Lembranças de uma briga

1633 Words
**** Recado importante, para as leitora que estão acompanhando desde os livros de Marcos e os amigos, aviso que não vou repetir nada do livro antigos nesse livro, por isso pode ser que os fatos cronológicos não batam perfeitamente com o final do Marcos tres, mas não vai alterar os fatos da história, tô dizendo para evitar comentário tipo “mas no Marcos 3 …” Quero deixar outra coisa já clara, não a menor possibilidade dela se envolver emocionalmente com Peter nesse livro, ou seja comentários desse tipo não vão surtir efeito. No mais espero que tenham uma ótima leitura e embarque comigo na história que mostra o que Hellen vai fazer depois de ter estado no fundo do poço, Para quem ta começando a ler por esse livro pode ler sem medo o fato de não ter lido os livros anteriores não vai impedir que entendam a história , mas se quiserem conhecer melhor os personagens que aparecem nesse livro vou deixar os livros em ordem na nota do autor, beijos da Lêh, lembrando que saõ todos bem vindos ao grupo de leitoras do whats 11 996009778 só dar um oi que te colocamos no grupo***** O celular de Hellen vibrou sobre a mesa enquanto ela terminava de ajustar a última dobra de sua jaqueta. Ela olhou para a tela e sorriu ao ver o nome que aparecia. **Marcos.** Sua relação com o irmão tinha melhorado consideravelmente nos últimos meses, e aquela ligação era uma prova disso, eles sempre se falavam agora. Finalmente, parecia que Marcos teria paz com Bruna, e isso fazia seu coração se aquecer. Os dois mereciam ser felizes, assim como Hanna e Jackson, Lis e Ryan. Era bom ver as pessoas que ela amava encontrarem seus caminhos. Mas o nome que ainda deixava um certo desconforto era Peter. Ele tinha sido uma parte importante da vida de Hellen por muito tempo. Embora tudo estivesse resolvido, não era fácil apagar o que haviam vivido. Mas, apesar de tudo, ela realmente gostava de Iana e de uma certa forma sempre amaria Peter, não um amor romântico mas um amor por quem a transformou de uma forma profunda, e queria o melhor para os dois. Era um desejo genuíno, mesmo que uma pontinha de inquietação ainda persistisse em seu coração. Ela deslizou o dedo pela tela e atendeu a ligação, colocando o celular no ouvido. “Hellen, como está?”— a voz de Marcos soou do outro lado da linha. Imediatamente, o tom de Marcos fez o sorriso dela se desfazer. Hellen tinha uma percepção aguçada para captar emoções na voz, e seu irmão não parecia bem. Havia algo de errado, ou ele ainda estava preocupado com ela ou pior chateado. Enquanto ele falava, sua mente vagou para a última vez em que falou com ele a exatos três dias, eles haviam discutido. Foi um confronto pesado, e a lembrança ainda estava fresca na sua memória. Ela havia tentado embarcar para a Sicília às escondidas, determinada a lidar com Mateo e a situação que se desenrolava por lá. Mas Marcos, sempre atento e cauteloso, descobriu seus planos. Ele e seus homens a impediram no último minuto, o que gerou uma discussão violenta. Memórias: O som de vozes misturadas com o burburinho do aeroporto preenchia o ar quando Hellen caminhava a passos largos em direção ao portão de embarque. Vestida de preto, como sempre fazia para missões que considerava sérias, seus músculos estavam tensos de antecipação. **Sicília.** Ela precisava chegar lá o quanto antes. O relacionamento de Mateo com ela era forte, mas a situação na máfia estava se deteriorando, e seu instinto dizia que precisava estar ao lado dele. Ela queria fazer isso sozinha, sem envolver sua família, sem arriscar uma guerra em nome dos Didion. Mas Marcos, seu irmão mais novo, não deixaria isso barato. Seus passos se apressaram quando ela avistou o portão de embarque à distância, já sentindo o sabor da vitória ao conseguir passar despercebida por Marcos e sua rede de informantes. Mas, antes que pudesse chegar, a figura familiar de seu irmão surgiu à sua frente, ladeado por três de seus homens, bloqueando sua passagem. O coração de Hellen deu um salto. Marcos cruzou os braços, o rosto sério e fechado. "Você realmente achou que ia me enganar, Hellen?", Sua voz tinha um tom frio, controlado, mas claramente furioso. "Que ia embarcar para a Sicília e se meter no meio de um campo minado sem eu sequer perceber?" Hellen estancou no lugar, os olhos azuis faiscando de raiva e frustração. "Eu não estou pedindo a sua permissão, Marcos.", Ela cruzou os braços, em uma postura defensiva, sabendo que o confronto estava apenas começando. "Eu não preciso de você para me proteger. Eu sei o que estou fazendo." "Sabe?" Ele deu um passo à frente, seu olhar penetrante como um bisturi. "Você está indo para o território inimigo. Sabe o que isso significa? Se