade dele. Mas a gota d'água mesmo foi ela dizer que o ama. Eu não acredito! Não acredito que o meu pai colocou a sua amante para trabalhar aqui na empresa, na p***a da minha empresa, na empresa que também é da minha mãe, minha doce e amável mãe, a mulher que tem Oliver Thompson como um deus na vida dela. Mas isso não vai ficar assim. Eu vou desmascarar os dois e vou tirar do meu pai a razão da vida dele como ele mesmo fala. Oliver pode até ter uma amante, mas ele nunca abriria mão da minha mãe. Ele nunca faria isso. Então quando vejo que a mulher a minha frente está prestes a guardar o celular, a pego pelo braço com força, a assustando. Quando ela se vira em minha direção, vejo medo em seus olhos, um medo que alimenta a minha alma. E é bom que ela tenha mesmo muito medo de mim, porque a partir de hoje a vida dela irá virar o inferno. Irei destruir Briana Morris. — Denner! — ela fala o meu nome surpresa e vejo medo refletindo em seus olhos. — Denner não. Pode ter essa i********e com o meu pai, chamá-lo pelo primeiro nome, mas comigo não. Aqui você é apenas a minha funcionária, a amante do meu pai, que ele teve a coragem de colocar para trabalhar junto comigo. Quando ela escuta o que falo, arregala os olhos. Ela não esperava ser descoberta logo no seu primeiro dia, ainda, mais por mim. — Mas de que besteira está falando? Estou prestes a responder quando o elevador abre e vejo um dos funcionários saindo, olhando com muita atenção a cena a frente dele, afinal estou segurando com força o braço da nova diretora financeira, o que não é normal. Não perco tempo, a empurro para dentro do elevador e quando as portas se fecham novamente, aciono a trava de segurança, o parando, assim ninguém entra e ninguém sai. — Será que dá para me soltar? Está machucando o meu braço, Denner. Ela insiste em me chamar pelo primeiro nome. — Tenha mais respeito comigo, não aceito que me trate com essa i********e toda. Há quanto tempo se presta ao papel de amante do meu pai? Ela tenta puxar o braço novamente, mas não consegue. — Eu não sou amante de ninguém. De onde tirou isso? — Acha que consegue me enganar, senhorita Morris? Eu ouvi a conversa de vocês dois, agora entendo muita coisa. O nosso diretor financeiro se aposenta e o meu pai tem a oportunidade perfeita para colocar a amante dele em um dos cargos mais importantes da Oil Company. Mas isso eu não vou permitir, vou fazê-la sair daqui rastejando como a serpente que é. Ela puxa o braço mais uma vez e a solto. Com tamanha ousadia, ela levanta a outra mão para me bater, para dar um tapa na minha cara, mas não consegue porque sou mais rápido e seguro seu pulso. — Não me conhece e não tem o direito de falar comigo assim. Não passa de um moleque que sempre teve tudo na vida e nunca precisou sequer passar uma noite de sono acordado trabalhando ou estudando. É o principezinho do petróleo, nascido em berço de ouro. Sempre teve o dinheiro à seu dispor e se acha o dono de tudo. Você não chega nem perto da sombra do homem que o seu pai é. Eu a seguro novamente e a empurro para a parede fria do elevador. Ela respira fundo com o nariz empinado, me olhando intensamente com seus lindos olhos verdes. Vejo o momento em que sua pupila se dilata e a respiração fica acelerada. Eu me vejo perdido na intensidade do seu olhar, o olhar da mulher que muito provavelmente vai destruir a minha família. — Você não vale nada. Hoje, pela primeira vez na minha vida, senti vergonha de ser filho de Oliver Thompson. A minha mãe não merece passar por isso. Você vai ficar invisível aos olhos dela até que eu consiga me livrar de você. Se eu souber que se aproximou da minha mãe, eu te mato e nem mesmo o meu pai vai me impedir de fazer isso. Ela treme diante do meu aperto em seu corpo, em seguida pisca, voltando a me encarar. — Você não sabe de nada, não sabe o que está falando. Pelo amor de Deus, o que... — Eu não quero saber de nada que saia dessa sua boca de serpente mentirosa. Conheço muito bem o tipo de mulher que você é. Não vou conseguir te tirar agora da minha empresa, acabou de assumir o cargo e já foi anunciado no mercado financeiro que a Oil Company tem uma nova diretora financeira. Me livrar de você agora passaria a impressão de instabilidade dentro do grupo Thompson e isso faria as ações despencarem. Mas o seu momento vai chegar. — Não tem autoridade para fazer isso — ela fala ofegante e seguro seu queixo aproximando nossos rostos, estão tão próximos que nossos lábios quase se chocam um no outro. — Acha mesmo que só porque o meu pai te colocou aqui eu não posso te tirar? Grande engano da sua parte pensar assim. Eu sou o CEO, mando e desmando nessa p***a. — Você manda na Oil Company, o grupo Thompson é algo maior e ainda é administrado pelo Oliver. Eu sou contratada do grupo Thompson. Boa jogada, papai. — Veremos então quem vai ganhar essa? A amante filha da p**a do meu pai, ou eu, o herdeiro de tudo isso. — Eu a solto de uma vez e ela se segura na barra de apoio do elevador, soltando um suspiro que chega perto a um soluço. — Só me deixa em paz. Tudo o que eu quero é desenvolver o meu trabalho, o trabalho que Oliver me contratou para fazer. — Paz é a última coisa que você terá. Deveria ter pensado na sua paz, senhorita, quando resolveu ser amante do meu pai. A cada vez que te ouço chamá-lo pelo nome, sinto mais ódio e desprezo por você. — NÃO SOU AMANTE DO OLIVER — ela grita e aperto o botão, destravando o elevador que logo se abre e volto a olhar para ela. — Quero o meu balancete anual na minha mesa até amanhã de manhã quando eu chegar aqui. Se ele não estiver pronto na minha mesa até amanhã de manhã... — Eu nem término de falar quando dou a ela apenas um meio sorriso. — Você não precisa desse balancete e sabe disso. — Mas eu quero e quero pra amanhã de manhã. E vou torcer muito para que não consiga entregá-lo. — Impossível. — Aí, já é um problema seu e não meu. — Saio de dentro do elevador sem nem mesmo olhar para trás. Prevejo dias infernais pela frente.
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