Priscilla
Chegada à Praia
Chegamos na praia e, ao olhar de longe, avistamos Fernanda e Júlia já com cervejas na mão, aproveitando o calor intenso. O sol parecia ter decidido se espalhar por todos os cantos, deixando o dia abafado e brilhante.
Priscilla _ Já estão bebendo, né, suas safadas? _ falei, colocando Sophia no chão com um sorriso travesso.
Júlia _ Claro, meu amor, vocês demoraram tanto. Aí não aguentei o calor _ Júlia respondeu, tomando um gole da cerveja.
O calor era quase insuportável, o sol brilhava intensamente como se quisesse ser o único a reinar no dia.
Fernanda _ E essa menina linda, tá tão fofinha com esse biquíni, meu Deus! _ exclamou Fernanda, se aproximando e beijando Sophia com carinho.
Sophia _ A mamãe que comprou, dindinha! _ falou animada
Fernanda _ Ai, meu Deus, que coisa mais gostosa! Ela me chamou de dindinha _ Fernanda disse, abraçando a pequena com um sorriso radiante.
Paula _ lih, menina, você que não viu essa garota lá em casa, ninguém aguenta. Nem parece que tem dois anos _ comentou, rindo.
Priscilla _ Minha princesa é esperta demais, não é, meu amor? _ falei, acariciando Sophia que balançou a cabeça concordando.
Decidimos ir comprar um sacolé para Sophia, e quando voltamos, a cena que encontramos era um misto de tranquilidade e movimento. Minha mãe e Júlia estavam na água, rindo e aproveitando a refrescância do mar. A brisa suave e o som das ondas davam um toque especial ao ambiente, enquanto a água parecia brilhar sob o sol do meio-dia.
Enquanto conversava com Fernanda sobre trivialidades e observava Sophia se divertir na areia, cavando buracos e construindo castelos, minha atenção foi capturada por um homem que se aproximava da nossa área. Ele era alto e moreno, com uma postura que chamava a atenção sem esforço. Sua presença parecia um pouco deslocada entre os frequentadores do praia. Não era exatamente uma presença atraente, mas tinha um certo magnetismo que fazia com que eu me perguntasse quem era e o que estava fazendo ali.
Seu olhar, um tanto vagante, parecia procurar algo ou alguém. Ele não parecia ter um motivo específico para estar ali, mas a maneira como sua presença se destacava entre os outros era inegável. Ele vestia uma camisa simples e calças de sarja, e seu jeito de caminhar, quase pensativo, dava a impressão de que estava perdido em seus próprios pensamentos.
Enquanto Fernanda e eu continuávamos conversando, não pude deixar de observar o homem discretamente. Havia algo de intrigante nele, uma aura de mistério que fazia com que eu me perguntasse sobre sua história e sobre o que o havia levado até ali.
Hugo _ Desculpe incomodar. Meu nome é Hugo, eu trabalho em uma agência de modelos. Estava observando vocês de longe, e vocês têm o perfil perfeito para nossa agência. Vou deixar um cartão com meu número. Se tiverem interesse, podem entrar em contato, e eu explico melhor como funciona _ disse ele, entregando um cartão e se afastando rapidamente.
Priscilla _Que estranho, ele não parece muito com alguém que trabalha nesse ramo. Na verdade, ele tem cara de doido _ falei, rindo para Fernanda.
Fernanda _ Ai, amiga, para com isso! Eu, na verdade, me interessei. Seria ótimo, sabe? Sua mãe me chamou para modelar na loja, e acho que isso poderia me ajudar bastante _ disse Fernanda, olhando o cartão com curiosidade.
Priscilla _Eu sei que seria bom, mas você precisa ter cuidado. Isso pode ser um golpe _ advirti, preocupada.
Fernanda _ Acho que não. Ele tem até cartão de visita, achei chique _ respondeu Fernanda, tentando manter a esperança.
Conversei mais com ela sobre o assunto até que minha mãe e Júlia voltaram da água.
Júlia _ Quem era o cara que estava aqui conversando com vocês? Tem uma cara de psicopata. _ comentou, fazendo-me rir.
Priscilla _ Ele disse que trabalha em uma agência de modelos e me deu um cartão de visita. Olha aqui _ falei, mostrando o cartão para Júlia.
Paula _ Que estranho, Hugo Santos? Nunca ouvi falar. Deve ser uma agência pequena, né? _ comentou Paula, observando o cartão com desconfiança.