algo der errado, você vai nos colocar no meio de uma guerra que eu não estou preparado para travar!" A tensão no ar era quase palpável, o som das pessoas ao redor se dissipando enquanto os dois irmãos se encaravam como feras prontas para lutar. Hellen podia sentir a fúria crescente dentro de si, mas, ao mesmo tempo, havia uma dor oculta nas palavras de Marcos, algo que ela sabia que ele nunca admitiria. Ele não estava apenas preocupado com a segurança da máfia; ele estava preocupado com ela. "Se fosse a Bruna na Sicília...", Hellen começou, sua voz baixa, mas cheia de veneno. "Você não mediria esforços para vê-la. Tocaria fogo na Itália inteira se precisasse. Eu só estou pedindo que você me deixe ir!" Marcos soltou uma risada amarga, sem humor, e passou a mão pelos cabelos, exasperado. "É isso que você acha?" Ele deu um passo mais perto, agora quase nariz com nariz com Hellen, seus olhos escurecidos pelo peso da situação. "Você acha que isso é sobre quem eu amo mais? Acha que eu estou te impedindo porque não me importo? Hellen, você é minha irmã! A única coisa que estou tentando fazer é proteger você!" "Proteger?!", Hellen deu um passo para trás, os punhos cerrados ao lado do corpo. "Você está me prendendo! Eu sei o que fazer, Marcos! Eu sou tão capaz quanto qualquer um dos seus capangas!" Marcos explodiu, a paciência que ele segurava firmemente se despedaçando. "Capaz?!", Ele gritou, sua voz ecoando pelo terminal. "Você tem ideia do que está acontecendo lá? Você é a irmã do Don da máfia Didion, Hellen! Eles nos odeiam. Acabamos de chutar a máfia Castilho de Nova York de volta para a Sicília, e agora você quer entrar na toca do leão como se nada fosse? Se eles te pegarem, vão nos obrigar a travar uma guerra que eu NÃO quero lutar!" Hellen sentiu seu sangue ferver. Tudo em que ela conseguia pensar era na sensação de estar sempre à sombra de alguém, sempre sendo protegida, como se fosse incapaz de tomar suas próprias decisões. "Exatamente!" Ela gritou de volta, os olhos faiscando com a raiva acumulada. "Você não quer lutar essa guerra porque não é a SUA guerra! Mas se fosse Bruna no lugar de Mateo, você estaria lá! Se fosse eu no seu lugar, tudo seria diferente!" Marcos hesitou por um segundo, mas antes que pudesse responder, Hellen passou por ele com fúria, decidida a descarregar sua frustração de outra forma, ela iria para o galpão. --- O galpão de treinos estava m*l iluminado, com o cheiro de suor e sangue impregnando o ar. Hellen entrou como uma tempestade, com o coração ainda martelando no peito pela raiva da discussão com Marcos. Sua mente estava um turbilhão de emoções, e tudo o que ela conseguia pensar era em como liberar essa pressão crescente dentro dela. Sem dizer uma palavra, ela jogou sua jaqueta de lado e subiu no ringue improvisado, seu olhar fixo nos homens que a observavam com cautela. Ela não pediu voluntários. Não precisava. Todos sabiam que Hellen estava disposta a lutar, e um dos capangas, um homem forte e robusto, mais acostumado a combates corpo a corpo, entrou no ringue com ela. Ele não parecia assustado, mas havia uma sombra de hesitação em seus olhos. "Vamos logo com isso," ela disse, as palavras saindo como uma ordem. Quando o sino soou, Hellen avançou com uma fúria cega. Seus socos eram rápidos e precisos, mas havia uma brutalidade crua em cada movimento. O homem tentou bloquear, mas não estava preparado para a intensidade de Hellen. Cada golpe que ela desferia era carregado da raiva que sentia por Marcos, por sempre se sentir subestimada, por tudo o que estava preso dentro dela. Ela desferiu um gancho de direita no queixo do oponente, fazendo-o cambalear para trás. Ele tentou revidar, lançando um soco pesado em sua direção, mas Hellen esquivou-se com a agilidade que só vinha de anos de treino. Ela contra-atacou com uma cotovelada no estômago dele, seguida por uma joelhada no peito. O capanga tossiu de dor, mas Hellen não parou. Ela estava em modo de sobrevivência, descarregando tudo o que sentia sem qualquer piedade. O som dos socos e dos grunhidos de dor ecoava pelo galpão, mas ninguém ousou interromper. Quando o homem caiu no chão, ofegante e sem conseguir se levantar, Hellen finalmente parou, respirando com dificuldade. Seu coração ainda martelava no peito, e sua mente estava uma névoa de emoções conflitantes. Ela olhou para o corpo desacordado no chão, o sangue escorrendo de sua boca, e sentiu uma pontada de culpa misturada com satisfação. Ela tinha vencido. Mas, ao mesmo tempo, sabia que isso não apagava a dor que sentia por dentro. Fim das memórias…. A voz de Marcos trouxe-a de volta à realidade. “Hellen, está me ouvindo?”
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