Fernanda _ Acho que vou entrar em contato com ele. Isso pode me ajudar com as fotos para a loja, não é, Paula? _ perguntou Fernanda, olhando para minha mãe.
Ajuda, sim. Mas pesquise melhor sobre essa agência. Pode ser um golpe _ Paula alertou, tomando um gole da cerveja.
Por volta das 15:22, fomos embora e fomos para o morro, onde Fernanda mencionou que estava rolando um pagodinho. Eu não ia perder essa oportunidade; adoro pagode.
Como eu havia colocado roupas para mim e para Sophia na bolsa, planejei tomar um banho na casa de Fernanda. Fui para o quarto dela e dei um banho em Sophia, enquanto minha mãe a ajudava a se trocar. Depois, fui para o meu banho e vesti um body de manga longa preto e um short.
Desci para a sala e todas estavam prontas. Fernanda pediu para Th vir nos buscar, e ele já estava esperando.
Th _ Que isso! Se existe mulheres mais bonitas que vocês, eu desconheço _ disse, e todas riram.
Priscilla _ Não fala isso que sua mulher fica com ciúmes, viu? falei, olhando para Fernanda.
Chegamos onde o pagode estava rolando e estava lotado. Th nos guiou até onde estava nosso grupo, e para minha surpresa, meu pai também estava lá.
Murilo _Chegaram as mulheres mais lindas desse mundo. _ exclamou, com um tom embriagado.
Paula _ Já tá bêbado, né, seu palhaço? _ brincou, batendo com o braço em Murilo.
Murilo _ Está vendo como você é? Estou aqui te elogiando e você me maltrata _ Murilo fez uma careta, emburrado.
Sentamos e pedimos três baldes de cerveja. Sentei um pouco longe de Pesadelo, mas logo ele veio e se acomodou ao meu lado.
Pesadelo _Tá fugindo de mim, preta? _ Pesadelo perguntou, cheirando meu pescoço.
Priscilla _ Jamais faria isso _ falei, rindo.
Sophia subiu no colo de Pesadelo e falou animada:
Sophia _ Papai, eu e a mamãe fomos na praia hoje!
Pesadelo _ É mesmo, filha? E sua mamãe conversou com algum homem? _ Pesadelo perguntou, olhando para Sophia e depois para mim.
Sophia _ Só com um, papai _ Sophia respondeu, brincando com as correntes dele. Pesadelo fez uma expressão séria e olhou para mim.
Pesadelo _ Quem é o cara, Priscilla? _ ele questionou, com uma tensão perceptível na voz.
Priscilla _ Ah, pelo amor de Deus, Pesadelo. Era só um cara que disse que trabalhava em uma agência de modelos. Só isso _ falei, revirando os olhos.
Pesadelo _ Acho bom _ disse, dando-me um selinho.
A noite foi se desenrolando e a cerveja começou a fazer efeito. Estava sambando com Fernanda, Júlia e minha mãe quando a música "Pretexto" de Imaginasamba começou a tocar. Estava cantando quando Pesadelo se aproximou, me abraçou e começou a cantar em meu ouvido.
Tava desacreditando do amor
Quando de repente em um olhar, o meu mundo parou Parecia filme, coisa de cinema
Mas até que enfim você chegou.
Todo exagerado isso eu sei que sou
É que minha vontade, hoje, é te chamar de meu amor
Tô pulando etapas, meio maluquinho,
tô tão diferente do que eu sou
Se eu tiver muito, por favor me fala
Dá um jeito e manda eu parar
É que eu não sei pensar em mais ninguém
Na roda dos meus amigos, nem me reconhecem mais
Só não sei porque eu mudei
Vou dizer o que me conquistou
Foi esse teu jeito, a cor do cabelo
Esse teu sorriso, esse teu calor
O jeito do beijo, esse teu carinho
Esse teu corpinho, a gente encaixou tão bem
Que eu não tenho mais pretexto
Pra não te chamar de amor.
Olhei para ele e o beijei, um beijo lento e apaixonado. Ele colocou a mão na minha nuca, puxando meu cabelo, e só paramos por falta de ar.
Pesadelo _ Tô curtindo você pra c*****o, queria tentar algo mais sério contigo, pra ver se dá certo, entendeu? _ ele falou, olhando nos meus olhos.
Antes que eu pudesse responder, uma voz feminina interrompeu nosso momento.
xxx_ O que você está fazendo com essa p*****a, amor? _ a voz era cheia de raiva e possessividade, e eu me virei para ver quem era.